Cenário Econômico Nacional – 26/06/2023

Cenário Econômico Nacional – 26/06/2023

Cenário Econômico Nacional – 26/06/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado melhora projeções e passa a ver 1º corte nos juros em agosto, com Selic mais baixa ao fim de 2023 e 2024

Analistas consultados pelo Banco Central melhoraram as perspectivas para a inflação e o crescimento econômico e passaram a ver o primeiro corte na taxa básica de juros em agosto, com a Selic mais baixa tanto ao fim de 2023 quanto em 2024, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (19).

As revisões no levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, vêm na esteira de dados melhores divulgados recentemente, e na véspera do primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Os especialistas seguem vendo que o Copom irá manter a Selic no atual patamar de 13,75% ao anunciar sua decisão de política monetária na quarta-feira. Mas agora passaram a ver que o primeiro corte acontecerá em agosto, de 0,25 ponto percentual, contra previsão de manutenção antes.

Depois disso está prevista mais uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic em setembro, seguida de mais cortes de 0,5 ponto cada nas duas últimas reuniões do ano, com a taxa básica passando a ser estimada em 12,25% ao final deste ano, de 12,50% antes.

Já para 2024 a projeção para a Selic agora passou a 9,50%, de 10,00% antes, enquanto para 2025 e 2026 seguem em 9,0% e 8,75%, respectivamente.

Depois de a inflação ao consumidor brasileiro ter desacelerado em maio com mais força do que o esperado, levando o IPCA em 12 meses a 3,94%, patamar mais fraco desde outubro de 2020, o Focus mostrou forte redução nas expectativas para a inflação.

A alta do IPCA este ano agora é estimada em 5,12%, de 5,42% antes, enquanto, para o ano que vem, a conta foi reduzida em 0,04 ponto percentual, a 4,0%. Para os dois anos seguintes houve redução a 3,80%, de 3,90% e 3,88%, respectivamente, no levantamento anterior.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) tem reunião marcada para a próxima semana, em que deve estabelecer a meta de inflação para 2026, e o mercado tem especulado sobre a possibilidade de determinar que o BC siga objetivo de inflação sem um prazo determinado.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), também houve melhora na estimativa do Focus para este ano, depois de o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) ter apontado que a economia cresceu em abril mais do que o esperado. A perspectiva de crescimento econômico em 2023 deu um salto a 2,14%, de 1,84% antes.

No entanto, o levantamento com uma centena de economistas mostra que para 2024 a expansão do PIB passou a ser estimada em 1,20%, de 1,27% antes.

Em junho, inflação deve completar 12 meses de desaceleração

Os últimos 11 meses (jul/2022 a mai/2023) foram marcados por quedas sequenciais no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e, de acordo com especialistas ouvidos pela CNN, os números da inflação de junho devem apresentar queda por mais um mês.

Se a desaceleração de junho se confirmar, ela dará sequência a um efeito dominó que não era observado desde 2016, quando o IPCA mensal acumulou queda de 12 meses consecutivos (set/2016 a ago/2017).

Para os especialistas, a previsão de queda acontece principalmente por conta dos recentes anúncios de cortes em preços por parte do governo, incluindo o de combustíveis e os descontos na compra de automóveis.

No entanto, eles destacam que ainda é preciso ter cautela em relação aos números. “Ainda parece meio cedo para achar que o problema inflacionário está resolvido a partir desta queda e de medidas governamentais que ainda não têm sustentação muito sólida”, observa Juliana Inhasz, professora de economia do Insper.

Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, afirma que as estimativas da instituição apontam que a mínima do IPCA de 12 meses deve ser batida este mês, com 3,20%. “Porém, a partir do mês de julho, certamente a inflação deve começar a subir. Para dezembro, por exemplo, esperamos um fechamento de 4,90%”, destaca.

Inflação da cidade de São Paulo fica estável na 2ª quadrissemana de junho, diz Fipe

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, ficou estável na segunda quadrissemana de junho, desacelerando em relação à alta de 0,11% verificada na primeira quadrissemana deste mês.

Os dados foram divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na segunda leitura de junho, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou caíram em ritmo mais intenso: Alimentação (de -0,39% na primeira quadrissemana a -0,73% na segunda quadrissemana), Transportes (de -0,19% a -0,39%), Despesas Pessoais (de 0,92% a 0,86%) e Vestuário (de 0,74% a 0,54%).

Por outro lado, no mesmo período, houve aceleração nas categorias Habitação (de 0,11% a 0,17%), Saúde (de 0,38% a 0,40%) e Educação (de 0,11% a 0,12%).

Juros altos fazem custo disparar e famílias se endividarem com financiamentos

A manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano faz com que o custo dos financiamentos obtidos para a compra de produtos, como carros e alimentos, e serviços prejudiquem quase 80% das famílias brasileiras que possuem dívidas a vencer.

De acordo com especialistas ouvidos pela CNN, a manutenção da Selic em patamares elevados faz com que o custo de dívidas tomadas aumente, acompanhando a taxa básica de juros da economia brasileira.

Um levantamento do Banco Central (BC) mostra que os custos dispararam nos últimos anos, acompanhando a alta da Selic.

A alta da taxa começou em março de 2021, quando passou de 2% para 2,75% e, desde agosto do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC segura os juros em 13,75% ao ano.

Em fevereiro de 2021, um financiamento de carro por um banco estatal teria a incidência de 14,47% de juros ao ano, cobrados sobre o montante financiado, segundo dados da autoridade monetária brasileira. Em junho deste ano, o mesmo financiamento, pelo mesmo banco, possui juros de 25,91% ao ano.

Para 46% dos brasileiros economia está na direção certa, diz pesquisa Quaest

Para 46% dos brasileiros, a economia, agora sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está caminhando na direção correta, enquanto 41% avaliam que ela está sendo guiada de maneira errada.

Os dados fazem parte da pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira (21), que acompanha a avaliação das pessoas em relação a diversos temas no governo Lula.

Os outros 14% dos entrevistados não responderam ou afirmaram que não têm uma opinião sobre a direção em que vai a economia.

A pesquisa também mostra que, para a maior parte, 38% dos entrevistados, a situação econômica do Brasil está, hoje, igual a um ano atrás.

Para 32% está melhor, e para 26% está pior.

O resultado mostra uma inversão em relação à edição anterior da pesquisa, feita em abril, que mostrava que mais pessoas achavam que a economia tinha piorado (34%) e, menos, que estava melhor (23%).

Pix automático estará disponível em abril de 2024, confirma Banco Central

O Banco Central (BC) anunciou na quarta-feira (21) que o Pix automático entrará em operação a partir de abril de 2024. A nova modalidade permitirá, depois da autorização do usuário, pagamentos programados recorrentes, como os que acontece hoje como o débito em conta corrente.

As regras da nova modalidade serão publicadas em setembro deste ano e o desenvolvimento do sistema será feito entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024. Os testes estão previstos para março de 2024, de acordo com o calendário de implantação divulgado pelo BC.

A expectativa é que o Pix automático seja utilizado para pagamentos recorrentes como de contas de energia ou telefone, em estabelecimentos que possuem mensalidade, como academias ou cursos de línguas, ou ainda streamings de filmes, ou músicas, entre outros serviços.

O débito automático, modalidade mais comum para pagamentos recorrentes, depende de convênios bilaterais com múltiplas instituições, o que deixará de ser necessário com o Pix automático.

Desde o lançamento, o Pix foi rapidamente adotado pela população. O mecanismo de pagamentos possui mais de 149 milhões de usuários e 613,7 milhões de chaves cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) do Banco Central.

Nos dias 6 e 7 deste mês, foram registradas mais de 124,7 milhões de operações, novos recordes registrados pelo BC. Nos dois dias, foram quase 250 milhões de transações do tipo registradas pelo sistema financeiro e contabilizadas pela autoridade monetária.

Copom mantém Selic a 13,75% ao ano sem sinalizar corte em agosto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite de quarta-feira (21) a manutenção da taxa básica Selic em 13,75% ao ano, como esperado, e ainda manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, sem indicar intenção de cortar juros em agosto, como esperava o mercado financeiro.

No comunicado que acompanhou a decisão, o colegiado defendeu que é preciso ter “paciência” no controle da inflação e vinculou eventual corte da Selic aos dados econômicos.

“O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, registrou o comunicado.

O tom ainda duro, ou hawkish, na linguagem do mercado, do comunicado ao tratar da inflação, a despeito da suavização da linguagem em alguns trechos, surge a despeito de uma série de índices recentes mostrarem o enfraquecimento da inflação no Brasil.

Além disso, a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo e sua tramitação no Congresso vêm sendo avaliadas positivamente pelo mercado financeiro. A visão é de que, com o arcabouço, o governo reduz o risco de default.

Isso permitiu a retirada de prêmios da curva futura de juros nas últimas semanas, algo que foi reconhecido pelo próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, em mais um indicativo de que o processo de cortes da Selic poderia vir em futuro próximo.

Tanto no relatório Focus de expectativas de economistas quanto na precificação da curva a termo, as apostas eram de que o BC começará a cortar a Selic em agosto. Por isso, havia expectativa de que, no comunicado de quarta-feira (21), o colegiado passasse indicações minimamente claras nesse sentido.

O comunicado, no entanto, sugere cautela em relação aos próximos passos, mesmo com o comitê tendo retirado do texto uma referência à possibilidade, ainda que menos provável, de retomada do ciclo de alta e ajustado a linguagem ao falar sobre a manutenção dos juros “por período prolongado”, reforçando que essa estratégia já se provou adequada.

Manutenção dos juros é “pressão negativa” para atividade econômica, diz especialista

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na quarta-feira (21) sua decisão pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A decisão já era prevista pelo mercado e por integrantes da equipe econômica do governo.

Para Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, a principal consequência da manutenção da Selic está no aperto das condições monetárias e de crédito.

“Nós estamos falando de um juro real que deve estar beirando os 7% ou 8%, ou seja, um juro real super restritivo. Isso continua servindo como uma pressão negativa para a atividade econômica”, afirma.

Por outro lado, Caruso destaca que a manutenção dos juros pode ser vista como um sinal positivo de que o BC esteja trabalhando para um ambiente inflacionário mais saudável.

“É um morde e assopra: ainda que você esteja ‘mordendo’ pelo lado do aperto monetário, você ‘assopra’ por estar desenhando um ambiente de desinflação que pode perdurar por mais tempo. Essa é a grande batalha do Banco Central”, acrescenta. “Toda desinflação não é indolor, mas ela é necessária para manter um ambiente saudável de preços”, diz.

Fábio Tadeu Araújo, economista e sócio-proprietário da Brain Inteligência Estratégica, explica que o impacto da taxa de juros na economia dependerá muito mais dos sinais emitidos na ata do encontro, que será divulgada na próxima terça-feira (27).

“Caso a sinalização seja de um afrouxamento a partir de agosto e, em especial, se já iniciando com 0,5 ponto percentual, as expectativas dos mercados devem se ajustar para um aumento das possibilidades de crescimento do PIB para este ano, bem como de melhores resultados na bolsa de valores”, analisa.

Para Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente, o comunicado deixou claro que o BC não irá mexer nos juros pelo menos até setembro e mostrou preocupações de um bom retorno da inflação.

“Isso também deve mexer um pouco com a bolsa de valores, principalmente com as ações de varejistas, que esperavam um viés mais otimista referente à redução da taxa de juros”, avalia.

Arrecadação federal foi recorde para abril e maio, diz Receita

A arrecadação do governo federal registrou altas em abril e maio em comparação com o mesmo período do ano anterior e atingiu os maiores patamares da série, com início em 1995, para cada um dos meses, informou a Receita Federal na quinta-feira (22).

Em abril a arrecadação registrou avanço real de 0,31% e totalizou 203,889 bilhões de reais, melhor resultado para o mês. Em maio houve alta real de 2,89%, a 176,812 bilhões de reais, também um pico da série para o mês.

A Receita divulgou ambos os dados juntos na quinta-feira (22).

As receitas administradas pela Receita Federal tiveram acréscimo de 5,22% em abril e de 3,54% em maio, arrecadando respectivamente 188,584 bilhões de reais e 171,428 bilhões, informou o órgão.

As receitas administradas por outros órgãos, por sua vez, apresentaram queda real de 36,29% em abril, a 15,305 bilhões de reais. Em maio houve recuo de 14,09%, chegando a 5,384 bilhões.

Intenção de consumo das famílias cresce 2,6% em junho

Os brasileiros estão mais otimistas com o emprego e, assim, aumentam a intenção de comprar. A conclusão é da pesquisa nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ela mostra um aumento da intenção de consumo, em junho, de 2,6% em relação a maio.

Na análise da CNC, esses dados, no entanto, não se refletem ainda nas vendas. Embora estejam mais confiantes no futuro do emprego, os brasileiros estão também endividados e enfrentando restrições de crédito. Além disso, os juros altos também limitam o consumo. Esses fatores, segundo a entidade, fazem com que a as vendas do varejo e dos serviços desacelerem.

A intensão de consumo é um indicador antecedente do potencial das vendas do comércio, apurado mensalmente. Os resultados medem o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores em uma escala de até 200 pontos. Quando o índice está abaixo de 100 pontos, isso indica percepção de insatisfação. Já quando está acima de 100, sinaliza satisfação.

Em junho, o IFC chegou a 97,3 pontos, o que representou uma variação positiva de 2,6% em relação a maio e, no ano, um aumento de 21,3%.

Ao todo, 18 mil questionários são analisados mensalmente, com informações de consumidores coletadas em todo o país. Os dados são compilados em sete indicadores: três sobre as condições atuais (emprego, renda e nível de consumo); dois sobre expectativas para três meses à frente (perspectiva de consumo e perspectiva profissional); e avaliação do acesso ao crédito e momento atual para aquisição de bens duráveis.

Em junho, pelo terceiro mês consecutivo, todos os indicadores avançaram nas comparações mensal e anual. Quatro dos sete indicadores estão no quadrante positivo, ou seja, acima de 100 pontos: satisfação com emprego e renda atuais e perspectivas profissional e de consumo.

A pesquisa revelou que a perspectiva profissional foi o indicador com a maior alta em junho: 4,9%. O índice alcançou 122,3 pontos, o maior nível desde março de 2015.

Para a CNC, a maior satisfação com o emprego atual é reflexo da geração de vagas formais pelo setor de serviços e pela construção civil, setores que vêm contratando pessoas com menor nível de escolaridade.

Após reunião com Haddad e Tebet, relator do marco fiscal diz que vai discutir mudanças no parâmetro do IPCA

O senador Omar Aziz, relator do projeto do novo regime fiscal no Senado Federal, afirmou que mudanças nos parâmetros da inflação serão discutidas no texto.

A alteração é uma demanda do Ministério do Planejamento, responsável pela elaboração e envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

No texto aprovado na Câmara dos Deputados, o cálculo para o reajuste anual do orçamento considera a inflação apurada de julho do ano anterior até junho do ano corrente.

A ideia é já ter o IPCA apurado oficialmente quando o governo enviar o PLOA, em agosto.

Entretanto, segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, caso os parâmetros de cálculo da inflação sejam esses, o PLOA 2024 terá que ter um aperto orçamentário entre R$ 32 bilhões e R$ 40 bilhões.

Isso porque a recomposição desse valor só poderá ser feita em 2024, com a apuração do IPCA oficial do ano anterior e com a possibilidade de um aumento do limite de despesas por conta de um eventual aumento na arrecadação.

O período de apuração defendido pelos técnicos do Senado Federal, é de dezembro a novembro. Dessa forma, o Congresso Nacional saberia o índice de inflação de 2023 quase integralmente antes de aprovar o orçamento do ano seguinte.

AGU encaminha alerta de “desproporcionalidade” na gestão da Eletrobras ao STF

A Advocacia-Geral da União (AGU) disse que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação alertando para “desproporcionalidade” na gestão da Eletrobras, no âmbito da ação aberta pelo governo para ampliar seu poder sobre a companhia elétrica agora privada.

No documento, a AGU faz críticas à composição do Conselho de Administração da Eletrobras, dizendo que a União, que detém 42% das ações da empresa, não consegue indicar nenhum representante, enquanto um grupo acionista minoritário teria indicado três membros do colegiado.

A chapa atual do conselho da Eletrobras foi eleita sob o mandato de Jair Bolsonaro.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva chegou a pedir a substituição de seu representante no colegiado por um de sua confiança, mas disse que a Eletrobras se recusou a incluir o pedido na pauta de uma assembleia de acionistas realizada no início deste ano.

O documento cita ainda outros episódios em que a União não conseguiu participar da gestão da empresa, como a alteração do estatuto social para excluir representantes dos empregados do conselho e a decisão de aumento da remuneração dos administradores.

A AGU ingressou em maio passado com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF pleiteando que o governo tenha um poder de voto na Eletrobras proporcional à sua participação acionária na elétrica.

Fundo da reforma tributária pode atingir R$ 60 bilhões

O relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), sinalizou que o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), a ser criado para bancar o fim da guerra fiscal entre os estados, deverá ficar entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões.

O fundo, como mostrou a CNN, será bancado integralmente pela União e será distribuído a todos os estados.

A informação foi dada à CNN pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), que recebeu Aguinaldo Ribeiro e o coordenador do grupo do trabalho da reforma, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

“Aguinaldo disse que deve apresentar relatório nesta semana. Está dizendo que será considerado um fundo que vai ser pra todos os estados do Brasil, no valor de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões por ano, abastecidos com recursos do governo federal”, afirmou Casagrande.

Apesar da sinalização, estados do Centro-Oeste e do Nordeste ainda tentam convencer o governo que o fundo seja distribuído apenas a estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste.

O tema foi discutido em reunião do Conselho dos Secretários de Fazenda, o Consefaz. Mas não houve consenso e uma nova reunião foi marcada para quarta-feira (21).

Lula assina aumento do valor “mínimo existencial” para R$ 600

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o aumento do valor do “mínimo existencial”, valor garantido para despesas básicas que não pode ser comprometido com o pagamento de dívidas, para R$ 600.

A informação foi divulgada pelo próprio presidente em sua conta do Twitter. A Decisão será publicada no Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira (20).

O “mínimo existencial” é a quantia mínima de renda necessária para pagamento de despesas básicas, como água e luz, protegida de instituições credoras por lei em casos de superendividamento.

O governo já tinha anunciado em abril que dobraria o valor, que atualmente é de R$ 303. O montante tinha sido fixado em 25% do salário mínimo, conforme decreto de 2022.

Com a nova medida, o cidadão terá ao menos R$ 600 (e não mais R$ 303) preservados para a subsistência.

Segundo o Palácio do Planalto, o novo anúncio permitirá que cerca de 15 milhões de pessoas regularizem dívidas ao trazer um grau superior de proteção ao consumidor contra eventual superendividamento.

Haddad promete “mergulho” em reforma tributária nas próximas semanas; votação prevista para 1ª semana de julho

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que o governo passará as próximas semanas “mergulhado” no objetivo de aprovar a reforma tributária na Câmara dos Deputados, com a votação prevista para a primeira semana de julho, e frisou que o Fundo de Desenvolvimento Regional não será um obstáculo ao avanço das novas regras.

Falando em evento sobre a reforma promovida pela Confederação Nacional da Indústria e o grupo Esfera, Haddad disse, ainda, que a reforma tributária é “pressuposto” para o funcionamento do novo arcabouço fiscal, destacando que ela trará maior segurança jurídica à economia.

“Está todo mundo pisando em um solo pouco firme, não temos segurança nem para tomar as decisões de investimento, tanto do lado privado quanto do lado público”, afirmou.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que também participou do evento da CNI, disse que a reforma tributária será levada à votação na Câmara na semana de 3 de julho.

Haddad disse que o valor do fundo de desenvolvimento regional que será criado no âmbito da reforma ainda está em negociação e, portanto, ele não poderia antecipar um número, mas frisou que o instrumento não será empecilho para o avanço da reforma.

O fundo será objeto de discussão em reunião na quinta-feira (22) convocada por Lira com governadores e secretários de Fazenda estaduais.

Segundo Haddad, propostas mais radicais para a reforma tributária não passariam no Congresso neste momento, mas ele ponderou que nada impede que o país “em 20 anos” discuta, por exemplo, a criação de um Imposto sobre Valor Agregado único. A reforma em discussão atualmente prevê um modelo dual, dividido entre um imposto federal e outro gerido por Estados e municípios.

Lula se reúne com presidente da Itália em Roma horas antes de encontro com papa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou a agenda de quarta-feira (21) na Itália. É a primeira visita oficial de um governante brasileiro ao país desde a ida da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015.

Às 7h [horário de Brasília], o chefe do Executivo chegou ao Palácio Quirinal, em Roma, para uma reunião com o presidente italiano, Sergio Mattarella.

Mais cedo, ele se encontrou com o ex-primeiro-ministro italiano, Massimo D’Alema, e com a secretária-geral do Partido Democrático Italiano, Elly Schlein.

Depois da reunião com Mattarella, o presidente italiano oferecerá um almoço para Lula e a primeira-dama, Janja.

Em seguida, às 9h30 [horário de Brasília], o presidente brasileiro terá uma audiência com o Papa Francisco, no Vaticano. De acordo com Lula, ele pretende abordar temas como a fome, o meio ambiente, Mercosul e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Às 12h [horário de Brasília], ele tem um encontro marcado com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, uma das expoentes da extrema-direita mundial.

Seu último compromisso desta terça é com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, que declarou apoio ao mandatário nas eleições do ano passado. Eles vão se reunir às 13h [horário de Brasília].

Na quinta-feira (22), Lula deve seguir para a França, onde participará da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris.

Senado aprova novo arcabouço fiscal por 57 votos a 17; com mudanças, texto volta à câmara

Os senadores aprovaram o projeto do novo arcabouço fiscal, que define regras para a substituição do atual teto de gastos, com objetivo de evitar o descontrole das contas públicas. Foram 57 votos a favor e 17 contra, sem nenhuma abstenção, com folga em relação aos 41 que eram necessários para a aprovação.

Todos os destaques, sugestões de mudanças ao texto-base, foram rejeitados. Como houve alterações no Senado, a proposta volta para a Câmara, que pode revertê-las. Os deputados só devem analisar o assunto, contudo, na primeira semana de julho.

Mais cedo, o texto já havia passado pelo crivo da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Depois, no plenário, em uma articulação de última hora, o relator do projeto, Omar Aziz (PSD-AM), atendeu a um apelo do Ministério do Planejamento e acatou uma emenda do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que foi incorporada ao texto-base.

O dispositivo permite incluir no Orçamento de 2024 a previsão de despesas chamadas de “condicionadas”, ou seja, que só seriam executadas após aprovação de crédito extraordinário pelo Congresso, evitando corte de despesas no envio do Orçamento.

O limite para essas despesas condicionadas será a diferença entre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, acumulado nos 12 meses até junho, e o realizado até dezembro do ano anterior.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu ativamente a emenda, mais cedo, em reunião de comissões da Câmara dos Deputados. Ela também passou pelo plenário do Senado.

“É criar uma despesa condicionada na nossa LDO e, principalmente, na nossa LOA (Lei Orçamentária Anual), cujos valores e ministérios serão de responsabilidade da Câmara, porque nós vamos colocar como (despesa) discricionária (não obrigatória, como investimentos), exatamente para que todos os parlamentares tenham a liberdade para alocar no Ministério dos Transportes, Infraestrutura e tudo mais”, declarou Tebet.

Lula diz que Campos Neto “joga contra a economia brasileira”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira (22) acreditar que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, “joga contra a economia brasileira”, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manter na véspera a taxa básica de juros em 13,75% ao ano sem sinalizar uma redução na próxima reunião, marcada para agosto.

Em entrevista coletiva na Itália, onde está em visita oficial, Lula disse não é o governo que está brigando com o BC e com o atual patamar da taxa Selic, mas sim “a sociedade brasileira”, citando a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e grandes varejistas.

“Eu acho que esse cidadão joga contra a economia brasileira. Ele não tem explicação. Não existe explicação aceitável para a taxa de juros estar em 13,75%”, disse Lula aos jornalistas, sem citar nominalmente o presidente do BC, que foi indicado pelo seu antecessor Jair Bolsonaro.

O presidente também disse que cabe ao Senado, que aprovou o nome de Campos Neto para o BC e que, junto com a Câmara dos Deputados, aprovou a lei que deu autonomia à autoridade monetária, cobrar o presidente da autarquia.

“Eu tenho cobrado dos senadores. Foram os senadores que colocaram esse cidadão lá, então os senadores têm que analisar se ele está cumprindo aquilo que foi a lei aprovada para ele cumprir. Na lei que foi aprovada, ele tem que cuidar da inflação, tem que cuidar do crescimento econômico e tem que cuidar da geração de emprego. Então ele tem que ser cobrado, é só isso”, disse.

Lula também classificou de “irracional” a atual política monetária do BC, subindo ainda mais o tom já inflamado de críticas constantes que faz à taxa básica de juros, depois de o Copom manter a Selic em 13,75%, de acordo com as expectativas do mercado financeiro, mas surpreender ao não sinalizar em seu comunicado sobre a decisão uma futura redução da Selic na reunião de agosto, conforme esperavam os agentes do mercado.

Rosa Weber marca posse de Zanin no STF para 3 de agosto

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, marcou a posse do advogado Cristiano Zanin na Corte para o dia 3 de agosto.

Weber teve uma reunião com Zanin que durou cerca de 40 minutos, na qual foi definida a data da posse dele. Após o encontro, o jurista se reuniu com os demais ministros do STF antes da retomada da sessão do dia.

Zanin também conversou com a cúpula administrativa para obter detalhes sobre como será o funcionamento de seu gabinete. Ele assumirá uma cadeira na Corte com o segundo menor acervo: são 534 processos que ele herdará de seu antecessor, Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril.

O advogado foi indicado ao STF pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1° de junho. Zanin poderá ficar na Corte até 2050, quando completa 75 anos e precisa se aposentar obrigatoriamente.

Na última quarta-feira (21) o plenário do Senado Federal aprovou o nome do jurista para ocupar o cargo de ministro. Foram 58 votos a favor e 18 contrários, sem abstenções. Eram necessários 41 votos pela aprovação.

Aprovação de Lula sobe 5 pontos e alcança 56%, aponta pesquisa Quaest

Perto de completar seis meses à frente do Palácio do Planalto em seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) experimentou uma melhora em seus indicadores de popularidade em junho, segundo pesquisa realizada pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos.

O levantamento, divulgado, mostra que 56% dos eleitores brasileiros aprovam a atual administração. O resultado corresponde a uma alta de 5 pontos percentuais em relação aos dados de abril e é o mesmo patamar observado em fevereiro, na primeira pesquisa realizada pelo instituto desde o início do novo governo.

Já os que desaprovam a gestão de Lula saíram de 28% em fevereiro, chegaram a 42% em abril e agora oscilaram 2 pontos percentuais para baixo, a 40%. No mesmo intervalo de quatro meses, os que não responderam foram de 16% para 4%.

A pesquisa Quaest mostra que a recuperação dos indicadores de Lula se repete em todas as regiões, faixas de renda, escolaridade, idades, raças e entre homens e mulheres. O movimento coincide com esforços do governo em anunciar políticas públicas para diversos segmentos da população e com dados mais favoráveis sobre a atividade econômica e o desempenho da inflação.

Preços no atacado caem 7%, maior queda em 28 anos, e ajudam a baixar juros

Depois de passar dos 40% e bater recordes em 2021, a inflação do atacado, que verifica o preço de matérias-primas e produtos vendidos pelo setor agrícola e a indústria, está caindo mais de 7% e registra os seus menores níveis desde pelo menos o início do Plano Real, em 1994.

Na visão de uma ampla ala dos economistas, isso significa que os preços que chegam aos consumidores devem, em breve, começar a refletir pelo menos uma parte dessas quedas.

Isso traz alívio para a inflação geral do país e abre ainda mais espaço para que o Banco Central (BC) possa começar a flexibilizar a sua atual política de juros altos.

“É brutal a deflação acumulada em 12 meses no atacado, e, olhando para isso, não sei se alguém ainda pode ter alguma dúvida de que é necessário reduzir os juros”, defendeu o sócio-diretor da consultoria MacroSector, o economista Fábio Silveira, especializado no setor agropecuário.

“Os preços no atacado funcionam como uma força gravitacional sobre os preços ao consumidor. Eles precedem o comportamento dos preços no varejo e, se estão caindo, significa que, em algum momento, os preços no varejo vão, em alguma medida, acabar caindo também.”

A inflação do atacado é medida, no Brasil, pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Nos 12 meses até maio, o IPA caiu 7,6%, uma magnitude de queda que não tinha ainda sido registrada em nenhum outro momento antes desde pelo menos 1995, primeiro ano completo desde o início do Plano Real, que acabou com a hiperinflação no país.

Até então, a maior deflação registrada nos preços aos produtores tinha sido de 4,4%, em dezembro de 2009 e, depois, em agosto de 2017.

Juros altos prejudicam desempenho do varejo, dizem especialistas

A taxa de juros elevada tem impactado diretamente o comércio varejista brasileiro. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o mês de abril registrou variação positiva de 0,1% das vendas no varejo em comparação com o mês anterior, e de 0,5% na comparação com o mesmo mês de 2022.

O resultado veio abaixo das expectativas de pesquisa da Reuters, de 0,3% e 0,95%, respectivamente.

No mesmo dia, o presidente Lula e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se reuniram com representantes do setor varejistas e, ao sair do encontro, Alckmin comentou o resultado divulgado pelo IBGE afirmando que “dados do varejo mostram prejuízo causado por juros altos.

Embora a Selic seja a taxa básica de juros da economia, ela é responsável por influenciar diretamente todas as outras taxas de juros do país, inclusive as do comércio.

“Toda vez que os juros sobem, a tendência é de queda da demanda. Por isso, um dos fatores que afetam o varejo é a taxa de juros, não apenas a Selic, mas a taxa ao consumidor final”, explica Antônio Corrêa, professor de economia da PUC e ex-presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo.

Fábio Tadeu Araújo, economista e sócio-proprietário da Brain Inteligência Estratégica, diz que as vendas no varejo vieram abaixo das expectativas em abril principalmente por conta do alto endividamento das famílias brasileiras.

“Quando nós temos muitas famílias endividadas com os juros muito elevados, isso reduz a massa salarial disponível”, afirma. Além disso, ele também acrescenta que a diminuição do número de pessoas trabalhando no país também influenciou negativamente o número.

Para Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio-SP, a grande questão dos juros elevados é que eles dificultam o acesso ao crédito ao consumidor e acerto de contas de inadimplentes.

Americanas publica lista de credores incluídos no plano de recuperação judicial

A Americanas divulgou em comunicado aos investidores, um edital com a relação de credores do plano de recuperação judicial da companhia e de suas subsidiárias.

O documento faz parte da confirmação da entrega do plano de recuperação judicial do Grupo Americanas.

Este edital confirma ainda a entrega do plano de recuperação judicial, apresentado pelo administrador judicial, à 4ª Vara Empresarial da Comarca do Estado do Rio de Janeiro no dia 20 de março de 2023.

De acordo com a publicação, a companhia informa que, a partir desta segunda-feira, terão início os prazos legais de 10 dias para apresentação, ao Juízo da Recuperação Judicial, de impugnações à Relação de Credores, e 30 dias para o oferecimento de objeções ao Plano de Recuperação Judicial.

A Americanas entrou em recuperação judicial após revelar no início deste ano inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões.

Em fevereiro deste ano, a empresa havia divulgado uma atualização de sua lista de credores, na qual elevou o valor de sua dívida de R$ 41,2 bilhões para R$ 42,5 bilhões.

A varejista chegou a revisar o número total de credores, que saiu de cerca de 7.720, sem contabilizar os extraconcursais, para ao redor de 9.460.

Em abril, a companhia anunciou que a mais recente proposta de acordo com credores financeiros incluiu possibilidade de dois eventuais aumentos de capital de até R$ 1 bilhão cada, para além dos R$ 10 bilhões já propostos, segundo fato relevante.

Os recursos seriam aportados pelos chamados “acionistas de referência”, o trio de bilionários formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Vale lembrar que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) já havia determinado a quebra de sigilo dos processos relativos às Lojas Americanas. A decisão do juiz Paulo Assed Estefan permitiu que credores e pessoas que tenham interesse acessem os processos.

Varejo de SP tem alta 6,2% no 1º trimestre, diz FecomercioSP

O comércio varejista no estado de São Paulo registrou alta de 6,2% em seu faturamento no primeiro trimestre deste ano, na comparação ao mesmo período do ano anterior, o que equivale a um aumento de R$ 16,5 bilhões, totalizando R$ 281 bilhões.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Em março, as vendas reais cresceram 6,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a FecomercioSP, este é o maior resultado para o mês desde o início da série histórica, que começa em 2008.

“Há um incremento importante na renda disponível, impulsionada pelo aquecimento do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, pela inflação mais amena”, avalia a federação, em nota.

“O maior poder de compra das famílias é o que tem permitido o varejo chegar a esse faturamento recorde no mês (e no primeiro trimestre).”

O destaque veio do desempenho de farmácias e perfumarias, cujo faturamento cresceu 23,1% no mês, o maior da série histórica para o setor – e 16,2% no trimestre, ambos os dados em comparação com o mesmo período do ano passado.

Exportações brasileiras devem crescer 5,4% em 2023, projeta FGV

Na contramão da perda de fôlego do comércio mundial, o volume de exportações brasileiras deve crescer 5,4% em 2023, após já ter aumentado 4,4% em 2022, segundo o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado na quarta-feira (21) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A FGV lembra que a Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê um arrefecimento no ritmo de crescimento do volume do comércio mundial de mercadorias, de uma alta de 2,7% em 2022 para 1,7%, em 2023. Para a América do Sul, o avanço sairia de 1,9% para 0,3% no mesmo período.

“O Brasil é a maior economia da região e o maior exportador. Entre os 30 principais exportadores mundiais de 2022, o único país (sul-americano) que integra a lista é o Brasil na 26ª posição (participação de 1,3% nas exportações mundiais). Nesse contexto, a previsão do crescimento do volume exportado na região (América do Sul) é fortemente influenciada pelo desempenho do Brasil”, apontou o relatório do Icomex.

De janeiro a maio de 2023, o volume exportado pelo Brasil avançou 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a maio de 2022, essa elevação tinha sido de 0,6% ante o mesmo período do ano anterior.

“Os resultados sugerem, portanto, que a previsão de piora da OMC para a região (América do Sul) não deverá se aplicar ao Brasil. É esperado que o ritmo de crescimento desacelere no segundo semestre com menores embarques da soja, piora nas vendas para a Argentina e seguindo com o recuo nas vendas para a União Europeia”, projetou a FGV.

“No entanto, exceto por eventos imprevistos, os dados até o momento apontam para um maior crescimento do volume exportado em 2023 do que em 2022”, acrescenta a instituição.

Brasil alcança recorde de 5,749 milhões de empresas ativas em 2021, mostra IBGE

O Brasil voltou a registrar saldo positivo na abertura de empresas no segundo ano de pandemia de Covid-19, alcançando um recorde de 5,749 milhões de companhias ativas em 2021. No entanto, o fenômeno permanece puxado majoritariamente pela modalidade sem nenhum trabalhador assalariado, ou seja, em que havia somente o proprietário ou sócios. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) referentes a 2021, divulgados na quarta-feira (21), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, o número de empresas e outras organizações ativas cresceu 5,8% em relação a 2020, 314,5 mil a mais. Em dois anos de pandemia, houve abertura de 509,4 mil empresas.

O total de empresas sem assalariados, que são compostas apenas por sócios ou proprietários, avançou de 2,637 milhões em 2019 para 2,864 milhões em 2020, subindo a um ápice de 3,085 milhões em 2021, o equivalente a 448,7 mil CNPJs ativos a mais em dois anos de pandemia. Já o número de empresas com ao menos algum trabalhador assalariado caiu de 2,603 milhões em 2019 para 2,570 milhões em 2020. Houve melhora em 2021, para o patamar de 2,663 milhões de companhias, o que significa 60,6 mil empresas a mais com empregados em relação ao pré-pandemia.

Os dados sugerem que o impulso mais vindo de empresas sem funcionários tenha contribuição de um empreendedorismo de necessidade: uma maior criação de CNPJs por trabalhadores demitidos que tentavam abrir seu próprio negócio ou que buscavam compensar uma perda de renda provocada pela crise sanitária, apontou Eliseu de Oliveira, analista da pesquisa do IBGE.

“Pode ter efeito do aumento do empreendedorismo, pode ter efeito das reformas que foram feitas”, complementou Oliveira. “Quando digo empreendedorismo, é o efeito da pandemia desempregando muitas pessoas, e as pessoas procuram outra fonte de renda. Então pode ter o chamado empreendedorismo por necessidade. Isso pode explicar de certa forma esse aumento”, acrescentou.

80% dos recursos separados para patrocinar desconto em carros já foram usados

As montadoras já usaram 80% dos recursos disponibilizados pelo governo Lula para viabilizar descontos no preço final de carros. A medida foi lançada no último dia 5. Segundo balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a pasta já autorizou R$ 400 milhões dos R$ 500 milhões de crédito separados para essa modalidade.

Os descontos permitidos no programa variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil no valor do carro, aplicados a partir de critérios elaborados para sete faixas. Na terça, o governo prorrogou por 15 dias a exclusividade para pessoas físicas comprarem esses veículos com desconto.

No total, o Executivo disponibilizou R$ 1,5 bilhão para bancar o programa, que atende também a categoria de ônibus e caminhões. Desse montante, R$ 640 milhões já foram usados. Para veículos para transporte de passageiros, as montadoras solicitaram R$ 140 milhões em crédito, e, para caminhões, R$ 100 milhões.

A Fiat é, até o momento, a empresa com mais créditos solicitados ao governo. Segundo painel do MDIC, foram R$ 190 milhões autorizados pela pasta à montadora.

Em seguida está a Volkswagen, com R$ 60 milhões. Em terceiro lugar a Peugeot, com R$ 50 milhões. Hyundai e Renault, cada uma, tiveram R$ 40 milhões autorizados.

Outras oito empresas demandaram, cada, R$ 20 milhões em crédito. Outras dez, R$ 10 milhões cada.

Totvs recebe autorização do Banco Central para controle societário da Supplier

A Totvs informou que o Banco Central (BC) aprovou a alteração do controle societário da Supplier Sociedade de Crédito Direto, como consequência da joint venture entre a Totvs e o Itaú Unibanco, denominada Totvs Techfin. A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em novembro de 2022.

Com o aval do BC, todas as aprovações regulatórias foram obtidas, estando o fechamento da operação sujeito ao cumprimento das demais condições precedentes previstas nos termos do acordo e outras avenças. O fechamento da operação será oportunamente informada ao mercado, disse a Totvs.

A joint venture foi anunciada em abril do ano passado, com o objetivo da de operar uma plataforma de serviços financeiros para pequenas e médias empresas. Cada uma das partes deterá 50% de participação. No total, o banco divulgou um investimento de R$ 1,060 bilhão na iniciativa.

SELIC

Em sua quarta reunião de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu novamente por manter a taxa Selic em 13,75%. Pelo sétimo encontro consecutivo, a autoridade optou por não mexer nos juros básicos da economia.

A decisão foi unânime e veio dentro do esperado pelos economistas. Agora, o mercado faz a leitura do comunicado. No texto, o BC retirou a referência que fazia a uma possível retomada de ciclo de aperto, caso o processo desinflacionário não ocorra dentro do esperado. Mas falou em cautela.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia”, diz o comunicado.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (26), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,25%, ante 12,25% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) cedeu 1,78% na segunda prévia de junho, após queda de 1,50% na mesma leitura de maio, informou na terça-feira (20) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O movimento foi puxado por mais um recuo na margem do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de 2,58%, ante declínio de 2,21% no mesmo período em maio.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (26), a projeção para o IGP-M ficou em -1,86%, ante -1,21% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Inter divulgou na quarta-feira (21), em carta ao mercado, a revisão da projeção de Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) para este ano. A expectativa do medidor oficial da inflação foi de 5,1% para 4,75% em 2023. Para 2024, foi mantido em 4%.

A recente queda das commodities e dos preços aos produtores resultou em uma desaceleração mais rápida da inflação ao consumidor.

“Esperamos deflação em junho, de cerca de 0,15%, o que deve reduzir o IPCA do ano para 4,75%, também reduzindo o risco de inércia para 2024”.

Referente à taxa de juros, o Inter manteve a expectativa do primeiro corte da Selic para agosto, terminando 2023 em 12%, e 2024 em 9,5%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (26), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,06%, ante 5,12% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A safra agrícola abundante e a demanda doméstica persistente tendem a aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2,3% em 2023, diz a Fitch, que antes projetava aumento bem menor, de 0,7%. A dissipação de algumas preocupações sobre os gastos públicos com o novo arcabouço fiscal e inseguranças sobre o governo Lula também auxiliaram a revisão.

Em relatório divulgado na quarta-feira (21), a Fitch afirma que a normalização da produção agrícola e os reflexos da política monetária restritiva, porém, vão desacelerar a economia do Brasil além do esperado em 2024: antes, esperava-se crescimento de 1,7%, contra 1,3% na atual projeção.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (26), a projeção para o PIB ficou em 2,18%, ante 2,14% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (19), o Ibovespa fechou em alta, encostando nos 120 mil pontos no melhor momento, com o avanço das ações da Petrobras entre as maiores contribuições positivas, apesar do recuo dos preços do petróleo no exterior. O índice Ibovespa teve alta de 0,93%, a 119.857,76 pontos. O volume financeiro somou R$ 15,9 bilhões.

Na terça-feira (20), o Ibovespa fechou em queda, reflexo de ajustes após encostar nos 120 mil pontos na véspera, com agentes financeiros aguardando o desfecho da reunião de política monetária do Banco Central, com foco principalmente em sinais sobre os próximos movimentos da Selic. O índice Ibovespa teve queda de 0,2%, a 119.622,40 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,5 bilhões.

Na quarta-feira (21), o Ibovespa fechou em alta, acima dos 120 mil pontos pela primeira vez desde abril de 2022, em sessão marcada por expectativas para a decisão de política monetária do Banco Central, em especial sinais sobre o rumo da Selic à frente, tendo Petrobras entre os principais suportes. O índice Ibovespa teve alta de 0,67 %, a 120.420,75 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,8 bilhões.

Na quinta-feira (22), o Ibovespa fechou em queda, em sessão de ajustes, uma vez que o Banco Central não se comprometeu com um corte da taxa Selic em agosto, embora na visão de economistas não tenha necessariamente excluído essa possibilidade. O índice Ibovespa teve queda de 1,23 %, a 118.934,2 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,5 bilhões.

Na sexta-feira (23), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,50%, a 118.341,83 pontos. Ainda refletindo alguns ajustes pós-Copom, tendo como pano de fundo um cenário externo desfavorável a ativos de risco, em meio a preocupações com o ritmo da atividade econômica global após dados na Europa e sinalizações do chair do Federal Reserve. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,04 %, a 118.977,1 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,3 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (23), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,18%, cotado a R$ 4,7810 na venda. Acompanhando a aversão a risco no exterior após sinais ainda duros de Bancos Centrais globais no combate à inflação e dados econômicos piores do que o esperado, mas a moeda caminhava para baixa semanal.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (23) cotado a R$ 4,7779, a exemplo do verificado na véspera, com a moeda norte-americana sem força para atingir níveis mais elevados ante o real, a despeito dos ganhos firmes vistos no exterior, em um dia marcado pela aversão a ativos de risco.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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26/06/2023