Cenário Econômico Nacional – 03/07/2023

Cenário Econômico Nacional – 03/07/2023

Cenário Econômico Nacional – 03/07/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas estimam inflação menor e PIB maior em 2023

Os economistas consultados pelo BC reduziram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 de 5,12% para 5,06%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, caíram de 4% para 3,98%. Para 2025, as perspectivas foram reduzidas de 3,90% para 3,80%.

Os economistas mantiveram a projeção da taxa básica de juros deste ano em 12,25%. A estimativa para 2024 continuou em 9,50% e a de 2025 foi mantida em 9,0%. A de 2026 continuou em 8,75%.

A projeção para o PIB de 2024 subiu, de crescimento estimado em 1,20% para 1,22%, enquanto a e 2025 cresceu de 1,80% para 1,83% e a 2026 caiu de 1,99% para 1,92%.

Confiança do consumidor no Brasil vai a pico em mais de 4 anos em junho, diz FGV

A confiança do consumidor brasileiro subiu em junho para o maior patamar em mais de quatro anos, provavelmente refletindo o arrefecimento da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro, disse a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (26).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV Ibre avançou 4,1 pontos em junho, para 92,3 pontos, maior nível desde fevereiro de 2019 (94,5).

A leitura foi resultado tanto da melhora do Índice de Expectativas (IE), que subiu 3,6 pontos, para 104,0 pontos, quanto do Índice de Situação Atual (ISA), que ganhou 4,4 pontos, a 75,7 pontos, pico desde março de 2020 (76,1).

“O indicador que mede a intenção de consumo de bens duráveis nos próximos meses foi o principal impulsionador do resultado no mês, sugerindo uma redução do pessimismo na intenção de gastos, frente ao alívio da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro”, disse em nota Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre.

No entanto, “ainda é cedo para confirmar uma melhora sustentada da confiança dos consumidores, principalmente porque a situação financeira das famílias ainda registra nível bastante insatisfatório, sendo um dos principais problemas do consumidor o alto endividamento”, alertou Gouveia.

A leitura do ICC veio após uma série de dados mostrando sinais de arrefecimento da inflação no Brasil, além de perspectivas crescentes no boletim Focus, compilado pelo Banco Central, de antecipação do ciclo de corte de juros. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tende a restringir o consumo.

Ata do Copom aponta mudança na estimativa de taxa de juros neutra

O Banco Central divulgou, na manhã de terça-feira (27), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), finalizada na última quarta-feira (21), quando definiu pela manutenção da Selic em 13,75%.

Conforme apontado na ata, o Comitê decidiu elevar a estimativa de taxa de juros real neutra de 4,0% ao ano para 4,5%. Entre os motivos citados, estariam “uma possível elevação das taxas de juros neutras nas principais economias, a resiliência na atividade brasileira concomitante a um processo desinflacionário lento, assim como a análise de modelos auxiliares que incorporam diferentes metodologias”.

A ata do Copom ainda apontou que o processo de desinflação “demanda serenidade e paciência na condução da política monetária para garantir a convergência da inflação para suas metas”.

Além disso, para o Copom, as expectativas de inflação seguem desancoradas das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), apesar de uma melhora na margem.

“O Comitê segue avaliando que expectativas desancoradas elevam o custo de trazer a inflação de volta à meta. Ressaltou-se novamente que o comportamento das expectativas é um aspecto fundamental do processo inflacionário, uma vez que serve de guia para a definição de reajustes de preços e salários presentes e futuros”, detalha a ata.

Para o Copom, a ancoragem de expectativas “é um elemento essencial para a estabilidade de preços” e o Comitê reforça que “decisões que induzam à reancoragem das expectativas e que elevem a confiança nas metas de inflação contribuiriam para um processo desinflacionário mais célere e menos custoso, permitindo flexibilização monetária”, completa o documento.

Brasil tem superávit em conta corrente de US$ 649 milhões em maio, bem abaixo do esperado

O Brasil teve superávit em transações correntes de 649 milhões de dólares em maio, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 2,45% do Produto Interno Bruto, informou o Banco Central.

O resultado veio bem abaixo da expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um saldo positivo de 1,5 bilhão de dólares em maio.

No entanto foi melhor do que o déficit de 4,632 bilhões de dólares visto em maio de 2022.

No mês, os investimentos diretos no país alcançaram 5,380 bilhões de dólares, ante 3,969 bilhões em maio do ano passado.

Em maio, a conta de renda primária ficou negativa em 5,984 bilhões de dólares, ante rombo de 4,933 bilhões de dólares no mesmo período do ano anterior.

A balança comercial teve superávit de 9,719 bilhões de dólares, melhor resultado da série histórica, contra 3,368 bilhões de dólares no mesmo mês de 2022.

Já o saldo negativo na conta de serviços ficou em 3,123 bilhões de dólares, contra déficit de 3,413 bilhões de dólares em maio do ano anterior.

IPCA-15: Prévia da inflação sobe 0,04% em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,04 por cento em junho, sobre alta de 0,51% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa da Reuters com economistas estimava queda de 0,01% para o período.

Salariômetro: reajuste salarial ficou acima da inflação em maio

Em maio, o reajuste salarial mediano ficou em 5,3%, superando a inflação acumulada dos últimos 12 meses em 1,5 ponto percentual. O percentual representa o maior aumento real no ano de 2023. O piso salarial mediano, que corrige discrepâncias, negociado foi de R$ 1.630 em maio.

As informações constam no boletim Salariômetro, divulgado na quarta-feira (28) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O Salariômetro analisa os resultados de 40 negociações salariais, que são coletados no portal Medidor, do Ministério do Trabalho e Emprego.

O balanço revelou também que 91,9% dos reajustes salariais negociados foram acima do INPC acumulado, sendo a maior proporção já observada na série histórica do Salariômetro.

“Proporções similares foram registradas apenas em 2018. Em janeiro daquele ano, 91,0% dos reajustes superam o INPC. Naquela época, a inflação girava em torno de 2%. Agora está em torno de 4%, o que enfatiza o significado dos reajustes atuais”, divulgou a Fipe.

Segundo a entidade, o INPC para junho é o mesmo de maio e a prévia indica a proporção de 81,4% de reajustes acima da inflação.

Transações por Pix têm alta de 105% em 2022

O número de operações de pagamento e transferência de valores feitas por meio do Pix chegou a 11,7 bilhões em 2022, 105% acima do registrado no ano anterior. Já as transações feitas por TED e DOC registraram quedas de 29% no mesmo período. Os dados, divulgados são da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023 (ano-base 2022), da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O número de usuários, pessoas física ou jurídica, que realizaram, no mínimo, 30 transações instantâneas pelo Pix, por mês, também cresceram em 2022: foram 46 milhões de usuários de alta frequência, uma elevação de 131% em comparação ao ano anterior. A quantidade de usuários que recebeu mais de 30 Pix por mês, também teve forte alta: chegou a 33 milhões, um crescimento de 106% em comparação a 2021.

“Desde que o Pix entrou em funcionamento, os volumes significativos de transações e de adesões de clientes à ferramenta comprovam a eficiência e aceitação do meio de pagamento. Com a expansão de novas modalidades previstas na agenda regulatória, avaliamos que as transações tendem a aumentar ainda mais e fazer com que comércios e serviços ampliem a utilização da ferramenta como meio de pagamento”, disse o diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban, Rodrigo Mulinari.

Ao todo, os brasileiros fizeram, no ano passado, 163,3 bilhões de transações bancárias nos vários canais de atendimento disponibilizados pelas instituições financeiras, representando um aumento de 30% ante 2021, a maior taxa de crescimento registrada até hoje.

O canal preferido em 2022 foi o celular (66%), seguido dos pontos de venda no comércio (15%), computador (11%), outros canais (3%), caixas eletrônicos (3%), agências bancárias (2%), WhatsApp (0,03%). Esses números em 2021 foram: celular (55%), pontos de venda no comércio (18%), computador (14%), outros canais (4%), caixas eletrônicos (6%), agências bancárias (3%), e WhatsApp (0,01%).

De acordo com o levantamento, o número de contas-correntes abertas em 2022 foi de 46,2 milhões. Desse total, 63% foram criadas por canais digitais (mobile banking e internet banking). Esse é o segundo ano consecutivo em que o número de contas abertas em canais digitais superou o de contas abertas em canais físicos.

“Os resultados reforçam, mais uma vez, que a cada ano temos mais adesões de brasileiros pelos canais digitais, demonstrando a inovação, segurança, acessibilidade e confiabilidade destes meios nas transações bancárias do dia a dia”, disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

IGP-M cai mais do que o esperado em junho e tem maior deflação da série histórica, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) caiu mais do que o esperado em junho e marcou as taxas de deflação mais acentuadas da série histórica tanto na comparação mensal quando no acumulado do último ano.

O IGP-M registrou queda de 1,93% em junho, após baixa de 1,84% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira (29). Com esse resultado, o índice passou a mostrar baixa de 6,86% em 12 meses, marcando deflações recordes na série iniciada em 1989.

A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de um recuo de 1,70% em junho frente a maio.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, a leitura do IGP-M deste mês foi resultado da queda dos preços dos combustíveis na refinaria, com o diesel cedendo 13,82% e a gasolina caindo 11,69%.

“Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, acrescentou ele.

Desta forma, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 2,73% em junho, ante baixa de 2,72% em maio.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a recuar 0,25% no mês, deixando para trás a alta de 0,48% de maio.

No âmbito do consumidor, as principais contribuições partiram dos preços da gasolina (-3,00%) e dos automóveis novos (-3,76%), explicou Braz.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,85% em junho, ante 0,40% em maio.

A inflação no Brasil tem mostrado sinais de arrefecimento, de acordo com dados recentes, o que elevou a perspectiva de que o Banco Central começará em breve a cortar a taxa de juros Selic, atualmente em 13,75%.

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Contas externas devem ter déficit de US$ 2 bilhões

A projeção do Banco Central (BC) para o saldo das contas externas piorou em 2023. A previsão de déficit para as transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, passou de US$ 32 bilhões para US$ 45 bilhões.

As informações são do Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC.

O aumento do déficit projetado vem, principalmente, da redução do saldo comercial, de R$ 62 bilhões para R$ 54 bilhões, com queda do valor das exportações, de US$ 338 bilhões para US$ 335 bilhões, e aumento do valor das importações de US$ 277 bilhões para US$ 281 bilhões.

“A projeção de valor exportado no ano reflete queda mais acentuada dos preços implícitos do que previamente esperado, acompanhando a trajetória dos preços de commodities nos mercados internacionais. Essa redução em relação a 2022, já prevista no relatório anterior, deve ocorrer em maior intensidade, principalmente no caso de produtos básicos, como soja e petróleo”, explicou o BC.

Por outro lado, haverá aumento no volume de exportações decorrente da safra recorde de grãos esperada para o ano, o que deve compensar apenas parcialmente a revisão negativa dos preços. A projeção incorpora ainda volume exportado maior do que esperado de produtos manufaturados e semimanufaturados.

Para as importações, são esperadas quedas menos acentuadas dos preços e do volume. Segundo o BC, a revisão reflete os dados mais recentes, que mostram ligeira recuperação das importações nas principais categorias.

O déficit esperado da conta de serviços foi mantido em US$ 36 bilhões, abaixo do registrado em 2022 (US$ 40 bilhões). “A perspectiva de redução em relação ao ano anterior reflete menores gastos com transporte, resultante da normalização paulatina nos custos dos modais aéreo e hidroviários, além do menor volume de bens importados. Em sentido contrário, os gastos com viagens devem superar os observados no ano passado, já em patamar mais compatível com o observado antes da pandemia”, diz o relatório.

Dívida pública bruta fica em 73,6% do PIB em maio

A dívida bruta do Brasil subiu para o equivalente a 73,63% do Produto Interno Bruto (PIB) e fechou em mês de maio em R$ R$7,6 trilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central na sexta-feira (30). A elevação foi de 0,7 ponto percentual em relação ao mês de abril deste ano.

Esse cálculo compreende as contas do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais. É o maior nível desde novembro de 2022, quando a dívida era equivalente ao PIB em 74,17%.

Também foram divulgadas as contas do setor público consolidado, formado por governo federal, estados, municípios e empresas estatais. Houve déficit primário de R$ 50,2 bilhões em maio de 2023, enquanto no mesmo mês do ano passado foram R$33,0 bilhões em saldo negativo.

O déficit primário considera que as receitas ficam abaixo das despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública.

Nos doze meses encerrados em maio, houve superávit de R$39,0 bilhões, equivalente a 0,38% do PIB. A Petrobras e os bancos públicos não entram na conta.

Lula vê dificuldade no acordo Mercosul-UE por contrariedade do agro francês

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, dia 24, que a França demonstra contrariedade à assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, negociado há 24 anos. Lula classificou as tratativas como o “principal problema” na relação entre os países. O presidente chegou a dizer que pode não ser possível fechar o acordo, por causa de setores econômicos considerados “essenciais”.

Lula vinculou o “início de contrariedade” à pressão feita sob Emmanuel Macron por parlamentares ligados ao agronegócio. Dias antes da visita oficial de Lula a Paris, a assembleia francesa aprovou por ampla maioria um veto político à assinatura do acordo, passo pendente nas negociações.

“Macron tem dificuldades no Congresso. Se a gente puder conversar com nossos amigos mais à esquerda para ajudar que seja assinado o acordo nós vamos fazer”, disse o presidente, em entrevista coletiva antes de decolar de volta ao Brasil.

Segundo Lula, Macron indicou que não havia tema proibido na conversa, mas o próprio petista considera difícil haver uma inflexão. Lula defendeu um comércio mais livre quanto possível, exceto o que os países considerem “essencial”.

O petista queixou-se de protecionismo contra países em desenvolvimento, mas tem batido o pé e negado a abertura do mercado brasileiro de aquisições públicas para fornecedores estrangeiros.

“Acho normal que a França tente defender sua agricultura, pode ser um ponto de mais dificuldade de inflexão. Mas é normal que eles compreendam que o Brasil não pode abrir mão das suas compras governamentais, porque se eu destacar para eles as compras governamentais a possibilidade de fortalecer a indústria normal chega a zero”, retrucou Lula.

“Da mesma forma que ele tem que resguardar os interesses agrícolas dele, nós temos que resguardar os interesses de nossas pequenas e médias empresas com a não aceitação das compras governamentais.”

Lula disse que tanto o Mercosul quanto a União Europeia precisa da formalização do acordo e que acredita num acerto.

“O fato de ter dois pontos nervosos e essenciais para os dois lados, ora a gente pode não fazer acordo com eles, mas vamos melhorar outras coisas. Eu acredito muito na capacidade de negociação”, disse o presidente.

“A União Europeia não pode ser a fatia de mortadela entre a nova guerra fria, entre Estados Unidos e China.”

Lula conversou em privado sobre o assunto com o presidente francês, durante almoço no Palácio do Eliseu. Antes, disse que tinha interesse em fechar o acordo, mas que considerava uma “ameaça” a carta adicional com exigências ambientais apresentadas pelos europeus.

Moraes libera julgamento sobre contribuição assistencial a sindicatos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes devolveu para julgamento o processo que discute se todos os empregados, sindicalizados ou não, são obrigados a pagar contribuição assistencial prevista em acordo coletivo. Ele havia pedido vista em abril. A análise deve ser retomada no plenário físico e cabe à presidente da Corte, Rosa Weber, pautar a data.

Os ministros julgam recurso de entidades sindicais contra decisão da Corte de 2017. Na época, os ministros entenderam que a obrigação abrange apenas funcionários filiados ao sindicato da categoria. Agora, o Supremo caminha para rever a decisão anterior.

Com as mudanças impostas pela reforma trabalhista, que acabou com o imposto sindical, o ministro Gilmar Mendes, relator da ação, decidiu mudar seu voto. Agora, ele incorporou o voto do ministro Luís Roberto Barroso para reconhecer a constitucionalidade da cobrança da contribuição assistencial a trabalhadores não sindicalizados, desde que lhes seja garantido o direito de oposição.

Até a suspensão do julgamento, que começou no plenário virtual, faltava um voto para o retorno da taxa. No plenário virtual do STF, há seis votos acompanhando o relator, Gilmar Mendes. Mas um dos votos é o do ministro Marco Aurélio, que havia seguido Gilmar quando ele votou pela rejeição da ação.

Negociações na reforma tributária buscam equilíbrio e não concessões, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os impactos da reforma tributária estão muito diluídos, afirmando ainda que não há debate sobre haver concessões no texto da proposta, mas sim uma busca por equilíbrio.

“Os impactos da reforma tributária são muito diluídos no tempo, isso é uma virtude da reforma tributária”, disse Haddad a jornalistas em Brasília.

“Então, você diluindo no tempo, ninguém está pensando no próprio umbigo, está todo mundo pensando no que é melhor para o país. Então não se pode falar concessão, tem que se falar em busca de equilíbrio”, acrescentou ele, em meio a preocupações sobre possível resistência de Estados e municípios à reformulação do sistema de impostos.

A versão inicial do parecer do relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), inclui como regra geral uma alíquota única para o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), bem como uma alíquota reduzida em 50% para contemplar produtos e serviços específicos. A previsão de transição dos tributos antigos para os novos é de um período de 8 anos.

Pacheco diz a Fernández que Congresso vai ajudar a Argentina em negociações com governo Lula

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o Congresso Nacional vai ajudar a Argentina nas negociações com o governo brasileiro para liberar ajuda financeira ao país vizinho, que enfrenta uma grave crise econômica.

A fala veio depois de Pacheco receber no Senado o presidente da Argentina, Alberto Fernández, que, mais cedo, se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. Os líderes dos dois países vêm articulando formas de o Brasil ajudar a economia da Argentina.

Em entrevista coletiva após o encontro, o presidente do Senado disse que prometeu a Fernández colaborar com as ações desenvolvidas pelo Poder Executivo para destravar ajuda financeira à Argentina.

“Eu me comprometi com o presidente Alberto Fernández de buscar, junto ao presidente Lula, uma audiência específica para compreendermos o que é o papel do Congresso nessas ações. E o nosso espírito é de fato de colaboração, de reconhecimento da importância da Argentina, dessa nossa relação bilateral”, afirmou.

“Os argentinos, todos sabemos, enfrentam dificuldades hoje na economia e, por ser um grande parceiro comercial do Brasil, é natural que entendamos que o problema da Argentina também é um problema que gera reflexos no Brasil. É muito importante que tenhamos também, a partir de algum problema havido com algum membro, seja do Mercosul, seja de algum país membro dessa integração da América do Sul, que possamos identificar as formas de contribuição e de auxílios”, completou Pacheco.

BNDES vai anunciar US$ 750 milhões em captação externa, afirma Mercadante

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o banco vai anunciar na quarta-feira US$ 750 milhões em captação externa.

Em coletiva de imprensa, o ex-ministro da Casa Civil falou em retomar os financiamentos internacionais do banco, o que não pressiona o Tesouro, e revelou negociações com BID, JICA, KFW e banco dos Brics nesse sentido.

“Isso não pressiona o Tesouro, não pressiona o superávit primário, não precisa de recursos para equalizar. Agricultura exporta US$ 160 bilhões, uma parte grande da agricultura tem recebíveis em dólar. Quando recebe em dólar, está protegido em uma linha indexada ao dólar”, disse o presidente do BNDES em coletiva de imprensa após a cerimônia de lançamento do Plano Safra.

Mercadante anunciou que vai viajar à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, de olho nos fundos soberanos para trazer mais financiamento ao País. Entre os recursos buscados, R$ 43 bilhões para infraestrutura, com parte disso para logística em parcerias público-privadas.

Aguinaldo diz que Tarcísio deve fazer sugestão e vê caminho para consenso federativo na reforma

O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse nesta quarta-feira que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve apresentar uma proposta para “aperfeiçoar” o que está sendo discutido e caminhar para um consenso federativo.

Em entrevista à GloboNews, o relator afirmou que conversou com Tarcísio, que está em viagem a Portugal, e disse que as preocupações do governador com o Conselho Federativo, previsto na proposta da reforma tributária e que centralizaria a arrecadação do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), “são legítimas”.

Durante um evento em Lisboa, o governador de São Paulo defendeu rever pontos da proposta de reforma tributária e disse ser natural que o texto apresentado na semana passada pelo deputado seja alvo de sugestões de alterações.

“Eu conversei com ele (Tarcísio) por telefone, e ele estará me apresentando ainda essa semana, como ele próprio me colocou, uma proposta do que ele acha que contribui para que a gente possa aperfeiçoar o que está sendo discutido e para que, com essa proposta, nós possamos caminhar para um consenso federativo e aprovar a reforma tributária”, disse Aguinaldo.

O relator disse que, apesar das críticas de Tarcísio, conta muito o fato de o governador do Estado mais populoso do Brasil se posicionar a favor de uma reforma tributária.

Aguinaldo reforçou indicações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que a PEC da reforma tributária será votada na semana que vem.

Lira veta mudança no Simples pedida por governadores

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vetou o pedido dos governadores de assumirem a administração do Simples Nacional e disse a eles que tentativas de mexer no regime especial de tributação podem ameaçar a viabilidade da reforma tributária.

O recado foi dado diretamente aos líderes estaduais em reunião a portas fechadas na última quinta-feira. Naquele mesmo dia, à noite, o relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), admitiria que não havia espaço para avançar nessa frente.

“É o mesmo que dar um tiro na testa da reforma. Esqueçam isso, não tem nem possibilidade de a gente tratar desse assunto porque é um tema muito sensível”, disse Lira, aos governadores. “Essa inovação a gente já descarta por aqui.”

Na semana passada, secretários estaduais de Fazenda haviam deliberado, por maioria, que a administração do Simples deveria ficar a cargo do conselho federativo a ser criado pela reforma, e que gerenciará o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), novo imposto que unificará o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).

Dada a relevância do Simples, são quase 22 milhões de empresas no regime, e, em alguns Estados, elas representam quase a totalidade dos CNPJs, os secretários dizem que é preciso dar uma “gestão mais técnica” ao modelo, assumindo, inclusive, a responsabilidade de definir os limites de enquadramento.

Hoje, os tetos são atualizados pelo Congresso e, por isso, calibrados ao sabor da política. O último reajuste ocorreu em 2018, quando o limite subiu de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões de receita bruta por ano. Mas há um projeto de lei que propõe dobrar esse valor.

AGU determina estudo de medidas jurídicas contra deputado Gustavo Gayer após fala racista

O advogado-geral da União, Jorge Messias, determinou à Procuradoria-geral da União (PGU) o estudo de medidas jurídicas cabíveis contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por declarações consideradas racistas sobre a capacidade cognitiva de africanos.

Messias esteve em reunião com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Para ambos, as declarações são inadmissíveis em um contexto democrático que exige respeito pleno a todos os cidadãos e compromisso inequívoco da sociedade, principalmente dos agentes políticos, com mandamento constitucional da igualdade racial no país.

Ambos ainda afirmam que as falas de Gayer podem configurar o crime de racismo.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que Gayer fez “ofensas discriminatórias a brasileiros e africanos, bem como a autoridades da República” e enviou o vídeo ao Ministério da Justiça, à Polícia Federal (PF), à Câmara dos Deputados e à Procuradoria-geral da República (PGR).

Almeida pontuou que “a imunidade parlamentar não é escudo para quem pratica crimes”.

Em trecho da entrevista ao podcast “3 Irmãos”, o parlamentar afirmou que “o Brasil está emburrecido” e que democracias não prosperam na África por conta da “capacidade cognitiva” da população.

“Não tem como [a democracia dar certo no Brasil]. Você pega e dá título de eleitor para um monte de gente emburrecida”, disse o parlamentar.

Em seguida, o apresentador Rodrigo Barbosa Arantes declarou: “Você sabia que tem macaco com o QI de 90?”

O deputado disse que “viu isso aí também”. “72 na África, o QI. Não dá para a gente esperar alguma coisa da nossa população”, continua o apresentador.

Procurado pela CNN para saber se havia um posicionamento sobre a repercussão de suas falas, o deputado não mandou resposta sobre o assunto.

Lula indica Marina Palma Copola para diretoria da CVM

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou o nome de Marina Palma Copola de Carvalho para exercer o cargo de diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em mensagem, publicada no Diário Oficial da União, o presidente encaminha a indicação para apreciação do Senado Federal, que deve aprovar o nome, primeiro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e depois no plenário.

Marina Copola está sendo indicada para a vaga decorrente da renúncia de Alexandre Costa Rangel, que teria ainda mandato até dezembro de 2024.

“Esquerda quer permanecer em 2026 sem concorrente”, diz Bolsonaro sobre julgamento do TSE

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que considera o julgamento que enfrenta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um processo político, no qual a esquerda estaria buscando disputar a eleição de 2026 “sem concorrente” para reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “por aclamação”.

“A esquerda quer permanecer em 2026 sem concorrente, WO aparentemente”, disse Bolsonaro antes de o TSE iniciar o terceiro dia do julgamento, ao acrescentar que, “sem concorrente à altura, seria eleger o Lula por aclamação”.

O ex-presidente destacou que quer disputar as eleições em 2026. As declarações de Bolsonaro, que disse que não vai acompanhar a sessão desta quinta do julgamento, ocorreram pouco antes de ele embarcar de Brasília em um voo para o Rio de Janeiro.

A fala ocorreu horas antes de o TSE retomar julgamento que pode retirar o direito dele de concorrer a cargos eletivos até 2030, em ação apresentada pelo PDT que alega abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por Bolsonaro por ter promovido, quando presidia o país em julho passado, uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar o sistema eletrônico de votação.

O ex-presidente repetiu que não cometeu qualquer tipo de crime ao promover a reunião e pediu novamente que haja um julgamento justo do tribunal eleitoral. Disse esperar que o ministro Nunes Marques, indicado por ele para o Supremo Tribunal Federal (STF) e que integra o TSE, julgue de forma isenta.

“Tenho certeza que ele vai ser isento e fará o que for possível para dizer que não cometi nenhum crime na reunião com embaixadores”, afirmou. “É uma injustiça comigo, me aponte algo concreto que fiz contra a democracia, joguei dentro das quatro linhas.”

Associação de supermercados declara “surpresa” com ausência de isenção a alimentos básicos na reforma tributária

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) afirmou ter se surpreendido com a ausência de isenção tributária a alimentos da cesta básica no parecer preliminar da reforma tributária apresentado na véspera pelo relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O relatório estabelece como regra geral uma alíquota única para o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), mas também prevê alíquota reduzida em 50% para produtos e serviços específicos, incluindo alimentos.

“A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) recebeu com surpresa o texto da proposta de reforma …que não incluiu a isenção de tributos para alimentos básicos”, disse a entidade em nota, acrescentando que o tema constitui “necessidade de primeira ordem” que requer um aprofundamento dos debates.

“A reforma em discussão no Congresso não pode prejudicar justamente os consumidores que mais serão impactados em caso de aumento da tributação de itens da cesta básica”, acrescentou a associação.

Entre os itens com direito a alíquota reduzida estão serviços de transporte público coletivo; medicamentos; produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura; além de insumos agropecuários, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoal, entre outros.

O texto de Aguinaldo também estabelece isenção de tributação para alguns medicamentos, como os voltados para o tratamento do câncer.

Haverá, ainda a redução de 100% da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), novo tributo que unificará o PIS e a Cofins, no caso dos serviços de educação de ensino superior.

Fonte com conhecimento do texto argumentou, no entanto, que lista de produtos alimentícios isentos popularmente conhecida como “cesta básica” conta atualmente com alíquota zero de Pis/Cofins, mas é tributada de outras formas pela legislação vigente. Muitos dos alimentos acabam tendo a incidência de tributos na cadeia, embutidos no preço final.

CNI: indústria da construção está empregando mais no país

A indústria da construção civil aumentou sua capacidade operacional e está empregando mais no Brasil. Dados são da pesquisa Sondagem da Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o levantamento, o índice de evolução do nível de número de empregados da construção ficou em 50,7 pontos em maio de 2023. O resultado é melhor do que o registrado em maio de 2022 (48,9 pontos) e em abril de 2023 (50 pontos).

“A alta chama mais atenção por estar acima da média histórica para o período. Maio é um mês de queda no emprego, com média de 45,1 pontos”, informou a CNI. Segundo a entidade, dados acima da linha divisória de 50 pontos indicam crescimento do emprego; e abaixo sugerem queda.

O boletim avaliou o índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção e a utilização da capacidade operacional, que apresentou o melhor resultado para maio desde 2014.

No primeiro caso, foi observado aumento de 0,1 ponto na comparação entre abril e maio de 2023, passando de 49,7 para 49,8 pontos, variação que, do ponto de vista da CNI, representa “estabilidade”, por estar muito próximo da linha de 50 pontos. Em maio de 2022 este índice estava em 49,5 pontos.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, destaca que o resultado obtido em maio “é maior que a média histórica para o mês”, que é de 46,3 pontos. “Isso significa que a quase estabilidade da atividade em maio de 2023 é exceção, pois usualmente temos queda da atividade na passagem de abril para maio”, explicou.

Já a Utilização da Capacidade Operacional aumentou 1 ponto percentual entre abril e maio de 2023, encerrando o mês em 67%. “Além de positivo, esse resultado é maior que a média da UCO para meses de maio (62%). Adicionalmente, é o maior valor de UCO para o mês de maio desde 2014, quando a capacidade operacional foi 70%”, avalia a CNI.

Melhora de cenário deve levar empresas a captar até R$ 40 bilhões

Empresas brasileiras estão aproveitando a melhora no mercado de capitais, no Brasil e no exterior, para começar captações que devem chegar a um total de R$ 40 bilhões por meio de ofertas de ações na Bolsa de Valores (B3 (BVMF:B3SA3)) e emissões de títulos de dívida no mercado local e externo. A maior parte desses recursos está sendo usada pelas companhias para pagar dívidas, mas empresas como Suzano, CSN, Localiza e Direcional planejam levantar dinheiro para investimentos e planos de expansão.

Ontem, a Petrobras emitiu US$ 1,25 bilhão (R$ 5,95 bilhões) em bonds de 10 anos, pagando ao investidor taxa de 6,625%. A operação sucede a da Cosan, que captou US$ 550 milhões em bonds de 7 anos. As empresas brasileiras ficaram vários meses sem acessar recursos no exterior por causa de fatores externos e internos.

A reabertura da janela no mercado de capitais acelerou uma agenda de operações que era esperada para o segundo semestre. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve resolveu pausar as altas de juros e, no setor financeiro, as quebras de bancos americanos ou europeus, que assustaram investidores, pararam de acontecer.

No mercado doméstico, a surpresa com a mudança de perspectiva da classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P), a inflação cedendo, a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara e a expectativa de queda dos juros – que fazem as taxas futuras caírem – estão entre os fatores que estimularam a melhora do mercado, que patinou nos primeiros meses de 2023, abalado pelo escândalo da Americanas.

Esta semana, devem ser fechadas três ofertas de ações (follow-on), da Localiza, Vamos e Direcional. Só a primeira, pode captar R$ 4,5 bilhões. Na semana passada, duas ofertas tiveram excesso de demanda, a da CVC (BVMF:CVCB3) e a da Oncoclínicas. As duas empresas usaram parte dos recursos para pagar dívidas. Nas debêntures, a Cemig, estatal mineira de energia elétrica, captou R$ 2 bilhões, a Iguá, do setor de saneamento, está captando R$ 3,8 bilhões e a Suzano planeja levantar R$ 1,5 bilhão.

MDIC: menos de 1% das empresas brasileiras exportam; destinos sem acordos comerciais crescem

Menos de 1% das empresas brasileiras, cerca de 25 mil, exportam seus produtos, aponta estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) sobre o perfil das firmas exportadoras. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Apesar de os níveis serem semelhantes a outros países da América Latina, para o MDIC, os dados divulgados reforçam o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, objetivo que depende, dentre outros fatores, da assinatura de mais acordos comerciais.

O grande destaque dos últimos anos nessa seara são as tratativas entre o Mercosul e a União Europeia. Como já mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo brasileiro acredita que pode haver uma definição sobre o acordo até o fim do ano, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dirigido recentemente críticas às exigências do bloco europeu.

“É, sim, importante concluir mais acordos comerciais para reduzir a tarifa que as empresas enfrentam ao acessar mercados externos”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, ao comentar os dados.

Para a pasta, o potencial dos acordos é reforçado por um cenário revelado pela pesquisa. Apesar de a exportação aos países que compõem o Mercosul ainda ser muito relevante, em 2020, 41% (10.208) das exportadoras do Brasil enviaram seus produtos a países membros do bloco, cresceu 34% o número de firmas que venderam exclusivamente para países não-signatários, de 2018 a 2020.

“É um porcentual quase sete vezes maior do que aquele referente ao grupo das que exportam apenas para os signatários de tais instrumentos”, aponta o estudo, segundo o qual cerca de 30% das firmas exportaram para Estados Unidos, União Europeia ou Ásia em 2020. “Tomadas conjuntamente, o número de empresas que exportaram para essas três regiões foi de 60,3%, sendo, portanto, muito próximo ao daqueles que exportaram para a AL (61%)”, destaca.

Na avaliação de Tatiana Prazeres, o que explica a relevância crescente desses países é a atratividade de exportação para grandes mercados, mesmo que, pela ausência de acordos comerciais, as tarifas impostas às empresas brasileiras sejam altas. Diante dessa tendência, o MDIC reforçou a conclusão de que novos tratados poderiam abrir fronteiras para quem vende ou quer vender produtos para fora.

Confiança da indústria do Brasil sobe em junho com redução do pessimismo, diz FGV

A confiança da indústria do Brasil teve recuperação parcial em junho, informou na quarta-feira (28) a Fundação Getulio Vargas (FGV), com redução no pessimismo dos empresários, mesmo diante da manutenção de um ambiente desafiador.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da FGV IBRE subiu 1,1 ponto neste mês, para 94,0 pontos, depois de em maio ter perdido 1,6 ponto.

“O resultado de junho da sondagem mostra redução do pessimismo por parte dos empresários”, disse em nota Stéfano Pacini, economista da FGV IBRE.

“A melhora nos índices foi influenciada não apenas pela ligeira melhora da situação atual, mas também pelas perspectivas menos negativas em relação aos próximos meses.”

Em junho, o Índice da Situação Atual (ISA), que mede a percepção sobre o momento presente do setor industrial, avançou 0,6 ponto, a 92,4 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE), indicador do sentimento em relação aos próximos meses, ganhou 1,6 ponto, para 95,6 pontos.

No entanto, “o atual cenário desafiador para a indústria, com taxa de juros elevada e aumento do endividamento, ainda cria um ambiente de incerteza nos empresários em relação a um segundo semestre difícil, porém com alguma melhora na demanda”, disse Pacini.

A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tende a esfriar a atividade econômica, mas o Banco Central sugeriu na ata de sua última reunião de política monetária que pode iniciar um ciclo de afrouxamento já em agosto.

Receita líquida do setor de máquinas recua 15,6% em maio ante mesmo mês de 2022, diz Abimaq

A indústria de máquinas e equipamentos registrou um recuo de 15,6% na receita líquida total de maio em comparação com mesmo período no ano passado, a 24,91 bilhões de reais, segundo dados divulgados pela associação do setor, Abimaq. Ante abril, porém, houve expansão de 10,6%.

Na comparação ano a ano, as vendas no mercado doméstico encolheram 23,2%, enquanto as exportações cresceram 16,1%, considerando a medida em reais. Frente a abril, houve aumento tanto nas vendas internas (+4,1%) quando nas vendas ao exterior (+33,6%).

O consumo aparente de máquinas e equipamentos em maio foi 10,7% menor do que um ano antes, informou a entidade, enquanto o nível de utilização de capacidade instalada atingiu 75%.

De acordo com a Abimaq, o período foi marcado pela queda na aquisição de bens produzidos localmente, enquanto os bens importados registraram crescimento de 2%, considerando dados medidos em reais e deflacionados.

“Vemos um quadro de piora no desempenho, principalmente no mercado doméstico, neste início de ano medido até maio”, disse a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella.

Os investimentos na área de infraestrutura, mineração e celulose contribuíram para uma melhor performance no mercado doméstico e na aquisição de componentes para reposição e produção de outros equipamentos, disse ela.

“Todas as variáveis que são mapeadas pela nossa pesquisa registraram crescimento na produção direcionada para o mercado doméstico e de exportação, mas também de máquinas e equipamentos”, afirmou.

A carteira de pedidos da indústria brasileira de máquinas e equipamentos alcançou 10,7 semanas de atividade, uma redução de 6,7% ante o resultado de maio de 2022 e abaixo da média de 2022, equivalente a 11,4 semanas. O número de pessoas ocupadas no setor ficou estável em maio ano a ano, em 393.286 trabalhadores.

No mês passado, as importações atingiram 2,6 bilhões de dólares, aumento de 4,8% na base anual e de 27% ante abril. Entre as principais origens dos bens importados estão China, com participação de 24,2%, seguida pelos Estados Unidos, com 20,2%, e Alemanha, com 12,8%.

Juros do cartão de crédito sobem para 455,1% em maio, maior taxa em mais de seis anos, diz Banco Central

Os juros cobrados pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiram para 455,1% em maio, contra 447,7% em abril, informou o Banco Central (BC) em suas Estatísticas monetárias e de crédito.

Há um ano, esta taxa estava em 368,8%, uma diferença de 86,3 pontos porcentuais. A taxa de maio é a maior em mais de seis anos, desde março de 2017, quando atingiu 490% ao ano.

Este tipo de juro, o mais caro do mercado financeiro, em geral, é utilizado pelos usuários de cartão de crédito que não conseguem pagar a fatura por completo e optam por fazer o pagamento mínimo, o que gera juros sobre juros. O ministro Fernando Haddad vem se reunindo com banqueiros para buscar uma alternativa para a redução dos juros do rotativo.

A taxa média de juros cobrada nas operações de crédito para pessoas físicas chegou a 59,9% ao ano em maio, alta de 0,3 ponto ante a abril e de 9,5 pontos na comparação com maio de 2022. Destaque para o crédito pessoal, com taxa média de 24,8%, e o cheque especial, com 130,7% ao ano. No consignado, a taxa média foi de 25,8% em maio e de 28,1% para a compra de veículos.

Já nas operações para o segmento empresarial, o custo médio do crédito livre, que não inclui as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi de 23,8% ao ano em maio, mantendo-se estável no mês e crescendo 1,9 ponto em 12 meses.

Nas operações totais de crédito com recursos livres, a taxa de juros alcançou 45,4% em maio, alta de 0,3 ponto no mês e de 7,4 pontos em 12 meses.

Indústria gerou 407,7 mil empregos e abriu 22,3 mil empresas em 2021, mostra IBGE

A indústria brasileira mostrou recuperação no emprego e no número de unidades produtivas no segundo ano de pandemia, segundo dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa e Produto de 2021, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, o país tinha 325,8 mil unidades industriais com pelo menos uma pessoa ocupada, alta de 7,3% em relação a 2020, o equivalente a uma abertura de 22,3 mil empresas em apenas um ano.

O resultado permanece abaixo do pico visto em 2013, quando o país tinha 335 mil indústrias, mas interrompe uma sequência de sete anos com fechamento de empresas industriais.

Houve melhora também no emprego: na passagem de 2020 para 2021, a indústria criou 407,7 mil vagas, sendo 11,6 mil delas nas indústrias extrativas e outras 396,1 mil nas indústrias de transformação.

Os setores com maior aumento no número de contratações foram extração de petróleo e gás natural (27,5%), atividades de apoio à extração de minerais (14,9%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (11,9%).

O emprego industrial encerrou 2021 com 446,4 mil vagas a mais do que 2019, no pré-pandemia. No entanto, o resultado ainda não superou os anos anteriores de enxugamento de postos de trabalho.

No ano de 2021, a indústria brasileira ocupava 8,1 milhões de pessoas, com remuneração total de R$ 352,1 bilhões em salários. Foram gerados R$ 2,2 trilhões em valor de transformação industrial, 85,8% deles provenientes das indústrias de transformação. O salário médio pago pela indústria aos trabalhadores subiu de 3,0 salários mínimos em 2020 para 3,1 salários mínimos em 2021. O salário médio nas indústrias extrativas aumentou de 4,7 salários mínimos para 5,1 salários mínimos no período, enquanto o das indústrias de transformação passou de 2,9 para 3,0.

SELIC

A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) trouxe uma mudança significativa de tom em relação ao comunicado da semana passada, avalia o Itaú Unibanco.

Em relatório divulgado na terça-feira (27), assinado por Mario Mesquita (economista-chefe), o banco passou a projetar um corte da Selic já no encontro de agosto contra expectativa anterior de relaxamento do aperto monetário apenas em setembro.

“Apesar das ressalvas mais duras, considerando que a maioria prevalece e a mensagem explícita no referido parágrafo, mudamos nosso cenário para o restante do ano, de três cortes a partir de setembro (levando a taxa básica para 12,5% a.a. no final do ano), para quatro cortes”, diz o Itaú.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,00%, ante 12,25% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado em reajustes de aluguéis, caiu 1,93% em junho, após queda de 1,84% no mês anterior. Com este resultado, o índice registrou queda de 4,46% no ano e de 6,86% em 12 meses. Em junho de 2022, o índice subiu 0,59% e acumulava alta de 10,70% em 12 meses. A informação foi divulgada na quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), a projeção para o IGP-M ficou em -2,50%, ante -1,86% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,04% em junho, informou na terça-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice continuou em desaceleração na comparação com o mês anterior, quando ficou em 0,51% para maio. Em junho de 2022, o IPCA-15 foi de 0,69%.

Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 3,40% na janela de 12 meses.

O resultado veio levemente acima das expectativas de mercado. A mediana de 29 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo jornal “Valor Econômico” estimava alta de 0,02% em junho. Pesquisa da Reuters com economistas esperava queda de 0,01%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,98%, ante 5,06% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Banco Central revisou na quinta-feira (29) a estimativa de crescimento econômico de 1,2% para 2% até o fim de 2023. A projeção saiu no Relatório de Inflação, divulgado na manhã.

“A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 1,2%, no Relatório de Inflação anterior, para 2,0% neste Relatório, em razão da surpresa positiva no primeiro trimestre”, diz o BC. A atividade econômica apresentou crescimento 1,9%, superando amplamente as expectativas. O resultado foi impulsionado, sobretudo, pelo desempenho do setor agropecuário.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), a projeção para o PIB ficou em 2,19%, ante 2,18% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (26), o Ibovespa fechou em queda, ainda refletindo movimentos de correção principalmente em papéis cíclicos domésticos, enquanto Petrobras ofereceu contrapeso, valorizando-se cerca de 2%. O índice Ibovespa teve queda de 0,62%, a 118.242,95 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,6 bilhões.

Na terça-feira (27), o Ibovespa fechou em queda, em mais uma sessão de correção na bolsa paulista, mesmo após o Banco Central sinalizar claramente a possibilidade de começar o ciclo de flexibilização monetária em agosto. O índice Ibovespa teve queda de 0,61%, a 117.522,87 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,3 bilhões.

Na quarta-feira (28), o Ibovespa fechou em queda, com o declínio das ações da Vale prevalecendo sobre o avanço dos papéis da Petrobras, assim como também pesou o recuo de bancos em meio a dados mostrando desaceleração no crédito e aumento da inadimplência no país. O índice Ibovespa teve queda de 0,72%, a 116.681,32 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,6 bilhões.

Na quinta-feira (29), o Ibovespa fechou em alta, em sessão de recuperação após ajustes recentes, com GPA capitaneando os ganhos com folga após receber proposta por sua participação no grupo varejista colombiano Éxito. O índice Ibovespa teve alta de 1,46 %, a 118.382,65 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,3 bilhões.

Na sexta-feira (30), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,75%, a 119.275,68 pontos. Caminhando para o melhor desempenho mensal desde o final de 2020, ajudado por fluxo de capital externo para as ações brasileiras em meio a perspectivas de o Banco Central começar a cortar os juros no segundo semestre. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,25%, a 118.087,00 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,7 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (30), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,39%, cotado a R$ 4,8283 na venda. Com investidores digerindo a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) da véspera e dados de inflação dos Estados Unidos, com a moeda caminhando para fortes perdas mensais e trimestrais.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (30) cotado a R$ 4,7896, em meio ao sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior e à repercussão positiva da decisão de ontem do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% para 2024, 2025 e 2026.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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03/07/2023