Cenário Econômico Nacional – 31/07/2023

Cenário Econômico Nacional – 31/07/2023

Cenário Econômico Nacional – 31/07/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Inadimplência cai pela primeira vez em 2023, aponta Serasa

No mês de junho, o número de pessoas inadimplentes no Brasil teve a primeira queda em 2023, aponta o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa. Foram registrados 71,45 milhões de negativados, uma redução de 450 mil pessoas em relação ao mês anterior. Esse volume representa uma queda de 0,63%.

A última vez que o indicador havia registrado decréscimo foi em dezembro de 2022. Na comparação com junho do ano passado, quando os inadimplentes somavam 66,82 milhões, houve alta. O número de negativados representa 43,78% da população adulta do Brasil.

A faixa etária que mais tem pessoas com nome restrito é a de idade entre 41 e 60 anos, que representa 34,8% dos negativados. Em seguida, está a faixa de 26 a 40 anos, que corresponde a 34,7% do total de inadimplentes. A faixa etária acima de 60 anos representa 18,1%.

Também houve queda no volume total de dívidas, passando de 264,5 milhões, em maio, para 262,8 milhões, em junho, uma redução de 0,62%. O valor total das dívidas, por outro lado, teve alta de 0,15%, chegando a 346,3 bilhões. O valor médio das dívidas por pessoa ficou em R$ 4.846,15, acréscimo de 0,78%.

Por unidade federativa, o Rio de Janeiro é a que apresenta o maior percentual de inadimplentes (52,8%). Na sequência aparecem Amapá (52,72%), Amazonas (52,20%), Distrito Federal (52,05%) e Mato Grosso (50,33%). O estado com menos pessoas nessa condição é o Piauí (36,18%).

De acordo com o Serasa, a primeira semana do Programa Desenrola Brasil, do governo federal, teve impacto nas negociações de dívidas. Quase 900 mil dívidas foram negociadas somente pelos canais da Serasa até essa sexta-feira (21) e a procura foi 80% maior do que a média de acordos habituais da plataforma.

A Serasa é parceira de bancos integrantes do programa. Esses números retratam todos os acordos realizados na plataforma Serasa Limpa Nome, o que não apenas as dívidas do âmbito do Programa Desenrola Brasil.

Dívida Pública sobe 2,95% em junho e aproxima-se de R$ 6,2 trilhões

O baixo volume de vencimento de títulos fez a Dívida Pública Federal (DPF) subir em junho. Segundo números divulgados pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 6,014 trilhões em maio para R$ 6,191 trilhões em junho, alta de 2,95%. Em maio, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 6 trilhões. O Tesouro prevê que a DPF subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

vencimento de títulos fez a Dívida Pública Federal (DPF) subir em junho. Segundo números divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 6,014 trilhões em maio para R$ 6,191 trilhões em junho, alta de 2,95%.

Em maio, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 6 trilhões. O Tesouro prevê que a DPF subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 3,3%, passando de R$ 5,767 trilhões em maio para R$ 5,957 trilhões em junho. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 145,326 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados. A dívida interna também subiu por causa da apropriação de R$ 44,93 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 151,145 bilhões em títulos da DPMFi. Com o baixo volume de vencimentos em junho, os resgates somaram R$ 5,818 bilhões. A diferença entre as emissões e os resgates foi a maior desde dezembro de 2020, quando o mercado financeiro começava a se recuperar da fase mais aguda da pandemia da Covid-19.

No mercado externo, a forte queda do dólar em junho reduziu o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 1,8%, passando de R$ 246,78 bilhões em maio para R$ 234,04 bilhões em junho. O principal fator foi a queda de 5,43% da moeda norte-americana no mês passado.

Analistas reduzem projeções para inflação e dólar e seguem vendo corte de 0,25 p.p. na Selic em agosto

Analistas consultados pelo Banco Central reduziram suas expectativas para a inflação de 2023 a 2025 e passaram a ver o dólar abaixo de 5 reais este ano, mas mantiveram a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima semana.

De acordo com a pesquisa Focus divulgada na terça-feira (25), a projeção para a alta do IPCA caiu a 4,90%, 3,90% e 3,50%, respectivamente, em 2023, 2024 e 2025, de 4,95%, 3,92% e 3,55% antes. Para 2026 a projeção para a inflação permaneceu em 3,50%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou ainda que os analistas seguem vendo redução da taxa básica de juros na reunião da semana que vem do BC dos atuais 13,75% para 13,50%. Eles também mantiveram o cenário de que a Selic terminará este ano a 12,0% e o próximo a 9,50%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que o dólar passou a ser estimado em 4,97 reais ao final de 2023, contra 5,0 reais na semana anterior. Para 2024 a moeda norte-americana segue sendo calculada em 5,05 reais.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento permaneceram em 2,24% e 1,30% para este ano e o próximo.

Crédito deve crescer 7,7% neste ano, prevê Banco Central

O Banco Central (BC) prevê que o volume de crédito bancário crescerá 7,7% em 2023. A projeção teve uma ligeira alta diante da previsão anterior de 7,6%, divulgada em março deste ano, e continua indicando um processo de desaceleração do crédito, “compatível com o ciclo de aperto monetário” de alta na taxa Selic, os juros básicos da economia.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantém a taxa Selic em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado, o maior nível desde janeiro de 2017, apesar da queda da inflação e das pressões de parte do governo para redução dos juros básicos.

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, evitando a demanda aquecida. Os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia.

A nova estimativa incorpora os novos dados do mercado de crédito e a revisão do cenário macroeconômico futuro. As informações são do Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC, divulgado nesta quinta-feira (29).

“Os dados do mercado de crédito divulgados desde o relatório anterior mostram evolução do saldo dos empréstimos às famílias acima do esperado, principalmente no segmento direcionado, enquanto os financiamentos às empresas recuaram de forma mais intensa, destacando-se o segmento livre”, informou o órgão.

IPCA-15 cai 0,07% em julho, diz IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, caiu 0,07 por cento em julho, sobre alta de 0,04 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (25). Pesquisa da Reuters com economistas estimava queda de 0,01 por cento para o período.

FMI passa a ver crescimento de mais de 2% do Brasil em 2023

O Fundo Monetário Internacional melhorou com força sua estimativa para o crescimento da economia do Brasil neste ano depois do forte desempenho no primeiro trimestre, mas rebaixou a perspectiva para 2024 em relatório divulgado.

Na atualização de seu relatório Perspectiva Econômica Global, o FMI passou a ver uma expansão do Produto Interno Bruto do Brasil de 2,1% em 2023, um aumento de 1,2 ponto percentual em relação à estimativa de abril. No entanto, para 2024 a projeção do FMI foi reduzida em 0,3 ponto percentual, para 1,2%.

Segundo o FMI, a revisão para cima na estimativa deste ano se deve “ao aumento na produção agrícola no primeiro trimestre de 2023, com repercussões positivas na atividade em serviços”.

A economia brasileira superou as expectativas no primeiro trimestre com uma taxa de crescimento de 1,9%, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas. Mas a política monetária restritiva ainda deve pesar com mais intensidade sobre a atividade à frente, contendo a expansão.

Após esse resultado do PIB as projeções do FMI feitas em abril foram criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse desejar provar que o Fundo estava errado sobre sua perspectiva para o crescimento do país.

Mas mesmo com a revisão, a estimativa do FMI para 2023 ainda é um pouco mais pessimista do que a do Ministério da Fazenda, que este mês passou a calcular um crescimento de 2,5% para o PIB deste ano, contra previsão de 1,9% feita em maio. Para 2024, a pasta apresentou estimativa de alta de 2,3%, a mesma de maio.

Fitch vê desempenho econômico e fiscal melhor do que o esperado e eleva rating do Brasil

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito soberano do Brasil a “BB”, contra “BB-” antes, com perspectiva estável, e atribuiu a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado.

“A elevação (do rating) do Brasil reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado em meio a sucessivos choques nos últimos anos”, disse a agência em relatório.

“Políticas proativas e reformas apoiaram isso e a expectativa da Fitch é de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais”, acrescentou a nota, afirmando ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “tem conseguido garantir a governabilidade e avançar em sua agenda política”.

Entre os destaques, a Fitch citou medidas como o avanço do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária no Congresso como um desdobramento positivo para a nota de crédito do Brasil.

Em nota, o Ministério da Fazenda disse que “a decisão da agência corrobora os esforços empreendidos pelo governo para fortalecer o ambiente econômico e promover a consolidação fiscal”.

A pasta também reiterou “seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços”.

A elevação do rating do Brasil pela Fitch vem pouco mais de um mês depois que outra agência de classificação de risco, a S&P, mudou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil, atualmente BB-, de “estável” para “positiva”, também citando sinais de maior certeza sobre a estabilidade da política fiscal.

Índice de Preços ao Produtor (IPP) recua 2,72% em junho, diz IBGE

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 2,72% em junho frente a maio, quinto resultado negativo consecutivo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (27).

No acumulado no ano, o indicador foi negativo em 6,46%, o menor índice para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2014. Segundo o instituto, o IPP acumulado em 12 meses registra variação negativa de 12,37%, maior recuo da série histórica para esse indicador.

Confiança dos consumidores atinge maior nível desde janeiro de 2019

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) subiu 2,5 pontos em julho, para 94,8 pontos, o maior nível desde janeiro de 2019 (95,3 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice sobe pelo quarto mês seguido, agora em 2,7 pontos, para 91,8 pontos.

“A confiança do consumidor sobe pelo terceiro mês seguido impulsionada principalmente pela melhora das expectativas futuras. A alta foi disseminada entre os diferentes quesitos da pesquisa, com destaque para os Indicadores de Situação Econômica Geral e Situação Financeira Futura da família. Os resultados refletem o arrefecimento da inflação, a recuperação da renda do trabalho e as expectativas quanto ao início de programas voltados para a quitação de dívidas. Atualmente, o maior obstáculo para a recuperação mais robusta da confiança do consumidor parece ser o cenário de endividamento e inadimplência, agravado pelos juros elevados, refletidos, por exemplo, no Indicador de Situação Financeira das Famílias, que ainda se mantém em nível bastante insatisfatório”, afirma Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

Em julho os dois índices-componentes do ICC avançaram. O Índice de Expectativas (IE) subiu 3,4 pontos, para 107,4 pontos, o maior desde janeiro de 2019 (108,5 pontos); o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 1,1 ponto, para 76,8 pontos, mantendo-se no patamar anterior ao início da pandemia de Covid-19 (80,9 pontos em fevereiro de 2020).

Entre os indicadores que medem as expectativas dos consumidores para os próximos meses, a maior influência para a alta do IE foi dada pelo que mede o grau de otimismo com a evolução da situação econômica local, que registrou uma alta no mês de 5,5 pontos, alcançando 123,9 pontos, maior nível desde fevereiro de 2019 (126,2 pontos). O indicador que mede as perspectivas sobre as finanças familiares nos meses seguintes subiu 3,7 pontos, para 105,0 pontos, devolvendo parte da queda do mês anterior. O otimismo foi menos expressivo no quesito que mede o ímpeto de compras de bens duráveis, que subiu 0,7 ponto, para 92,3 pontos, após avançar mais de 10,0 pontos no mês anterior, mantendo-se acima dos 90 pontos, patamar do qual havia se distanciado desde 2014.

Nas avaliações sobre o momento atual, o indicador que mede a satisfação sobre a situação econômica local teve a sexta alta consecutiva, de 1,6 ponto, para 87,1 pontos, maior nível desde outubro de 2014 (89,5 pts). O indicador que mede as avaliações sobre as finanças familiares no momento ficou relativamente estável ao variar 0,5 ponto, para 67,0 pontos, após alta de 5,0 pontos do mês anterior.

Brasil cria mais de 1 milhão de vagas de emprego formal no primeiro semestre, mostra Caged

O Brasil criou 157.198 vagas com carteira assinada em junho, resultado de 1.914.130 admissões e de 1.756.932 desligamentos. No mesmo mês do ano passado, foram criadas 155.123 mil vagas.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho.

Em junho de 2023, o estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, contabilizou 43.467.965 vínculos, o que representa uma variação de +0,36% em relação ao estoque do mês anterior.

No acumulado do ano (janeiro/2023 a junho/2023), o saldo foi de 1.023.540 empregos, resultado de 11.908.777 admissões e 10.885.237 desligamentos.

Nos últimos 12 meses (julho/2022 a junho/2023), foi registrado saldo de 1.651.953 empregos, decorrente de 22.863.154 admissões e de 21.211.201 desligamentos (com ajustes até junho de 2023).

O setor de serviços continua sendo o grande empregador.

No mês, os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos: Serviços (+76.420 postos); Agropecuária (+27.159 postos); Construção (+20.953 postos); Comércio (+20.554 postos); e Indústria (+12.117 postos), principalmente na Indústria de Transformação (+9.707 postos). Referente à criação de mais de 20 mil vagas no comércio, as oportunidades nesse setor ocorreram principalmente no comércio varejista de produtos farmacêuticos (+2.533) e na fabricação de produtos alimentícios (+8.425), respectivamente.

Governo Lula edita decreto que restringe acesso a armas e passa fiscalização para a PF

O governo federal endureceu as normas para circulação de armas no país, com a edição de um decreto, que traz uma ampla restrição no acesso, registro e porte, além de transferir do Exército para a Polícia Federal a fiscalização do armamento e munição.

As medidas representam uma reversão da política de ampliação do acesso a armas colocada em prática pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e era uma das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Uma coisa é um cidadão ter uma arma em casa de proteção e garantia, mas a gente não pode permitir que haja arsenais de armas nas mãos das pessoas”, disse o presidente durante o evento de apresentação das medidas. “A gente vai continuar lutando por um país desarmado. Quem tem que estar bem armado é a polícia brasileira, são as Forças Armadas brasileiras.”

O texto corta o número de armas que poderão ser adquiridas por civis, incluindo os chamados CACs, Caçadores, Atiradores e Colecionadores, revertendo a brecha usada por Bolsonaro para aumentar a permissão para posse de armas sem ter que reverter a lei que restringe o porte no país.

No caso do porte para defesa pessoal, o novo decreto reduz de quatro para duas as armas permitidas, e as munições, de 200 por arma por ano para 50. Também volta a ser exigida a comprovação de “efetiva necessidade”.

Já os caçadores deixam de ter acesso a até 30 armas, inclusive de uso restrito, para terem direito a apenas seis, com 500 munições por ano e a exigência de autorização do Ibama.

Atiradores esportivos passarão a ter que comprovar treinamento e competições ao longo do ano, e a quantidade de armas que poderão ter estará relacionada ao grau de treinamento. No nível mais alto, poderão ter até 16 armas, mas terão que comprovar a participação em pelo menos seis competições por ano, sendo pelo menos duas em nível nacional e internacional.

A nova regulamentação remonta a parâmetros de 2018 sobre armas curtas. Pistolas 9mm, ponto 40 e ponto 45 voltam a ser de uso restrito às forças de segurança.

Discussões sobre Reiq envolvem secretários executivo e do Tesouro, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (24), que o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, assumiu as negociações em torno do Regime Especial da Indústria Química (Reiq), que oferecia incentivos tributários à indústria local, para o governo tentar dar uma “resposta rápida” ao setor que era atendido pela benesse. Segundo Haddad, o assunto foi tratado em reunião com o presidente da Braskem, Roberto Bischoff, na segunda-feira (24).

“Está na mão do secretário do Tesouro Rogerio Ceron, e o secretário-executivo assumiu as negociações para ver se a gente consegue dar uma resposta rápida”, disse Haddad a jornalistas ao ser questionado sobre o motivo do encontro. Segundo o ministro, a reunião com a Braskem tratou apenas desse tema.

O Reiq foi suspenso no ano passado, em medida provisória editada pelo governo de Jair Bolsonaro. A política foi retomada no Congresso, mas a garantia da continuidade do programa depende de regulamentação.

Lira defende discutir mudanças na taxação da renda após reforma tributária do consumo

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que a discussão das mudanças na tributação da renda se dê apenas após a conclusão da reforma tributária do consumo.

Em evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo, Lira disse que considera ser complicado discutir a reforma tributária da renda em meio à discussão da reforma tributária do consumo no Senado.

“Não pude me expressar publicamente nem conversar mais especificamente com o ministro (da Fazenda Fernando) Haddad, mas eu acho politicamente um risco grande você abrir vários flancos de discussão”, disse.

“Quando você está discutindo a reforma tributária no Senado, se você vem com outro viés agora antes da finalização da reforma tributária, você pode embolar esse meio de campo”, acrescentou.

Lira lembrou que a Câmara já aprovou a taxação de lucros e dividendos acompanhada da redução do imposto para pessoas jurídicas e que esta matéria está parada no Senado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo pretende encaminhar neste segundo semestre ao Congresso a parte da reforma tributária que trata da tributação sobre a renda.

Ao mesmo tempo, Haddad reconheceu recentemente que as mudanças na tributação sobre a renda devem ser feitas de forma mais cautelosa e enfrentar mais resistência pois, segundo o ministro, não foram tão amplamente debatidas quanto a reforma tributária sobre o consumo.

A Câmara aprovou no início de julho a reforma tributária do consumo, que agora está em tramitação no Senado. Lira admitiu que alguns pontos da reforma precisarão ser alterados pelos senadores.

Segundo ele, alguns pontos do texto aprovado pelos deputados “excederam um pouco” e lembrou que, caso os parlamentares aprovem muitas exceções na reforma, a alíquota geral de imposto precisará ser maior para compensar.

Tebet diz que juro alto pode ‘matar o Brasil por inanição’, e vê espaço para corte de 0,5 ponto

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou na terça-feira (25) que há espaço para um corte de 0,5 ponto percentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, na taxa básica de juros da economia na próxima semana.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na terça (01) e na quarta-feira (02) da semana que vem, e a expectativa do mercado financeiro é de início do ciclo de corte da taxa básica de juros.

“Os juros a 13,75% [ao ano] e [a taxa] real [descontada a inflação para os próximos meses] a 10% [ao ano] é o maior do mundo, há uma coisa muito errada no Brasil (…) Isso inviabiliza o crescimento do Brasil, o Brasil para. A alta taxa de juros está sufocando e pode matar o Brasil por inanição. Diante desse quadro, não consigo ver outra alternativa do Copom do que baixar os juros”, declarou a ministra, em entrevista à rádio CBN.

Entretanto, a previsão dos economistas dos bancos, segundo pesquisa conduzida pelo BC com mais de 100 instituições financeiras, é de um corte menor, de 0,25 ponto percentual, para 13,50% ao ano.

O BC define a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Se as projeções de inflação dos próximos anos estão acima das metas, costuma subir ou manter a taxa estável (em patamar alto). Se as estimativas estão em linha com as metas, pode baixar a taxa de juros.

A ministra Simone Tebet disse que, em sua avaliação, o governo vem mostrando responsabilidade com as contas públicas ao propor o um “restritivo” arcabouço fiscal, uma nova regra para as contas públicas.

TCU vai apurar declaração de Campos Neto sobre terceirizar gestão de ativos do Banco Central

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para apurar eventuais irregularidades em declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a autoridade monetária estaria aberta a colocar parte de seus ativos sob uma gestão terceirizada.

A Corte informou que o processo, que terá relatoria do ministro Benjamin Zymler, foi aberto a pedido do subprocurador-geral do Ministério Público do TCU, Lucas Furtado.

As declarações de Campos Neto foram feitas em entrevista gravada à BlackRock Brasil, exibida na última semana.

“A gente está aberto a essa terceirização, gestão externa vamos dizer… Hoje a grande parte da gestão não é terceirizada, mas a gente está aberto a fazer isso nessa área, principalmente, porque a gente está olhando agora para novas classes de ativos”, afirmou na ocasião.

Na entrevista, Campos Neto argumentou que o BC já teve um programa de gestão terceirizada anteriormente, mas que ele não foi retomado, pois seria mais vantajoso para a autarquia manter algumas operações dentro do seu próprio sistema.

Procurado, o Banco Central informou que o programa de gerenciamento externo das reservas internacionais teve seu início no começo dos anos 2000, e o último ciclo foi de 2012 a 2017.

De acordo com os dados da autarquia, nos períodos que contaram com o uso do instrumento, o montante de ativos sob gerenciamento externo ficou entre 0,4% e 3,5% do total das reservas internacionais do país.

Entre 2000 e 2010, segundo o BC, houve seis mandatos a gerentes externos de 200 milhões de dólares cada. Entre 2012 e 2017, foram cinco mandatos de 1,2 bilhão de dólares cada. Desde 2017 não há operações do tipo.

Em junho deste ano, as reservas internacionais do Brasil somaram 343,6 bilhões de dólares, segundo dados do BC.

Governo confirma que Pochmann será o próximo presidente do IBGE

O economista Márcio Pochmann será nomeado presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.

O IBGE está desde janeiro sob a presidência interina do ex-diretor de pesquisas Cimar Azeredo. Segundo Pimenta, ainda não há data marcada para a publicação da nomeação de Pochmann no Diário Oficial da União.

Atual presidente do Instituto Lula e ex-presidente do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), Pochmann tem seu nome apoiado pelo PT para assumir o cargo, mas era alvo de resistência de parte do governo, inclusive da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, de acordo com reportagens.

Segundo reportagem do jornal O Globo, Lula disse a Tebet que a indicação de Pochmann era uma escolha pessoal dele. O IBGE é vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento.

Padilha coloca cargo à disposição de Lula para dar exemplo durante reforma ministerial

Em reunião na quarta-feira (26), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deixou seu cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como forma de dar exemplo a outros ministros que resistem à reforma ministerial.

Os ministérios que devem ser entregues a representantes do Centrão sairão da cota pessoal de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT). Por conta disso, Padilha disse a aliados que decidiu “puxar a fila” ao oferecer seu posto para o presidente.

Lula ainda não decidiu quais pastas serão entregues para o Centrão.

Mesmo que tenha sido dito em tom brincadeira, afinal Padilha tem sido o responsável pela articulação do governo federal com o Congresso, e com os parlamentares do Centrão, o ministro quis passar o recado para aqueles que estão “resistindo” à reforma ministerial.

Ao colocar seu cargo à disposição e incentivar outros ministros a fazerem o mesmo, Padilha tenta constranger quem está apegado ao cargo e demonstrar que a decisão cabe a Lula e será respeitada, seja qual for.

As mudanças na Esplanada dos Ministérios ainda dependem de uma reunião de Lula com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e depois com os representantes do Centrão que devem receber as pastas. Na semana passada, Padilha se reuniu com dois nomes cotados: o líder do Progressistas, André Fufuca (PP-MA), e o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

Janja e Michelle devem atuar como cabos eleitorais em 2024

O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL) têm discutido agendas políticas para Rosângela Silva e Michelle Bolsonaro, respectivamente, para reforçar palanques municipais nas disputas eleitorais de 2024.

A ideia defendida por dirigentes petistas é de que, diante dos compromissos oficiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a atual primeira-dama o represente em municípios com candidaturas da esquerda.

A expectativa é de que Lula foque a sua atuação em capitais estaduais, enquanto Janja marque presença em municípios do interior com população maior que 100 mil habitantes.

Já Michelle deve ter uma atuação mais presente em regiões em que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta maior rejeição, como Norte e Nordeste. A ideia é que ela também tenha uma agenda eleitoral paralela à do marido.

O objetivo tanto do PT como do PL é estar presente no máximo de grandes cidades na tentativa de dobrar o número de prefeitos dos partidos. Hoje, o PL é a sexta legenda com maior número de prefeitos, enquanto o PT é a décima primeira.

O PL deve lançar candidaturas próprias no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Boa Vista e Porto Velho.

Já o PT deve ter candidatos em Fortaleza, Natal, Teresina, Aracaju, Porto Alegre e Vitória.

Lira quer marcar posição a favor de reforma administrativa, dizem aliados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quer marcar sua posição a favor da reforma administrativa. Segundo aliados, porém, Lira não tem a pretensão de convencer o governo federal, que já se mostrou contrário a medida.

O presidente da Câmara pretende apenas apontar outros caminhos para ajudar o governo a fechar as contas. A decisão ocorre enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encontra dificuldades em cumprir a promessa de zerar o déficit no ano que vem e busca apoio do Congresso e de Lira para medidas que aumentem a tributação por renda, medidas que encontram uma enorme resistência dos partidos do centrão.

Por isso, Lira quer sinalizar que a reforma administrativa seria um outro caminho possível para a redução dos gastos.

O presidente da Câmara reconhece que o governo não será convencido, mas ele quer sinalizar seu entendimento de que a reforma administrativa seria benéfica para o país, simples de ser feita e teria pouco impacto para os servidores públicos atuais.

Lula fala de mudanças climáticas com presidente dos Emirados Árabes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, Lula e o xeique conversaram sobre temas relacionados às mudanças climáticas, proteção ao meio ambiente e transição energética. No final deste ano, de 30 de novembro a 12 de dezembro, Dubai sediará a Conferência das Nações Unidas (COP-28) sobre Mudanças do Clima.

Durante a conversa, Al Nahyan confirmou que seu governo enviará o sultão Ahmed al-Jaber, presidente da COP-28, para participar da Cúpula da Amazônia, que será realizada nos dias 8 e 9 de agosto, em Belém. A capital paraense sediará a COP-30 em 2025. A cúpula marcará os 10 anos do Acordo de Paris, a principal convenção climática da ONU.

Lula também convidou o xeique para visitar o Brasil. A viagem deverá ser realizada em 2024.

Valor médio do Microcrédito Produtivo Orientado sobe 38% após pandemia

Existente desde 2005 para incentivar a geração de emprego por microempreendedores populares com juros baixos, o Microcrédito Produtivo Orientado (MPO) experimentou uma mudança de perfil após a pandemia de Covid-19. Segundo estudo do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil), entidade associado ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o valor médio dos empréstimos subiu 38,5% entre o primeiro semestre de 2019 e o mesmo período deste ano, impulsionado pelo setor de serviços e pelo público jovem.

A pesquisa foi aplicada sobre a base de 26 mil clientes ativos do Ceape Brasil em quatro estados: Maranhão, Tocantins, Pará e São Paulo. No ano anterior à pandemia, o tíquete médio (valor médio pedido) estava em R$ 4.811,97. Nos seis primeiros meses de 2023, o valor estava em R$ 6,667,79. Em relação aos segmentos financiados, o comércio continua a liderar, mas perde participação.

Em 2016, segundo a Ceape Brasil, 86% dos empréstimos subsidiavam projetos voltados ao comércio. A fatia caiu para 84% em 2019 e para 82% em 2023. Em contrapartida, as iniciativas relacionadas à prestação de serviços, que totalizavam apenas 2% em 2016, subiram para 6% em 2019 e para 8% neste ano.

Segundo a Ceape Brasil, os dados sugerem um amadurecimento do público sobre as possibilidades oferecidas pelo Microcrédito Produtivo Orientado. Os financiamentos com juros reduzidos passaram a ser usados em projetos de longo prazo com perspectivas de desenvolvimento sustentável, em vez de apenas ser usado como suporte para vender algo. Além disso, em maio de 2020, no início da pandemia de Covid-19, foi autorizada a orientação técnica não presencial para a concessão de empréstimos, o que estimulou os pedidos de crédito.

Confiança da indústria cresce em 21 setores em julho, aponta CNI

A confiança da indústria cresceu em 21 dos 29 setores no mês de julho, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado na segunda-feira (24), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nos outros oito setores, houve um recuo do indicador.

Segundo a pesquisa, no mês, a indústria demonstra confiança em 20 dos 29 setores, em todos os portes (pequenas, médias e grandes empresas) e em todas as regiões, exceto o Sul do País. Segundo a CNI, esse é o melhor resultado mensal da confiança da indústria desde novembro de 2022.

Os setores de Farmoquímicos e farmacêuticos e Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos se destacaram pelo aumento da confiança. No caso de Farmoquímicos e farmacêuticos, o ICEI passou de 54,9 pontos para 61,7 pontos. O de Equipamentos de informática subiu de 46,0 para 50,1 pontos. O ICEI varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos indicam confiança.

Além do setor de informática, outros três setores saíram de um estado de falta de confiança para o de confiança: calçados e suas partes, produtos químicos e vestuário e acessórios. A pesquisa de julho mostra que apenas a metalurgia fez o movimento contrário, passando de uma situação de confiança para a falta de confiança. “Quando observamos a composição do índice de confiança, o entendimento que as condições atuais da economia estão desfavoráveis é unânime entre as regiões, entre os diferentes portes industriais e é fortemente disseminado entre os setores. O fator que tem atuado como contrapeso são as expectativas para os próximos seis meses, em particular o componente de expectativa relativo às empresas, em que o otimismo abrange todos os portes, todas as regiões e praticamente quase todos os setores”, explica a economista da CNI, Larissa Nocko.

O levantamento aponta que os setores menos confiantes da economia, com ICEI abaixo de 50 pontos, são: Madeira, Produtos de Borracha, Móveis e Produtos de minerais não-metálicos.

Vendas de pneus caem 3,4% no primeiro semestre, aponta Anip

As vendas de pneus tiveram queda de 3,4% no primeiro semestre, quando comparadas ao mesmo período do ano passado, refletindo o desempenho negativo no canal de reposição.

No total, 27,6 milhões de pneus foram vendidos de janeiro a junho, conforme balanço da Anip, a associação que representa o setor. As vendas para montadoras subiram 0,8%, somando 6,9 milhões de unidades, na esteira do aumento da produção de carros de passeio e utilitários leves no período. Porém, o recuo de 4,7% das vendas no mercado de reposição, onde o volume ficou em 20,7 milhões de unidades, fez a indústria de pneumáticos terminar a primeira metade do ano em terreno negativo.

Pesou no resultado a expressiva queda das vendas de pneus de caminhões. Neste caso, houve recuo nas entregas tanto para as montadoras, onde o volume caiu 18,1%, reflexo do tombo da produção da nova linha de caminhões, que custa até 30% a mais do que a anterior, quanto para reposição, cuja queda foi de 14,1%. Na soma dos dois canais, a comercialização de pneus de carga encolheu 15%, para 3,3 milhões de unidades de janeiro a junho.

No segmento de carros de passeio, o de maior volume, as vendas de pneus recuaram 4,1%, somando 14,2 milhões no primeiro semestre. O resultado foi prejudicado pela queda de 6,9% no mercado de reposição. Nas entregas a montadoras de automóveis, a indústria de pneus registrou alta de 4,2% no primeiro semestre.

Ao comentar o balanço, o presidente executivo da Anip, Klaus Curt Müller, observou que a recuperação do setor tem sido difícil, principalmente no segmento de pneus de carga. Segundo o executivo, a economia instável, a taxa de juros elevada e a apreciação do real, que aumenta a competitividade dos produtos importados, afetam diretamente os resultados do setor. “Aguardamos, com cautela, uma recuperação no segundo semestre”, comentou Müller.

Fazenda e MDIC acertam regra que pode destravar até R$ 30 bilhões em investimentos na indústria

Pleito antigo do setor privado, a depreciação acelerada de máquinas e equipamentos da indústria deve começar em 2024.

A decisão do governo foi anunciada após reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

A indústria vinha pedindo essa medida como forma de melhorar seus balanços, pagar menos impostos e renovar com mais celeridade seus ativos. No entanto, o ritmo de implementação ainda não está certo.

“O que nós conversamos hoje é o seguinte: reafirmamos o compromisso com a tese da depreciação acelerada já para 2024 e vamos definir o alcance dela, porque o alcance pode ser muito diferente em relação aos setores que você vai abranger em relação ao encurtamento do prazo. Então, nós vamos ver a evolução da tramitação do Orçamento a partir de agora, 31 de agosto, e vamos definir o ponto de partida da depreciação acelerada”, afirmou Haddad após reunião com Alckmin no Palácio do Planalto.

A decisão diminui a despesa contábil ao longo dos anos de vida útil dos equipamentos usados na indústria.

Quando uma companhia compra uma máquina ou equipamento, ela deduz o valor do investimento em parcelas ao longo da vida útil do bem. Em um modelo de depreciação acelerada a 100%, todo o valor investido pode ser deduzido da base de cálculo do imposto de renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Haddad afirmou ainda que a proposta não tem um impacto fiscal imediato, mas que será mensurado ao longo do tempo.

“Ao invés de diferir a depreciação, você antecipa o efeito fiscal no tempo. Isso dá uma vantagem grande para aquele industrial que está disposto a investir no seu negócio em busca da produtividade, que não vem aumentando no Brasil há muitos anos”, afirmou.

Turismo tem maior faturamento em maio desde 2014, diz CNC

O turismo no Brasil teve, em 2023, o maior faturamento para um mês de maio desde 2014, divulgou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O volume de receitas somou R$ 36,1 bilhões, com aumento de 8,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, e de 4% na comparação com abril deste ano.

Na avaliação do presidente da CNC, José Roberto Tadros, o setor tem retomado sua receita com empregabilidade, desenvolvimento de novos negócios e atração de investimentos estrangeiros. Outro indicador desse movimento é que a média de fluxo de aeronaves nos 10 maiores aeroportos do Brasil voltou, em maio, ao nível observado antes da pandemia.

Do ponto de vista do turismo interno, a alta tem relação com o alto custo de viajar para o exterior e com a alta oferta de produtos turísticos brasileiros. Pela ótica do turista estrangeiro, o câmbio e a infraestrutura voltada ao turismo internacional tornam o Brasil uma boa opção.

Com o fortalecimento da atividade econômica do setor, foram criadas entre janeiro e maio 64,2 mil vagas de emprego no turismo, sendo 9,6 mil somente em maio. Para o ano de 2023, a projeção da CNC é uma geração de 101,6 mil novos postos de trabalho.

Assim como o número de postos de trabalhos, o número de empresas do setor também está em alta. Em maio deste ano havia 10% mais estabelecimentos que no mesmo mês do ano passado, lista que inclui serviços culturais e de hospedagem, bares e restaurantes, transporte de passageiros, aluguel de veículos, agências de viagem e outros.

Apesar de ser frequentemente associado a hospedagem e agências de viagem, os serviços turísticos que tiveram maior crescimento de estabelecimentos foram aluguel de veículos (12,4%), serviços culturais (11,5%) e bares e restaurantes (10,9%).

A CNC também informa que a inflação foi mais intensa no setor turístico do que na economia em geral. Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulava 2,95% em maio, o avanço médio dos preços no setor de turismo foi de 6%. Os maiores aumentos foram registrados nos preços de pacotes turísticos (10,5%) e hospedagens (15,8%). Os custos dos transportes por aplicativo tiveram uma queda de 4,6% para o consumidor.

GPA registra prejuízo líquido de R$425 milhões no 2º trimestre

O GPA registrou prejuízo líquido consolidado de 425 milhões de reais no segundo trimestre, contra prejuízo de 172 milhões de reais no período de abril a junho do ano passado, informou a empresa na quarta-feira (26).

O prejuízo consolidado do trimestre, que considera resultados das operações continuadas e descontinuadas, representa uma alta de 146,8% na base anual, segundo balanço.

O dono da bandeira Pão de Açúcar apurou lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 257 milhões de reais no trimestre encerrado em junho, avanço de 7,4% frente ao mesmo período em 2022.

Excluindo receitas provenientes de operações descontinuadas, o prejuízo líquido do GPA foi de 330 milhões de reais, alta de 54,6% contra os meses de abril a junho do ano passado.

A receita líquida da companhia foi de 4,76 bilhões de reais, crescimento de 13,5% na comparação anual.

As vendas totais no Brasil somaram 5,1 bilhões de reais no terceiro trimestre, altas de 14,7% e 5,5% nos conceitos total lojas e mesmas lojas, respectivamente, contra o mesmo período em 2022. Excluindo postos de gasolina, o desempenho de vendas totalizou 4,7 bilhões de reais (+16,7% e +6,4%).

Segundo o GPA, o resultado foi impulsionado pelo crescimento na bandeira Pão de Açúcar.

Setor de máquinas e equipamentos tem nova queda em junho, diz Abimaq

A indústria de máquinas e equipamentos registrou nova queda na receita líquida total em junho frente a um ano antes, de acordo com dados divulgados pela associação do setor, Abimaq.

A receita líquida total da indústria recuou 10,3% ante junho de 2022, a 24,85 bilhões de reais, enquanto o consumo aparente de máquinas e equipamentos caiu 8% na mesma base de comparação, informou a entidade. Em maio, a receita líquida do setor já tinha registrado queda de 15,6% na comparação ano a ano.

Segundo a Abimaq, a receita líquida de vendas teve alta moderada de 0,5% em junho na base sequencial, puxada pelo crescimento das vendas no mercado doméstico.

“De forma geral, a gente vê ainda um quadro negativo em relação ao ano passado, mas na ponta, uma sinalização de melhora dos números, que é o que esperamos ao longo do ano”, disse a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella, sobre a variação positiva mês a mês.

Ela reforçou que a entidade revisou suas projeções e agora espera queda de 3,4% no ano. No semestre, a receita total do setor acumula declínio de 8,9%.

“Existe também alguns indicadores que reafirmam nossa previsão de melhora”, disse o diretor-executivo de Assuntos Jurídicos e de Financiamentos da Abimaq, Hiroyuki Sato, citando a valorização da Bolsa brasileira, do real e a expectativa de queda de juros e de aprovação da reforma tributária no Senado.

“Tudo isso nos leva a crer que o segundo semestre desse ano será melhor que o primeiro.”

As importações nacionais subiram 19,4% em junho contra mesmo período no ano anterior, enquanto as exportações tiveram leve alta de 1%. Frente a maio, contudo, tanto a exportação (-21,3%) quanto importação (-12,8%) do setor recuaram.

Zanella também disse que a entidade tem olhado a medida do governo federal de liberar às companhias o uso do instrumento de depreciação acelerada já em 2024 com “bons olhos”.

A medida permite que empresas deduzam de imediato da base de cálculo de tributos os investimentos em máquinas e equipamentos, com potencial impacto fiscal de 3 bilhões a 15 bilhões de reais.

“A gente acha que vai trazer resultados positivos para a indústria de máquinas, primeiro porque vai abrir renovação de investimentos para os setores que poderão ser beneficiados pela medida, e eles seriam multiplicadores de melhor atividade nos demais segmentos da economia.”

Americanas demite 1,4 mil funcionários em uma semana como parte de reestruturação

A Americanas teve 1.404 trabalhadores desligados na semana de 17 a 24 de julho, segundo relatório divulgado pela empresa. O número total de funcionários no dia 23 era de 35,7 mil. Os desligamentos contemplam tanto profissionais demitidos quanto aqueles que pediram demissão e fazem parte do plano de reestruturação da companhia.

Desta vez, uma parte relevante dos funcionários demitidos eram de áreas ligadas a tecnologia, como desenvolvedores, designers de produtos e especialistas em experiência do usuário.

A companhia informou também que houve o encerramento de uma loja em Mato Grosso do Sul no período. O número total de lojas do dia 23 foi de 1.825.

O relatório também mencionava que o total de pagamentos realizados na semana somou R$ 356 milhões; já o total de recebimentos somou R$ 344 milhões.

Em nota, a Americanas informou que, “diante da reestruturação de algumas frentes de negócio a partir de seu plano de transformação, realizou o desligamento de colaboradores”. A companhia acrescentou que “segue com foco na manutenção de suas operações e no aumento de sua eficiência”.

“A Americanas reforça seu comprometimento com a transparência na relação com os sindicatos, mantendo-os informados dos movimentos de reestruturação, assim como garante o cumprimento integral e tempestivo de suas obrigações trabalhistas, na forma da legislação vigente”, disse a companhia.

Após a descoberta de um rombo contábil de R$ 20 bilhões e a admissão posterior de fraude de resultados, a empresa está em processo de revisão de seus números. A falta de informações de qualidade sobre o passado e o presente da companhia tem atrapalhado a venda de ativos e também foi apontada como objeção ao plano de recuperação judicial pelo banco Bradesco.

SELIC

A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) elevou na terça-feira (25), projeção de corte da Selic no Copom de agosto de 0,25 ponto porcentual (pp) para 0,50 ponto. A decisão de elevar a estimativa, de acordo com o economista-chefe da entidade, Nicola Tingas, foi tomada depois da divulgação da deflação de 0,07% medida em julho pelo IPCA-15, segundo informou na terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,00%, ante 12,00% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou sua queda a 0,72% em julho, após recuo de 1,93% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (28), citando uma deflação menos intensa ao produtor.

O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 0,71%, e levou a taxa em 12 meses a uma queda de 7,72%, renovando um recorde de deflação da série histórica.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), a projeção para o IGP-M ficou em -3,27%, ante -2,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, teve queda de 0,07% para o mês de julho, informou na terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice continuou em desaceleração na comparação com o mês anterior, quando teve alta de 0,04% para junho. Em julho de 2022, o IPCA-15 foi de 0,13%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,84%, ante 4,90% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A agência de classificação de risco Fitch elevou a previsão de crescimento do Brasil em 2023 de 0,7% para 2,3%, afirmando que a atividade econômica segue amparada pelo bom volume de produção agrícola, pelo mercado de trabalho aquecido, pelo crescimento do crédito e pelos gastos do governo.

Estes fatores agem em contraponto ao resfriamento do consumo causado pela política monetária restritiva, segundo a agência.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), a projeção para o PIB ficou em 2,24%, ante 2,24% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (24), o Ibovespa fechou em alta, diante do desempenho positivo em Wall Street e das altas de Vale e Petrobras, com o mercado na expectativa por decisões de juros nos Estados Unidos e na zona do euro, dado de inflação no Brasil e balanços corporativos localmente e no exterior. O índice Ibovespa teve alta de 0,94%, a 121.341,69 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,5 bilhões.

Na terça-feira (25), o Ibovespa fechou em alta, com a disparada de Vale e outras empresas de commodities metálicas diante da expectativa de estímulos econômicos na China, enquanto uma deflação maior que a esperada do IPCA-15 em julho ampliou apostas de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic na semana que vem. O índice Ibovespa teve alta de 0,55%, a 122.007,77 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,4 bilhões.

Na quarta-feira (26), o Ibovespa fechou em alta, saindo de um recuo marginal após os comentários do Federal Reserve (Fed) e de seu chair, em dia que também teve elevação de nota de crédito do Brasil pela Fitch. O índice Ibovespa teve alta de 0,45%, a 122.560,38 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,9 bilhões.

Na quinta-feira (27), o Ibovespa fechou em queda, depois de ter alcançado na véspera o maior fechamento desde agosto de 2021, influenciado negativamente pela forte queda de Petrobras após dados de produção e perspectiva de reunião do conselho da estatal nesta semana para definir nova política de dividendos. O índice Ibovespa teve queda de 2,1%, a 119.989,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,6 bilhões.

Na sexta-feira (28), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,13%, a 119.838,29 pontos. Após forte queda na véspera que interrompeu cinco sessões de ganhos, diante de manutenção do cenário positivo macroeconômico interno visto nas últimas semanas e de alta dos futuros em Wall Street após dado de inflação nos Estados Unidos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,16%, a 120.187,11 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,1 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (28), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,79%, cotado a R$ 4,7213 na venda. Continuando nos menores patamares em mais de um ano enquanto investidores digeriam importantes dados de inflação dos Estados Unidos, que vieram em linha com o esperado e podem reforçar expectativas de que o Federal Reserve não promoverá mais aumentos de juros neste ano, em meio ainda ao maior otimismo sobre a conjuntura local.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (28) cotado a R$ 4,7308, acumulando baixa firme na semana, com as cotações reagindo ao cenário externo, onde a moeda norte-americana também cedia, e a ajustes de posições no mercado de Depósitos Interfinanceiros (DIs), com investidores à espera do Copom na próxima semana.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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31/07/2023