Cenário Econômico Nacional – 14/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 14/08/2023

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Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas esperam dólar e Selic menores neste ano

Economistas esperam dólar e Selic menores neste ano, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (07). Além disso, a projeção é de um crescimento da economia maior do que o estimado no levantamento anterior.

Os economistas consultados pelo BC mantiveram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 em 4,84%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, foram reduzidas de 3,89% para 3,88%. Para 2025, as perspectivas foram mantidas em 3,50%.

Os economistas diminuíram a projeção da taxa básica de juros deste ano de 12% para 11,75%. As projeções para 2024 foram reduzidas de 9,25% para 9% e as de 2025 de 8,75% para 8,5%.

Os economistas elevaram as expectativas do crescimento da economia brasileira em 2023 de 2,24% para 2,26%.

Para 2024, as projeções do PIB ficaram iguais, em 1,30%, enquanto para 2025 foram mantidas em 1,90%.

Poupança volta a registrar saques líquidos em julho, de R$ 3,581 bilhões

A caderneta de poupança voltou a registrar saques líquidos em julho depois de ter fechado junho com depósitos, de acordo com dados do Banco Central divulgados na segunda-feira (07).

A aplicação financeira mais procurada pelos brasileiros registrou retirada líquida de 3,581 bilhões de reais no mês passado, após depósito líquido de 2,595 bilhões de reais em junho, quando interrompeu cinco meses seguidos de saques.

Em julho do ano passado, houve saques líquidos de 12,663 bilhões de reais.

No mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 3,702 bilhões de reais. Já na poupança rural, os depósitos líquidos foram de 120,916 milhões de reais.

O movimento de saques visto neste ano ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.

Na semana passada, o Banco Central deu início a um ciclo de afrouxamento monetário ao cortar a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25%, indicando novas reduções similares à frente.

Deflação do IGP-DI perde força em julho, mas taxa em 12 meses renova recorde

A deflação do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) perdeu força em julho diante da alta dos preços de commodities importantes, mas ainda assim a taxa em 12 meses renovou o recorde da série histórica.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta segunda-feira que o IGP-DI teve em julho queda de 0,40%, depois de ter recuado 1,45% no mês anterior, praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,37%.

Ainda assim, o resultado levou o índice a acumular em 12 meses queda de 7,47%, marcando novo recorde depois de uma deflação de 7,44% em junho nessa base de comparação.

No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,61%, de queda de 2,13% no mês anterior.

“Nesta apuração, commodities de peso, que por inúmeros meses registraram queda em seus preços, apresentaram reversão desse processo e registraram aumentos, reduzindo o ritmo de queda do IPA e sua influência sobre o IGP”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços.

Entre essas commodities, ele destacou como as maiores influências positivas do índice ao produtor, soja (de -3,61% para 3,82%), minério de ferro (de -2,19% para 1,95%) e bovinos (de -5,70% para 1,71%).

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, mostrou que a pressão aos consumidores aumentou com uma elevação de 0,07% no período, de recuo de 0,10% em junho.

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou desaceleração da alta a 0,10% em julho, de 0,71% antes.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Pix bate recorde e supera 140 milhões de transações em um dia

Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o Pix bateu novo recorde na última sexta-feira (4). Pela primeira vez, a modalidade superou a marca de 140 milhões de transações em 24 horas. Somente na última sexta-feira (4), 142,4 milhões de transferências via Pix foram feitas para usuários finais. A alta demanda não comprometeu o funcionamento do Pix. Segundo o BC, os sistemas funcionaram com estabilidade ao longo de todo o dia.

O recorde anterior tinha sido registrado em 7 de julho, com 134,8 milhões de transações num único dia.

Criado em novembro de 2020, o Pix acumula 151,9 milhões de usuários, dos quais 139,4 milhões pessoas físicas e 12,5 milhões pessoas jurídicas. Em junho, o sistema superou a marca de R$ 1,36 trilhão movimentados por mês.

Banco Central diz ser pouco provável cortes mais fortes que 0,5 p.p. na Selic à frente, mostra ata

O Banco Central avalia ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente após ter reduzido a taxa básica em 0,50 ponto percentual na semana passada, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), defendendo postura conservadora na flexibilização monetária e firme compromisso com a reancoragem das expectativas.

“O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”, apontou o documento, ressaltando que não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta.

O documento explicou que essa confiança na melhora do ritmo de queda de preços viria apenas com uma “alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação”, como reancoragem “bem mais sólida” das expectativas, “abertura contundente do hiato do produto” ou “dinâmica substancialmente mais benigna” do que a esperada da inflação de serviços.

A autoridade monetária ressaltou que o ritmo de cortes de 0,50 ponto mantém a política monetária contracionista necessária para reduzir a inflação e representa “firme compromisso” com a reancoragem das expectativas, além de ajustar o nível real do aperto monetário diante de uma dinâmica de preços mais benigna do que o antecipado.

O BC ainda diz haver necessidade de se manter uma política monetária contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem das expectativas.

“A extensão do ciclo ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirmou.

Na avaliação do economista da ASA Investments Leonardo Costa, a ata mostra que o BC está “tentando segurar ritmo de corte de 0,50 ponto percentual” ao apresentar condições para que esse passo seja alterado.

“Não vemos nenhuma dessas condições se materializando no curto prazo”, avaliou, ao destacar que mantém aposta de cortes de 0,50 ponto à frente, chegando a 11,75% ao ano no fim de 2023.

O BC iniciou na semana passada o ciclo de baixa da taxa básica de juros com um corte de 0,5 ponto percentual, o primeiro em três anos, além de sinalizar novas reduções equivalentes nas próximas reuniões do Copom.

A decisão surpreendeu parte dos analistas de mercado que esperavam uma redução mais moderada, e não foi tomada por unanimidade, com cinco votos por um corte de 0,50 ponto e quatro votos por uma redução de 0,25 ponto.

IGP-M recua 0,81% na 1ª prévia de agosto, após cair 1,29% na mesma leitura de julho

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,81% na primeira prévia de agosto, após cair 1,29% na mesma leitura de julho, informou na manhã de quarta-feira (09) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Alíquota do IVA pode ir até 27%, calcula Ministério da Fazenda

Estudo apresentado pelo Ministério da Fazenda aponta que a alíquota-padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) poderá chegar a 27%, caso o Senado aprove o texto da reforma tributária exatamente como saiu da Câmara dos Deputados, com tratamento favorecido a diversos setores.

O estudo, elaborado a pedido do senador Eduardo Braga (MDB-AM), indicado para relatar a matéria na Casa, traça, em oito hipóteses diferentes, as possibilidades de alíquota para cenários “factíveis” e “conservadores”.

O exercício feito pelos técnicos da Fazenda tem como premissa a manutenção da atual carga tributária — medida como proporção do PIB — incidente sobre o consumo de bens e serviços.

“Ao longo da transição, o Senado fixará alíquotas-padrão de referência para o IBS e para a CBS, de modo a manter a carga tributária. Ou seja, as alíquotas-padrão serão fixadas de modo a que a arrecadação do IBS, da CBS e do Imposto Seletivo seja a mesma que a arrecadação de PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS como proporção do PIB”, diz o documento. A carga dos cinco tributos atuais considerada nas projeções é de 12,45% do PIB.

O estudo parte de um cenário “base”, que considera, além da chamada alíquota-padrão, a manutenção do Simples e do tratamento favorecido à Zona Franca de Manaus, além dos regimes específicos de tributação de caráter técnico, que incluem combustíveis e lubrificantes; serviços financeiros; operações com bens imóveis; planos de assistência à saúde; concursos de prognósticos; operações de cooperativas e compras governamentais. Neste cenário, a alíquota “factível” ficaria em 20,73%, enquanto a “conservadora” seria de 22,02%.

Orçamento “gastador” para 2024 pode reavivar risco fiscal, dizem economistas

A possiblidade de um Orçamento para 2024 baseado no aumento da arrecadação de impostos, e com poucos sinais de corte de gastos para evitar que a dívida pública cresça ainda mais, pode ameaçar a credibilidade fiscal que o governo chegou a construir nos primeiros meses junto a investidores, empresários e economistas.

Isto significa que a melhora recente de indicadores ou expectativas importantes, como juros e dólar, pode acabar comprometida, de acordo economistas consultados pela CNN.

Pela lei, o poder executivo tem até 31 de agosto para apresentar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024 e, com ele, mostrar como irá cumprir a meta fiscal prometida pelo próprio governo, que é de tirar as contas do vermelho e zerar o déficit primário no ano que vem, ou seja, não voltar a gastar mais do que arrecada.

Para dar conta de novas despesas importantes, como o aumento maior do salário mínimo e, com ele, das aposentadorias e benefícios sociais no ano que vem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende embutir na peça orçamentária uma série de medidas arrecadatórias, como a taxação de fundos de investimentos dos super-ricos e o fim dos benefícios tributários dados à distribuição dos lucros das empresas por meio do Juros sobre Capital Próprio (JCP).

“Se for um orçamento gastador, sem nenhum tipo de esforço racionalizador da máquina pública, o mercado terá uma previsão de déficit primário crescente e, consequentemente, uma volta das expectativas inflacionárias crescentes”, diz o economista Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados

“Se houver uma percepção de desrespeito à regra fiscal, de que ela ficou superada, haverá novamente a desancoragem dessas expectativas, frustrando o ciclo de corte dos juros. A redução dos juros pode acabar interrompida ou desacelerar, o que seria péssimo, porque isso, naturalmente, pioraria o desempenho da economia.”

Entre os avanços que ajudaram a melhorar o ambiente econômico do Brasil e, principalmente, a relação do mercado financeiro e agentes econômicos com o governo, os economistas citam o avanço rápido e responsável, empenhado por Haddad, de projetos cruciais como o arcabouço fiscal e a reforma tributária.

BNDES deve alcançar R$ 100 bilhões em empréstimos neste ano, diz diretora

Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem superar a casa dos 100 bilhões de reais em 2023, com tendência de avançarem nos anos seguintes, disse à Reuters a diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do banco, Luciana Costa.

As consultas por empréstimos estão avançando e a aprovação dos pedidos de financiamento está fluindo intensamente a cada semana, disse Costa.

“A gente tem aprovado bilhões e bilhões a cada semana. Este ano a gente deve passar de 100 bilhões”, afirmou. “No ano que vem, deve ser mais ainda”, acrescentou.

O BNDES registrou 97,5 bilhões de reais em desembolsos em 2022, um aumento de 51,7% contra o ano anterior.

A área de infraestrutura deve representar cerca de metade dos desembolsos previstos para 2023, de acordo com a diretora.

No início de junho, Costa disse que o banco deveria emprestar ao menos 47 bilhões de reais neste ano ao setor de infraestrutura, após desembolso de 42,2 bilhões de reais em 2022.

IPCA: Inflação ao consumidor sobe 0,12% em julho, aponta IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,12% em julho, após baixa de 0,08% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (11).

No acumulado de 12 meses até julho, o IPCA teve alta de 3,99%, contra alta 3,16 por cento do mês anterior.

Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,07% em julho, acumulando em 12 meses avanço de 3,93%.

Precatórios acumulados para pagamento em 2027 caíram de até R$ 30 bilhões para R$ 7 bilhões, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Tesouro Nacional revisou para baixo a estimativa do volume acumulado de precatórios a serem pagos pelo governo em 2027, quando deixa de valer a limitação para esse tipo de despesa pública.

“Esperava-se algo de 20 bilhões a 30 bilhões de reais de estoque acumulado até 2027. A nossa estimativa é que isso deve cair para menos de 10 bilhões de reais, algo em torno de 7 bilhões de reais”, afirmou em entrevista a jornalistas em São Paulo.

O governo Jair Bolsonaro aprovou uma emenda constitucional que limitou o pagamento dessas sentenças judiciais pelo governo até 2026, com o fluxo voltando ao normal em 2027.

Segundo Haddad, com a revisão dos números, haverá uma boa solução para o tema, com essa “bomba”, como ele chamou, não sendo deixada para o próximo governo.

“Isso faz crer que houve uma espécie de bolha de condenações em virtude de decisões da Justiça, mas tudo concorre para que o patamar de precatórios volte para uma trajetória razoavelmente administrável”, disse.

Presidente da COP, líder de empresa de petróleo tem encontro com Lula em Belém

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra na segunda-feira (07) com o presidente da COP28, o sultão Ahmed Al Jaber, que também comanda a estatal petroleira dos Emirados Árabes Unidos, a National Oil Company.

A reunião está prevista para ocorrer às 18h em Belém, que sedia nesta semana o encontro de presidentes dos países amazônicos na Cúpula da Amazônia.

O sultão também é ministro da Indústria e Tecnologia do seu país, além de enviado climático dos Emirados Árabes Unidos.

Al Jaber, porém, é entusiasta do setor petroquímico. O anúncio de que ele seria o presidente da COP28 em janeiro gerou polêmica, já que ambientalistas debatem em todo o mundo um modelo de transição energética de combustíveis fósseis para outros ambientalmente sustentáveis.

Tanto que há pressão dos Estados Unidos e da Europa para que ele deixe o posto na COP.

Em maio, parlamentares do Congresso norte-americano e do Parlamento europeu enviaram uma carta ao presidente dos EUA, Joe Biden, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e às Nações Unidas.

No documento, o grupo diz ter “profunda preocupação” de que os poluidores do setor privado possam “exercer influência indevida” nas negociações climáticas da COP28, que ocorre neste ano em Dubai.

Em janeiro o sultão defendeu limitar o aumento global das temperaturas a 1,5 ºC “sem retardar o crescimento econômico”.

Lula chega a Belém no começo da tarde vindo de Santarém, onde cumpre agenda com o governador do Pará, Helder Barbalho.

Em Belém, Lula também se reúne com a Secretária-Geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira López.

Bolsonaro recorre de decisão do TSE que o tornou inelegível

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível até 2030.

Em junho, a Corte Eleitoral entendeu que Bolsonaro praticou abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro. O placar do julgamento terminou em 5 votos a 2 pela inelegibilidade.

A condenação teve como base uma reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, na qual levantou dúvidas sobre as urnas.

Durante o julgamento, os ministros do TSE incluíram a “minuta do golpe” no processo. Ao recorrer da decisão, a defesa questionou a inclusão do arquivo no julgamento e alegou que a minuta se trata de um “documento novo”.

Ainda segundo os advogados, o ex-presidente teve seu direito à defesa “cerceado” e as questões apresentadas pela defesa durante o processo não foram devidamente analisadas.

“Não houve, pois, julgamento real e efetivo da questão. Não foi viabilizada a participação das partes e nem foi garantido o exercício da ampla defesa ou do contraditório (garantias constitucionais comezinhas e asseguradas em processos judiciais administrativos)”, dizem os advogados do ex-presidente.

No recurso, os representantes ainda citaram supostas nulidades no julgamento relacionadas a pedidos de depoimentos de testemunhas e produção e inclusão de outras provas no processo.

Caberá ao ministro Benedito Gonçalves, relator do processo no TSE, analisar o recurso e levar o tema ao plenário da Corte.

Parlamentares criticam ação da Receita e articulam derrubar vetos de Lula a Nota Fiscal Única

Deputados e senadores de duas das maiores frentes parlamentares do Congresso articularam derrubar vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma lei que cria uma espécie de nota fiscal unificada no País. Integrantes do Congresso viram influência da Receita Federal na derrubada de dispositivos do Estatuto Nacional de Simplificação de Obrigações Tributárias Acessórias, previsto na legislação que o petista sancionou na semana passada com 11 vetos. O autor da proposta, senador Efraim Filho (União Brasil-PB), já se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e indicou a tendência do Congresso de reverter a decisão de Lula.

A lei, aprovada em julho no Senado depois de ter recebido aval da Câmara no fim do ano passado, tem o objetivo de simplificar o envio de declarações fiscais das empresas à Receita. Com menos burocracia, a expectativa é que os contribuintes tenham mais incentivo para cumprir suas obrigações tributárias.

Lula, contudo, vetou o trecho que previa a criação da Nota Fiscal Brasil Eletrônica (NFB-e), que substituiria vários documentos que hoje as empresas precisam preencher por um modelo unificado. O presidente também vetou a Declaração Fiscal Brasil Digital (DFBD) e o Registro Cadastral Unificado (RCU), que reuniriam as informações da Receita e das secretarias de Fazenda ou Finanças dos Estados e municípios em uma única base de dados.

“A sanção é motivo de celebração e manteve a essência do projeto, seguindo na linha da desburocratização e simplificação de procedimentos. A lei retira dos ombros do empreendedor o encargo de estar produzindo dezenas de formulários ao final do mês. Os vetos vieram principalmente na parte que encaminhará a implementação da lei e aí é o nosso questionamento e o que nos levará a lutar pela derrubada dos vetos”, disse Efraim ao Broadcast.

O senador almoçou com Haddad na última quinta-feira (02), um dia após a sanção da lei. Ele disse que explicou ao chefe da equipe econômica a essência do projeto e indicou que defenderia a derrubada dos vetos de Lula. “Acredito que teremos muitas chances de conseguir essa derrubada e eu disse isso a ele. Foi um projeto aprovado quase na unanimidade na Câmara e no Senado porque se viu que era um projeto de ganha-ganha”, disse. Segundo Efraim, Haddad defendeu o diálogo e afirmou que faria uma ponte com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. “Foi a Receita que estimulou esses vetos”, emendou o parlamentar.

Planalto apresenta PAC a senadores e fala em R$ 1 trilhão de investimentos em 4 anos

O Planalto afirmou a senadores que projeta R$ 1 trilhão de investimentos em 4 anos durante reunião para apresentar o novo PAC aos congressistas. A informação foi dada a jornalistas pelos senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Otto Alencar (PSD-BA) depois da conversa. Os valores incluem recursos da iniciativa privada.

“R$ 1 trilhão ao longo de 4 anos, envolvendo recursos com características de PAC de outros órgãos e da iniciativa privada por meio de parcerias público-privadas e concessões”, disse Cid Gomes.

Segundo os senadores, o governo confirmou a estimativa de R$ 240 bilhões em obras bancadas em 4 anos com recursos do Orçamento da União. Também foi citado na reunião, disseram eles, o investimento da Petrobras (BVMF:PETR4) nos próximos quatro anos.

“Dos R$ 600 bilhões previstos da Petrobras, R$ 300 bilhões têm características de PAC”, declarou Cid. Segundo ele, não houve detalhamento sobre quantas obras seriam ou outros aspectos. Isso ficará para o anúncio do programa, na sexta-feira (11).

“Começa pelas obras inacabadas, serão prioridade”, afirmou o senador Otto Alencar. Depois, viriam os pedidos de governadores e, em seguida, as prioridades dos ministérios.

Questionado sobre a nova regra fiscal, cujo texto final influenciará na disponibilidade de recursos do governo federal para investimento, Otto respondeu: “O ministro Padilha acha que vai ter uma solução logo para aprovar”.

Os senadores estiveram com os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) no período da tarde no Palácio do Planalto. Padilha é o articulador político do governo, e Costa, o responsável pelo novo PAC.

Lula busca pacto global de países com floresta tropical na Cúpula da Amazônia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera formar na quarta-feira (09) uma frente de união entre as nações com floresta tropical quando se reunirem para negociações internacionais sobre o clima, após um acordo no dia anterior na Cúpula da Amazônia.

Representantes dos oito países amazônicos reunidos em Belém para a cúpula vão se reunir com líderes de países como Indonésia, Congo e República Democrática do Congo nesta quarta-feira. A Bacia do Congo e o Sudeste Asiático abrigam as maiores florestas tropicais do mundo depois da Amazônia.

Lula, que desde os seus dois primeiros mandatos como presidente busca construir blocos multilaterais com nações menos desenvolvidas, tem pedido repetidamente aos países ricos e industrializados que cumpram seus compromissos de financiar ações sobre mudanças climáticas em países mais pobres que pouco fizeram para causar o aquecimento global.

O presidente pretende levar uma mensagem semelhante à cúpula climática das Nações Unidas deste ano, conhecida como COP28, apoiado por uma coalizão fortalecida.

“Queremos preparar, pela primeira vez, um documento conjunto de todos os países que têm florestas para que a gente chegue unido na COP-28, nos Emirados Árabes, e possamos ter uma discussão séria com os países ricos”, disse Lula na semana passada.

O primeiro dia da Cúpula da Amazônia resultou em um amplo acordo para a região cooperar em áreas como combate ao crime organizado e pesquisa científica.

Comissão mista aprova MP do reajuste salarial dos servidores federais

A comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP) 1.170/23, que trata do reajuste salarial dos servidores públicos federais, aprovou o parecer da relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

O texto vai agora para votação no plenário da Câmara e depois para o Senado.

A deputada manteve a versão atual da MP, que prevê reajuste salarial de 9% para todos os empregados e servidores da administração pública federal, incluindo aposentados e pensionistas. A MP está em vigor e, com isso, os servidores estão recebendo remuneração maior desde junho.

A relatora rejeitou emendas apresentadas por parlamentares, justificando que iriam provocar maior despesa pública.

No parecer, Alice Portugal ampliou a margem de financiamento consignável dos servidores federais. Se o trecho for mantido nas votações em plenário da Câmara e do Senado, os servidores poderão usar até 45% do salário para contratação de empréstimos. Atualmente, a margem é de 35%.

“Recebemos inúmeras manifestações de servidores solicitando nova modulação da margem consignável e, tendo em vista que, por diversos fatores, é elevado o número de servidores que necessitam tomar o crédito, que possui taxa de juros inferior às demais formas de crédito direto”, disse a relatora.

Para 77% dos deputados federais, agronegócio é o setor mais influente nas decisões do Congresso

Para a maioria dos deputados federais, o agronegócio é o setor que mais influencia as decisões do Congresso Nacional.

Os dados fazem parte da pesquisa Quaest, divulgada na quinta-feira (10), que acompanha a avaliação dos parlamentares sobre o governo Lula e sua agenda político-econômica.

A Quaest ouviu 185 congressistas entre os dias 13 de junho e 6 de agosto. As entrevistas foram feitas de forma presencial e on-line, por meio de aplicação de questionários estruturados.

A pesquisa revela que, para a maior parte, 77% dos entrevistados, o agronegócio é muito influente nas decisões do Congresso.

Na sequência do ranking, aparecem os setores financeiro (58%), indústria (52%) e comércio (39%), terceiro setor e trabalhadores (20%) e organizações internacionais (15%), respectivamente.

A amostra de deputados corresponde a 36% do total de parlamentares em exercício e foi definida com base em extratos de região e posicionamento ideológico dos partidos.

A divisão por região e por grupo ideológico teve por base o projeto “Brazilian Legislative Survey”. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais.

Câmara está dividida sobre governo, mas otimista para aprovação de agenda do Planalto, diz pesquisa Quaest

A Câmara dos Deputados apresenta-se segmentada quando o quesito é a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas a maioria dos parlamentares vê como alta a chance de aprovação da agenda prioritária do Planalto, apontou a primeira edição da sondagem “O que pensam os deputados federais”, da Quaest.

De acordo com o levantamento, 35% dos parlamentares aprovam o governo Lula, enquanto 33% o avaliam negativamente. Outros 30% o consideram regular. Os patamares verificados são próximos dos registrados em pesquisa do mesmo instituto que apurou a avaliação da opinião pública, em junho, que apontou 37% de avaliação positiva, 27% de negativa e 32% de regular.

Ao se levar em conta o recorte ideológico na Câmara, 34% dos deputados que se identificam como integrantes do centro aprovam o governo Lula, enquanto 56% o avaliam como regular. Entre os parlamentares de esquerda, a gestão tem avaliação positiva de 86%. Já no campo da direita, a avaliação negativa chega a 74%.

A maior parte do centro, 70%, respondeu que o país segue na direção correta. Outros 25% discordam da afirmação e 5% não sabem ou não responderam.

Mais da metade dos entrevistados, 56%, consideram que a chance de aprovação da agenda do governo é alta, enquanto 37% disseram que as chances são baixas e 6% não sabem ou não responderam.

O fator determinante para o sucesso das votações de interesse do Planalto, disseram 40% dos entrevistados pela pesquisa, diz respeito ao cumprimento dos acordos com líderes partidários e liberação de emendas parlamentares.

Em seguida, com 22%, os deputados apontaram como importante para a aprovação da agenda do Planalto que o governo ouça sugestões às propostas antes de apresentá-las. Com 15%, empatadas, aparecem a necessidade de uma boa relação com o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o apoio popular para as propostas.

Ao avaliarem a relação da Câmara com o governo, 41% a consideram ruim. Ela é regular para 32% e positiva para 24%. Para 67%, o governo dá menos atenção aos parlamentares do que deveria.

Entre quais deveriam ser as prioridades do governo, 42% dos parlamentares elencaram as medidas arrecadatórias, caso da taxação de apostas online. A reforma tributária deveria ser a prioridade para 23%.

A pesquisa também apurou os setores com maior influência sobre as decisões no Parlamento, na avaliação dos deputados. O agronegócio lidera a lista dos mais influentes com 77%, seguido do setor financeiro (58%) e da indústria (52%).

Os deputados também avaliaram os ministros de Lula. Lideram o ranking dos melhores avaliados o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é bem avaliado por 52%, seguido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, por 48%, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, por 47%.

A pesquisa ouviu 185 deputados (36% do número total), em amostra proporcional às regiões do país e aos partidos políticos, de acordo com a Genial/Quaest. O levantamento foi realizado entre os dias 13 de junho e 6 de agosto, com entrevistas presenciais e online. A margem de erro é estimada em 4,8 pontos percentuais.

Governo lança “Novo PAC” na sexta-feira (11) com previsão de R$ 240 bi em investimento público

O governo federal lança na sexta-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ), mais uma versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de investimentos de R$ 240 bilhões.

De acordo com o governo federal, a nova edição mira em retomar as obras paradas e acelerar as que até hoje estão em execução são dois pilares do programa.

“Começa pelas obras inacabadas, serão prioridade”, afirmou o senador Otto Alencar. Depois, viriam os pedidos de governadores e, em seguida, as prioridades dos ministérios.

A data de lançamento do Novo PAC, foi adiada algumas vezes, pois a ideia era esperar uma definição sobre o projeto do novo arcabouço fiscal. Porém, o projeto ainda aguarda aprovação na Câmara dos Deputados, após a primeira versão aprovada na casa ter sido modificada pelo Senado.

Assim como os programas anteriores, o Novo PAC tem foco em projetos de infraestrutura, como energia e logística, mas, desta vez, considera também inclusão digital, transição energética, ciência e tecnologia e educação e saúde.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, deve ser o ‘comandante’ do programa. A previsão é começar o programa com uma obra em cada estado.

Além dos investimentos do próprio governo, o Novo PAC também deve ter a lista “engrossada” com concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), além de iniciativas em associação com empreendedores privados, como a ferrovia que vai ligar o leste ao oeste da Bahia (Fiol), e obras na área de saneamento que estão sendo avaliadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Considerando a participação da iniciativa privada, a expectativa é chegar a R$ 1 trilhão em investimentos nos próximos quatro anos, de acordo com o governo.

Confiança da pequena indústria na economia aumentou em julho

Pela primeira vez no ano, as indústrias de pequeno porte estão otimistas em relação à economia. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) para as indústrias de 10 a 49 funcionários fechou o mês de julho em 50,6 pontos, segundo a pesquisa Panorama da Pequena Indústria.

Elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pesquisa mostrou que o Icei das indústrias de pequeno porte continua abaixo da média histórica, de 52,8 pontos. No entanto, essa foi a primeira vez no ano em que o indicador ficou acima da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da desconfiança.

Segundo a CNI, a melhoria do índice é importante porque uma confiança mais elevada pode traduzir-se em mais investimentos e contratações nos próximos meses.

A CNI também mediu o desempenho da pequena indústria, que fechou o segundo trimestre em 44,8 pontos. O índice está acima da média histórica de 43,8 pontos para todos os meses e acima da média de 42,6 pontos para o segundo trimestre.

O Índice de Desempenho vai de 0 a 100 e, diferentemente do Índice de Confiança, não tem uma linha divisória nos 50 pontos. De acordo com a CNI, o desempenho considera vários parâmetros, como a evolução do volume de produção ou do nível de atividade, o nível de utilização da capacidade instalada e a evolução do número de empregados.

Esse índice chegou a cair 3,5 pontos de março para abril, mas avançou 2,4 pontos de abril para maio e 0,4 ponto de maio para junho. A queda no primeiro mês do trimestre, ressalta a CNI, foi insuficiente para reverter o quadro positivo.

Governo, financeiras e varejistas debatem soluções para diminuir juros do cartão de crédito

O Ministério da Fazenda vem se reunindo com instituições financeiras e com o setor de varejo para buscar uma solução para o patamar dos juros no rotativo do cartão de crédito. A taxa ficou em 437,3% em junho.

Este tipo de juro, o mais caro do mercado financeiro, em geral, é utilizado pelos usuários que não conseguem quitar a fatura por completo e optam por fazer o pagamento mínimo, gerando juros sobre juros.

Em entrevista à EBC na última semana, o ministro Fernando Haddad prometeu solucionar a questão em 90 dias.

“Vai cair muito [a taxa]. E mesmo assim vai continuar alta por um tempo, até a gente cumprir uma transição. Mas teremos um freio de arrumação”, disse.

O deputado federal Alencar Santana (PT-SP) confirmou à CNN que o projeto de lei que receberá o conteúdo da medida provisória do Desenrola Brasil tratará também do patamar dos juros no rotativo do cartão de crédito.

Ele afirmou que não participa do grupo, mas vem ouvindo o governo, o varejo e os bancos para moldar o projeto.

Segundo Santana, “desenrolar” sem mexer no juro do rotativo é “tapar o sol com a peneira”.

O projeto de lei (PL) 2.685 de 2022 foi proposto pelo deputado Elmar Nascimento (União-BA) e é relatado pelo petista.

A redação propõe um programa de renegociação de dívidas semelhante ao Desenrola.

Índice de vendas no varejo da Cielo recua em julho

As vendas no varejo brasileiro em julho caíram 0,7%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, segundo dados da empresa de meios de pagamento Cielo divulgados na terça-feira (08).

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve crescimento de 1,5%, afirmou a companhia, citando que o desempenho foi afetado por “efeitos de calendário”.

Segundo o indicador ICVA da empresa, que mede mensalmente o comportamento das vendas no varejo nacional, o macrossetor de Serviços foi um dos responsáveis por puxar o resultado para baixo. A queda foi de 5,2% em julho. Os segmentos com os desempenhos mais negativos foram Bares e Restaurantes, Veterinárias e Pet Shops e Estética e Cabeleireiros.

“O macrossetor de Serviços foi o principal responsável pela queda, e, na Região Sul, apresentou sua performance mais negativa. Os ciclones que atingiram a região durante o período provavelmente atrapalharam o comércio”, disse Carlos Alves, vice-presidente de produtos e tecnologia da Cielo, em comunicado à imprensa.

O macrossetor de Bens Duráveis também ficou no negativo, com recuo nas vendas de 2,3%. O segmento de Materiais para Construção foi o que apresentou a maior queda do macrossetor, segundo a Cielo.

Bens Não Duráveis foi o único macrossetor que cresceu as vendas em julho, segundo a companhia, avançando 2%, com destaque para desempenhos positivos de Postos de Combustíveis e Supermercados e Hipermercados.

Dia dos Pais deve movimentar R$ 7,6 bilhões em vendas, estima CNC

O Dia dos Pais deve ter um volume de vendas de R$ 7,67 bilhões. Isso representa um crescimento de 2,2% em relação ao ano passado. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e já está desinflacionada, ou seja, o valor desconsidera a inflação dos últimos 12 meses, o que permite uma comparação mais adequada entre 2022 e 2023.

Apesar de a estimativa de vendas ter crescido em relação ao ano passado, ainda é menor que os R$ 7,8 bilhões movimentados em 2021. Além disso, é 10% abaixo do patamar de 2013, ponto mais alto da série histórica da CNC, quando os lojistas faturaram R$ 8,54 bilhões.

“Apesar desse aumento [em 2023], o setor ainda não consegue restabelecer o volume de vendas que se tinha antes da pandemia. A razão para isso não é mais a crise sanitária, mas, sim, o comportamento da conjuntura econômica dos últimos meses. A gente teve um processo de encarecimento da taxa de juros, por conta de uma inflação muito alta, e isso se refletiu no Dia dos Pais, especialmente nas últimas edições”, avalia o economista responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.

Para as vendas neste ano, o economista minimiza reflexos positivos do corte na taxa de juros realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na última quarta-feira (02).  “Os juros andaram altos por muito tempo. O BC começou a baixar agora, na reunião de agosto, mas deve ter longo tempo para isso surtir efeito no comércio”, ressalta.

As lojas de vestuário, calçados e acessórios devem abocanhar a maior parte das vendas, R$ 3,64 bilhões. Produtos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,19 bilhão) e itens de perfumaria e cosméticos (R$ 1,16 bilhão) vêm em sequência na preferência dos consumidores. Esses três ramos concentram 77% das vendas totais.

Vendas no varejo do Brasil frustram expectativas e ficam estáveis em junho

O varejo no Brasil decepcionou e registrou estabilidade das vendas em junho em comparação com o mês anterior, destacando uma perda de ritmo desde o início do ano em meio às pressões da política monetária restritiva.

O resultado do mês frustrou a expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,4%, e deixa o comércio varejista do país 3,3% abaixo do pico da série (outubro de 2020), mas 3,0% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).

Os dados divulgados na quarta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda alta de 1,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, contra expectativa de avanço de 0,35%.

No primeiro semestre, o setor acumula ganho de 1,3% em relação ao igual período de 2022, de acordo com o IBGE.

“O primeiro semestre fecha em alta muito por conta do crescimento concentrado em janeiro, quando foi de 4,1%. Depois de janeiro, os resultados são mais tímidos, com variações mais próximas a 0%”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

A piora das condições de crédito com os juros altos vem impactando o setor varejista, mesmo com medidas de transferência de renda do governo e algum arrefecimento da inflação.

O Banco Central cortou na semana passada a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, nível que ainda dificulta a oferta de crédito e afeta o varejo, principalmente no que se refere a bens de maior valor agregado.

Entre as oito atividades pesquisadas, em junho tiveram crescimento Tecidos, vestuário e calçados (1,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%) e Móveis e eletrodomésticos (0,8%).

Na ponta negativa ficaram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,7%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,6%).

O comércio varejista ampliado, por sua vez, apresentou aumento de 1,2% na comparação mensal, com destaque para a alta de 8,5% nas vendas de veículos, motos, partes e peças, compensando a queda de 0,3% em material de construção.

Privatização da Copel deve movimentar pelo menos R$ 4,5 bilhões, diz empresa

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) confirmou que concluiu a precificação da sua privatização, calculando um total de R$ 4,5 bilhões que podem ser movimentados nesse processo, sem considerar um eventual lote suplementar.

Segundo fato relevante divulgado pela companhia ao mercado, o preço por ação da companhia foi definido em R$ 8,25.

A oferta de ações avaliada pela elétrica paranaense compreende a distribuição pública primária e secundária das ações no Brasil.

Os papéis são todos nominativos, escriturais e sem valor nominal, “livres e desembaraçadas de quaisquer ônus ou gravames, realizados Brasil, em mercado de balcão não organizado, destinada ao público investidor em geral”, afirma o texto.

A Copel reiterou que o Banco BTG Pactual, o Banco Itaú BBA, o Banco Bradesco BBI, o Banco Morgan Stanley e o UBS Brasil atuam como coordenadores da oferta no mercado de capitais.

Não será realizado qualquer outro registro da oferta ou das ações da Copel em qualquer agência ou órgão regulador do mercado de capitais de qualquer país, exceto no Brasil, junto à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), e nos Estados Unidos, junto à SEC, reforçou a elétrica.

Novas informações sobre a privatização da companhia serão divulgadas após o registro efetivo da oferta na CVM, que está deve acontecer na quarta-feira (09).

Setor de serviços do Brasil cresce em junho pelo 2º mês, mas abaixo do esperado

O setor de serviços voltou a mostrar expansão pela segunda vez seguida no Brasil em junho, mas terminou o segundo trimestre com um desempenho mais fraco do que o esperado para o mês.

O volume de serviços avançou 0,2% em junho na comparação com maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (10).

O resultado soma-se ao ganho de 1,4% em maio, mas ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,5% para o mês de junho.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de vendas registrou alta de 4,1%, em linha com a expectativa de economistas de crescimento de 4,2%.

Com esses resultados, o setor encontra-se 12,1% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, mas 1,5% abaixo do ápice da série histórica, atingido em dezembro do ano passado.

Após apenas dois meses negativos em 2023, os serviços no Brasil fecham o primeiro semestre com expansão de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

O cenário econômico no Brasil é de juros altos de um lado e de medidas fiscais e mercado de trabalho aquecido de outro, o que deve deixar o setor de serviços andando de lado, ou até mesmo com desaceleração lenta ao longo do ano.

O IBGE destacou no mês o desempenho da atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares, que avançou 0,8% e recuperou parte da queda de 1,2% acumulada nos dois meses anteriores.

“Entre os destaques dessa atividade estão as empresas de atividades jurídicas, as de administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade e as de engenharia”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

As outras duas atividades que tiveram desempenhos positivos no mês foram serviços prestados às famílias (+1,9%) e serviços de informação e comunicação (+0,5%).

Por outro lado, tiveram resultados negativos, outros serviços (-0,4%) e Transportes (-0,3%), sendo que o transporte de passageiros teve retração de 1,2% em relação a maio.

No entanto, o transporte de cargas avançou 0,6% em junho e teve o maior impacto individual positivo no resultado do setor de serviços em junho.

“Nesse mês, ele atinge novamente o ponto mais alto da sua série histórica. Há três fatores que explicam esse desempenho: o escoamento da produção agrícola, o boom do comércio eletrônico, e o transporte de mercadorias industriais”, disse Lobo.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, recuou 0,4% em junho após ter avançado nos dois meses anteriores. Ele ainda se mantém 4,9% acima do patamar pré-pandemia, só que 2,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Atividades turísticas caem 0,4% em junho ante maio, mas seguem acima do pré-pandemia, diz IBGE

O agregado especial de Atividades turísticas recuou 0,4% em junho ante maio, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segmento opera 4,9% acima do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia, e 2,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Na comparação com junho de 2022, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 9,7% em junho de 2023, 27ª taxa positiva seguida. Houve influência do aumento na receita de empresas de transporte aéreo de passageiros, locação de automóveis, serviços de bufê, transporte rodoviário coletivo de passageiros e agências de viagens.

Houve avanço em nove das 12 Unidades da Federação onde o indicador é investigado, com destaque para São Paulo (8,5%), seguido por Rio de Janeiro (14,3%), Minas Gerais (16,6%) e Bahia (14,1%).

Os principais impactos negativos partiram de Ceará (-9,3%) e Rio Grande do Sul (-3,2%).

SELIC

Os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.

A afirmação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada na terça-feira (8), e parece marcar definitivamente o ciclo de aperto monetário que durou três anos. A indicação de que os próximos cortes nos juros serão da mesma magnitude do promovido em agosto vai ao encontro da estimativa do mercado, que espera Selic de 11,75% ao fim de 2023.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (14), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,81% na primeira prévia de agosto, vindo de recuo de 1,29% na mesma leitura do mês anterior e queda de 0,72% no encerramento do mês passado. A informação foi divulgada na quarta-feira (09), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (14), a projeção para o IGP-M ficou em -3,49%, ante -3,44% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na terça-feira (08), indicou que a projeção para o IPCA de 2024, horizonte prioritário do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,4% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, é a mesma do Copom anterior, em junho, e está acima do centro da meta de 3,0%.

Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,0%, o que coincide com o alvo central para o ano, contra 3,1% em junho. Já para 2023, a expectativa do BC no cenário de referência é de 4,9%, ligeiramente mais baixa do que a projeção do Copom anterior (5,0%), mas ainda acima do teto da meta de 4,75%, indicando o terceiro ano consecutivo de rompimento do objetivo principal do BC.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (14), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 4,84%, ante 4,84% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

Setor com maior peso na economia (de 67% a 70% do Produto Interno Bruto), o segmento de serviços pegou a tração da economia que foi puxada no 1º trimestre pela agropecuária e teria registrado crescimento de 0,5% no 2º trimestre. Os números foram projetados pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú, com base no desempenho da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada na sexta-feira (11) pelo IBGE, com variação de 0,2% no volume de junho sobre maio. No dia anterior o IBGE informou que as vendas do comércio (13% a 14% do setor de serviços) ficaram estáveis em junho e teriam registrado queda de 0,2% frente ao 1º trimestre. A indústria teria crescido menos de 0,2% no 2º trimestre.

Os números completos do PIB do 2º trimestre só serão divulgados pelo IBGE em 1º de setembro, mas já garantem um crescimento bem mais positivo para o PIB deste ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (14), a projeção para o PIB ficou em 2,29%, ante 2,26% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (07), o Ibovespa fechou em queda, em sessão com volume reduzido antes de divulgações relevantes na semana, como a ata da última decisão do Copom e números de inflação no Brasil e Estados Unidos, enquanto BB Seguridade subiu mais de 2% após resultado trimestral. O índice Ibovespa teve queda de 0,11 %, a 119.379,50 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,7 bilhões.

Na terça-feira (08), o Ibovespa fechou em queda, distante da mínima da sessão, uma vez que o alívio na curva de juros brasileira impulsionou papéis sensíveis à economia doméstica, atenuando a pressão de baixa do cenário externo, após dados mais fracos da China. O índice Ibovespa teve queda de 0,24%, a 119.090,24 pontos. O volume financeiro somou R$ 22 bilhões.

Na quarta-feira (09), o Ibovespa fechou em queda, a CVC Brasil capitaneou as perdas com um tombo de cerca de 8% após resultado trimestral fraco, em mais uma sessão marcada pela repercussão de uma bateria de balanços. O índice Ibovespa teve queda de 0,57%, a 118.408,77 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,3 bilhões.

Na quinta-feira (10), o Ibovespa fechou em queda, perdendo fôlego na segunda etapa do pregão com a piora de Vale, em mais um dia repleto de resultados corporativos, com Grupo Soma e Rede D’Or entre as maiores perdas e Azul e Hapvida na ponta positiva. O índice Ibovespa teve queda de 0,05%, a 118.349,60 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,7 bilhões.

Na sexta-feira (11), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,39%, a 118.810,44 pontos. Quando agentes financeiros repercutem mais uma agenda cheia de resultados corporativos, enquanto também analisam a alta do IPCA no mês passado e anúncio do novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos de 1,7 trilhão de reais. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,24%, a 118.065,14 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,9 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (11), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,02%, cotado a R$ 4,8810 na venda. Em ambiente de expectativas pela inflação ao produtor (PPI) dos Estados Unidos em julho. A estimativa é que o PPI mostre leve alta na margem, após o CPI americano dentro do esperado ontem apoiar expectativas de manutenção de juros pelo Federal Reserve em setembro. Os investidores digerem também a alta de 0,12% do IPCA de julho, após queda de 0,08% em junho.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (11) cotado a R$ 4,9041, em um dia em que as cotações oscilaram em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana reagiu à divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos que reforçaram a leitura de que o Federal Reserve pode ter que subir mais os juros em 2023.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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14/08/2023