Cenário Econômico Nacional – 04/09/2023

Cenário Econômico Nacional – 04/09/2023

Cenário Econômico Nacional – 04/09/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas projetam PIB e dólar maiores neste ano

Economistas esperam crescimento da economia e dólar maiores neste ano, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (28).

Os economistas consultados pelo BC mantiveram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 em 4,90%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, passaram de 3,86% para 3,87%, e as de 2025 ficaram em 3,50%.

Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros deste ano em 11,75%. As projeções para 2024 ficaram estáveis em 9% e as para 2025 em 8,5%.

Os economistas elevaram as expectativas do crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 de 2,29% para 2,31%.

Para 2024, as projeções do PIB ficaram iguais, em 1,33%, enquanto para 2025 foram mantidas em 1,90%.

Em relação ao dólar, as apostas para 2023 subiram de R$4,95 para R$ 4,98. Para 2024, a projeção foi mantida em R$ 5 e, para 2025, subiu de R$ 5,09 para R$ 5,10.

Estoque de crédito no Brasil cai 0,2% em julho; concessões recuam 5,4%

As concessões de empréstimos no Brasil recuaram 5,4% em julho na comparação com o mês anterior, informou o Banco Central na segunda-feira (28), com o estoque total de crédito caindo 0,2% no período, a 5,405 trilhões de reais.

No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, tiveram queda de 9,3% em relação a junho. Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve avanço de 30,4% no período.

Em julho, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 5,0%, contra 4,9% no mês anterior.

Já as taxas bancárias médias recuaram no mês passado. Os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 44,3%, um recuo de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Nos recursos direcionados, houve baixa de 0,4 ponto no mês, a 11,6%.

O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, recuou para 33,0 pontos percentuais nos recursos livres, contra 33,1 pontos no mês anterior.

Reforma tributária beneficiará ao menos 82% dos municípios, prevê Ipea

O texto da reforma tributária aprovado na Câmara dos Deputados e que tramita agora no Senado vai beneficiar ao menos 82% dos 5.568 municípios brasileiros e 60% dos estados. A avaliação consta de estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento.

O documento Impactos Redistributivos da Reforma Tributária: Estimativas Atualizadas foi elaborado pelos pesquisadores Sérgio Gobetti e Priscila Monteiro e faz uma comparação de como ficará a arrecadação de estados e municípios.

O estudo comparou as receitas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Serviços (ISS) obtidas em 2022 por todos os municípios e estados do país com as que teriam sido verificadas em caso de vigência do novo modelo tributário, que prevê um imposto sobre bens e serviços de base ampla e cobrado no destino, ou seja, no local de consumo.

O levantamento detalha que, apesar de a reforma beneficiar 60% dos estados individualmente, se for levado em consideração que alguns governos estaduais perderão participação no bolo tributário, porém cidades desse mesmo estado ganharão participação, compensando as perdas, o percentual de unidades federativas (UFs) beneficiadas será de 78%.

O Ipea constata que os entes ganhadores com a reforma são, em geral, estados menos desenvolvidos e municípios mais pobres. De todas as cidades que têm Produto Interno Bruto (PIB) per capita (valor de todas as riquezas produzidas dividido pelo número de habitantes) inferior à média brasileira, 98% serão beneficiadas. Do grupo das 108 cidades populosas e pobres (G100, criado pela Frente Nacional dos Prefeitos – FNP), 98% serão ganhadoras com a reforma.

Entre as grandes cidades, registram-se ganhos para 59% das capitais e 72% das que têm população superior a 80 mil habitantes.

Bank of America eleva a 3% projeção de crescimento do Brasil em 2023

O Bank of America elevou seu prognóstico para a expansão da economia brasileira neste ano a 3,0%, citando surpresas positivas em dados recentes, força das exportações, resiliência do mercado de trabalho e início do ciclo de afrouxamento monetário, bem como a retomada da confiança diante da redução de incertezas fiscais.

Anteriormente, o BofA estimava expansão de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. O credor também elevou sua projeção para o crescimento do ano que vem a 2,2%, de 1,8% antes.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira assinado por David Beker, chefe de economia para Brasil, e Natacha Perez, economista, o Bofa disse que a forte revisão para cima em sua projeção veio após o crescimento surpreendente do PIB no primeiro trimestre e outros dados de atividade mais fortes do que o esperado.

Além disso, “a revisão do crescimento deste ano é impulsionada por exportações líquidas mais fortes e por expectativas de investimento menos negativas”, afirmaram Beker e Perez, citando ainda resiliência do mercado de trabalho.

O banco destacou, ainda, que os níveis de confiança têm apresentado tendência de melhora nos últimos meses, sob o impacto da diminuição da incerteza relacionada ao fiscal e à conjuntura da política monetária, e acrescentou que isso deve ter efeito positivo sobre o crescimento do ano que vem.

“Olhando para o futuro, à medida que o ciclo de afrouxamento monetário avança, o voto de confiança das agências de classificação com a melhoria da pontuação de crédito do Brasil e a emissão de títulos verdes pelo governo são motores positivos do crescimento do investimento no médio prazo”, completaram Beker e Perez.

No mês passado, as agências de classificação de risco Fitch e DBRS Morningstar elevaram suas notas de crédito para o Brasil, enquanto a S&P melhorou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”. Nesse contexto, que aponta para maior confiança na capacidade do país de pagar suas dívidas, o governo já anunciou preparativos finais para a emissão de títulos soberanos sustentáveis, indicando que a operação pode movimentar 2 bilhões de dólares em setembro.

Dívida Pública cai 0,8% em julho e mantém-se abaixo de R$ 6,2 trilhões

O alto volume de vencimento de títulos prefixados fez a Dívida Pública Federal (DPF) cair levemente em julho. Segundo números divulgados pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 6,191 trilhões em junho para R$ 6,142 trilhões no mês passado, recuo de 0,8%.

Em abril, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 6 trilhões. Mesmo com a queda em julho, o Tesouro prevê que a DPF subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) caiu 0,74%, passando de R$ 5,957 trilhões em junho para R$ 5,913 trilhões em julho. No mês passado, o Tesouro resgatou R$ 89,86 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis prefixados, que costumam vencer no primeiro mês de cada trimestre. A queda na DPMFi só não foi maior porque houve a apropriação de R$ 45,7 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,25% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 134,347 bilhões em títulos da DPMFi. Com o alto volume de vencimentos em julho, os resgates somaram R$ 224,207 bilhões. A diferença entre as emissões e os resgates foi a maior desde janeiro deste ano, quando o vencimento de títulos prefixados bateu recorde.

No mercado externo, a queda do dólar em julho aumentou o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 2,17%, passando de R$ 234,04 bilhões em junho para R$ 228,96 bilhões em julho. O principal fator foi o recuo de 1,61% da moeda norte-americana no mês passado.

IGP-M desacelera queda em agosto com pressão de produtos agropecuários e industriais, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou a queda a 0,14% em agosto, após recuo de 0,72% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira (30).

O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de avanço de 0,15%, e levou o índice a mostrar queda de 7,20% em 12 meses, menos intensa que o recuo de 7,72% acumulado no ano findo em julho.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, reduziu a baixa para 0,17% em agosto, ante queda de 1,05% em julho.

“Os produtos agropecuários (de -1,87% para 0,02%) e industriais (de -0,75% para -0,24%) contribuíram para a taxa menos negativa do índice ao produtor”, explicou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços. “Na parte agrícola, a maior influência veio da soja (de 0,03% para 5,63%) e, do lado industrial, do óleo Diesel (de 0,00% para 4,15%).”

Pesquisa mostra que 31% dos brasileiros precisam complementar renda

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) mostrou que 31% dos brasileiros precisaram fazer alguma atividade extra para complementar sua renda este ano. Em 2022, esse percentual era de 45%.

A Pesquisa Nacional sobre Desigualdades revelou ainda que 57% das pessoas têm a sensação de que houve aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza na cidade onde moram; em 2022, o índice era de 75%.

Ao todo, foram entrevistadas 2.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais, em 127 municípios.

Segundo os dados, 71% concordam totalmente ou em parte que as mudanças climáticas e eventos extremos, como chuvas, calor ou frio intensos, seca prolongada, atingem igualmente todas as pessoas de qualquer cor ou classe social. Dos entrevistados, 68% acreditam que pessoas negras e brancas são tratadas diferentemente nos ambientes. Os espaços mais citados em que há situação de preconceito são os shoppings e estabelecimentos comerciais, escolas e universidades.

Quando questionadas sobre terem sofrido assédio, 40% das mulheres responderam positivamente e que ocorreu em ruas e espaços públicos, transporte público, ambiente de trabalho, bares e casas noturnas, transporte particular e ambiente familiar. Quase metade da população declara que já sofreu ou viu alguém sofrer preconceito em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero, proporção que caiu 11 pontos percentuais em relação a 2022.

Os dados da pesquisa foram apresentados no lançamento do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades nesta quarta-feira, em Brasília. O pacto é uma iniciativa de organizações sociais, associações de municípios, centrais sindicais, entidades de classe, instâncias governamentais do Executivo e Legislativo federal, estadual e municipal, e do Poder Judiciário.

Brasil perde R$ 40 bilhões por ano em paraísos fiscais e offshores

Paraísos fiscais é o nome dado a países ou territórios espalhados pelo mundo com duas características: sigilo absoluto sobre as transações financeiras e praticamente zero de impostos.

Esses lugares e as offshores, empresas abertas fora dos países de origem dos proprietários, são responsáveis por uma perda de arrecadação global de, no mínimo, US$ 480 bilhões por ano, ou R$ 2,340 trilhões. Os números são do relatório da Tax Justice Network (em tradução livre, Rede de Justiça Fiscal), que pela primeira vez conseguiu fazer a estimativa da evasão global de divisas.

Só no Brasil, esses paraísos respondem por uma evasão de pelo menos US$ 8 bilhões por ano, ou quase R$ 40 bilhões. Comparativamente, esse foi o orçamento do ano inteiro aprovado para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Gabriel Casnati integra o Public Service International (PSI), uma Federação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores, e participou, com os dados brasileiros, da elaboração do estudo, que tenta mapear a geografia desses paraísos fiscais.

A busca por um regime fiscal mais justo e que iniba a evasão de divisas por meio de manobras contábeis tem sido alvo de economias no mundo inteiro. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) para aumentar os impostos dos super-ricos brasileiros. A proposta é cobrar de 15% a 20% dos rendimentos dos chamados fundos exclusivos (em que há um único cotista). Segundo o Mistério da Fazenda, são 2,5 mil pessoas que respondem por mais de 10% dos investimentos em fundos de investimentos de todo o país.

Em relação à taxação das offshores, que inicialmente estava em MP e foi transferida para um projeto de lei, o governo quer instituir a tributação de trusts, instrumentos pelos quais os investidores entregam os bens para terceiros administrarem.

Casnati avalia como positiva a mudança de tributação de super-ricos no Brasil. “É uma medida, entre aspas, mais técnica e com um pouco mais de consenso, mesmo dentro dos setores mais conservadores liberais. É uma medida importantíssima”, aponta. Para ele, o que preocupa é a resistência de parlamentares para avançar com a taxação de offshores. “Vendo o retrospecto do Congresso é um pouco desanimador.”

A Rádio Nacional entrevistou Gabriel Casnati, que explica os principais pontos do levantamento e defende medidas globais para enfrentar o problema.

Governo projeta dívida bruta em 76,9% do PIB em 2026 após estabilização com marco fiscal

A equipe econômica projetou que a dívida bruta do governo geral alcançará 76,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026 em cenário base, após estabilização provocada pelo novo arcabouço fiscal, segundo o projeto de lei orçamentária de 2024 divulgado.

De acordo com o governo, a dívida bruta, que fechou julho em 74,1% do PIB, poderia ir a 77,7% do PIB em 2026 no pior cenário do arcabouço ou a 76,1% no melhor cenário.

Ao estabelecer os parâmetros para o projeto, o governo reduziu levemente a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, passando de 2,34% estimados no projeto da LDO para 2,26%.

A equipe econômica revisou a estimativa para o IPCA em 2024 de 3,52% para 3,30%, enquanto a previsão para a Selic média no próximo ano foi de 11,08% para 9,80%.

PIB: Economia brasileira cresce 0,9% no 2º trimestre, acima do esperado

A economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% no segundo trimestre deste ano, frente o trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã de sexta-feira (01) de setembro. A expectativa consensual era de uma alta de 0,3%, enquanto o indicador no primeiro trimestre subiu 1,9%.

Em relação a igual período de 2022, o PIB apresentou expansão de 3,4%. Já no acumulado dos quatro trimestres terminados em junho deste ano, a alta foi de 3,2%. Considerando o primeiro semestre, o crescimento foi de 3,7%.

STF forma maioria para determinar que Congresso atualize número de deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou uma maioria para determinar ao Congresso que aprove até o final de junho de 2025 uma lei complementar para atualizar o número de deputados federais por bancada estadual, tendo como base a população dos 26 Estados e do Distrito Federal.

Em um julgamento virtual que se encerra nesta sexta, os ministros entenderam até o momento que, se a atualização não for feita pelos parlamentares, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fazer essa modificação.

A medida também vale para os deputados estaduais e distritais e as mudanças vão valer já para a próxima legislatura. Pela Constituição, as bancadas terão de ter entre 8 e 70 deputados, sendo distribuídos proporcionalmente pelo tamanho da população.

No caso da Câmara dos Deputados, a revisão das bancadas terá de levar em conta os dados do último censo. A redistribuição das 513 cadeiras de deputados não é feita desde 1993.

O Estado do Pará foi o responsável por mover a ação.

Carta de resposta à UE diz que Mercosul não aceita ameaça, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no sábado (26) que a carta de resposta do Mercosul à União Europeia dirá que o bloco sul-americano não aceita ameaças, mas, ainda assim, reiterou ter a intenção de concluir o acordo comercial ainda neste ano.

O presidente afirmou que o teor da carta foi enviado aos demais países do Mercosul, Argentina, Uruguai e Paraguai, e disse que o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, está encarregado do envio formal à UE.

“Nós respondemos a carta deles, colocando aquilo que nós entendemos que deva ser a parte do acordo e dizendo que não aceitamos que uma carta entre amigos tenha ameaça”, disse Lula a jornalistas em entrevista coletiva durante visita a Angola.

“Na carta da União Europeia tem uma ameaça: ‘se não tiver acordo, vai ter punição’. Nós não aceitamos isso, respondemos, mandamos a carta para o Uruguai, para o Paraguai e para a Argentina e o Mauro cuida disso, já devemos ter enviado para a União Europeia.”

Lula reiterou mais uma vez a intenção de fechar o acordo ainda neste ano, ainda que tenha ressaltado a dificuldade de “negociar com os franceses”.

A UE e o Mercosul concluíram as negociações em 2019, mas o acordo foi suspenso devido a preocupações com o desmatamento da Amazônia e o compromisso do Brasil com as ações de mudança climática.

A Comissão Europeia propôs em uma carta adicional a inclusão de um anexo ao acordo para mostrar os compromissos com o desmatamento e outras áreas de sustentabilidade.

Ao comentar outras frentes da política internacional brasileira, Lula afirmou ainda que pedirá ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que apoie o pleito brasileiro de ingresso como membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“Eu estou já há mais de 15 anos brigando pela participação no Conselho de Segurança. Agora eu vou falar para o meu amigo Biden: ‘ó, Biden, você pode tratar de começar a defender o Brasil”, afirmou, em tem de brincadeira, na coletiva.

Ricardo Salles vira réu em processo que apura irregularidade em exportação de madeira

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro, tornou-se réu na segunda-feira em uma ação que investiga supostas irregularidades na exportação de madeira.

Além de Salles, também se tornaram réus o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outros servidores públicos suspeitos de envolvimento no alegado esquema.

As ilegalidades teriam sido cometidas quando Salles comandava o Ministério do Meio Ambiente. Salles responderá às acusações de integrar organizações criminosas, facilitar a prática de contrabando ou descaminho e dificultar a ação fiscalizadora do poder público.

Em sua conta na rede social X, Salles disse que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), aceita pelo juiz Gilson Jader Gonçalves Vieira Filho, substituto da 4ª Vara Federal Criminal do Pará, contraria as conclusões do delegado que investigou o caso.

“Tenho certeza que a seriedade e imparcialidade do Judiciário demonstrarão a falácia ali contida. Avante”, escreveu Salles.

PL de offshore vai a Congresso com urgência; expectativa é arrecadar R$ 7 bilhões em 2024

O governo Lula encaminhou ao Congresso nesta segunda-feira, 28, o projeto de lei que trata da tributação das offshore, muitas vezes localizadas em paraísos fiscais. A proposta foi enviada em regime de urgência constitucional. A medida é uma do cardápio do Ministério da Fazenda para aumentar o potencial de arrecadação em 2024 e alcançar o déficit zero. Para o próximo ano, a expectativa é de que o governo arrecade R$ 7,05 bilhões com a iniciativa, que ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento. Em 2025, o potencial de arrecadação chega a R$ 6,75 bilhões, e de R$ 7,13 bilhões em 2026.

A tributação das offshore foi inicialmente endereçada ao Congresso por meio de medida provisória, como forma de compensação do aumento da isenção do imposto de renda. O tópico, contudo, enfrentou resistências entre parlamentares, que entraram num acordo com a Fazenda para que o assunto fosse tratado por meio de PL.

Segundo a Fazenda, o projeto de lei tem conteúdo similar ao apresentado na MP, mas com “diversas melhorias no texto”, destacando as emendas do Congresso e sugestões da sociedade em audiências e eventos. O projeto define que a pessoa física com renda no exterior de até R$ 6 mil por ano estará sujeita à alíquota de 0%. “Essa pode ser a situação das pessoas que têm utilizado contas bancárias estrangeiras remuneradas para arcar com pequenas despesas pessoais no exterior, por exemplo, em viagens internacionais”. Já a renda entre R$ 6 mil e R$ 50 mil por ano, de acordo com o texto, ficará sujeita à tributação pela alíquota de 15%, enquanto a renda superior a R$ 50 mil ficará sob uma alíquota de 22,5%. “Sendo essa a alíquota máxima já aplicada para aplicações financeiras de curto prazo no Brasil”, apontou a pasta.

Além disso, o texto define que a nova regra se aplica aos resultados apurados pelas entidades controladas a partir de 1º de janeiro do próximo ano. Os resultados acumulados pelas entidades no exterior até 31 de dezembro de 2023, antes da entrada da nova regra de tributação, serão tributados somente no momento da efetiva disponibilização para a pessoa física.

Orçamento vai “equilibrado” ao Congresso e não há tempo para mudanças, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o projeto orçamentário de 2024 será enviado ao Congresso “equilibrado”, afirmando que neste momento não há tempo de mudar o texto, que deve chegar ao Legislativo na quinta-feira desta semana.

Falando a jornalistas em Brasília, Haddad disse que Orçamento “equilibrado” significa que as receitas primárias serão iguais às despesas primárias, e afirmou ainda que há medidas novas no projeto do ano que vem.

Lula indica advogada Daniela Teixeira para o STJ

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou a advogada Daniela Teixeira para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) na cota dos da advocacia da corte.

Se aprovada após sabatina pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e pelo plenário da Casa, Teixeira assume cadeira deixada vaga pelo ministro Felix Fischer aposentado em agosto de 2022.

O nome da advogada, que integrou comissão de reforma da Lei de Lavagem de Dinheiro da Câmara dos Deputados e foi conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi escolhido por Lula a partir de uma lista tríplice definida pelo pleno do STJ a partir de um rol com seis nomes apresentado pela OAB.

O presidente ainda poderá escolher mais dois nomes para a composição da corte, dessa vez da cota de membros dos Tribunais de Justiça. O plenário do STJ apresentou uma lista a Lula com quatro candidatos.

Senado aprova projeto que retoma voto de desempate no Carf, que segue à sanção

O plenário do Senado aprovou o projeto de lei que retoma o voto de qualidade em casos de empate nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que segue agora à sanção presidencial, abrindo o leque de opções do governo para ampliar sua arrecadação.

Aprovada pelos senadores por 34 votos a 27, a proposta que restaura o voto de minerva no órgão que julga litígios tributários tinha sua tramitação acompanhada de perto pelo Executivo por avaliar que ela possibilitará um importante reforço nos recursos do governo federal para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos estimados em 1,7 trilhão de reais, considerando recursos da União, de estatais e do setor privado.

Originalmente, o voto de desempate havia sido enviado ao Legislativo na forma de medida provisória, mas esbarrou em impasse entre a Câmara e o Senado sobre a tramitação de MPs. O governo se viu, então, obrigado a reeditar a proposta dessa vez no formato de um projeto de lei.

Na Exposição de Motivos enviada ao Parlamento para justificar a edição da medida, o Executivo estimava perda anual em cerca de 59 bilhões de reais no formato atual, em que a disposição legal favorece os contribuintes em casos de empate.

O texto do projeto de lei que segue à sanção presidencial incorpora acordo fechado com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê redução de multas e juros nos casos de desempate em favor da União.

Orçamento de 2024 ampliará gasto em R$ 129 bilhões e déficit zero dependerá do Congresso, indica Tebet

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 será enviado na quinta-feira (31) ao Congresso com uma previsão de que a despesa primária crescerá 129 bilhões de reais em relação a este ano, disse nesta quarta-feira a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o que deve representar uma alta de 1,7% acima da inflação.

Para assegurar a previsão de um déficit zero no ano, como prometido pela equipe econômica, o projeto estabelece uma ampliação de 168 bilhões de reais em arrecadação, incluindo receitas ainda não aprovadas, e vai prever despesas que ficarão parcialmente condicionadas a uma ainda incerta autorização especial do Congresso.

Em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Tebet afirmou que a maior parte do incremento nas despesas será consumida por gastos obrigatórios, que vêm sendo pressionadas por medidas como o reajuste do salário mínimo, do Bolsa Família e dos salários de servidores, e apenas 9 bilhões de reais dirão respeito a verbas discricionárias, sobre as quais o governo tem capacidade de manejo.

Os cálculos da equipe econômica governo para o aumento de gastos consideram 62 bilhões de reais de correção dos gastos pela inflação de 3,16% apurada até junho deste ano. O aumento total de gasto proposto, segundo a ministra, ainda prevê 32 bilhões de reais que ficarão condicionados a uma aprovação posterior do Congresso.

O dispositivo, derrubado na votação do arcabouço fiscal e que ainda consta em outro projeto orçamentário em tramitação, permite uma ampliação dos gastos em 2024 caso a inflação suba entre o meio e o fim deste ano. Esse trecho incrementaria o gasto em mais 1,64%.

“Estou muito preocupada, sem as despesas condicionadas (à regra sobre inflação) estamos falando de cortes de projetos sociais em 2024”, disse Tebet, mencionando que uma parte do Bolsa Família estará condicionada a esse aval do Legislativo.

Além disso, a adição de 1,7% em gastos acima da inflação vai gerar um incremento de 34 bilhões de reais. O percentual segue as premissas do novo arcabouço fiscal, que limita o crescimento do gasto em 2024 a 70% da alta das receitas de 2023.

A ministra apontou que, com esses incrementos, o limite total de gastos primários do governo federal, que não incluem despesas com juros da dívida pública, será de 2,093 trilhões de reais em 2024.

TSE condena Republicanos, PSDB e PSD por fraudes a cotas de gênero

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou fraudes cometidas pelos partidos Republicanos, PSDB e PSD, relacionadas às cotas de gênero previstas na Lei das Eleições, que estabelece o percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo nas eleições para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, assembleias legislativas e câmaras municipais.

Os três partidos lançaram, segundo o TSE, “candidatas fictícias” para o cargo de vereadoras nas eleições municipais em Macau (RN), Governador Nunes Freire (MA) e Afuá (PA).

As decisões foram unânimes, seguindo o voto do ministro relator Benedito Gonçalves, nos três julgamentos de recursos.

Um dos recursos foi apresentado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido dos Trabalhadores (PT) contra as candidatas Rayanny Roberta Gomes Dantas de Souza, Maria Cecilia Barbosa de Sousa e Maria Jesus de Andrade, lançadas pelo Republicanos na eleição em Macau, “apenas para atingir o percentual mínimo de candidaturas femininas, determinado pela legislação eleitoral”.

O segundo recurso refere-se ao “lançamento de candidata fictícia pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no município de Governador Nunes Freire”. O recurso foi apresentado por Maurílio de Almeida Bueno, candidato a vereador pelo Partido Liberal, “contra os candidatos eleitos ao cargo pelo PSDB”.

O terceiro processo foi apresentado pelo PTB contra o Partido Social Democrático (PSD), por ter “burlado a cota de gênero nas eleições para vereador em Afuá”.

Segundo o relator, “a candidata Simone Pereira, lançada de maneira fictícia pelo PSD, fez ostensiva campanha para o próprio marido que concorria a vereador, esquecendo-se de que ela também concorria ao cargo”.

Eleições municipais: em SP, Boulos tem 32% e Nunes, 24%, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha coloca o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à frente na corrida pela Prefeitura de São Paulo no ano que vem. Ele tem 32% das intenções de voto, seguido pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com 24%.

A pesquisa foi realizada na terça (29) e na quarta-feira (30) e ouviu 1.092 eleitores. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Foi o primeiro levantamento do instituto para a eleição municipal na capital paulista no ano que vem.

A terceira posição tem um empate técnico entre os deputados federais Tabata Amaral (PSB), com 11%, e Kim Kataguiri (União Brasil), com 8%.

Por iniciativa do Datafolha, o nome de Vinicius Poit foi incluído no levantamento. Ele obteve 2% das intenções de voto na pesquisa estimulada. No entanto, Poit, comentarista do CNN Arena, afirma não ser pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

A opção “branco/nulo/nenhum” foi escolhida por 18% dos entrevistados. Outros 5% disseram ainda não saber em quem votar.

Importação de produtos de até US$ 50 subiu 11% neste ano

A importação de produtos com valor de até US$ 50 (cerca de R$ 240) cresceu 11,4% nos sete primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022. O total de itens chegou a 3,3 bilhões, dos quais a maioria teve como origem a China.

Os dados são de um estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no qual foi analisada a importação de mais de 10 mil tipos de bens de consumo com valor individual de até US$ 50.

A pesquisa mostrou que a importação de produtos chineses subiu 38% neste período. Com isso, eles representam atualmente quase 40% do total de itens importados pelos consumidores brasileiros, com 1,3 bilhão de unidades.

Em segundo lugar como país de origem aparece o Paraguai, com apenas 296 milhões de unidades (8,9%).

Segundo a CNC, a alta foi estimulada pela valorização do real ante o dólar e a alta carga tributária doméstica. “A diferença na carga de impostos sobre o consumo no Brasil e no exterior foi um fator crucial para o aumento das importações de bens de consumo”, explica o economista responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

De acordo com a CNC, esse tipo de comércio reduz a competitividade do produto nacional. A confederação pede que haja uma isonomia tributária para as importações de bens de consumo de baixo valor.

Em 1º de agosto, entrou em vigor a isenção federal para compras online de até US$ 50.

Senacom avalia abertura de processo administrativo contra 123Milhas e multa de até R$ 13 milhões

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom), órgão do Ministério da Justiça, está avaliando a abertura de um processo administrativo e até mesmo a aplicação de multa contra a 123Milhas caso a empresa não devolva o dinheiro de consumidores afetados pela suspensão de pacotes de viagens já pagos. Se confirmada, a multa pode chegar a R$ 13 milhões.

“Mantemos a posição de que a empresa deve ressarcir em dinheiro o consumidor que assim queira”, afirmou o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous, durante entrevista à CNN Brasil. Se não houver acordo, a Senacom também pode bloquear a continuidade da venda de pacotes de viagens pela companhia.

A 123Milhas respondeu à cobrança de esclarecimentos feita recentemente pela Senacom e também pediu uma audiência com o órgão para dar mais detalhes sobre a situação. O secretário disse que vai atender ao pedido de audiência, e que o encontro deve acontecer ainda nesta semana.

“Nossa expectativa é que a 123Milhas apresente um plano que ao menos mitigue, reduza a escala, dos prejuízos aos consumidores. Esse é o nosso objetivo, não multar, nem punir, mas se houver necessidade, vamos fazer”, disse Damous.

Caso a empresa mantenha a posição de ressarcir os clientes com voucher para uso de outros serviços, em vez da devolução dos valores em dinheiro, a alternativa para os consumidores será a abertura de um processo judicial – que é a esfera com capacidade de obrigar a companhia a fazer o ressarcimento. “Da nossa parte, vamos até a abertura de processo administrativo e sanção por descumprimento do contrato, que é a multa”.

Setor de transporte terá alta de 3,6% no custo com aumento do diesel, prevê associação

O Índice Nacional de Custo do Transporte de Carga Lotação (INCTL) deverá subir 3,6% em agosto no Brasil, considerando o repasse da maior parte do reajuste de preços do diesel efetuado pela Petrobras mais cedo neste mês, projetou a associação de transportadores NTC&Logística.

Já o índice de custos para cargas fracionadas (INCTF) deverá subir 1,7%, segundo a entidade.

Ambos indicadores tinham apresentado recuos de 1,58% e 0,60%, respectivamente, no acumulado de 12 meses até junho, na esteira de uma baixa de quase 34% no custo do diesel no período, enquanto outros componentes do custo, como gastos com veículos e mão de obra, subiram 26,9% e 8,4%.

Para caminhões de carga lotação, que transportam produtos como grãos, o custo do diesel acaba tendo um peso maior do que aqueles produtos fracionados, transportados por veículos menores.

“Dos quase 26% do reajuste feito pela Petrobras, é provável que vá pelo menos 20% para o custo na bomba, a hora que colocar na conta, vai quase empatar”, disse o assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdívia, ao indicar que o alívio de custos com diesel está com os dias contados.

O combustível já subiu nos postos brasileiros 19%, em média, desde que a Petrobras realizou o reajuste, em meados do mês, até a semana passada, segundo pesquisa da reguladora do setor de petróleo e combustíveis, a ANP, publicada na última sexta-feira (25).

Valdívia considera que há indicações no mercado internacional, como a postura de cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mais aliados como a Rússia, de que o preço do petróleo vai subir até o final do ano.

“Eles querem colocar o barril de petróleo a 100 dólares, a tendência é de aumento (do preço do diesel), se o governo não segurar.”, disse.

“Tudo indica que o segundo semestre será difícil, vai depender do volume de carga, tudo indica que o custo não vai ajudar, pelo menos o diesel não vai ajudar”, comentou.

Confiança da indústria do Brasil cai em agosto para menor nível em 3 anos, mostra FGV

A confiança da indústria no Brasil recuou em agosto e foi ao menor nível em três anos diante dos níveis altos de endividamento e da taxa de juros, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira (29).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,5 ponto, a 91,4 pontos, na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados da FGV, segunda queda seguida que levou o índice ao pior resultado desde agosto de 2020 (89,8 pontos).

“Os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual que sustenta ainda taxa de juros e endividamento nas famílias em patamares elevados, dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo”, explicou o economista do FGV Ibre Stéfano Pacini.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, caiu 1,0 ponto, para 88,5 pontos, menor patamar desde junho de 2020, segundo a FGV.

Já o Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, teve estabilidade, permanecendo em 94,4 pontos.

“Para os próximos meses, as perspectivas sobre os negócios reforçam a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno, porém com alguma melhora no mercado de trabalho”, completou Pacini.

Confiança de serviços do Brasil cai em agosto após 5 altas seguidas, diz FGV

A confiança do setor de serviços do Brasil interrompeu cinco meses seguidos de alta e caiu em agosto, indicando desaceleração da tendência de crescimento do setor, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira (30) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 0,6 ponto, para 97,4 pontos.

“O resultado desse mês pode ser enxergado como uma acomodação, influenciado por piora da satisfação dos empresários sobre o momento atual que está relacionado diretamente a uma redução da demanda, sugerindo uma desaceleração da tendência de crescimento que o setor vinha apresentando desde março”, explicou o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota.

A FGV informou que o resultado de agosto se deu devido à piora tanto na percepção das empresas sobre o momento atual quanto das perspectivas em relação aos próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, caiu 1,0 ponto no mês, para 98,5 pontos, influenciado por uma menor satisfação dos empresários em relação ao volume de demanda atual e piora das avaliações sobre a situação atual dos negócios.

Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, perdeu 0,3 ponto, para 96,3 pontos, com destaque para as perspectivas mais pessimistas em relação a demanda prevista nos próximos três meses.

“Por mais que o ambiente macroeconômico tenha dado sinais mais favoráveis recentemente, o ano de 2023 ainda deve ser desafiador, e era esperado que a recuperação do setor perdesse um pouco da sua força, apesar de sua resiliência. A manutenção desse cenário depende da continuidade de notícias positivas no campo econômico”, completou Tobler.

123Milhas entra com pedido de recuperação judicial

A 123Milhas protocolou um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais a fim de “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores”, anunciou a plataforma de viagens em nota oficial.

A empresa tem estado em foco desde que anunciou, em 18 de agosto, o cancelamento das emissões de passagens e pacotes da linha Promo, que oferece voos mais baratos com datas flexíveis, com previsão de embarque de setembro a dezembro de 2023, citando a “persistência de fatores econômicos e de mercado adversos”.

O Procon-SP instaurou na semana passada um procedimento de investigação da 123Milhas, após a empresa não responder de forma “satisfatória” aos pedidos de esclarecimentos do órgão sobre a suspensão das viagens, de acordo com a entidade.

A 123Milhas forneceu a opção de trocar o valor das passagens canceladas por vouchers que podem ser utilizados dentro da plataforma, mas não deu a opção de reembolso em dinheiro.

Os sócios e administradores da companhia, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, foram convocados a prestar depoimento perante à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, na qualidade de testemunhas, nesta terça-feira, mas não compareceram.

“Os depoentes não compareceram, foi apresentada uma petição dos advogados para adiamento da oitiva. Mantendo a linha de atuação desta presidência, foi dada mais uma oportunidade”, disse o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) durante a audiência. A nova oitiva, segundo Ribeiro, foi marcada para quarta-feira (30).

A plataforma de viagens disse em nota que a recuperação judicial permitirá à empresa “concentrar em um só juízo todos os valores devidos”, e que avalia que, assim, “chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira”.

De acordo com o portal UOL, a empresa informou uma dívida de 2,3 bilhões de reais no pedido apresentando ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais e pediu a suspensão imediata de ações judiciais de cobrança movidas contra ela.

Americanas adia divulgação de resultados referentes ao exercício de 2022

A Americanas disse que adiou a divulgação de suas demonstrações financeiras relativas ao exercício social de 2022 e que está “envidando todos os esforços” para conclusão da auditoria e posterior divulgação dos resultados até o fim de outubro.

“A companhia está envidando todos os esforços para que a auditoria seja concluída o mais rapidamente possível, de forma que as demonstrações financeiras sejam divulgadas ao mercado até 31 de outubro de 2023”, disse a Americanas em fato relevante.

Desde a revelação no início do ano de uma fraude bilionária na varejista, que está em recuperação judicial, a empresa tem adiado a publicação de seus balanços contábeis.

A Americanas acrescentou que a preparação e revisão dos balanços referentes ao primeiro trimestre deste ano estão sujeitas à conclusão dos trabalhos relativos às demonstrações financeiras de 2021, que será reapresentada e 2022.

“A melhor estimativa da companhia, neste momento, é de divulgar tais informações, assim como o ITR da companhia do período findo em 30 de setembro de 2023, até 29 de dezembro de 2023”, disse a empresa, referindo-se às informações trimestrais.

Setor de máquinas e equipamentos tem novo recuo na receita em julho

O setor de máquinas e equipamentos registrou um novo recuo na receita líquida total em julho na comparação anual, com a piora nas atividades do mercado doméstico, mostraram dados divulgados pela associação do setor.

De acordo com a Abimaq, a receita líquida total da indústria caiu 10,5% em julho ante o mesmo período no ano passado, a 23,72 bilhões de reais. O setor tem registrado uma série de quedas desde 2022.

“A gente estava na expectativa de números melhores para esse início de segundo semestre, mas novamente os números vieram fracos”, disse a diretora-executiva de economia da Abimaq, Cristina Zanella, a jornalistas.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos teve declínio de 9,9% ano a ano em julho, a 29,55 bilhões de reais, segundo dados da entidade. A carteira média de pedidos do setor teve queda de 5,2% sobre julho de 2022, para 10,7 semanas.

A entidade manteve previsão de queda de 3,4% no faturamento para o final do ano, mas segundo Zanella pode haver revisão para baixo.

“Os números de julho vieram muito fracos, então eu vou aguardar mais um período para poder fazer nossas revisões, mas provavelmente a gente vai revisar os números para baixo”, ainda que os números do segundo semestre venham melhores, disse.

Os dados de importação e exportação do setor, em contraste, mantiveram a tendência de alta.

As importações de máquinas e equipamentos subiram 15,8% em julho frente ao mesmo mês do ano anterior, para 2,29 bilhões de dólares, já as exportações somaram 1,17 bilhão de dólares, um aumento de 16,7% na mesma base de comparação, ainda sem impacto negativo da valorização do real frente ao dólar.

SELIC

A proposta de Orçamento para 2024 encaminhada na quinta-feira (31) ao Congresso apresenta projeções do governo federal para o cenário econômico brasileiro. O documento estima que a taxa básica de juros chegará a 9,8% e que o crescimento da economia será de 2,3% em 2024.

Os números estão acima das expectativas do mercado financeiro para o próximo ano. Até o fim de 2024, segundo o último relatório Focus do Banco Central.

os analistas estimam que a taxa básica de juros, a Selic, será reduzida a 9%, 0,8 ponto percentual a menos do que o projetado pelo governo.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (04), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou a queda a 0,14% em agosto, após recuo de 0,72% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira (30).

O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de avanço de 0,15%, e levou o índice a mostrar queda de 7,20% em 12 meses, menos intensa que o recuo de 7,72% acumulado no ano findo em julho.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (04), a projeção para o IGP-M ficou em -3,56%, ante -3,44% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Depois de dois meses seguidos de queda, o IPCA-15 voltou a acelerar e apresentou um aumento de 0,28%.

De acordo com o analista Matheus Spiess, o número veio acima das expectativas, que eram de 0,16%. 

Para Matheus Spiess, o movimento de aceleração da inflação já era esperado no segundo semestre.

Ainda assim, ele aponta que a alta indicada na prévia da inflação não deve ser motivo para que a Selic volte a subir. De acordo com Spiess, o IPCA-15 é uma amostra de curto prazo e o Banco Central costuma ser mais cauteloso com esse tipo de dado.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (04), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 4,92%, ante 4,90% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Bank of America (BofA), um dos maiores dos Estados Unidos, é mais uma instituição financeira a elevar sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023.

De acordo com um relatório divulgado na segunda-feira (28), a economia brasileira deve fechar este ano registrando uma expansão de 3%. A última projeção do BofA era que o país cresceria 2,3%.

“Embora pouco tenhamos mudado nossa visão sobre o consumo privado, a força do mercado de trabalho continua a nos surpreender pelo lado positivo. Tal resiliência tem dado apoio à mudança das preferências do consumidor em direção aos serviços desde a pandemia”, diz o relatório do banco, assinado pelos economistas David Baker e Natasha Perez.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (04), a projeção para o PIB ficou em 2,56%, ante 2,31% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (28), o Ibovespa fechou em alta, acelerando os ganhos na parte da tarde puxado principalmente pelas ações de bancos, enquanto Natura&Co também ocupou os holofotes após anunciar que avalia “alternativas estratégicas” para a rede de lojas The Body Shop (TBS), incluindo potencial venda. O índice Ibovespa teve alta de 1,11%, a 117.120,98 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,6 bilhões.

Na terça-feira (29), o Ibovespa fechou em alta, endossado por Wall Street, com Vale e bancos entre os principais suportes, enquanto Marfrig disparou após acordo para vender determinados ativos à Minerva, que respondeu pelo pior desempenho do dia. O índice Ibovespa teve alta de 1,1%, a 118.403,61 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,1 bilhões.

Na quarta-feira (30), o Ibovespa fechou em queda, tendo renovado mínimas à tarde em meio à divulgação de detalhes do Orçamento de 2024, que prevê aumento de 129 bilhões de reais na despesa primária em relação a 2023. O índice Ibovespa teve queda de 0,73%, a 117.535,10 pontos. O volume financeiro somou R$ 16,7 bilhões.

Na quinta-feira (31), o Ibovespa fechou em queda, com a recente deterioração nas contas públicas corroborando dúvidas sobre os planos de déficit fiscal zero do próximo ano, enquanto medidas para aumentar as receitas públicas trouxeram preocupações sobre os potenciais efeitos nos resultados de empresas. O índice Ibovespa teve queda de 1,53 %, a 115.741,81 pontos. O volume financeiro somou R$ 26 bilhões.

Na sexta-feira (01), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 1,64%, a 117.641,55 pontos. Embalado pelo cenário externo favorável a ativos de risco, com dados do mercado de trabalho norte-americano corroborando apostas de uma pausa no ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,86%, a 117.892,96 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,6 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (01), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,37%, cotado a R$ 4,9325 na venda. Reagindo a novos estímulos ao setor imobiliário e avanço do PMI industrial na China à zona de expansão em agosto e ao crescimento de 0,9% do PIB do Brasil no segundo trimestre, acima da mediana esperada pelo mercado (+0,3%). Os investidores também realizam lucros no mercado de câmbio.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (01) cotado a R$ 4,9405, em meio a ajustes de preços após a disparada vista na véspera e na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana sustentou ganhos firmes ante divisas fortes e em relação à maioria das demais moedas.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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04/09/2023