Cenário Econômico Nacional – 11/09/2023

Cenário Econômico Nacional – 11/09/2023

Cenário Econômico Nacional – 11/09/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas esperam PIB e inflação maiores neste ano

Economistas esperam crescimento da economia e inflação maior neste ano, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (04).

Os economistas consultados pelo BC aumentaram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 em 4,92%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, passaram foram para 3,88%, e as de 2025 ficaram em 3,50%.

Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros deste ano em 11,75%. As projeções para 2024 ficaram estáveis em 9% e as para 2025 em 8,5%.

Os economistas elevaram as expectativas do crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 de 2,31 para 2,56%.

Para 2024, as projeções do PIB caíram para 1,32%, enquanto para 2025 foram mantidas em 1,90%.

Brasil pode se tornar a 8ª maior economia do mundo em 2023, avalia economista da Austin Rating

O Brasil pode voltar a fazer parte do grupo das 10 maiores economias do mundo já em 2023.

De acordo com um ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil encerraria o ano na 10ª posição. Contudo, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, avalia que os dados do Fundo já não refletem o crescimento que o Brasil vem apresentando, e que o país pode subir para a 8ª posição.

“Tem um potencial muito grande de ser a oitava [maior economia do mundo]”, indica o especialista.

A agência projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve fechar este ano com expansão de 2,31%, superando países que, no 2º trimestre, tiveram crescimento maior que o Brasil na comparação com o 1º trimestre.

Com o ritmo apresentado, os dados do FMI usados pela Austin Rating projetam que a riqueza do Brasil pode chegar a US$ 2,08 trilhões (R$ 10,29 trilhões) ao final de 2023.

Caso as expectativas sejam atendidas, o país cresceria o suficiente para voltar a figurar entre as dez maiores economias do mundo, subindo junto da Itália e desbancando a Rússia.

O país eslavo apresenta tendência de queda em 2023 devido ao cenário de guerra em curso com a invasão à Ucrânia. Em 2022, o PIB russo fechou em US$ 2,21 trilhões (R$ 10,96 trilhões); já nesse ano, a expectativa é de fechamento em US$ 2,06 trilhões (R$ 10,19 trilhões).

Indicador antecedente de emprego do Brasil tem queda em agosto, diz FGV

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu em agosto pela primeira vez em três meses, o que não afeta uma tendência ainda favorável, mas indica cenário com maior oscilação ao longo do segundo semestre deste ano, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira (05).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, caiu 1,1 ponto em agosto, para 76,9 pontos, devolvendo quase totalmente a alta observada no mês passado, de 1,2 ponto.

“A queda do IAEmp nesse mês parece confirmar um cenário com maior oscilação para o indicador no segundo semestre do ano. A tendência ainda é favorável, mas o ritmo dessa melhora deve ser mais lento, em linha com as expectativas para o cenário econômico”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Segundo ele, por mais que aumente a quantidade de notícias favoráveis, como a redução da taxa de juros e o maior controle da inflação, “o impacto no mercado de trabalho não deve ser tão imediato”.

No início do mês passado, o Banco Central finalmente cortou a taxa Selic, depois de ter mantido a política monetária bastante restritiva à atividade por muito tempo, adotando uma redução de 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano.

Ao mesmo tempo, dados econômicos têm surpreendido positivamente, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ficando em 0,9%, bem acima do esperado, embora a expectativa seja de desaceleração ao longo dos próximos meses.

De acordo com Tobler “uma melhora mais expressiva da atividade econômica, especialmente nos setores que mais empregam, é fundamental para recuperação mais consistente do mercado de trabalho”.

Produção industrial no Brasil recua 0,6% em julho, diz IBGE

A produção industrial brasileira teve queda de 0,6% em julho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (05).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção contraiu 1,1%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de quedas de 0,3% na variação mensal e de 0,5% na base anual.

Endividamento cai pelo 2º mês seguido, mas inadimplência preocupa

O nível de endividamento das famílias brasileiras caiu, em agosto, pelo segundo mês consecutivo. Mas a proporção de pessoas com dívidas atrasadas e das que afirmam que não conseguirão quitar os atrasos cresceu. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O índice de endividamento recuou de 78,1% para 77,4%, sendo o menor desde junho de 2022. Nos últimos 12 meses, a redução é de 1,6 ponto percentual.

É considerada endividada a pessoa que tem compromissos a vencer, ou seja, não necessariamente conta já atrasada. As modalidades de dívidas pesquisadas são cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa.

Tanto no mês quanto no período acumulado de 12 meses, a queda no endividamento se deu em todas as faixas pesquisadas pela CNC.

De acordo com a economista responsável pela Peic, Izis Ferreira, dois pontos contribuem para essa redução. “Um contexto mais benigno de inflação mais baixa em comparação com o ano passado e um mercado de trabalho resiliente, absorvendo pessoas de menor grau de instrução. Isso tem levado as pessoas a terem uma folga no orçamento, e um volume menor delas busca o crédito como meio para o consumo de bens e de serviço.”

Se por um lado caiu a proporção de endividados, por outro cresceu a dos inadimplentes, ou seja, pessoas com contas atrasadas. Essa marca chegou em agosto a 30%, igualando o resultado de dezembro de 2022.

“Estamos falando de um consumidor [por exemplo] que tem dois, três cartões de crédito e um crédito pessoal ou consignado, um financiamento. Com mais modalidades de dívida, está difícil de esse consumidor conseguir pagar todas dentro do prazo de vencimento”, avalia a economista.

Banco Central avalia que preços de ativos e desaceleração do crédito não preocupam, mas alerta para incertezas

O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central avaliou no final de agosto que os preços dos ativos e o ritmo de crescimento do crédito não representam preocupação no médio prazo, embora existam incertezas a serem acompanhadas.

De acordo com a ata da reunião realizada em 29 e 30 de agosto, os principais ativos de risco da economia vêm seguindo trajetórias de preço moderadas.

“O crescimento do crédito continua desacelerando nas diversas modalidades, em especial na carteira de pessoas jurídicas e nas operações de maior risco junto às pessoas físicas. O Comef segue recomendando que as IFs (instituições financeiras) mantenham a prudência na política de gestão de crédito e de capital”, mostrou o documento divulgado na quarta-feira (06).

Na ata, o BC ainda chamou a atenção para o fato de o apetite por risco das IFs na concessão de crédito às famílias e às empresas estar se reduzindo, ressaltando que apesar disso o ambiente ainda demanda atenção.

“Embora observe-se maior conservadorismo nos critérios das novas concessões (às famílias), o comprometimento de renda e o endividamento permanecem historicamente elevados”, apontou o documento.

Com relação às empresas, o BC disse que o ritmo de crescimento do crédito também segue desacelerando, mas que não se percebe alteração relevante nos critérios de concessão.

Outros pontos de atenção levantados são o cenário global, que segundo o Comef ainda apresenta riscos que podem levar à materialização de cenários extremos de reprecificação de ativos financeiros globais, e a maior volatilidade e elevação das taxas de juros de longo prazo nas economias centrais, em especial nos Estados Unidos, e maiores incertezas em torno do crescimento na China.

“O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais”, disse o Comef.

Em relação ao Sistema Financeiro Nacional, o Comef ainda avaliou que o financiamento à economia real continuou desacelerando, que as provisões mantiveram-se adequadas e acima das estimativas de perdas esperadas e que os níveis de capitalização e de liquidez mantiveram-se superiores aos requerimentos prudenciais.

Fluxo cambial total no ano até 1º de setembro é positivo em US$ 21,785 bilhões, revela Banco Central

O Brasil registrou fluxo cambial positivo de US$ 21,785 bilhões em 2023 até 1º de setembro, informou o Banco Central. No mesmo período do ano passado, havia entrada líquida de US$ 13,669 bilhões. Em 2022, o saldo foi negativo em US$ 3,233 bilhões.

No acumulado do ano, o canal financeiro apresentou saídas líquidas de US$ 18,196 bilhões. Isso é o resultado de aportes no valor de US$ 395,374 bilhões e retiradas no total de US$ 413,571 bilhões. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

No comércio exterior, o saldo em 2023 é positivo em US$ 39,981 bilhões, com importações de US$ 154,469 bilhões e exportações de US$ 194,450 bilhões.

Nas exportações, estão incluídos US$ 23,186 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 42,298 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 127,966 bilhões em outras entradas.

De acordo com o BC, o Brasil registrou fluxo cambial positivo de US$ 2,333 bilhões na semana passada, de 28 de agosto a 1º de setembro.

O resultado foi totalmente explicado pelo fluxo comercial, que ficou positivo em US$ 3,238 bilhões no período. As importações foram de US$ 4,790 bilhões e as exportações de US$ 8,028 bilhões.

Nas exportações, estão incluídos US$ 572 milhões em ACC, US$ 2,390 bilhões em Pagamento Antecipado e US$ 5,066 bilhões em outras entradas.

O canal financeiro, por sua vez, apresentou saídas líquidas de US$ 905 milhões no período. Isso é o resultado de aportes no valor de US$ 12,675 bilhões e retiradas no total de US$ 13,580 bilhões.

Preço da cesta básica cai em 16 capitais, afirma Dieese

O preço da cesta básica de alimentos caiu em 16 capitais em agosto na comparação com julho. As maiores quedas foram em Natal (5,2%), Salvador (3,3%), Fortaleza (2,8%), João Pessoa (2,7%) e São Paulo (2,7%).

A única elevação se deu em Brasília, de 0,3%. Os dados foram divulgados na 4ª feira (6.set.2023) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que pesquisa mensalmente o preço da cesta de alimentos em 17 capitais.

Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 760,59) seguida de São Paulo (R$ 748,47), Florianópolis (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 722,78). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 542,67), João Pessoa (R$ 565,07) e Salvador (R$ 575,81).

Comparado ao preço da cesta básica de agosto com o do mesmo mês de 2022, houve queda em 9 capitais, com variações que oscilaram entre 5,24%, em Vitória, e 0,08%, em Curitiba. A elevação nos preços foi apresentada em 8 cidades, com destaque para Fortaleza, com 2,50%; Porto Alegre, 1,67%; e Belo Horizonte, com 1,23%.

No acumulado dos 8 primeiros meses do ano até agosto, o custo da cesta básica caiu em 12 capitais, com destaque para Vitória, com queda de 9,32%; Goiânia, 8,96%; Belo Horizonte, 7,22%; e Campo Grande, 7,06%. Os maiores percentuais foram registrados em Aracaju, com alta de 4,15%, e Recife, 2,77%.

Com base na cesta mais cara que, em agosto, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional de que o salário mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas da família de um trabalhador com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que o valor do salário mínimo necessário, no 8º mês do ano, deveria ter sido R$ 6.389,72 ou 4,84 vezes o mínimo de R$ 1.320 em vigor.

PIB surpreende para cima, mas arrecadação cai, turvando horizonte para ajuste fiscal

A economia brasileira fechou o primeiro semestre do ano com um desempenho consideravelmente mais forte do que o inicialmente previsto, mas as receitas públicas caíram no período, destacando as incertezas em torno dos esforços para reequilibrar as contas públicas e manter novas regras fiscais de pé.

Na visão de economistas e integrantes do governo ouvidos pela Reuters, esse descasamento destaca o caráter desigual da tributação sobre os setores, turvando o cenário prospectivo para a arrecadação, cujo planejado aumento é um elemento crucial do plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de zerar o déficit primário no ano que vem.

Após a indústria extrativa ter ajudado o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre a surpreender positivamente, na sequência de um robusto primeiro trimestre alavancado pela agricultura, a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, observou que esses setores são exportadores e estão sujeitos a impostos mais baixos.

O Brasil também está assistindo a uma diminuição substancial das importações, principal fator por trás de um superávit recorde para a balança comercial no acumulado do ano, o que tem afetado a arrecadação, já que no país a carga tributária sobre os produtos adquiridos de fora, de maneira geral, é alta.

“A gente não espera uma mudança nessa dinâmica, a arrecadação no segundo semestre vai continuar mais estagnada: o PIB que paga imposto não deve reagir, principalmente a indústria da transformação e o comércio,” afirmou Vitória, que apesar de ter melhorado a perspectiva para o crescimento da economia este ano a 2,8%, de 2,2% antes, vê um déficit primário maior ao fim do ano, de 1,1% do PIB, de 0,9% previsto anteriormente.

Em condição de anonimato, um integrante do Ministério da Fazenda reconheceu que grande parte do PIB mais forte neste ano será devido à agricultura, “que não paga impostos”. Ao mesmo tempo, a forte base de comparação com o ano passado cria ruídos que dificultam a análise interna do governo sobre o desempenho estrutural das receitas, acrescentou.

Desenrola limpa o nome de 6 milhões de clientes, diz Febraban

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que 6 milhões de clientes com dívidas bancárias de até R$ 100 limparam o nome a partir do programa Desenrola Brasil. A entidade também informou que os contratos de dívidas renegociadas chegam a 1,6 milhão até o momento.

Os valores somam R$ 11,7 bilhões e correspondem à faixa 2, quem tem renda mensal de até R$ 20.000.

“Os bancos estão totalmente envolvidos e dando sua contribuição para que o Desenrola reduza o número de consumidores negativados e ajude milhões de cidadãos a diminuírem seu endividamento”, diz o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

A adesão ao Desenrola seguirá até 31 de dezembro. O programa de renegociação de dívidas do governo foi instituído em julho.

A expectativa, no entanto, era de que fosse lançado ainda em fevereiro, mas o cronograma atrasou.

Haddad diz que Congresso tem papel chave na agenda econômica

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no sábado (02), em São Paulo, que o governo federal, o Banco Central e o Congresso Nacional precisam andar juntos para que os resultados econômicos brasileiros sejam produtivos. Durante evento promovido, o ministro destacou principalmente o papel do Congresso Nacional nessa trajetória de crescimento econômico.

O Congresso tem um papel chave. Se o Congresso somar forças e aprovar medidas na direção correta, afastar pauta bomba, o populismo, afastar o risco e aprovar uma agenda consistente, penso que vamos terminar o ano muito bem, disse o ministro. “Se os resultados legislativos vierem na direção correta, teremos um segundo semestre alvissareiro e que trará ganho”, completou.

Para o ministro, essa parceria funcionou bem no primeiro semestre. “Até aqui, o Congresso tem sido bastante parceiro”, falou ele.

Haddad classificou também como normais as divergências entre o governo e o Banco Central a respeito da política de juros. “Isso acontece no mundo inteiro. O ideal é o diálogo permanente e tentar harmonizar as políticas”, destacou.

Durante o evento, o ministro da Fazenda voltou a fazer críticas às desonerações que foram feitas nos últimos anos e ressaltou a intenção do governo em “revisitar” parte delas. “Quando se faz uma aposta e não se colhe frutos disso, você tem que rever essa política. Tivemos uma série de políticas que deveriam ter sido revistas há muito tempo”, falou.

Ele também voltou a falar hoje que prevê que o Brasil cresça 3% neste ano. “Esse ano está acontecendo um milagre. Vamos crescer 3%”.

Haddad participou hoje do evento Expert XP, que foi realizado na São Paulo Expo, na capital paulista. No evento, Haddad falou sobre a visão do Ministério da Fazenda sobre o futuro do país.

Lula vai à Índia para assumir presidência do G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca, na próxima quinta-feira (07), para Nova Déli, capital da Índia, onde participará da Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia. A comitiva brasileira embarcará logo após o desfile do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios. A reunião de líderes ocorre nos dias 9 e 10.

A cúpula é ponto alto das atividades do grupo e marcará também a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente com a Índia, e que será assumida pelo governo brasileiro a partir do dia 1º de dezembro. Uma série de reuniões e trabalhos prévios e de grupos de trabalho está ocorrendo, inclusive em escala ministerial entre os países.

A programação oficial prevê pelo menos três sessões temáticas, que abordarão tópicos como desenvolvimento verde sustentável; meio ambiente e clima; transições energéticas; e global net zero, que é a ideia de emissão zero líquida de carbono. Outros assuntos como crescimento inclusivo; cumprimento de metas dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS); saúde, educação, infraestrutura, transformações tecnológicas, reformas multilaterais e futuro do trabalho e emprego também estarão em pauta. O evento também terá reuniões bilaterais entre diferentes líderes.

Como em toda cúpula do G20, haverá uma cerimônia simbólica de transferência da presidência rotativa do grupo, que envolve mais diretamente o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente Lula. Há previsão de pronunciamentos do presidente brasileiro nas duas primeiras sessões e no encerramento do encontro, quando Lula apresentará as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira a partir de 1º de dezembro de 2023.

Ao participar de um evento no Rio Grande do Norte, na sexta-feira (01), Lula afirmou que o combate às diversas desigualdades sociais deve nortear sua participação na cúpula.

“Eu vou lá para discutir com eles uma coisa que me incomoda, eu quero discutir a desigualdade. A desigualdade de gênero, a desigualdade racial, a desigualdade no tratamento da saúde, no salário, a desigualdade de uma pessoa que come 20 vezes por dia e a outra que fica 20 dias sem comer”, afirmou.

Brasil aguarda Paraguai para fechar resposta sobre Mercosul-UE

O governo brasileiro aguarda até o fim dessa semana o envio pelo Paraguai de seus comentários sobre a minuta de contraproposta enviada pelo Itamaraty ao Mercosul sobre o acordo com a União Europeia. É o último país que falta responder.

Os últimos termos oferecidos pela Europa não agradaram ao Brasil e foram alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Havendo consenso entre todos os países do bloco sul-americano, o Itamaraty preparará a carta oficial em resposta aos europeus. Esta deve ser encaminhada antes de 15 de setembro, quando negociadores dos 2 lados retomam o diálogo em Brasília.

Bancada do PP rejeita Esporte e reforma ministerial trava

O ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT), ofereceu o Ministério do Esporte para o PP. A proposta foi feita em longa conversa com o deputado André Fufuca (PP-MA), que é líder da legenda e candidato a ministro.

Padilha disse que o governo se comprometeria a aumentar o orçamento do Esporte para 2024 caso o PP aceitasse a vaga. Fufuca conversou com integrantes de sua bancada (que tem 49 deputados). A opinião majoritária foi a de que o partido não deveria aceitar a proposta do Planalto para ocupar o Esporte.

Líderes do PP acham que ir para o Esporte seria um “downgrade” em relação ao que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sinalizado para o partido, que era a entrega do Ministério do Desenvolvimento Social (ainda que desidratado do programa Bolsa Família).

Com essa recusa do PP, fica parada a reforma ministerial para incorporar o Centrão ao governo Lula. Nesta fase de negociações há 2 partidos discutindo com o Planalto sobre como poderia ser a participação na administração federal: PP e Republicanos.

Há um acordo entre essas duas agremiações para só aceitar o embarque no governo se todas as nomeações forem feitas de uma vez –e não de maneira fragmentada. Com a iminente recusa do PP para ir para o Esporte, a reforma ministerial fica parada e talvez não evolua nos próximos dias, pois Lula viaja ao exterior.

Há também uma certa irritação de líderes do Centrão com os vazamentos de informações promovidos pelo Planalto. Na 2ª feira (4.set.2023), as Redações de veículos jornalísticos foram inundadas com a informação de que o PP estaria pronto para aceitar o Ministério do Esporte “com orçamento turbinado” (expressão difundida pelo governo) para 2024. À noite, isso não se consumou.

A promessa do governo Lula havia sido entregar o Ministério do Desenvolvimento Social para o PP, e o Ministério de Portos e Aeroportos para o Republicanos. Além disso, PP ficaria com a presidência da Caixa Econômica Federal e o Republicanos com o comando da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

Lula anuncia R$ 600 milhões do Fundo Amazônia para cidades

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou investimentos de R$ 600 milhões do Fundo Amazônia para apoiar cidades no controle do desmatamento e de incêndios florestais. A condição para repasse dos recursos será a redução da taxa de desmatamento e das queimadas.

O anúncio foi feito ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante cerimônia de celebração do Dia da Amazônia no Palácio do Planalto. Também estavam presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e os ministros: Flávio Dino (Justiça), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Anielle Franco (Igualdade Racial), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).

Os R$ 600 milhões serão aplicados até 2025 para ações de monitoramento e controle, regularização fundiária e ambiental e atividades produtivas sustentáveis.

Lula disse que o montante vai para locais que, conforme os indicadores recentes, são considerados prioritários no combate ao desmatamento e aos incêndios florestais. “É importante trazer os prefeitos de cidades em todo o território amazônico para que a gente não os tenha como inimigos, mas parceiros na construção da Amazônia em pé que tanto desejamos”, declarou.

Segundo o presidente, as conversas com prefeitos e governadores da Amazônia serão intensificadas: “Não basta colocar uma placa dizendo que é proibido fazer isso ou aquilo”, disse Lula, acrescentando que uma política de participação ativa só ocorrerá de fato com o trabalho conjunto dos 3 níveis de governo.

As cidades receberão recursos proporcionais à redução de desmatamento e incêndios, segundo dados do sistema Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O ciclo anual é medido de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

A lista atualizada de municípios prioritários inclui 69 cidades. A 1ª etapa do programa deve transferir até R$ 150 milhões. O valor pode chegar a R$ 200 milhões em 2024 e a R$ 250 milhões em 2025.

“A Amazônia tem pressa de sobreviver à devastação causada pelas poucas pessoas que não querem enxergar o futuro, que em poucos anos derrubam, queimam e poluem o que a natureza levou milênios para criar”, falou Lula.

“A gente não pode permitir que, além dos madeireiros, dos garimpeiros, dos grileiros, a Amazônia seja palco preferido do crime organizado. Iremos combater todo e qualquer tipo de ilegalidade para que o povo da Amazônia possa viver tranquilo e feliz”, completou o presidente.

Câmara aprova urgência para compensação do ICMS a Estados

A Câmara dos Deputados aprovou por 305 votos favoráveis a 89 contrários a urgência do projeto de lei complementar 136 de 2023, que trata do acordo feito pela União com os Estados e municípios para compensar perdas com a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis e energia. O mérito da proposta deve ser votado na próxima semana.

O acordo firmado estabelece uma compensação da União para os Estados de R$ 26,9 bilhões até 2026, por perdas na arrecadação do ICMS causadas pela desoneração de combustíveis no governo de Jair Bolsonaro (PL). Os municípios têm direito a uma cota parte desse montante, o que segundo o cálculo de prefeitos, é de aproximadamente R$ 6 bilhões.

O relator do projeto na Câmara é o deputado Zeca Dirceu (PT-PR). Na semana passada, ele recebeu representantes da FNP (Frente Nacional dos Prefeitos) e da Associação Brasileira de Municípios. As prefeituras pediram a antecipação do calendário de pagamentos da compensação. Zeca conversa com a Fazenda e com líderes partidários para dar uma resposta aos municípios.

A necessidade de compensação foi criada depois da aprovação, em junho do ano passado, no Congresso, de duas leis complementares que desoneraram o ICMS cobrado sobre a venda de combustíveis, uma das principais fontes de arrecadação das 27 unidades federativas.

O objetivo foi conter o aumento de preços nos postos. A legislação previa compensação aos Estados e ao DF, mas o então presidente Jair Bolsonaro vetou o dispositivo. Após o Congresso derrubar o veto, o caso acabou sendo levado ao Supremo.

Governo não tem reforma administrativa pronta, diz ministra

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, disse na quinta-feira (07) que o governo discute mudanças na administração pública, mas que não tem ainda um projeto concreto de reforma que possa ser apresentada ao Congresso.

“Já existe essa discussão no ministério. Temos como missão uma discussão de reestruturação do Estado, que é uma agenda da reforma administrativa. A gente já vem fazendo essa discussão desde o início do ano, mas não tem nada pronto ainda”, disse. Dweck falou com jornalistas ao final do desfile de 7 de Setembro, realizado no Esplanada dos Ministérios.

Segundo a ministra, a discussão não tem a ver com as recentes falas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em defesa das mudanças. Também negou interesse do atual governo à proposta apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, a PEC 32, que está em tramitação na Câmara. De acordo com Dweck, há discordância do governo em relação ao mérito da PEC.

Dweck se reuniu na terça-feira (05) com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, para “revisar projetos que tratam da modernização do Estado”.

A ministra da Gestão declarou que o encontro serviu para que a secretaria extraordinária encarregada da reforma apresentasse em que pé está a discussão. Disse que, a partir de agora, diversas áreas do governo vão caminhar juntas para pensar em uma proposta de como enviar a reforma para o Congresso.

Lula tem agora 11 partidos e 317 deputados a favor do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não tem votos suficientes para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) só contando com os votos fiéis das siglas com ministérios no governo. São 11 partidos representados. Somam 389 deputados. Destes, entretanto, o governo deve contar com o apoio fiel, com variações por conta de cada pauta, de 283. É preciso ter ao menos 308 votos para mudar a Carta Magna.

Levantamento feito pelo Poder360 mostra, porém, que o governo deve ter votos de 317 deputados, contando com partidos de fora da base de apoio, mas que têm congressistas próximos ao governo. Só assim o governo alcança o número necessário para aprovar uma PEC.

Apesar de ter ampliado sua base de apoio com a entrada de PP e Republicanos, Lula terá que negociar com os partidos em pautas com menos aderência na Câmara dos Deputados, como projetos mais progressistas. Deve ser o suficiente, entretanto, para dar conforto ao governo em votações de interesse do Planalto.

Se as siglas que têm integrantes como titulares em ministérios convertessem todos os votos ao governo, Lula teria 389 votos. Mas esse não é o caso. A relação pouco estável com o União Brasil, que comanda 3 ministérios de Lula, abriu o precedente para que outras siglas se mantenham “independentes” mesmo tendo ministérios.

O mesmo deve se repetir para os novos integrantes do governo Lula. O futuro ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), já recebia críticas por parte de integrantes do seu partido antes mesmo de ser oficializado na Esplanada.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do PP, Ciro Nogueira, também declarou que não estava contente com a entrada de um integrante de seu partido na atual gestão –o qual diz ser oposição.

Com a entrada do Centrão no governo, Lula fortalece os laços com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que tem influência sobre deputados de quase todas as siglas e pode ajudar o governo em pautas de negociação mais complexas.

Com reforma ministerial, Republicanos terá R$ 5,4 bilhões do Orçamento; PP fica com R$ 600 milhões

Com a reforma ministerial do governo Lula, Republicanos e PP entram de vez na Esplanada dos Ministérios. Segundo dados extraídos do PLOA de 2024, enviado pela gestão federal ao Congresso, as pastas somam R$ 6 bilhões do Orçamento para o ano que vem.

Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) comandará Portos e Aeroportos, que conta com R$ 5,4 bilhões do Orçamento, enquanto André Fufuca (PP-MA) estará à frente do Esporte, de R$ 607 milhões.

O acordo do governo com o Centrão ainda não está fechado. Há expectativa de que façam parte do entendimento a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que terá Orçamento de R$ 2,8 bilhões em 2024, e a Caixa Econômica Federal.

Banco público, a Caixa faz parte da operação de programas federais como o Minha Casa, Minha Vida, o Auxílio Gás e outros benefícios regionais. No último trimestre, a carteira de crédito da instituição superou R$ 1 trilhão. O patrimônio líquido ficou em R$ 121 bilhões.

A operação da Caixa não pode ser comparada ao de um Ministério, até por isso os termos do acordo não estão fechados. Segundo apuração da CNN, o governo Lula concorda em ceder a presidência do banco, mas há impasses em relação às vice-presidências. O petista insiste, por exemplo, em manter a vice de Habitação.

Três partidos do chamado Centrão já comandam pastas na Esplanada desde o início do governo Lula: PSD, União Brasil e MDB.

Dentre eles, quem acumula a maior parte do Orçamento é o MDB, com cerca de R$ 81,7 bilhões. Jader Filho está à frente do Ministério das Cidades (R$ 57,4 bilhões); Renan Filho, dos Transportes (R$ 20,9 bilhões); e Simone Tebet, do Planejamento (R$ 3,3 bilhões).

O PSD aparece na sequência, à frente de pastas que acumulam R$ 19,6 bilhões. Carlos Fávaro comanda a Agricultura (R$ 10,5 bilhões); Alexandre Silveira, Minas e Energia (R$ 8,8 bilhões); e André de Paula, a Pesca (R$ 300 milhões).

Moro diz a aliados que sofre perseguição política de Lula

O senador Sergio Moro disse a aliados que está sofrendo uma “perseguição política” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comentário em conversas reservadas veio após a decisão do ministro Dias Toffoli que anulou as provas da delação da Odebrecht. Procurado, Moro não deu entrevista.

“O que eles vão alegar? Vão achar alguma prova? Deixem investigar. Isso é perseguição política do governo Lula que está utilizando todos os braços do governo contra ex-integrantes do Judiciário”, disse Moro às pessoas próximas.

Toffoli determinou que sua decisão fosse enviada aos órgãos investigadores para tomada de providências contra os agentes públicos que cometeram arbitrariedades na prisão de Lula e que participaram do acordo de leniência da Odebrecht.

Várias áreas do governo vão participar da investigação. Na esfera criminal, a Polícia Federal vai apurar se houve crimes como abuso de poder ou corrupção e a pena pode chegar até a prisão.

No âmbito administrativo, a atuação é da Controladoria Geral da União e do Conselho Nacional de Justiça, que já tem uma sindicância abertura. Já a Advocacia Geral da União pode estabelecer o pagamento de indenizações contra a União.

A aliados, Moro sustenta que não houve contaminação das provas e que o acordo de cooperação jurídica internacional não era necessário, mesma posição defendida pela associação nacional de procuradores da república em nota.

Governo quer aplicar alíquota de 20% sobre remessas de até US$ 50

O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que o governo Lula avalia aplicar uma alíquota de 20% sobre remessas internacionais de até US$ 50. Esse percentual havia sido apresentado por empresas de e-commerce ao ministério.

“A gente está considerando aqui uma alíquota mínima, conforme as empresas têm proposto ao governo federal, algo em torno de 20%. De novo, essa definição não foi feita pelo governo. Nós estamos partindo de um piso que as próprias empresas têm no debate sugerido para o governo”, declarou em entrevista a jornalistas.

Durigan afirmou que é necessário “dar um tratamento regulatório” ao tema. Justificou a ação como uma “correção de desvios”.

A definição da alíquota, porém, ainda será divulgada a partir da Receita Federal. “Parte de não haver uma efetiva arrecadação é um desrespeito à legislação estadual e federal desse setor”, disse Durigan.

A expectativa do governo Lula é a de obter R$ 2,86 bilhões com o imposto de importação. A estimativa está no projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual).

O número 2 da Fazenda falou sobre o tema durante entrevista sobre a Medida Provisória 1.185/2023, que trata, entre outros pontos, de créditos fiscais e disciplina as subvenções de custeio e investimento. A iniciativa abre caminho para que o governo arrecade R$ 35,3 bilhões com tributações relacionadas em 2024.

Genéricos buscam ampliar fatia de mercado

Os medicamentos genéricos existem no Brasil desde 1999. Têm 36% do mercado. O presidente da PróGenéricos, Tiago de Moraes Vicente, disse que o setor busca chegar a 40% em 2 anos.

O objetivo é chegar depois à fatia das maiores economias, em que a participação dos genéricos ultrapassa 50% do total. Mas Tiago Vicente chamou atenção para o fato de que os genéricos existem nesses países há muito mais tempo, desde os anos 1970.

Houve crescimento de 3,67% no 1º semestre de 2023. A indústria de medicamentos caiu 0,64% no período.

Hoje 90% das doenças catalogadas podem ser tratadas com medicamentos genéricos disponíveis no mercado brasileiro.

Depreciação acelerada deve atender até 5 setores, diz secretário

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, disse que o governo deve apresentar programa de depreciação acelerada no começo de outubro. Segundo ele, até 5 setores devem ser beneficiados. A medida permite que empresas façam investimentos e tenham abatimento do Imposto de Renda a partir do valor investido.

“Atualmente, a depreciação varia, dependendo do setor, entre 2 e 25 anos. O que estamos propondo é a chamada ‘depreciação acelerada super incentivada’. Nosso intuito é antecipar o investimento das empresas para promover a modernização dos parques produtivos”, falou o secretário em entrevista à CNN Brasil.

Moreira disse que o programa tem potencial para modernizar a indústria em duas frentes: ao promover o aumento da competitividade e com a elevação da eficiência energética.

“Beneficia no sentido de o setor ter máquinas que estejam na fronteira tecnológica, que aumentará a produtividade e a competitividade da indústria brasileira. Ao mesmo tempo, dá acesso a máquinas mais eficientes do ponto de vista energético, que é fundamental para a transição energética”, afirmou.

O número de setores que serão beneficiados ainda não foi definido. Conforme Moreira, o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) trabalha com 5 cenários:

  • indústria de transformação, utilidades (saneamento, eletricidade, gás, etc.), construção, transporte e telecomunicações;
  • indústria de transformação, utilidades, transporte e telecomunicações;
  • indústria de transformação, utilidades e transporte;
  • indústria de transformação, utilidades e telecomunicações;
  • indústria de transformação.

O secretário disse que sua equipe vai se reunir na próxima semana a Receita Federal e a Secretaria de Política Econômica. Depois, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Mdic) devem definir o modelo do programa, para que ele seja apresentado até a 1ª semana de outubro.

Micro e pequenas empresas lideram geração de empregos em julho

As micro e pequenas empresas (MPEs) são o carro-chefe da criação de empregos com carteira assinada no país. Em julho, 79,8% das vagas abertas no Brasil foram absorvidas pelos pequenos negócios. Isso representa 113,8 mil postos de trabalho de um total de 142,7 mil. O levantamento foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e obtido em primeira mão pela Agência Brasil. Esse montante representa uma média de 3.670 vagas formais geradas a cada dia.

O volume total criado pelas MPEs é quase seis vezes maior que o número de contratações das médias e grandes empresas (MGEs), que concentraram 13,5% das vagas criadas (19.229). Os demais segmentos são instituições sem fins lucrativos (3.813), pessoas físicas (6.032) e administração pública (-200).

No levantamento do Sebrae, são consideradas microempresas as firmas com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).

O estudo leva em conta dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo de julho foi o sétimo resultado positivo seguido. A última vez que as MPEs tiverem um mês com mais demissões que admissões foi em dezembro, mês em que a economia costuma ter perda de emprego, por concentrar o término de contratos temporários relacionados à demanda das festas de fim de ano.

O índice alcançado pelas MPEs em julho só é inferior, em 2023, ao registrado em janeiro, quando elas foram responsáveis por 81% das contratações.

Setor de eventos apresenta melhor resultado dos últimos 5 anos

O setor de eventos apresentou o melhor resultado dos últimos 5 anos e superou o período pós-pandemia. De acordo com pesquisa da Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), o segmento teve estimativa de R$ 66.589,95 bilhões nos primeiros 7 meses de 2023.

Os dados apresentados pela entidade constam no Radar Econômico, realizado com base em levantamento do Ministério do Trabalho e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ainda segundo a pesquisa, a estimativa de consumo do setor só em julho chegou na casa dos R$ 9,7 bilhões. Esse foi o melhor mês da série histórica desde o início do indicador, em 2019.

A previsão dos 7 primeiros meses do ano é 14,1% acima do que foi esperado para igual período de 2022: R$ 58,3 bilhões.

Para Doreni Caramori Júnior, presidente da Abrape, os indicadores demonstram a importância do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), criado para proporcionar segurança e proteção ao segmento de cultura, turismo e entretenimento afetado pela pandemia do Coronavírus, que entrou em vigor em maio de 2021.

“A pesquisa permitiu uma rápida retomada do setor após o longo período de paralisação provocado pela pandemia do Coronavírus. Ofereceu segurança jurídica, tributária e econômica para pudéssemos voltar a gerar empregos e movimentar a economia em todo o país”, declarou Doreni Caramori Júnior.

Produção de veículos recua 4,6% em agosto contra agosto de 2022, divulga Anfavea

A produção de veículos recuou 4,6% em agosto frente ao mesmo mês do ano passado, somando 227 mil unidades entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com julho, um mês de ajuste dos estoques feitos pela indústria para atender a corrida às concessionárias pelos descontos nos carros patrocinados pelo governo, houve alta de 24% na produção do setor.

Divulgado pela Anfavea, a entidade que representa os fabricantes de veículos, o balanço mostra que a produção recua 0,4% no acumulado desde o início do ano, somando 1,54 milhão de unidades entre janeiro e agosto. No mês passado, fábricas de montadoras como Renault, General Motors e Volkswagen seguiram com produção reduzida para evitar grande acúmulo de estoque.

Mesmo com dois dias úteis a mais, as vendas de veículos recuaram 7,9% em agosto na comparação com julho, que, no embalo dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil permitidos nas vendas de carros por crédito tributário, registrou o maior volume de um mês em dois anos e meio. Com o fim do estímulo, o mercado voltou ao ritmo próximo a 9 mil unidades por dia de antes do programa do governo federal.

As vendas do mês passado, de 207,7 mil veículos na soma de todas as categorias, ficaram praticamente no mesmo nível de agosto de 2022 – houve leve queda de 0,4% nessa comparação. O mercado mostra crescimento de 9,4% no acumulado do ano, somando 1,43 milhão de veículos de janeiro a agosto.

O balanço da Anfavea mostra ainda queda de 26,2% das exportações no comparativo de agosto com igual mês de 2022. Já na comparação com julho, os embarques, de 34,5 mil veículos no mês passado, subiram 13,8%. O levantamento aponta queda de 12,8% das exportações no acumulado do ano, com 292,1 mil unidades embarcadas desde o primeiro dia de 2023.

Segundo o balanço da Anfavea, 547 vagas de trabalho foram abertas em agosto nas montadoras, que agora empregam 100,1 mil pessoas.

Nestlé compra Kopenhagen e Brasil Cacau

A Nestlé anunciou a compra do Grupo CRM, dono da Kopenhagen e Brasil Cacau. O valor do contrato não foi divulgado.

A transação ainda precisa ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), ao qual será submetido nas próximas semanas. A expectativa é que o negócio seja concluído em 2024.

A compra do CRM faz parte de um processo de desinvestimento do fundo de investimentos americano Advent. A Advent adquiriu a Kopenhagen em 2020 e decidiu pela venda para liberar recursos para investir em novos negócios.

Segundo o Estadão/Broadcast, o fundo quer direcionar os lucros da transação para a compra de redes regionais varejistas ou de atacarejos.

Nessa toada, a Advent vendeu 85% de sua participação no Carrefour. Quanto à empresa de chocolates, a opção era desinvestir ou abrir capital na Bolsa de Valores brasileira. A Advent decidiu pelo desinvestimento (ou seja, pela venda).

Em sua última fusão no Brasil, a multinacional suíça levou 20 anos para concluir a compra da Garoto. Depois de enfrentar problemas judiciais com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o processo, que se iniciou em 2002, foi finalizado em junho de 2023.

A autarquia demorou para aprovar a aquisição sob a justificativa de que a Nestlé iria representar mais de 58% do mercado nacional do ramo de chocolates. A empresa se comprometeu com uma série de medidas que impedem seu monopólio.

Safra 2022/2023 deve alcançar recorde de 322,75 milhões de toneladas de grãos, diz Conab

A produção brasileira de grãos na temporada 2022/23 deve alcançar recorde de 322,75 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 18,4% (50,1 milhões de toneladas a mais) em comparação com a safra anterior 2021/22, que foi de 272,64 milhões de toneladas.

Em comparação com a previsão anterior, de agosto, houve aumento de 0,8% (2,70 milhões de toneladas), segundo o 12º e último levantamento para a safra 2022/23 da Companhia nacional de Abastecimento (Conab).

Conforme a estatal, “o resultado é reflexo tanto de uma maior área plantada, atingindo 78,5 milhões de hectares (+5,3% ante 2021/22, que foi de 74,57 milhões de ha), como também de uma melhor produtividade média registrada, saindo de 3.656 kg/ha para 4.111 kg/ha (crescimento de 12,4%)”.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, disse no comunicado que “nos primeiros dados divulgados pela Conab, a previsão de safra era de 312,4 milhões de toneladas, e encerramos o ciclo com 322,8 milhões de toneladas. Uma diferença de 3,3% ou pouco mais de 10 milhões de toneladas”.

“Isso mostra o avanço metodológico da Conab, que tem responsabilidade com os dados públicos”, conclui Pretto.

A produção de soja no país na safra 2022/23 é de um novo recorde, estimada em 154,62 milhões de toneladas, crescimento de 23,2% ante 2021/22 (125,55 milhões de toneladas).

SELIC

Neste mês de setembro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) volta a se reunir para discutir a taxa básica de juros com o cenário de redução de 0,5 ponto percentual. Hoje a Selic está em 13,25% ao ano.

A projeção do tamanho do corte está no último comunicado, da reunião do mês de agosto, quando o comitê pontuou que: “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”. Ou seja, se não houver alterações importantes no cenário que pressionem a inflação, o Copom deve manter os cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. No último boletim Focus, divulgado na segunda-feira (04), as projeções de inflação tiveram uma alta mínima, 0,02 ponto para este ano e em 0,01 ponto para o próximo, respectivamente a 4,92% e 3,88%. Para 2025 e 2026 projeção para o IPCA permanece em 3,50%. Ou seja, pouca alteração no horizonte.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,14% em agosto, após queda de 0,72% no mês anterior. Com este resultado, o índice acumula taxa de -5,28% no ano e de -7,20% em 12 meses. Em agosto de 2022, o índice havia caído 0,70% e acumulava alta de 8,59% em 12 meses.  

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), a projeção para o IGP-M ficou em -3,54%, ante -3,56% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (04) pelo Banco Central, aponta um viés de alta nas projeções do IPCA em 2023 e 2024.

Para o fim deste ano, a previsão dos agentes financeiros para a inflação oficial subiu de 4,90% para 4,92%. A estimativa no encerramento do próximo ano oscilou de 3,87% para 3,88%.

O prognóstico para 2025 permaneceu em 3,50%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 4,93%, ante 4,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano surpreendeu a esmagadora maioria dos analistas, que previa um resultado perto de 0,2% ou 0,3%. A variação foi de 0,9%.

Surpreendeu também por ter vindo após um excepcional crescimento de 1,8% no primeiro trimestre, resultado de um também excepcional avanço do setor do agronegócio, que chegou a 21,6% num único trimestre.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), a projeção para o PIB ficou em 2,64%, ante 2,56% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (04), o Ibovespa fechou em queda, em sessão morna diante de mercados fechados nos Estados Unidos em função do feriado de Dia do Trabalho, o que reduziu a liquidez dos negócios. Itaú Unibanco e Petrobras ficaram entre as principais influências negativas, enquanto Vale, BRF e B3, entre os destaques positivos. O índice Ibovespa teve queda de 0,10%, a 117.776,62 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,6 bilhões.

Na terça-feira (05), o Ibovespa fechou em queda, com a persistente desconfiança sobre a capacidade de o governo federal de atingir suas metas fiscais pressionando negativamente, embora o avanço das ações da Petrobras, na esteira da alta do petróleo no mercado externo, tenha atuado como um contrapeso positivo. O índice Ibovespa teve queda de 0,38%, a 117.331,30 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,6 bilhões.

Na quarta-feira (06), o Ibovespa fechou em queda, conforme prevaleceu a cautela antes do feriado no país, em meio a preocupações com a política monetária norte-americana e desconforto com as perspectivas fiscais no Brasil. O índice Ibovespa teve queda de 1,15%, a 115.985,34 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,5 bilhões.

Na quinta-feira (07), feriado, sem operações na bolsa.

Na sexta-feira (08), por volta das 11h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,83%, a 115.018,41 pontos. Na volta do feriado, refletindo ajustes ao movimento negativo de ADRs brasileiros na véspera, quando dados dos Estados Unidos reforçaram temores sobre os próximos passos do Federal Reserve, particularmente o risco de mais uma alta dos juros neste ano. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,75%, a 115.116,83 pontos. O volume financeiro somou R$ 14,5 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (08), por volta das 11h00, o dólar registrava alta de 0,18%, cotado a R$ 4,9928 na venda. Em sessão de volumes reduzidos na volta do feriado do Dia da Independência, conforme o mercado aguarda dados de inflação dos Estados Unidos da semana que vem antes da decisão de política monetária do Federal Reserve de setembro.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (08) cotado a R$ 4,9828, após ter oscilado em margens estreitas durante a sessão, em um ambiente de liquidez reduzida e sem um fator forte para direcionar as cotações.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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11/09/2023