Cenário Econômico Internacional – 15/09/2023

Cenário Econômico Internacional – 15/09/2023

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Confira os destaques do Cenário Internacional desta semana:

A demanda por trabalho on-line está aumentando rapidamente nos países em desenvolvimento

A “economia gig” representa até 12% do mercado de trabalho global, muito acima do estimado anteriormente, e é particularmente promissora para as mulheres e os jovens nos países em desenvolvimento. A procura de trabalho online está a crescer rapidamente, no entanto, ainda faltam proteções sociais para os trabalhadores deste segmento, de acordo com um novo relatório do Banco Mundial.

Embora os países desenvolvidos dominem atualmente a procura de trabalhadores temporários, o relatório Trabalhar sem fronteiras: a promessa e o perigo do trabalho temporário online concluíram que a procura nos países em desenvolvimento está a crescer a um ritmo muito mais rápido. Por exemplo, na África Subsariana, as ofertas de emprego na maior plataforma digital cresceram 130%, enquanto a taxa de crescimento na América do Norte foi de apenas 14%. E quase 60% das empresas entrevistadas nos países mais pobres relataram um aumento na terceirização para trabalhadores temporários. Nos países mais ricos, menos de metade disse o mesmo.

Ao contrário de estudos anteriores, o relatório incluiu plataformas locais e regionais, e não apenas plataformas globais. E ultrapassou quem trabalha apenas em inglês. Como resultado, o relatório concluiu que a economia gig é vasta, com um total de 545 plataformas de trabalho online em todo o mundo, com trabalhadores e clientes localizados em 186 países. Curiosamente, perto de três quartos das plataformas são regionais ou locais e não globais. E sublinhando a importância deste sector para os países em desenvolvimento, o relatório concluiu que, em conjunto, os países de rendimento baixo e médio representam 40% do tráfego para plataformas de gig.

BRICS expandidos buscam mais influência geopolítica

A recente cimeira dos BRICS em Joanesburgo confirmou a transição para uma ordem multipolar onde, apesar da importância dos Estados Unidos e da China, as potências médias e os alinhamentos regionais também são influentes.

O BRICS foi concebido pela primeira vez em um relatório prospectivo da Divisão de Pesquisa de Investimento Global da Goldman Sachs de 2001, intitulado “Construir BRICs Econômicos Globais Melhores”, segundo o qual as economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China eram vistas como moldando o futuro da economia mundial como impulsionadores do crescimento. O grupo foi formalmente fundado em 2009 na cidade russa de Yekaterinburg como um fórum onde esses quatro países poderiam cooperar em interesses mútuos. A África do Sul aderiu ao BRICS em 2010.

Mais de duas décadas após o relatório, as economias da Rússia e do Brasil tiveram as suas dificuldades, mas estes países continuam a ser intervenientes importantes. A China tornou-se uma superpotência e é agora claro que um dos momentos fundamentais da atual ordem mundial foi a adesão de Pequim à Organização Mundial do Comércio em 2001, após uma longa e cautelosa abertura económica. A Índia, por sua vez, que provavelmente terá a grande economia de crescimento mais rápido do mundo em 2023, está bem posicionada para se tornar outra superpotência. Em março de 2023, os BRICS ultrapassaram o G7 em termos da sua participação no produto interno bruto (PIB) mundial, medida pela paridade do poder de compra.

Com os seis novos membros, os BRICS representarão uma população de 3,7 mil milhões (quase metade da população mundial) e 36% da produção econômica global. Além disso, o grupo representará uma enorme parte das reservas, produção e consumo mundiais de mineração e energia, incluindo quase metade das reservas globais de petróleo e 42% do abastecimento mundial de petróleo.

OMC vê sinais de fragmentação do comércio, mas não de desglobalização

As tensões globais começaram a fragmentar o comércio à medida que se formam relações comerciais rivais, afirmou a Organização Mundial do Comércio (OMC), mas argumentou que é prematuro declarar que a globalização retrocedeu.

O órgão sediado em Genebra disse que observou um aumento acentuado nas restrições comerciais unilaterais e uma visão crescente de que o caminho certo é uma cooperação com um grupo mais limitado de países amigos e a “eliminação de riscos”.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, o comércio entre dois blocos de países com diferentes padrões de votação na Organização das Nações Unidas cresceu entre 4% e 6% mais lentamente do que o comércio dentro desses blocos.

Na última votação da ONU relacionada à Ucrânia, pedindo à Rússia que retire suas tropas, 141 membros votaram a favor. Sete votaram contra e 32 se abstiveram, incluindo China, Índia e África do Sul.

O relatório da OMC disse que a divergência, que exclui os números da Rússia e da Ucrânia, foi semelhante para o investimento estrangeiro direto.

Os fluxos comerciais entre a China e os Estados Unidos se realinharam, com aumentos para produtos não sujeitos a tarifas e reduções acentuadas para algumas categorias, como produtos farmacêuticos e semicondutores.

“A história China-EUA é muito importante nos dados, mas não se limita a isso”, disse o economista-chefe da OMC, Ralph Ossa, em uma entrevista à Reuters.

As preocupações comerciais levantadas nos comitês da OMC, vistas como indicadores de alerta, aumentaram com o crescimento das restrições comerciais unilaterais.

No entanto, o comércio em geral continuou a crescer, mesmo entre os Estados Unidos e a China, onde o comércio atingiu um recorde em 2022. A OMC disse que as piores previsões de escassez de suprimentos e aumento acentuado dos preços dos alimentos não se concretizaram.

O relatório aponta para a rápida expansão do comércio de serviços digitais e bens ambientais, mas afirma que um novo aumento nas medidas unilaterais poderia ainda fragmentar a economia mundial.

Ele argumenta que um impulso renovado em direção à integração, “reglobalização”, é o caminho para enfrentar os problemas atuais de segurança, pobreza e mudança climática.

Investidores estão mais otimistas com o crescimento global, mas setor imobiliário chinês ainda preocupa

O setor imobiliário da China é a fonte mais provável de um evento de crédito sistêmico global, de acordo com a pesquisa de setembro dos gestores de fundos do Bank of America, que também constatou que o sentimento dos investidores em relação à economia global excluindo a China está melhorando.

Um terço dos entrevistados na pesquisa citou o setor imobiliário chinês como o maior risco de evento de crédito, superando o setor imobiliário comercial dos EUA e da UE, com 32%.

A pesquisa com 222 administradores de fundos com US$ 616 bilhões em ativos sob gestão foi realizada entre 1 e 7 de setembro.

A segunda maior economia do mundo tem enfrentado dificuldades durante a maior parte deste ano, uma vez que a demanda interna e externa enfraqueceu e o aprofundamento da crise imobiliária pressionou ainda mais o crescimento, levando Pequim a implementar uma série de medidas de apoio.

A mais recente turbulência no setor imobiliário da China concentrou-se na Country Garden, a maior incorporadora privada do país.

A Reuters informou citando fontes familiarizadas com o assunto, que a empresa obteve aprovação dos credores para estender os pagamentos de seis títulos onshore.

Entretanto, fora da China, o sentimento dos investidores em relação ao crescimento global está se tornando mais positivo, segundo a pesquisa, com cerca de três quartos dos entrevistados esperando um pouso suave para a economia global, terminologia que normalmente se refere a uma desaceleração econômica gradual, ou nenhuma desaceleração.

A pesquisa de setembro registrou um salto recorde na alocação dos entrevistados, com uma mudança para as ações dos EUA e saindo de mercados emergentes.

As expectativas de crescimento da China caíram, com a porcentagem geral de entrevistados que esperam uma economia mais forte nos próximos 12 meses caindo de 78% na pesquisa de fevereiro para 0%, e menor do que há um ano, quando a segunda maior economia do mundo ainda estava em meio a rígidos bloqueios devido à Covid.

Mercado acionário dos EUA e câmbio ao longo da semana

Na segunda-feira (11), as bolsas de valores de Nova York fecharam em alta, o pregão foi marcado pelo retorno do apetite por risco em Wall Street, no começo da semana que trará a divulgação de indicadores de inflação nos Estados Unidos. O índice Dow Jones teve alta de 0,25%, a 34.663,72 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 0,67%, a 4.487,46 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 1,14%, a 13.917,89 pontos.

Na terça-feira (12), as bolsas de valores de Nova York fecharam em queda, com as ações da Oracle em queda superior a 13% após uma previsão fraca e conforme a alta dos preços do petróleo aprofundou preocupações com pressões persistentes sobre os preços antes de dados inflacionários cruciais nos Estados Unidos esta semana. O índice Dow Jones teve queda de 0,05%, a 34.645,99 pontos. O índice S&P 500 teve queda de 0,57%, a 4.461,91 pontos. E o índice Nasdaq teve queda de 1,04%, a 13.773,62 pontos.

Na quarta-feira (13), as bolsas de valores de Nova York fecharam mistas, depois que dados mostrando um aumento moderado nos preços ao consumidor em agosto consolidaram expectativas de que o Federal Reserve manterá a taxa de juros inalterada em setembro. O índice Dow Jones teve queda de 0,20%, a 34.575,53 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 0,12% a 4.467,44 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 0,29%, a 13.813,59 pontos.

Na quinta-feira (14), as bolsas de valores de Nova York operavam em alta, uma vez que os dados econômicos mais fortes do que o esperado não abalaram as expectativas de uma pausa nos aumentos da taxa de juros em setembro, enquanto os investidores aguardavam a estreia da Arm Holdings no mercado de ações. Por volta das 13h30, o índice Dow Jones registrava alta de 0,79%, a 34.849,40 pontos. O índice S&P 500 registrava alta de 0,72%, a 4.499,76 pontos. E o índice Nasdaq registrava alta de 0,75%, a 13.917,68 pontos.

DÓLAR

Fechando a semana, na sexta-feira 08.09.23 – O dólar comercial encerrou a sexta-feira (08) cotado a R$ 4,9828 com queda de 0,018%. O dólar à vista fechou perto da estabilidade ante o real, após ter oscilado em margens estreitas durante a sessão, em um ambiente de liquidez reduzida e sem um fator forte para direcionar as cotações.

Na segunda-feira (11) – O dólar à vista registrou queda de 1,03%, cotado a R$ 4,9312 na venda. Com as cotações refletindo a busca por ativos de risco ao redor do mundo, após a China divulgar dados econômicos positivos, e em meio à expectativa pelos números de inflação nos Estados Unidos. O dólar oscilou entre R$ 4,9723 na máxima e R$ 4,921 na mínima.

Na terça-feira (12) – O dólar à vista registrou alta de 0,44%, cotado a R$ 4,9530 na venda. Em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também subia ante outras divisas de emergentes, e com investidores posicionados à espera dos dados de inflação nos EUA, que saem na quarta-feira (13). O dólar oscilou entre R$ 4,9678 na máxima e R$ 4,9353 na mínima.

Na quarta-feira (13) – O dólar à vista registrou queda de 0,72%, cotado a R$ 4,9173 na venda. Com investidores reagindo a dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram dentro do esperado e reduziram as apostas de que o Federal Reserve poderá promover novas altas de juros no curto prazo. O dólar oscilou entre R$ 4,9685 na máxima e R$ 4,8962 na mínima.

Na quinta-feira (14) – Por volta das 13h30, o dólar operava em queda de 1,00% cotado a R$ 4,8678 na venda. Conforme investidores reagiam positivamente ao comunicado de política monetária do Banco Central Europeu, em meio ainda a novos estímulos da China, depois de na véspera o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos ter impulsionado o apetite por risco.

Biden se reúne com premiê chinês e diz que questões econômicas tornam invasão de Taiwan menos provável

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no domingo (10) que teve conversas de mais alto nível com as lideranças chinesas em meses, acrescentando que as oscilações econômicas de Pequim não a levariam a invadir Taiwan.

Biden disse que se reuniu com o número 2 do presidente chinês Xi Jinping, o primeiro-ministro chinês Li Qiang, na cúpula anual do G20 em Nova Délhi. As conversas foram a reunião de mais alto nível entre as duas potências em quase 10 meses, desde que Biden e Xi conversaram no G20 do ano passado na Indonésia.

O primeiro-ministro chinês Li Qiang, que assumiu o posto de número 2 do país em março, participou da reunião de líderes mundiais no lugar de Xi. Não se esperava que os dois líderes conversassem no G20, mas encontros não programados em cúpulas são comuns.

“Minha equipe, meu pessoal ainda se reúne com o pessoal do presidente Xi e seu gabinete”, disse Biden aos repórteres. “Encontrei-me hoje com seu número 2 na Índia”.

Ele acrescentou: “Falamos sobre estabilidade” e sobre o Hemisfério Sul. “Não foi nada conflituoso”.

As duas superpotências têm tentado descongelar as relações este ano, depois de um desentendimento por causa de um suposto balão espião chinês que sobrevoou o território dos EUA, enquanto os temores de uma desaceleração econômica tomaram conta de Pequim.

Em uma coletiva de imprensa no Vietnã, Biden elogiou a economia dos EUA como a “mais forte” do mundo. Ele disse aos repórteres que o crescimento da China estava desacelerando devido a uma economia global fraca, bem como às políticas chinesas, mas não especificou quais políticas.

Biden classificou a situação econômica da China como uma “crise”, citando problemas no setor imobiliário e o alto índice de desemprego entre os jovens. “Um dos principais princípios econômicos de seu plano não está funcionando no momento”, disse Biden sobre Xi, sem entrar em detalhes. “Não estou feliz com isso, mas não está funcionando.”

Os dados comerciais de agosto mostraram que as exportações e importações da China reduziram suas quedas, juntando-se a outros indicadores que mostram uma possível estabilização na desaceleração econômica, conforme os formuladores de políticas buscam estimular a demanda e evitar a deflação.

Canadá planeja incentivos para aliviar a carga habitacional, relata CBC

O ministro da Habitação do Canadá, Sean Fraser, está avaliando uma ampla gama de opções enquanto busca aliviar a crise imobiliária no país, informou a CBC.

“Há uma série (de incentivos) que estamos considerando agora. Alguns poderiam incluir potenciais incentivos fiscais para os construtores construírem. Alguns poderiam incluir outros acordos de financiamento de baixo custo”, disse Fraser, segundo o relatório, em entrevista à CBC.

Fraser também está considerando remover o Imposto sobre Bens e Serviços (GST) em projetos de habitação a preços acessíveis e dedicar terras federais ao aluguel de moradias, acrescentou o relatório.

Fraser disse à CBC que os principais objetivos eram utilizar fundos anteriormente atribuídos para programas existentes de forma mais rápida e eficaz, garantir que o Canadá pudesse utilizar a sua força de trabalho na construção e apoiar indústrias relativamente subdesenvolvidas, como casas construídas em fábricas.

O Canadá enfrenta uma crise de acessibilidade à habitação, que tem sido atribuída ao aumento de migrantes e estudantes internacionais, alimentando a procura de casas, ao mesmo tempo que o aumento dos custos abrandou a construção.

A contração inesperada da economia no segundo trimestre deveu-se em grande parte às quedas no investimento em habitação e à menor acumulação de existências, bem como ao abrandamento das exportações internacionais e dos gastos das famílias.

Dirigentes do Fed estão mudando de opinião sobre alta de juros, revela analista

O jornalista Nick Timiraos, do Wall Street Journal, amplamente reconhecido como o analista mais bem informado sobre as intenções do Federal Reserve (Fed), escreveu em um artigo publicado no domingo que é provável que o Banco Central dos EUA interrompa os aumentos de juros em setembro e, posteriormente, avalie com mais cautela se outras elevações serão necessárias.

Ele destacou em particular que “alguns dirigentes preferem realizar mais aumentos de juros agora, com a ideia de que, se necessário, podem cortá-los em um momento posterior”.

Timiraos também esclareceu que “no entanto, outros dirigentes consideram que os riscos estão mais equilibrados” e “temem que um aumento de juros possa provocar um arrefecimento econômico desnecessário ou até mesmo desencadear uma nova crise financeira”.

Entre outras razões para “a transição para uma posição mais neutra em relação às taxas de juros”, Timiraos citou “dados que apontam para uma diminuição da inflação e um mercado de trabalho menos aquecido”. Ele também observou que “os aumentos excepcionalmente rápidos das taxas de juros no último ano e meio devem continuar desacelerando a demanda nos próximos meses”.

Timiraos concluiu que está ocorrendo uma “mudança importante na postura dos dirigentes do Fed em relação às taxas de juros”.

Por fim, vale ressaltar que o Monitor de Juros do Fed no Investing.com indica que o mercado atribui uma probabilidade de 94% de o Banco Central americano se abster de aumentar as taxas em sua próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) em 20 de setembro.

Entretanto, para a reunião seguinte, em 1º de novembro, os operadores estimam que há uma chance de 38,8% de a instituição voltar a aumentar os juros.

Previsão de inflação na Argentina para agosto é a mais alta desde 1991

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Argentina provavelmente subiu 11,8% em agosto, o que seria o valor mensal mais alto desde 1991, de acordo com uma pesquisa da Reuters com analistas, após uma forte desvalorização do câmbio local. moeda peso no mês passado.

O governo do país desvalorizou a moeda em quase 20% em meados de agosto, depois de o libertário radical Javier Milei, que quer demitir o Banco Central e dolarizar a economia, ter ganho surpreendentemente 30% dos votos nas eleições primárias abertas do país.

A Argentina já estava a lutar contra uma inflação anual próxima dos 115%, o que está a provocar uma dolorosa crise de custo de vida e a empurrar as pessoas para a pobreza. A crise também está a agitar a arena política antes das eleições gerais de outubro.

“Agosto foi o pior mês, eu diria, dos últimos 25 anos para a economia Argentina”, disse Sergio Massa, ministro da Economia e candidato presidencial do bloco peronista no poder, numa recente entrevista televisiva.

A pesquisa com 28 analistas consultados pela Reuters previa inflação mensal para agosto variando de 9,3% a um máximo de 12,9%. O Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (INDEC) está programado para publicar os dados oficiais.

A C&T Economic Advisors, que projeta um avanço mensal de 11% para agosto, disse que provavelmente superaria um pico de 10,4% em abril de 2002, durante uma grande crise econômica, e igualaria o de março de 1991, antes de o país impor uma paridade cambial.

Economia dos EUA: recessão deve ocorrer em 2024, projeta Citi

Os analistas do Citi prevêem que a economia dos Estados Unidos entrará em recessão em 2024, baseando-se em exemplos históricos de períodos de inflação alta e mercado de trabalho apertado.

Dados econômicos recentes mostram que os aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) diminuíram o ritmo de aumento dos preços na maior economia do mundo, fazendo-os convergir para perto da meta de 2%. O mercado de trabalho continuou forte, enquanto a taxa de desemprego ficou em níveis baixos.

Em uma nota de pesquisa publicada, os estrategistas observaram uma “desaceleração significativa” no crescimento dos salários e dos preços, notando que o desemprego ficou “surpreendentemente baixo”. Eles disseram que a economia do país segue um caminho que “parece estar alinhado” com um chamado “pouso suave”, no qual o Fed consegue controlar a inflação sem provocar uma crise econômica mais ampla.

No entanto, os analistas afirmaram que em cinco casos semelhantes desde 1965, a redução da inflação alta e do mercado de trabalho forte exigiu um aumento forte no desemprego. Todos esses casos estiveram “associados a recessões”, disseram, enfatizando que “defender um pouso suave requer uma explicação convincente de por que ‘desta vez é diferente’”.

“Nossa opinião é que as ‘leis da gravidade econômica’ observadas em ciclos anteriores eventualmente se restabelecerão”, disseram os analistas do Citi.

Os dados econômicos previstos para esta semana devem dar mais informações sobre a inflação nos Estados Unidos e podem influenciar a decisão do Fed de continuar aumentando os juros mais adiante neste ano.

Plano de déficit do México em ano eleitoral alimenta medo sobre finanças

O plano do governo mexicano de incorrer no maior déficit orçamentário em décadas durante o ano de eleições gerais de 2024 pode pressionar as finanças públicas e eventualmente ameaçar sua classificação de crédito, disseram analistas.

No seu plano orçamental, o governo previu que o défice aumentaria de 3,3% do produto interno bruto (PIB) este ano para 4,9% no próximo ano, à medida que o país se prepara para eleger um sucessor para o presidente Andrés Manuel López Obrador.

Grande parte da despesa adicional cobrirá despesas maiores em programas sociais e financiamento para os principais projetos de infraestruturas de López Obrador, em particular o chamado Comboio Maia, uma nova e importante linha ferroviária no sudeste do México.

Até agora, ele manteve os gastos sob controle, reduzindo partes do Estado que considera supérfluas e restringindo os salários do setor público, mas está afrouxando as restrições antes das eleições.

“É um orçamento muito eleitoral”, disse Patricia Terrazas, membro do Partido de Ação Nacional (PAN), de centro-direita, da oposição, que tem assento na câmara baixa do comité de finanças do Congresso.

López Obrador apoiou na semana passada a ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, como candidata de seu partido para sucedê-lo. Os presidentes mexicanos só podem cumprir um mandato de seis anos.

Os dados históricos mostram que o défice orçamental previsto para 2024 será o mais elevado desde 1988 em proporção do PIB.

Inflação nos EUA: Núcleo do IPC acelera em agosto e vem acima do esperado

A inflação dos EUA acelerou em agosto, segundo dados divulgados pelo Escritório de Estatísticas de Trabalho. A grande surpresa foi a elevação do núcleo da inflação mensal de 0,2% em julho para 0,3% no mês passado, acima das estimativas de alta de 0,2% pelos economistas de mercado. Na base anual, o núcleo da inflação desacelerou de 4,7% para 4,3%, em linha com as projeções.

Em relação ao índice cheio, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor, houve avanço mensal de 0,6% em agosto, em linha com o consenso, mas apresentando uma aceleração em relação à alta de 0,2% no mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPC subiu acima das projeções, com alta de 3,7% ante avanço de 3,2% em julho e acima das projeções de elevação de 3,6%.

“O índice da gasolina foi o que mais contribuiu para o aumento mensal, respondendo por mais de metade do aumento”, aponta William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. “Números reacendem as preocupações com a resiliência da inflação”, complementa.

A divulgação de uma elevação mensal do núcleo de inflação acima do esperado ativou temporariamente a aversão ao risco entre os investidores. No entanto, o comportamento em linha de outros índices, como a alta mensal do IPC cheio em linha com as estimativas, tranquilizaram os investidores, retornando os principais ativos aos níveis de negociações próximos aos anteriores à divulgação dos dados.

Congresso da Colômbia aprova orçamento de US$ 125,9 bilhões para 2024

O Congresso da Colômbia aprovou um orçamento no valor de 502,6 trilhões de pesos (125,9 bilhões de dólares) para 2024, representando um aumento de 18,9% em relação ao orçamento de 2023 e o maior da história do país.

Os recursos cobrirão operações governamentais, pagamento de dívidas e gastos sociais propostos pelo presidente de esquerda Gustavo Petro. Os legisladores têm até 20 de outubro para aprovar a distribuição do orçamento.

O orçamento está alinhado com a meta do governo de fechar o défice fiscal em 4,5% do PIB no próximo ano e um crescimento de 1,5%, disse o Ministério das Finanças.

Mercado acionário europeu

Na segunda-feira (11), as bolsas europeias fecharam em alta, após sinais de estabilização da economia chinesa. Também no radar, projeções da União Europeia (UE) fortaleceram especulações de uma possível pausa no ciclo de alta de juros do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,34%, a 456.21 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 0,52%, a 7.278,27 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 0,39%, a 15.800,99 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 0,42%, a 6.155,99 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,73%, a 9.435,20 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,25%, a 7.496,87 pontos.

Na terça-feira (12), as bolsas europeias fecharam mistas, pressionadas pela fabricante alemã de software SAP após uma previsão fraca da empresa de tecnologia norte-americana Oracle, com investidores mostrando cautela antes de dados de inflação dos EUA e da decisão de política monetária do Banco Central Europeu. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,18%, a 455,40 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,35%, a 7.252,88 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,54%, a 15.715,53 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 0,04%, a 6.153,34 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,21%, a 9.455,40 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,41%, a 7.527,53 pontos.

Na quarta-feira (13), as bolsas europeias fecharam em queda, com o setor industrial como destaque de queda e recuo de BP após saída abrupta de seu presidente-executivo, enquanto investidores se preparavam para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (14). O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,32%, a 453,94 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,42%, a 7.222,57 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,39%, a 15.654,03 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 0,33%, a 6.133,34 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve queda de 0,33%, a 9.424,10 pontos. O índice FTSE 100 teve queda de 0,02%, a 7.525,99 pontos.

Na quinta-feira (14), as bolsas europeias fecharam em alta, depois que o Banco Central Europeu aumentou as taxas de juros pela décima vez consecutiva, elevando os custos dos empréstimos a um nível recorde e ao mesmo tempo sinalizando o fim do ciclo de aperto da política monetária. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,61%, a 461,26 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 0,42%, a 7.308,67 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 0,97%, a 15.805,29 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 1,16%, a 6.227,49 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 1,44%, a 9.560,10 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 1,95%, a 7.673,08 pontos.

Comissão da UE corta previsão de crescimento da zona do euro com recessão na Alemanha

A economia da zona do euro crescerá mais lentamente neste ano e no próximo do que o esperado antes, previu a Comissão Europeia na segunda-feira (11), uma vez que a demanda do consumidor sofre com a inflação alta e a maior economia, a Alemanha, deve entrar em recessão neste ano.

Em suas previsões para o Produto Interno Bruto e a inflação das cinco maiores economias da zona do euro, a Comissão disse que o PIB da área de moeda única crescerá 0,8% em 2023 e 1,3% em 2024, em comparação com as previsões de maio de 1,1% e 1,6%, respectivamente.

“A fraqueza da demanda doméstica, em particular do consumo, mostra que os preços ao consumidor elevados e ainda subindo para a maioria dos bens e serviços estão cobrando um preço mais alto do que o esperado na previsão (anterior)”, disse a Comissão.

“Isso ocorre apesar da queda dos preços da energia e de um mercado de trabalho excepcionalmente forte, que tem registrado taxas de desemprego baixas e recordes, expansão contínua do emprego e aumento dos salários”, afirmou.

A Comissão previu uma inflação ao consumidor na zona do euro de 5,6% em 2023 e 2,9% em 2024, ambas bem acima da meta de 2,0% do Banco Central Europeu. A inflação deste ano deve ser menor do que os 5,8% previstos em maio, mas para 2024 fica acima da projeção de maio de 2,8%.

O BCE tem aumentado rapidamente os juros desde meados de 2022 para conter o crescimento recorde dos preços, tornando o crédito para a economia mais caro, o que afetou a previsão de crescimento.

“A forte desaceleração na concessão de crédito bancário para a economia mostra que o aperto da política monetária está se espalhando pela economia”, disse a Comissão.

“Os indicadores da pesquisa agora apontam para a desaceleração da atividade econômica no verão e nos próximos meses, com fraqueza contínua na indústria e diminuição do ímpeto nos serviços, apesar de uma forte temporada de turismo em muitas partes da Europa”, disse.

A Alemanha, a maior economia da Europa, encolherá 0,4% este ano, segundo a previsão da Comissão, que revisou para baixo a previsão de crescimento de 0,2% de maio. No próximo ano, o crescimento alemão também será mais lento, a uma taxa de 1,1% em vez da de 1,4% prevista anteriormente.

A Itália e a Holanda também crescerão mais lentamente este ano, segundo a Comissão, prevendo uma expansão do PIB de 0,9% e 0,5%, respectivamente, em comparação com 1,2% e 1,8%, antes.

No entanto, a França e a Espanha crescerão mais rápido do que o esperado anteriormente em 2023, segundo a Comissão, projetando uma expansão de 1,0% e 2,2% respectivamente, em vez de 0,7% e 1,9% previstos antes.

Excluir a Rússia das negociações sobre acordos de grãos não será sustentável, diz Erdogan

Qualquer iniciativa para reviver o acordo de grãos do Mar Negro que isole a Rússia provavelmente não será sustentável, disse o presidente turco, Tayyip Erdogan, em uma coletiva de imprensa após a conclusão da cúpula do G20 em Nova Délhi.

A Rússia desistiu do acordo em julho, um ano depois de este ter sido intermediado pelas Nações Unidas e pela Turquia, queixando-se de que as suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes enfrentavam obstáculos e que a quantidade insuficiente de cereais ucranianos estava a ir para países necessitados.

A Rússia, a Ucrânia e a Turquia continuarão a discutir o acordo de cereais, acrescentou Erdogan.

A Rússia está disposta a enviar grãos gratuitamente para os países mais pobres, o que a Turquia favorece, disse ele aos repórteres, acrescentando que o Catar também concordou.

Erdogan disse que não estava “desesperado” em relançar o acordo de grãos.

O presidente turco também manteve conversações com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, à margem da cimeira do G20, sobre os esforços para relançar o acordo, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, sem dar mais detalhes.

Confiança do investidor alemão melhora em setembro, mostra ZEW

O sentimento do investidor alemão melhorou inesperadamente em setembro, uma vez que os investidores esperam uma interrupção nos aumentos das taxas de juros.

O instituto de pesquisa econômica ZEW divulgou na terça-feira (12) um aumento em seu índice de sentimento econômico para -11,4 pontos, de -12,3 pontos em agosto.

Analistas consultados pela Reuters haviam apontado para uma leitura de -15,0 em agosto.

“As perspectivas econômicas mais animadoras para a Alemanha se alinham com uma visão notavelmente mais otimista dos acontecimentos no mercado de ações internacional”, disse o presidente do ZEW, Achim Wambach.

Isso é, pelo menos em parte, atribuído ao aumento da proporção de entrevistados que preveem taxas de juros estáveis na zona do euro e nos EUA, acrescentou ele.

Em contrapartida, a avaliação da situação econômica atual na Alemanha continua a piorar consideravelmente. O indicador caiu para -79,4 pontos, o valor mais baixo em três anos.

“Esse desenvolvimento coloca em perspectiva a ligeira melhora nas expectativas em relação à situação econômica da Alemanha nos próximos seis meses”, disse Wambach.

Partido Trabalhista da Noruega perde votação regional depois de um século no topo

O Partido Trabalhista, que governa a Noruega, caiu para o segundo lugar, atrás dos conservadores, nas eleições regionais e municipais, mostrou uma contagem preliminar, a primeira vez desde 1924 que o grupo de esquerda não conseguiu terminar em primeiro lugar em uma votação nacional.

Com 60% dos votos contados, o Partido Trabalhista obteve 21,8% dos votos, mostraram dados oficiais, abaixo dos 24,8% em 2019, enquanto o Partido Conservador ficou com 25,8%, acima dos 20,1% de quatro anos atrás.

Embora o revés aprofunde os problemas do Partido Trabalhista, o primeiro-ministro Jonas Gahr Stoere disse que continuará a liderar o seu governo de coligação minoritária, independentemente do resultado da votação regional, o que não afeta a composição do parlamento.

O aumento dos preços no consumidor, incluindo um aumento de 9% no custo dos alimentos nos últimos 12 meses, acompanhado por um salto nas taxas de juro, pesou sobre as famílias e levou o governo a restringir a despesa pública por receio de acelerar a inflação.

O Partido Trabalhista e o Partido do Centro, de orientação rural, no governo desde 2021, após uma vitória esmagadora para os partidos de esquerda, enfrentarão em seguida uma eleição para o parlamento em 2025.

Se as eleições de 2025 mostrassem um resultado semelhante, o bloco de centro-esquerda perderia a maioria, posicionando a líder do Partido Conservador, Erna Solberg, que governou a Noruega de 2013 a 2021, para um regresso.

Produção industrial da zona do euro cai mais do que o esperado em julho

A produção industrial da zona do euro caiu muito mais do que o esperado em julho, mostraram dados na quarta-feira (13), destacando as revisões para baixo do crescimento econômico para este ano nas previsões da Comissão Europeia.

A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, afirmou que a produção industrial nos 20 países que compartilham o euro caiu 1,1% em julho em relação ao mês anterior, registrando um declínio anual de 2,2%.

Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda mensal de 0,7% e uma redução anual de 0,3%.

Os números mais fracos do que o esperado, foram resultado de quedas acentuadas na produção de bens de capital e bens de consumo duráveis em relação ao mês anterior e de bens de consumo duráveis, energia e bens intermediários na comparação com o ano anterior.

A Comissão Europeia disse na segunda-feira que a demanda do consumidor continuou a ser afetada pela inflação elevada, enquanto as exportações da zona do euro sofreram com a demanda externa mais fraca, principalmente da China.

Grécia levantará até 7 bilhões de euros nos mercados obrigacionistas em 2024

A Grécia planeja levantar até 7 bilhões de euros (7,5 bilhões de dólares) dos mercados de dívida em 2024 por meio de novas emissões de títulos de curto e longo prazo e permitirá que investidores de varejo participem de leilões de títulos do Tesouro, dois governos fontes disseram à Reuters.

O país, que recuperou recentemente a classificação de crédito de grau de investimento após 13 anos, também planeia continuar a reabertura de obrigações através de leilões de até 500 milhões de euros cada, para adicionar liquidez em partes específicas da curva de rendimentos, se necessário.

“A quantia de cerca de 7 bilhões de euros que planeamos angariar nos mercados poderá aumentar um pouco, se reduzirmos a quantidade (pendente) de letras do Tesouro em circulação”, disse um funcionário do Ministério das Finanças à Reuters.

O montante pendente de letras do Tesouro é de cerca de 11,5 mil milhões de euros e poderá ser reduzido em 1,5-2 mil milhões de euros em 2024.

A Grécia angariou cerca de 9 mil milhões de euros nos mercados de dívida até agora este ano. Em 2022, angariou 8,3 mil milhões de euros.

A agência de dívida leiloou letras do Tesouro a um ano na semana passada, aceitando ofertas de aforradores pela primeira vez depois de anos, com um rendimento de 3,81%, quase o dobro da taxa de juro que os bancos gregos estão a oferecer aos depositantes.

No início deste mês, a Bélgica angariou um valor recorde de 21,9 mil milhões de euros junto dos poupadores, numa venda de obrigações destinada a competir com os depósitos bancários.

“Não pretendemos emitir tal título”, disse um segundo funcionário do Ministério das Finanças, acrescentando que os depositantes podem participar em leilões de letras do Tesouro de um ano.

BCE continua ‘hawkish’ e aumenta taxa de juros em 0,25 ponto percentual

Havia muitas dúvidas no mercado, mas o Banco Central Europeu (BCE) aumentou as taxas de juros de referência em sua reunião de quinta-feira (14). A alta foi de 25 pontos-base, de 4,25% para 4,5%, surpreendendo o mercado, cujas estimativas eram de manutenção.

O novo aumento de juros elevou a taxa para o maior patamar da história da zona do euro. A decisão foi embasada à medida que os decisores políticos procuram abordar a inflação elevada na zona euro, apesar dos sinais emergentes de que a economia da região está a enfraquecer.

“Se o BCE optar por não aumentar as taxas hoje, será difícil fazê-lo mais tarde, quando for mais provável que tanto a economia quanto a inflação da região continuem a se desacelerar”, alertou a Link Securities.

“A favor da pausa temos a moderação do núcleo da inflação em agosto (+5,3% vs +5,5%), o enfraquecimento do PIB no segundo trimestre (+0,1%) e o fato de que a rotação dos diretores votantes significa que a Espanha está votando hoje, mas não a Alemanha (na próxima reunião será o contrário)”, explicam no Bankinter.

Ucrânia fixa taxa básica de juros em 20% no segundo corte durante a guerra

O Banco Central da Ucrânia cortou sua taxa básica de juros na quinta-feira (14), em uma segunda reunião monetária consecutiva, baixando-a para 20%, à medida que a guerra com a Rússia se aproxima da marca de 19 meses.

O Banco Central reduziu sua taxa pela última vez de 25% para 22% em 27 de julho.

“A nova retração da inflação e a capacidade do NBU de garantir a sustentabilidade do mercado cambial estão a tornar possível continuar o ciclo de cortes nas taxas diretoras, mantendo ao mesmo tempo a atratividade suficiente das poupanças em hryvnia”, afirmou o Banco Nacional da Ucrânia num comunicado.

“Tal medida apoiará a recuperação económica sem representar ameaças à estabilidade macroeconómica e financeira”, afirmou.

O Banco Central disse que planeia continuar o seu principal ciclo de redução das taxas de juro, mas agirá com cautela dada a grande incerteza e os elevados riscos relacionados com a guerra.

O corte era esperado por banqueiros e analistas, uma vez que a inflação tem desacelerado mais rapidamente do que o esperado até agora neste ano. Em agosto, a inflação dos preços ao consumidor desacelerou para 8,6% em termos anuais, mostraram os dados estatísticos.

Mercado acionário na Ásia

Na segunda-feira (11), as bolsas asiáticas fecharam mistas, impulsionadas por novos estímulos do governo e pela melhora dos dados de crédito, mas os setores de tecnologia e imobiliário pressionaram o mercado de Hong Kong para baixo. O índice Xangai teve alta de 0,84%, a 3.142,78 pontos. O índice japonês Nikkei teve queda de 0,43%, a 32.467,76 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 0,58%, a 18.096,45 pontos. O índice CSI300 teve alta de 0,74%, a 3.767,54 pontos.

Na terça-feira (12), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, apesar de dados recentes mostrarem sinais de estabilização na segunda maior economia do mundo, com os investidores aguardando mais pistas sobre a recuperação e as medidas do governo. O índice Xangai teve queda de 0,18%, a 3.137,06 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 0,95%, a 32.776,37 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 0,39%, a 18.025,89 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,18%, a 3.760,60 pontos.

Na quarta-feira (13), as bolsas asiáticas fecharam em queda, após uma queda em ações de tecnologia derrubar os mercados acionários de Nova York, ontem, e antes da divulgação de uma pesquisa crucial sobre a inflação nos EUA. O índice Xangai teve queda de 0,45%, a 3.123,07 pontos. O índice japonês Nikkei teve queda de 0,21%, a 32.706,52 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 0,09%, a 18.009,22 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,18%, a 3.760,60 pontos.

Na quinta-feira (14), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em alta, após dados sobre a inflação dos Estados Unidos aliviarem preocupações sobre um eventual novo aumento dos juros norte-americanos. No fim da noite, estão previstos indicadores sobre a indústria e varejo chineses. O índice Xangai teve alta de 0,11%, a 3.126,55 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 1,41%, a 33.168,10 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 0,21%, a 18.047,92 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,084%, a 3.733,51 pontos.

Inflação ao consumidor na China sobe em agosto e preços ao produtor caem

Os preços ao consumidor da China retornaram ao território positivo em agosto, enquanto as quedas nos preços ao produtor desaceleraram, mostraram dados no sábado (09), com a diminuição das pressões deflacionárias em meio a sinais de estabilização da economia.

O índice de preços ao consumidor (IPC) subiu 0,1% em agosto em relação ao ano anterior, informou o Escritório Nacional de Estatísticas da China, mais devagar do que a estimativa mediana de um aumento de 0,2% em uma pesquisa da Reuters.

Em julho, o IPC caiu 0,3% em relação ao ano anterior.

Já o índice de preços ao produtor (PPI) recuou 3,0% em relação ao ano anterior, em linha com as expectativas, após uma queda de 4,4% em julho.

O governo lançou uma série de medidas de apoio nas últimas semanas para estimular o crescimento econômico e afastar as pressões de deflação.

PIB do Japão cresce 4,8% no 2º trimestre

O governo do Japão informou que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país no 2º trimestre foi de 4,8%. O resultado ficou abaixo da expectativa de 6% divulgada em agosto. A informação é do jornal japonês Nikkei Asia.

Apesar de o crescimento ter ficado abaixo das expectativas, o período de abril a junho de 2023 manteve o PIB japonês em evolução pelo 3º trimestre consecutivo.

O Gabinete do governo local explicou que o crescimento da economia foi alavancado pela valorização das exportações do país. Contudo, o consumo do mercado interno foi lento no trimestre, o que puxou para baixo o resultado frente à expectativa.

Atualmente, o Japão é a 3ª maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China, que ocupam a 1ª e a 2ª posição, respectivamente. Segundo o Nikkei Asia, o PIB japonês em 2022 foi de aproximadamente US$ 4 trilhões.

Novo primeiro-ministro da Tailândia é criticado no Parlamento por agenda econômica “sem objetivo”

O primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, foi criticada no Parlamento por causa de uma agenda política que parlamentares da oposição chamaram de vaga e disseram estar aquém de algumas das promessas eleitorais mais ousadas de seu partido.

O recém-chegado político Srettha, que lidera um governo de coligação que inclui alguns dos maiores rivais do seu partido, confirmou a sua agenda perante os legisladores e concentrou-se na distribuição de dinheiro digital, na redução dos preços da energia e no relaxamento das regras de vistos para impulsionar o turismo.

Em declarações, ele disse que o seu governo pretende um crescimento de pelo menos 5% ao ano e apoiaria a economia no curto prazo, impulsionando o turismo, uma fonte de rendimento vital.

Srettha, que também é Ministro das Finanças, também se comprometeu a adoptar uma abordagem liderada pelo mercado para aumentar o rendimento dos agricultores.

Mas o maior partido no parlamento, a oposição Move Forward, disse que a agenda do partido Pheu Thai de Srettha carecia de detalhes.

“Isso não tem objetivo. Não há objetivos claros, nem prazo e orçamento”, disse o legislador do Move Forward, Sirikanya Tansakul, durante uma maratona de debate marcada para terminar na noite de terça-feira (12).

“A declaração política precisa ter detalhes… não deveria ser uma lista de desejos.”

China diz que a sua economia é “resiliente” e rejeita preocupações ocidentais

A economia da China é resiliente e não entrou em colapso, disse o Ministério das Relações Exteriores da China na terça-feira (12), rejeitando as alegações do Ocidente de que sua economia está vacilando e poderia causar problemas mais amplos.

Autoridades de países como a Austrália e os Estados Unidos levantaram publicamente preocupações sobre a segunda maior economia do mundo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou a situação econômica da China de “crise”, enquanto o tesoureiro australiano Jim Chalmers disse que a desaceleração da economia chinesa poderia, por sua vez, pesar sobre a da Austrália.

“Parece que de vez em quando surgirão várias teorias sobre o colapso da China”, disse Mao Ning, porta-voz do ministério, em coletiva de imprensa.

“O fato é que a economia da China não entrou em colapso”, acrescentou Mao, sem citar Biden ou Chalmers.

Ela disse que a economia da China tem um grande potencial e que os fundamentos da melhoria a longo prazo não mudaram.

“Estamos confiantes e somos capazes de promover um desenvolvimento económico sustentado e saudável”, acrescentou Mao.

Prioridades do novo gabinete do Japão devem manter Banco Central no centro das atenções

O esperado pacote de estímulo econômico do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, se concentrará em aliviar o aperto doméstico causado pelo aumento dos custos de combustíveis, em meio a um maior foco na inflação que também deverá colocar o Banco Central sob os holofotes políticos.

Kishida disse que lidar com o aumento dos custos de vida estará entre as principais prioridades de seu governo e prometeu revelar em setembro um pacote de medidas para lidar com o aumento dos preços dos combustíveis.

Seu gabinete reformulado provavelmente se concentrará em apresentar um pacote de gastos suficientes para atrair votos antes de uma possível eleição antecipada no final deste ano ou no próximo, dizem analistas, com alguns estimando o tamanho em cerca de 10 trilhões de ienes (68 bilhões de dólares).

Kishida disse que o governo provavelmente estenderá os prazos para os subsídios destinados a reduzir as contas de serviços públicos e de gasolina.

Em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, ele disse que seu novo gabinete terá como objetivo compilar o pacote econômico no próximo mês para ajudar o público a enfrentar o impacto do aumento do custo de vida.

“Garantiremos que o Japão saia totalmente da deflação”, disse Kishida, acrescentando que tomará medidas para que o crescimento dos salários exceda consistentemente a taxa de inflação em “vários pontos percentuais”.

Normalmente, o aumento da inflação também aumentaria a pressão sobre o Banco Central, que tem como objetivo alcançar preços estáveis, para que aperte a política monetária.

No entanto, a política monetária ultrafrouxa do BOJ poderá ser submetida a um maior descontentamento público se a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado, dando à oposição a oportunidade de atacar o governo por ignorar os dolorosos aumentos de preços, segundo alguns analistas.

Os críticos já acusam as taxas de juros ultrabaixas do Banco Central de alimentar quedas indesejadas do iene, que aumentam os preços das importações e elevam o custo de vida.

Banco Central da China anuncia corte de 0,25 p.p. em taxa de compulsório de bancos

O Banco do Povo da China (PBoC, o Banco Central chinês) disse na quinta-feira (14), que irá reduzir o montante de depósitos que bancos locais precisam separar como reservas, de forma a manter a liquidez em níveis “razoáveis e suficientes”, em mais uma tentativa de Pequim de impulsionar o crescimento econômico este ano.

Em comunicado, o PBoC anunciou que irá reduzir a taxa de compulsório bancário em 25 pontos-base, o que trará a taxa média para o sistema bancário chinês como um todo para cerca de 7,4%.

Banco central do Paquistão mantém taxa básica inalterada em movimento surpresa

O Banco Central do Paquistão manteve sua taxa básica de juros inalterada em 22%, anunciando o resultado de uma revisão de política monetária em um comunicado divulgado na quinta-feira (14) que surpreendeu analistas que esperavam um aumento de pelo menos 150 pontos base.

O banco disse no comunicado que a inflação provavelmente aumentará “significativamente” em setembro, mas espera que a inflação diminua em outubro e mantenha uma trajetória descendente a partir de então.

O banco observou que a inflação anual medida pelo IPC de 27,4% registada em agosto teve uma descida menor, de 28,3% no mês anterior, do que o previsto devido a um aumento nos preços globais do petróleo.

Lutando contra o aumento da inflação e a diminuição das reservas cambiais, a nação do Sul da Ásia, assolada pela crise, está a tentar navegar no caminho da recuperação económica sob um governo interino, na sequência de um programa crítico de empréstimos do FMI de 3 mil milhões de dólares, aprovado em julho.

Delegação israelense participa de reunião da UNESCO na Arábia Saudita

Uma delegação israelense participou na segunda-feira (11) de uma reunião da agência cultural das Nações Unidas em Riad, em outro sinal de que a Arábia Saudita está se abrindo a Israel, com Washington pressionando por uma normalização total dos laços.

Três autoridades israelenses foram vistas sentadas nas cadeiras de Israel na 45ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, disse uma testemunha da Reuters. As autoridades se recusaram a comentar quando abordadas pela Reuters.

Outra autoridade israelense disse que a delegação incluía o vice-diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores para organizações internacionais e o embaixador para organizações internacionais em Paris.

Um delegado do Ministério da Educação de Israel e o presidente da Autoridade de Antiguidades de Israel também participaram da reunião, disse o funcionário.

O governo saudita não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel e a UNESCO não quiseram comentar.

Atividade manufatureira saudita aumenta 8,7% em julho

A atividade manufatureira da Arábia Saudita aumentou 8,7% em julho em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme indicado pelo último relatório da Autoridade Geral de Estatísticas.

O relatório destacou um aumento de 21% na eletricidade e no fornecimento em julho, ano a ano.

No entanto, o Índice de Produção Industrial registou uma queda de 9,5% em julho de 2023, em comparação com julho de 2022, quando registou um ganho de 17,7%.

“Embora a atividade da indústria transformadora e a atividade de comercialização de eletricidade e gás tenham continuado a aumentar, a queda da atividade extrativa durante o mês de julho de 2023 conduziu à diminuição do índice geral, dado o seu elevado peso no índice”, afirmou o relatório.

A trajetória do IPI vem caindo desde maio, quando registrou queda de 1,2%, marcando a primeira queda do ano. Em contrapartida, começou o ano com uma nota positiva, com um aumento de 6,8% em janeiro.

Em comparação com o crescimento anual do IPI registado em 2022, que registou um aumento impressionante de 26,7% em abril, o desempenho global deste ano foi menos impressionante. O IPI é largamente influenciado pelas tendências dos setores mineiro e extrativo, da indústria transformadora e do fornecimento de eletricidade e gás, com pesos respectivos de 74,5%, 22,6% e 2,9%.

“Assim, a evolução do índice de produção industrial do setor extrativo domina a evolução do IPI geral”, acrescenta o relatório.

Produção industrial do Catar aumenta 4,2%

Em um desenvolvimento significativo para a economia do Qatar, o índice de produção industrial do país registou um aumento de 4,2% em junho em comparação com o mesmo mês do ano passado.  

De acordo com dados divulgados pela Autoridade de Planeamento e Estatística do Qatar, o IPI do país também cresceu 4,2%, face a maio.

Os dados sugerem que o sector mineiro, que tem um peso relativo de 82,46% no IPI global, liderou o crescimento com um aumento de 5% em junho.

Embaixador do Bahrein vê maiores oportunidades no acordo econômico com o Japão

O Bahrein e o Japão assinaram recentemente um acordo econômico que não só visa proteger os interesses de ambas as partes, mas também permite maiores intercâmbios entre os dois países.

O Embaixador do Bahrein no Japão, Ahmed Mohamed Aldoseri, disse que o acordo protegerá os interesses das empresas que fazem negócios entre os dois países, incluindo tratamento justo e equitativo, liberdade de transferências e procedimentos para resolução de disputas.

Numa entrevista ao Arab News Japan, o Embaixador Aldoseri salientou que as empresas japonesas já estavam ativas na indústria transformadora, nas finanças e no comércio no Bahrein e prevê uma maior expansão do investimento que contribuirá para laços económicos mais fortes e mais estreitos entre o Bahrein e o Japão.

O Embaixador observou que o acordo faz parte dos esforços do Reino para melhorar as relações económicas e financeiras com países de todo o mundo e para criar um ambiente propício à atração de investimentos estrangeiros diretos.

Explicou que o Bahrein assinou 36 acordos para promover e proteger investimentos com países como o Reino Unido, os Estados Unidos da América, França, Índia, China, Rússia, Cingapura e Alemanha.

O Bahrein e o Japão têm mantido uma relação ampla e cooperativa ao longo de muitos anos e o acordo procura expandir essa relação.

O Embaixador destacou as vantagens únicas que as empresas japonesas podem esperar ao investir e expandir as suas operações no Bahrein. Salientou que o Reino está atualmente bem avançado na diversificação da sua economia, com um Plano de Recuperação Económica claro que dá prioridade máxima à atração de investimento estrangeiro e à obtenção de crescimento nos setores não petrolíferos. 

Inflação saudita diminui ainda mais em agosto para 2%

A inflação anual da Arábia Saudita diminuiu para 2% em agosto, de 2,3% no mês anterior, mostraram dados do governo na quinta-feira (14), continuando sua tendência de queda neste ano.

O principal motor da inflação continuou a ser o aumento das rendas de habitação, que subiram 10,8%, pesando no aumento global dos preços da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, que cresceram 9%, informou a Autoridade Geral de Estatística.

Os preços dos alimentos e bebidas, o principal impulsionador dos aumentos de preços durante grande parte do ano passado, subiram 0,4%, e os preços dos transportes cresceram 0,5%, enquanto os preços do vestuário e calçado, e do mobiliário e equipamento doméstico diminuíram.

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Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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15/09/2023