Cenário Econômico Nacional – 09/10/2023

Cenário Econômico Nacional – 09/10/2023

Cenário Econômico Nacional – 09/10/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas elevam projeção de inflação e dólar em 2024

Economistas esperam inflação e dólar maiores no ano que vem, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (02).

Os economistas consultados pelo BC mantiveram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 em 4,86%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, foram alteradas de 3,86% para 3,87%, e as de 2025 ficaram iguais, em 3,50%.

Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros deste ano em 11,75%. As projeções para 2024 ficaram estáveis em 9% e as para 2025 em 8,5%.

Os economistas mantiveram as expectativas do crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 em 2,92%.

Para 2024, as projeções do PIB foram mantidas em 1,50%, enquanto para 2025 em 1,90%.

Em relação ao dólar, as apostas para 2023 ainda estiveram em R$ 4,95. Para 2024, a projeção subiu de R$5 para R$5,02 e, para 2025, foi mantida em R$ 5,10.

Com arrecadação em queda e orçamento inflado, quadro fiscal do governo preocupa economistas

À espera do desfecho do orçamento para 2024, que foi apresentado pelo governo em agosto e que deve ser finalizado pelo Congresso até o fim dezembro, antes de começar o novo ano, investidores e economistas do mercado financeiro têm ampliado a atenção com relação à evolução das contas do governo e a possibilidade de que o aguardado controle de gastos e da dívida pública possa acabar mais lento do que o desejado.

“Quando olhamos o orçamento do ano que vem, apresentado pelo governo, parece que tem alguma subestimação das despesas e, por outro lado, superestimação das receitas, muitas elas dependentes da adesão ou não do contribuinte, ou mesmo da aprovação de medidas que ainda não foram apreciadas pelo Congresso”, diz Thais Zara, economista sênior da LCA Consultores.

“Com tudo isso, fica a perspectiva de que, no ano que vem, o governo pode conseguir ter um déficit primário menor do que o deste ano, mas não zero”, diz ela.

O Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) para 2024 é o primeiro deste mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e também o primeiro a ser feito sob o novo marco fiscal, elaborado também pela gestão Lula, sob o comando do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e aprovado em agosto.

Poucos especialistas imaginam que o teto de gasto não será cumprido. É unânime entre eles, entretanto, que a meta fiscal traçada para 2024, de zerar o déficit nas contas, será estourada.

“Além de descumprir a meta, o preocupante disso para a questão fiscal em si é o impacto para a trajetória da dívida, que corre o risco de crescer muito rapidamente”, explica Thais, da LCA.

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 8,9 bilhões em setembro, recorde para o mês

A balança comercial brasileira registrou superávit de 8,904 bilhões de dólares em setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados, com exportações de 28,431 bilhões de dólares e importações de 19,527 bilhões de dólares.

O saldo ficou um pouco abaixo da expectativa de superávit de 9,191 bilhões de dólares para o período apontado em pesquisa da Reuters com economistas, mas foi recorde para o mês na série do governo, que tem início em 1989.

Nas exportações, o destaque foi a alta dos volumes de produtos agropecuários e da indústria extrativa embarcados, que, compensando o recuo dos preços, viabilizou aumentos de 22,2% e 14,9%, respectivamente, no valor das vendas na comparação com setembro de 2022.

Já as importações caíram 17,6% na mesma comparação, com queda no volume de embarques de bens de capital e bens intermediários.

A Secex, que está ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revisou sua projeção para o saldo da balança comercial em 2023, de superávit de 84,7 bilhões de dólares estimado em julho para superávit de 93 bilhões de dólares.

A secretaria projeta agora exportações de 334,2 bilhões de dólares no ano (ante 330 bilhões de dólares estimados há três meses) e importações de 241,1 bilhões de dólares (245,2 bilhões de dólares antes).

Brasil tem resultado bem acima do esperado e abre 220.844 empregos formais em agosto, mostra Caged

O Brasil abriu 220.844 vagas formais de trabalho em agosto, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência, em um resultado bem acima do esperado.

O resultado do mês passado superou a expectativa em pesquisa da Reuters de criação líquida de 178.000 empregos, e foi fruto de 2,099 milhões de admissões e 1,878 milhão de desligamentos, representando ainda melhora ante a criação líquida de 143.004 vagas em julho.

Desta forma, a leitura de agosto puxou para cima o saldo de empregos acumulado nos seis primeiros meses do ano para 1,388 milhão de vagas, segundo a série com ajustes. No mesmo período de 2022, no entanto, o superávit era maior, de 1,901 milhão de postos de trabalho.

Segundo o relatório, houve saldo positivo de vagas em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas no mês. Os serviços, que sempre costumam liderar a criação de empregos, registraram superávit de 114.439 postos, seguidos pelo comércio (41.843), pela indústria (31.086), pela construção (28.359) e pela agropecuária (5.126).

Os dados também mostraram superávit de empregos criados em todas as cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com leitura de 100.006, seguido por Nordeste (+63.774), Sul (+22.831), Centro-Oeste (+17.877) e Norte (+17.852).

Com relação ao salário médio real de contratação, houve alta em agosto para 2.037,90 reais, de 2.036,63 reais no mês anterior, de acordo com a série sem ajustes.

Produção industrial no Brasil sobe 0,4% em agosto, aponta IBGE

A produção industrial brasileira registrou alta de 0,4% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta elimina parte do recuo registrado no mês anterior, quando houve queda de 0,6%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

Na comparação com o mesmo mês de 2022, a produção subiu 0,5%, após registrar queda de 1,1% em julho, quando interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas.

O resultado veio levemente abaixo da expectativa do mercado, que calculava alta de 0,5% na comparação mensal e crescimento de 1% na base anual, segundo estimativas da Bloomberg.

Com os dados de agosto, a indústria acumula no ano recuo de 0,3% frente a igual período de 2022. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o resultado é variação negativa de 0,1%, após registrar variação nula nos meses de julho, junho e maio.

André Macedo, analista da pesquisa, avalia que o cenário atual da indústria pode ser explicado pela política monetária de caráter mais restritivo, a despeito de movimentos que já são feitos na redução da taxa de juros.

“Porém, ainda temos um patamar elevado dos juros, o que afeta as decisões de consumo e também de investimentos”, explica.

A produção industrial de agosto ainda ficou 1,8% abaixo de fevereiro de 2020, período considerado pré-pandemia, e está 18,3% menor que o ponto mais elevado da série histórica, de maio de 2011.

Banco Mundial sobe projeção do PIB do Brasil em 2023 para 2,6%

O Banco Mundial aumentou de 1,2% para 2,6% a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2023. A estimativa está mais conservadora que as do BC (Banco Central), do Ministério da Fazenda e do mercado financeiro.

O crescimento econômico será maior do que o projetado para a América Latina e Caribe. A previsão da entidade internacional é de um crescimento de 2% neste ano em média para a região. Anteriormente, a expectativa era de uma alta de 1,4% no PIB dos países.

Apesar de ser acima da média da América Latina, a projeção do Banco Mundial ainda está abaixo da estimativa do mercado. Segundo o Boletim Focus, o Brasil deve crescer 2,92% neste ano. O Banco Central estima uma taxa de crescimento parecida, de 2,92%. Já o Ministério da Fazenda aposta em alta de 3,2% no PIB em 2023.

A projeção do Banco Mundial para o crescimento econômico de 2024 caiu de 1,4% para 1,3%.

Indicador antecedente de emprego do Brasil engata nova queda em setembro, diz FGV

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu em setembro pela segunda vez consecutiva e atingiu o nível mais baixo em quatro meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, recuou 0,5 ponto no mês passado, a 76,4 pontos, mínima desde maio deste ano (74,6).

“A trajetória do indicador ao longo do ano é positiva, mas sua retomada vem perdendo força”, explicou em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

“A desaceleração econômica, especialmente em atividades intensivas no fator trabalho, contribui para esse ritmo mais fraco do indicador, que deve permanecer assim até que elas reajam de maneira mais efetiva.”

Dados econômicos domésticos têm surpreendido positivamente este ano, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois primeiros trimestres ficando bem acima do esperado. No entanto, a expectativa é de desaceleração da economia ao longo dos próximos meses, conforme o país continua a sentir os efeitos defasados da política monetária restritiva do Banco Central.

Embora a autarquia tenha finalmente cortado a taxa Selic, adotando duas reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual, a 12,75%, a expectativa é de que os juros sigam em patamar restritivo à economia por algum tempo.

Índice de Commodities do Banco Central sobe 3,73% em setembro, o 3º mês seguido de resultado positivo

Após cair nos seis primeiros meses do ano, o Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br) registrou a terceira alta consecutiva em setembro, informou o órgão.

Segundo o BC, o avanço foi de 3,73% no mês passado. O indicador passou de 359,08 pontos em agosto para 372,47 pontos em setembro.

Ainda assim, o indicador acumula redução de 4,68% nos nove primeiros meses de 2023. Em 12 meses, a queda do IC-Br é de 8,91%.

O indicador fechou o ano de 2022 com recuo de 1,56%, após um salto de 50,72% em 2021.

Para efeito de comparação, o BC também divulga em seu documento o indicador internacional de commodities, o CRB, que subiu 0,41% em setembro e tem recuo de 8,23% em 12 meses.

A alta do IC-Br na margem em setembro foi puxada pelo componente de Energia, com avanço de 8,28%, seguido pelo segmento de Agropecuária, com aumento de 3,09%.

As commodities de Metal oscilaram positivamente em 1,22% no mês.

Em Agropecuária estão incluídos itens como carne de boi, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café, arroz e carne de porco.

Já o segmento de Metal reúne alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo e níquel. Por sua vez, em Energia estão os preços de gás natural, carvão e petróleo.

Em 12 meses, a maior queda é do segmento de Energia, de 34,12%. Já os índices de Metal e Agropecuária registram crescimento no período, de 0,54% e 0,27%, respectivamente.

Investimentos da Arábia Saudita no Brasil devem seguir trajetória de expansão, avaliam especialistas

Após injetar US$ 1,69 bilhão no Brasil entre 2004 e 2019 em investimentos, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, especialistas avaliam que o fluxo tem potencial de expansão significativo para os próximos anos, impulsionados, principalmente, com os novos acordos bilaterais assinados nos últimos meses, os quais aumentaram o capital saudita nos segmentos brasileiros.

Os laços econômicos e de negócios se estreitaram em agosto deste ano, quando mais de uma centena de empresários e autoridades sauditas de grande relevância para o país desembarcaram no Brasil para um evento na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

A comitiva árabe apresentou seus planos até 2030, e foram fechados 26 acordos entre empresas brasileiras e sauditas, para comércio bilateral, em áreas como petroquímica, alimentícia, turismo e transporte.

Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, ocasião na qual os representantes sauditas indicaram ao presidente que desejam ampliar seus investimentos no Brasil.

Enquanto isso, o Brasil se destaca no cenário global como uma boa oportunidade de investimentos, pontua a especialista do Inter. Por ter uma política monetária estável, estar em um processo de desaceleração da inflação e ter revisado seu Produto Interno Bruto (PIB) para cima.

“Está no preço a expectativa de um déficit primário superior à meta”, diz Galípolo

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que está no preço do mercado a expectativa de um déficit primário superior ao que está na meta.

Durante evento sobre fundos imobiliários, em São Paulo, Galípolo afirmou que, do ponto de vista de atingir a meta, os números devem apresentar alguma coerência.

“Como, atualmente, o Focus já mostra uma expectativa de déficit primário de 0,8% [do PIB], o número que acompanha esse déficit deve responder da mesma maneira para inflação, juros e crescimento econômico”, afirmou.

A partir dessa percepção, o diretor do BC avalia que será possível observar os gatilhos do novo marco fiscal a partir de março do ano que vem, após o primeiro relatório bimestral.

“Teremos em março o primeiro relatório bimestral, a partir do qual devem iniciar as políticas de contingenciamento, quando poderemos ver como os gatilhos vão funcionar a partir deste momento”.

Galípolo ainda ressaltou que o processo de construção do arcabouço fiscal é resultado de uma longa negociação e diálogo com os diversos ministros, representantes do governo e Legislativo. “Isso gera um nível de comprometimento muito grande”, disse.

Sobre as metas de inflação do Banco Central, o diretor afirmou que a autoridade monetária ainda tem que percorrer uma “última milha” para conseguir a reancoragem total da inflação para dentro da meta, chamando o cenário inflacionário no país de benigno, mas persistente.

Galípolo também destacou que existe um cenário externo desafiador para o Brasil, mas que as reservas internacionais fornecem ao país uma posição bastante privilegiada e proteção significativa.

O diretor do Banco Central avalia que a situação que o Brasil apresenta hoje é que existe espaço para ajustar o nível de contração da política monetária.

“Mas precisamos ajustar esse nível de contração, dado que pelo próprio comportamento da inflação cair, o juro real acabou crescendo. Conseguimos fazer esse ajuste, por isso nos engajamos nesse movimento de dar sinalização mais para frente”, pontua.

Grupo de Boulos amplia apoio e elege Paula Coradi como presidente do Psol

A Convenção Nacional do Psol (Partido Socialismo e Liberdade) elegeu no domingo (01) a historiadora Paula Coradi, 38 anos, como nova presidente do partido. A vitória dela representa uma ampliação da corrente Revolução Solidária, do deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, sobre a corrente MES (Movimento Esquerda Socialista), que tem as deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Fernanda Melchionna (Psol-RS).

A chapa “Todas as Lutas”, que tinha Paula Coradi como candidata, obteve 300 votos contra os 147 votos do grupo intitulado “Bloco Democrático de Esquerda”.

O evento foi marcado por acusações de tentativas de modificar o regimento interno para que a ala de Boulos controlasse os cargos mais importantes e diminuísse a influência de tendências minoritárias no partido. Mais cedo, houve uma briga no palco entre as duas maiores alas da sigla que culminou em um homem desferindo um soco em outro. Em nota, o Psol diz que apura os fatos ocorridos. Assista aqui ao trecho.

Durante o encontro, as duas principais alas do partido chegaram a um acordo para manter o atual regimento. Ficou definido que os nomes que vão compor o novo diretório serão definidos de acordo com a proporcionalidade de votos dos militantes na eleição que elegeu Coradi. O temor da ala do partido que tem Sâmia Bonfim era de que a sua corrente MES não teria mais representatividade na cúpula do partido.

Coradi falou ao Poder360 com exclusividade depois de ser eleita presidente da sigla. Afirmou que a prioridade do Psol será enfrentar o que chamou de “extrema-direita” do país. Declarou também que sua vitória significa que o partido seguirá sendo base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Nós reafirmamos nesse congresso que o Psol continuará sendo base do presidente Lula para que o programa que elegemos na urna seja implementado e não sequestrado pelo Centrão”, disse.

Em nove meses, Lula pediu mais urgência em projetos que antecessores em primeiro ano de mandato

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o presidente que mais pediu “regime de urgência constitucional” a projetos de lei enviados ao Congresso Nacional.

Em nove meses, o petista recorreu mais ao mecanismo que seus antecessores nos primeiros doze meses de mandato. O levantamento não considera o ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu o governo em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Segundo dados compilados pela CNN, com base no Portal da Legislação, desde janeiro, Lula pediu urgência a oito projetos de lei. Não é praxe que o recurso seja usado com frequência.

No fim do primeiro semestre, porém, o governo fechou um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para enviar mais projetos de lei em regime de urgência constitucional e menos medidas provisórias (MPs), que deverão ser editadas apenas em casos excepcionais.

De perfil centralizador, Lira gosta de costurar acordos. Como MPs têm força de lei e passam a valer assim que publicadas no Diário Oficial da União (DOU), os atos foram vistos como um “atropelo” do governo aos parlamentares, sobretudo em um cenário em que Lula tentava construir uma base de apoio no Congresso.

A urgência constitucional é utilizada para apressar a tramitação e a votação de matérias no Parlamento. Na prática, o regime dispensa prazos e formalidades regimentais, devendo ser votado em até 45 dias.

Caso o período não seja respeitado, o texto passa a trancar a pauta da Câmara ou do Senado, a depender da Casa onde o texto estiver tramitando. Ou seja, nenhum outro projeto de lei pode ser votado até que a proposta em urgência constitucional seja analisada pelo plenário.

Senado aprova projeto que regulamenta Desenrola e limita juros rotativos do cartão de crédito; texto vai à sanção

O Senado Federal aprovou, de forma simbólica, o projeto de lei que regulamenta o Desenrola, programa do governo federal voltado à renegociação de dívidas, e limita os juros do rotativo no cartão de crédito.

O texto foi aprovado pela Câmara em setembro. Como os senadores não alteraram a versão votada pelos deputados, o texto vai à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A aprovação ocorreu após a equipe econômica do governo alertar o Congresso Nacional que a proposta deveria ser votada até terça-feira (03), data em que vence a medida provisória que deu início ao Desenrola.

Segundo o governo, se o tema não fosse aprovado dentro do prazo, o programa de renegociação de dívidas, em vigor desde julho, seria interrompido.

O projeto estabelece um limite de 100% para o crédito rotativo caso o setor não apresente uma sugestão que reduza a taxa.

A ideia é que o setor elabore uma proposta de regulamentação sobre o assunto em 90 dias, a partir da sanção do projeto.

Caso o setor não cumpra o prazo, “o total cobrado a título de juros e encargos financeiros cobrados não poderá exceder o valor original da dívida”. Na prática, é como se a dívida ficasse “congelada”.

O texto precisará do aval do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BC).

Especialistas consideram que os juros desse tipo de crédito são abusivos. Atualmente, a taxa é de 445,7%.

De acordo com o BC, nesse patamar, os juros desse tipo equivalem a uma taxa de 15% ao mês.

Lira indica Pedro Paulo para relatar três projetos econômicos do governo

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou formalmente, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) para relatar três projetos da agenda econômica do governo.

“A ideia é juntar offshore, fundos exclusivos e até JCP (Juros sobre Capital Próprio) em um único substitutivo”, disse Pedro à CNN.

Ele se refere ao projeto de lei que trata da taxação das aplicações financeiras no exterior feitas por intermédio de empresas e fundos conhecidos como offshores (PL nº 4.173/23), a MP nº 1.184/23, que instituiu alíquota de 15% a 20% sobre os rendimentos de fundos exclusivos e ao PL 4258/23, que veda a dedução de juros pagos ou creditados a título de remuneração do capital próprio na apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

De acordo com ele, a ideia é que amanhã à noite apresentar um parecer preliminar para ser votado na quarta-feira (04).

53 mil novas urnas já foram distribuídas para as eleições municipais de 2024

Faltando pouco mais de um ano para a chegada das eleições municipais de 2024, onze estados já receberam as novas máquinas que serão utilizadas no pleito do ano que vem.

Ao todo, 53.304 novas urnas eletrônicas chegaram aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de Acre, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Rondônia, Roraima, Sergipe, São Paulo e Tocantins durante o mês de setembro.

A estimativa é que, até o fim outubro, mais 39.556 aparelhos sejam produzidos e remetidos aos TREs. As informações são do Tribunal Superior Eleitoral.

As eleições municipais de 2024 vão marcar a estreia das novas urnas. Os equipamentos são do modelo UE2022, fabricados em 2023 com os recursos mais modernos já produzidos para a votação eletrônica no país.

A distribuição do modelo UE2022 para as zonas eleitorais foi iniciada em agosto deste ano e se estenderá até fevereiro ou março de 2024, quando será concluída a produção dos novos equipamentos.

Greve em SP “antecipa” disputa eleitoral e polarização entre Boulos e Nunes, avaliam especialistas

A greve que paralisou as linhas do Metrô e da CPTM em São Paulo na terça-feira (03) gerou repercussões que, além dos 767 quilômetros de lentidão no trânsito e da intensificação do fluxo dos transportes que mantiveram a operação, anteciparam pautas e confrontos que devem ser discutidos na capital nas eleições de 2024.

Especialistas ouvidos pela CNN avaliam que greve evidenciou a polarização entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tentará se reeleger, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que o desafiará no pleito, e criou um fato a ser explorado por ambos na campanha do próximo ano.

Ainda pela manhã, o prefeito classificou a paralisação como “ideológica, apoiada por partidos como o PSOL” em publicação numa rede social.

A greve tem como premissa protestar contra as concessões, terceirizações e privatizações propostas pelo governo estadual. Em linha com o mandatário municipal, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a paralisação é movida por interesses “políticos e ideológicos” e visa “promover o caos”.

Por sua vez, Guilherme Boulos chamou o governo estadual de “intransigente” e “grande responsável” pelo ato em publicação numa rede social.

Em meio às discussões, a própria pauta dos transportes públicos é quem parece ficar em segundo plano. Meneguello, contudo, considera que o tema “não teve solução satisfatória nos grandes centros” e, sem dúvida, terá espaço na campanha.

Câmara adia votação de tributação de offshores e fundos exclusivos

A Câmara dos Deputados decidiu adiar a votação do projeto de lei (PL) que tributa offshores e fundos exclusivos. A expectativa era de que o pleito acontecesse na quarta-feira (04), mas foi adiado após reuniões de líderes.

Agora, a previsão é que ele só seja votado no plenário da Câmara a partir de 24 de outubro. Ou seja, só no final do mês, após uma viagem internacional do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e outros líderes parlamentares.

A oposição alega que o relatório foi divulgado muito em cima da hora. O texto do relator, deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), foi publicado na terça (03) pouco antes das 22h. Há exceções, mas um acordo informal dos deputados é que os relatórios de projetos a serem votados têm que ser publicados até o sábado anterior.

em também uma ameaça de obstrução por parte de algumas bancadas em reação a julgamentos do Supremo Tribunal Federal, uma tentativa de pressão pelo andamento de algumas pautas na Câmara e ainda uma batalha por mais espaço e poder sobre o orçamento no governo Lula. Há líder que ainda pede alguns ajustes no texto. Portanto, o adiamento foi causado por um conjunto de fatores.

O relator Pedro Paulo disse ao longo do dia que estava pronto para a votação nesta quarta e que eventuais mudanças não vão mudar a estrutura principal da proposta.

PSD vai propor nome de técnico para Funasa até governo definir indicação política

Em meio à disputa pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o PSD vai sugerir ao Palácio do Planalto um nome técnico para comandar a entidade temporariamente. A ideia é uma gestão transitória até que o governo decida qual partido da base ficará com a presidência do órgão.

De acordo com lideranças do PSD, um nome técnico neste momento de transição ajudaria a “organizar a casa” antes do governo entregar a fundação a um partido. Além do PSD, estão na corrida pela Funasa o Republicanos e o Progressistas, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O PSD já indicou o deputado federal Domingos Filho (PSD-CE). O Republicanos apoiaria Danilo Forte (União Brasil-CE). Já o PP quer Virgínia Veloso, ex-superintendente da Funasa na Paraíba e mãe do deputado federal Aguinaldo Ribeiro e da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB).

O assunto esteve nas conversas de políticos do PSD na festa de 12 anos da legenda.

Atualmente, o PSD ocupa três ministérios do governo Lula. A legenda no Senado indicou dois nomes: Alexandre Silveira (Minas Energia) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária). Da Câmara, André de Paula (Pesca).

PT se prepara para eleger mais prefeitos com Lula presidente

O PT se prepara para eleger mais prefeitos nas eleições de 2024 com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente. A sigla deve se apoiar na volta do petista ao Palácio do Planalto para tentar retomar maior relevância no cenário político municipal.

Em 2012, os petistas comandaram 638 cidades, recorde do partido. Depois daquele ano, a legenda entrou em derrocada com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Na última eleição municipal, em 2020, o PT conseguiu eleger 183 prefeitos, no seu pior desempenho ao menos desde 2000. Perdeu o comando de 71 prefeituras no comparativo com o pleito anterior.

O MDB foi a legenda com maior domínio nas cidades brasileiras, com 797 prefeituras, mas também com perda de comandos na comparação com a eleição anterior. Foi seguido por PP (701 prefeitos) e PSD (662 prefeitos).

O Brasil está a 1 ano da disputa eleitoral que elegerá chefes do Executivo em 5.568 cidades, além de cerca de 58.000 vereadores. São 152 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar. O 1º turno será em 6 de outubro de 2024. O 2º, se necessário, em 27 de outubro.

Ao Poder360, o vice-presidente nacional do PT, deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ), disse que o partido não estabeleceu meta de quantos prefeitos pretende eleger, mas que a perspectiva é de que a popularidade de Lula aumente em 2024 e “puxe” as candidaturas petistas.

“A gente espera um crescimento bem razoável porque nós somos o partido, hoje, do governo. E isso tem um poder de atração”, disse. Ele afirmou que a prioridade do PT serão as cidades com mais de 100 mil eleitores, principalmente as capitais.

Em 2016, depois que Dilma perdeu seu mandato e deixou o Planalto, o PT teve a 1ª queda no número de eleitos para prefeituras e a maior perda de domínio nas cidades desde 2004. Era também o auge da operação Lava Jato.

O partido esteve em uma crescente desde que Lula assumiu para o 1º mandato, em 2003. Um ano depois, em 2004, conquistou 409 prefeituras. Em 2008, a alta foi de 149 petistas. Já 2012, durante o 1º mandato de Dilma, atingiu o auge. Saltou para 638 prefeitos eleitos.

Consultorias do Congresso veem incertezas em expectativas do governo para Orçamento de 2024

As consultorias de orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal veem incertezas em expectativas do governo federal para o projeto da Lei Orçamentária Anual de 2024 (PLOA).

O texto será analisado de início na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, sob a relatoria do deputado federal Luiz Carlos Motta (PL-SP).

O documento com as considerações conjuntas das equipes técnicas da Câmara e do Senado para subsidiar a análise da proposta do governo para o orçamento de 2024 foi divulgado na quarta-feira (04).

Uma das principais metas do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é zerar o déficit primário em 2024. Para isso, a perspectiva é que o governo precisará de arrecadar pelo menos R$ 168 bilhões a mais.

O documento das consultorias do Congresso afirma que parte das receitas esperadas está condicionada à aprovação de uma série de proposições legislativas, que totalizam R$ 168,5 bilhões (1,5% do PIB).

Desse montante, diz, R$ 97,9 bilhões se referem à recuperação de créditos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), cujo projeto de lei foi aprovado e deu origem a uma lei.

No entanto, o documento ressalta que outros projetos ainda dependem de aprovação, sendo que alguns estão em “estágio inicial de discussão no Parlamento”.

“Portanto, a efetiva realização de tais receitas pode ficar aquém do esperado”, dizem os técnicos do Congresso.

O documento das consultorias também afirma que “a expectativa otimista de crescimento econômico em 2024 (projeção de 2,3% constante da proposta, frente a 1,5% estimado pelo Boletim Focus de 15/9/20239) pode se frustrar, produzindo efeitos negativos sobre a receita esperada”.

Outros pontos levantados são que “o efeito da renúncia fiscal referente à desoneração da folha de pagamento não foi considerado na arrecadação estimada no PLOA 2024” e que “os benefícios previdenciários possivelmente estão subestimados”.

Acrescenta, ainda, que “a eventual revisão geral da remuneração dos servidores públicos ou a adoção de novas reestruturações de planos de cargos e salários em 2024 demandaria cortes em dotações consignadas às programações do PLOA 2024”.

Indústria está ansiosa pela reforma tributária, diz CNI

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, disse que a indústria brasileira está ansiosa pela aprovação da reforma tributária pelo Congresso, a proposta deve ser analisada pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado neste mês.

“São mais de 30 anos que nós esperamos por uma reforma tributária. A tributação no Brasil foi sempre algo muito complexo, um emaranhado difícil de entender”, afirmou em entrevista na noite de domingo (01) ao programa “Canal Livre”, da BandNews TV.

Para ele, o governo e o Congresso Nacional conseguiram chegar a uma proposta adequada. “Claro que setores que nunca pagaram impostos vão ter de pagar um pouco”, disse. “Essa reforma está sendo feita para o povo brasileiro”, acrescentou. “Eu sinto que a CNI deu uma contribuição enorme durante todos esses anos na construção de uma proposta adequada de política tributária para o Brasil”, afirmou.

O presidente da CNI disse pensar que a reforma vai fazer a economia crescer, criar empregos e atrair investimentos para o Brasil.

Ele comentou sobre o Fundo de Desenvolvimento Regional da Reforma Tributária, cujo objetivo é reduzir desigualdades regionais e estimular a manutenção de empreendimentos nas regiões menos desenvolvidas, que deixarão de contar com benefícios fiscais dos tributos extintos.

Segundo ele, o fato de não haver um prazo para o fim do incentivo faz com que a medida seja “inédita” no Brasil. “A ideia do fundo é excelente”, disse.

Braga de Andrade citou 3 fatores principais para que o Brasil atraia mais investidores: crédito “de longo prazo e com custo razoável”, acordos internacionais e investimento em pesquisa, tecnologia e inovação.

Ele declarou que o Brasil não está bem em nenhum dos 3 fatores. “Nós não temos acordos internacionais”, disse, acrescentando que a conclusão do acordo entre a UE (União Europeia) e o Mercosul é “fundamental” para a economia do país.

As exigências feitas pela UE para que o acordo seja finalizado, conforme Braga de Andrade, são as mesmas demandas do mercado. “Hoje, qualquer consumidor que nós tivermos, qualquer cliente nosso, já exige que o nosso produto seja sustentável”, disse. “Você, hoje, não consegue exportar produtos que não estejam comprometidos com a questão das mudanças climáticas”, continuou.

Shoppings registram fechamento de 127 lojas em agosto com Polishop, Ponto e Imaginarium entre as principais

A equipe de analistas do Bank of America (Bofa) notou que agosto foi marcado pela evasão de varejistas das principais redes de shopping centers do Brasil.

Durante o mês, foi registrado o fechamento de 127 lojas, ofuscando as 82 inaugurações de julho. Das varejistas que lideraram os fechamentos, a maior parte faz parte de companhias que lutam para reorganizar as contas em meio a altos endividamentos.

Com esses dados, o terceiro trimestre ficou com um saldo de 45 lojas baixando as portas até aqui.

Os números de setembro ainda não estão disponíveis.

O levantamento do Bofa tem dados líquidos, isto é, representam o saldo de aberturas e fechamentos de lojas no período. A pesquisa abrangeu 146 shoppings, com cerca de 28 mil lojas ao todo.

Outras empresas também ficam mais para o topo da lista de fechamentos se analisado o ano até agosto.

Enquanto ambas Ri Happy e Marisa fecharam 8 lojas cada, a Tok&Stok encerrou 11.

As varejistas também enfrentaram períodos de reestruturação e renegociação de passivos.

A Marisa fechou mais de 80 lojas até julho, quando anunciou o fim da reestruturação.

Recentemente, a Ri Happy conseguiu renegociar suas dívidas.

Já a Tok&Stok recebeu novo aporte do fundo Carlyle e refinanciou seu passivo, após uma consultoria pedir a falência da empresa em abril por conta de uma dívida de R$ 3,8 milhões.

Além disso, a varejista está em conversas com a Mobly para uma possível operação de fusão e aquisição.

Maxmilhas é incluída em processo de recuperação judicial da 123milhas

A juíza da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte Cláudia Helena Batista incluiu a Maxmilhas e a Lance Hotéis no processo de recuperação judicial da 123milhas.

Segundo a Maxmilhas, o pedido de recuperação judicial se deve, principalmente, aos efeitos no mercado de agências de turismo online decorrentes da reestruturação da 123milhas.

“Ainda que a Maxmilhas tenha uma operação independente, o mercado de agências de turismo online tem sido bastante impactado, o que vem dificultando significativamente a capacidade financeira da Maxmilhas”, diz a empresa em nota.

A Maxmilhas informa ainda que a medida tem como objetivo “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com parceiros, fornecedores e clientes e organizar, com máxima transparência, os débitos em um só juízo”.

O comunicado diz que a empresa avalia que, desta forma, poderá acelerar a quitação de todos os valores devidos e restabelecer o mais rapidamente possível seu equilíbrio financeiro e operacional.

A Maxmilhas afirma que não haverá suspensão de nenhum produto e que não irá cancelar passagens ou reservas de hospedagens. A empresa acrescenta que não existem pendências trabalhista entre os débitos contemplados no pedido de recuperação judicial.

Fenabrave eleva projeção de vendas de carros em 2023 após incentivo do governo

O setor distribuidor de veículos elevou na terça-feira (03) as projeções para as vendas de automóveis e comerciais leves em 2023, após resultados positivos do programa de incentivo do governo federal lançado em junho.

A estimativa da Fenabrave, associação de concessionárias, para os licenciamentos de carros e comerciais leves passou de estabilidade quando foi divulgada em janeiro para alta de 7,3%, a 2,1 milhões de unidades.

A melhora na projeção decorre “em função das Medidas Provisórias, editadas pelo governo, e do aumento das vendas corporativas”, afirmou a Fenabrave, em comunicado à imprensa. A entidade se referiu ao programa do governo lançado em junho que concedeu créditos tributários para a venda de veículos leves novos. Os recursos do programa se esgotaram.

Já a expectativa para vendas de caminhões foi cortada para queda de 20% a 23%, para cerca de 96 mil veículos, ante projeção inicial de estabilidade neste ano, pressionada pela queda na demanda gerada pela elevação dos preços de novos modelos e restrição nas linhas de crédito.

A Fenabrave estimou ainda que as vendas de ônibus devem subir cerca de 18,2% este ano, para 26 mil unidades, melhora ante a expectativa de janeiro de crescimento de 4,5%. A entidade citou que o desempenho mais recente do segmento tem sido “surpreendente, devido à recuperação do setor rodoviário e de fretamento, e à velocidade e eficiência na implantação do Programa Caminho da Escola”.

Os emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em setembro caíram 4,8% na comparação com agosto, apresentando leve alta de cerca de 2% na relação anual, para 197,7 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave.

A queda nas vendas ocorreu por “número menor de dias úteis”, três, ante agosto, com o mercado mostrando recuperação nos licenciamentos por dia útil, segundo a entidade.

Varejo deve movimentar R$ 8,44 bilhões em vendas para o Dia das Crianças

As vendas do comércio varejista para o Dia das Crianças devem somar R$ 8,44 bilhões este ano, uma alta de 1,2% em relação ao desempenho do ano passado, já descontada a inflação do período, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Se confirmada a projeção, a movimentação financeira deve enfim superar o nível pré-pandemia, de 2019, quando as vendas alcançaram R$ 8,42 bilhões. No ano passado, o setor movimentou R$ 8,34 bilhões em vendas, em meio à influência da inflação pressionada e dos juros elevados.

O Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais relevante do calendário do varejo nacional, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães em volume de vendas, frisou a CNC, em nota.

A entidade ressalta que, atualmente, o nível geral de alta dos preços está significativamente abaixo daquele verificado às vésperas da mesma data de 2022, com uma alta acumulada de 4,61% em 12 meses até agosto deste ano, contra um avanço de 8,73% nos 12 meses até agosto do ano passado, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Do ponto de vista das condições do mercado de crédito, entretanto, o início recente do processo flexibilizações da política monetária ainda não deverá permitir que a tomada de crédito se configure como um estímulo ao aumento das vendas, na medida em que a taxa média de juros das operações livres destinadas às pessoas físicas (57,71% ao ano) ainda se encontra acima do patamar registrado um ano atrás (54,02% ao ano), de acordo com levantamento mensal do Banco Central”, ponderou o relatório da CNC.

Setor de serviços do Brasil registra contração em setembro pela 1ª vez desde fevereiro, mostra PMI

A atividade de serviços no Brasil entrou em contração em setembro pela primeira vez desde fevereiro e atingiu o nível mais baixo em pouco mais de dois anos devido à retração da demanda, apontou pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O PMI compilado pela S&P Global caiu em setembro para 48,7, de 50,6 em agosto, indo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde fevereiro.

A leitura também é a mais baixa desde maio de 2021, marcando condições operacionais desafiadoras para os fornecedores de serviços, de acordo com a S&P Global.

“Os dados do PMI de setembro indicaram uma ausência de crescimento no setor de serviços do Brasil pela primeira vez desde fevereiro, uma vez que a redução dos investimentos no setor privado e a retração da demanda teriam restringido a captação de novos negócios”, destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.

A pesquisa apontou que a retração da demanda desencadeou a primeira queda em novos negócios em sete meses, com os participantes da pesquisa citando que as vendas foram refreadas ainda pela redução dos investimentos no setor privado.

Esse cenário levou aos fornecedores de serviços a reduzir os quadros de funcionários pela primeira vez desde fevereiro, embora de forma moderada.

Um aumento nas despesas operacionais também pesou em setembro, com muitas menções à alta dos preços dos combustíveis. Diante disso, um em cada dez participantes da pesquisa aumentou seus preços de venda, mas 87% das empresas mantiveram seus preços inalterados desde agosto.

Assim a taxa geral de inflação de preços cobrados foi modesta e a segunda mais fraca desde novembro de 2020.

O nível geral de otimismo caiu entre as empresas de serviços em setembro em relação ao pico de dez meses registrado em agosto, com algumas expressando preocupações relativas a políticas públicas. No entanto, expectativas de melhoria das condições de demanda, frequentemente associadas à queda das taxas de juros, encorajaram previsões otimistas.

“Em meio a preocupações relacionadas a políticas públicas, as empresas do setor de serviços diminuíram suas expectativas de crescimento. No entanto, as expectativas de negócio permaneceram historicamente altas, à medida que as empresas esperam que taxas de juros mais baixas estimulem a demanda e, subsequentemente, aumentem o volume de novos negócios”, completou De Lima.

A retração de serviços somou-se à contração da indústria em setembro, e o PMI Composto do Brasil caiu a 49,0 em setembro de 50,6 em agosto, atingindo o nível mais baixo em 29 meses.

Carga tributária do varejo é de 109,9%, diz presidente do IDV

O presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), Jorge Gonçalves Filho, disse que a carga tributária média do setor é de 109,9%. A taxação é maior se comparada às empresas estrangeiras, que são isentas do imposto federal e pagam o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em compras de até US$ 50.

“O ministro está trabalhando para ajustar essa questão do imposto de importação, que realmente leva a uma desigualdade competitiva muito forte. As empresas no Brasil não querem usar as mesmas práticas de trazer produtos de fora. Querem fabricar e gerar empregos aqui”, disse.

Gonçalves e empresários do setor tiveram reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para falar sobre o tema. Trataram sobre a tributação de produtos de até US$ 50 para empresas de comércio eletrônico do exterior no programa de Remessa Conforme. O IDV é contrário em manter a taxa federal zerada.

Gonçalves elogiou a governança do programa e disse que o Ministério da Fazenda deverá definir a tributação até o fim do ano.

As empresas que fazem vendas por meio das plataformas digitais compartilham dados com a Receita Federal, possibilitando verificar sonegação, fraudes, pirataria e de produtos que não têm certificado. O Ministério da Fazenda exige agora uma localização no país e o cumprimento de requisitos legais.

Pequenos negócios criaram 73% dos empregos formais em agosto

As micro e pequenas empresas foram responsáveis por criar 161,3 mil novos empregos em agosto, o equivalente a 73% do total de vagas. No período, o Brasil registou 220,8 mil novas contratações. Os dados são do Sebrae, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

No acumulado do ano, as micro e pequenas empresas contribuíram com 988 mil postos de trabalho. O número equivale a 71,2% do total. Já os médios e grandes negócios foram responsáveis por 247 mil novas contratações (17,8%) realizadas de janeiro a agosto.

Entre as micro e pequenas empresas, os setores que mais contribuíram com as novas contratações foram serviços (78.904), comércio (38.544) e construção (25.296). Ao considerar as grandes e médias empresas, serviços (29.951), indústria da transformação (12.714) e agropecuária (7.415) foram os setores que se destacaram na criação de novos empregos.

“Esse está sendo um ano fenomenal para as micro e pequenas empresas. Mantivemos um patamar positivo de empregos gerados ao longo do ano e a tendência para os últimos meses é de um crescimento ainda maior com as vagas de trabalho temporário”, diz o presidente do Sebrae, Décio Lima.

SELIC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu mais indícios de que o ritmo de cortes da taxa Selic deve permanecer, ao menos por ora, em 0,50 ponto percentual (p.p), como indicado na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária).

Em entrevista gravada para o programa “Conversa com Bial”, e veiculada na madrugada de terça-feira (03), Campos Neto afirmou que o atual ritmo é “apropriado”.

“A gente entende que o meio por cento é um ritmo apropriado hoje, dadas as condições”, disse. Ele afirmou ainda que a inflação está indo para o caminho correto.

O processo de redução da taxa básica de juros iniciou em agosto com um corte de 0,50 p.p., já indicando que este seria o ritmo, no entanto, havia expectativas de aceleração para 0,75 p.p. Em setembro, o Copom realizou mais um corte na Selic, também em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano, reforçando o ritmo para próximas reuniões.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (09), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,37% no mês de setembro.

Após registrar queda de abril a agosto, o índice conhecido como a inflação do aluguel voltou a subir acumulando taxa de -4,93% no ano e -5,97% no acumulado de 12 meses.

Em setembro de 2022, o índice havia caído 0,95% e acumulava alta de 8,25% em 12 meses.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (09), a projeção para o IGP-M ficou em -3,69%, ante -3,69% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — subiu 0,35% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice teve aceleração de 0,07 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior, quando teve alta de 0,28% para agosto. Em setembro de 2022, o IPCA-15 foi de -0,37%.

Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 5% na janela de 12 meses. Já no ano de 2023, o acúmulo é de 3,74%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (09), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 4,86%, ante 4,86% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A economia brasileira deve superar a média global de crescimento em 2023, após um período entre 2015 e 2022 em que não conseguiu acompanhar a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. A previsão é feita pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU).

Entretanto, o desempenho econômico do Brasil deve perder força no próximo ano. Segundo o relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Brasil deve registrar uma taxa de crescimento do PIB de 3,3% em 2023. A revisão das estimativas para o Brasil, em relação ao início do ano, representa um aumento significativo de 2,4 pontos percentuais, a maior elevação entre todas as principais economias.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (09), a projeção para o PIB ficou em 2,92%, ante 2,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, pressionada pelas ações da Vale e da Petrobras, enquanto a alta nas taxas dos contratos de DI, acompanhando o movimento dos Treasuries, minou papéis de setores sensíveis à economia brasileira. O índice Ibovespa teve queda de 1,29%, a 115.056,86 pontos. O volume financeiro somou R$ 14 bilhões.

Na terça-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, renovando mínima em quatro meses, em meio a novo avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano por preocupações persistentes com a possibilidade de juros restritivos por um período prolongado nos Estados Unidos. O índice Ibovespa teve queda de 1,42%, a 113.419,04 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,9 bilhões.

Na quarta-feira (04), o Ibovespa fechou em alta, renovando mínima em quatro meses, com o efeito positivo da trégua no avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano sendo atenuado pela forte queda das ações da Petrobras, diante do tombo dos preços do petróleo no mercado externo. O índice Ibovespa teve alta de 0,17%, a 113.607,45 pontos. O volume financeiro somou R$ 20 bilhões.

Na quinta-feira (05), o Ibovespa fechou em queda, refletindo cautela antes de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos na sexta-feira (06), conforme permanecem as preocupações com a possibilidade de juros mais elevados por mais tempo na maior economia do mundo. O índice Ibovespa teve queda de 0,28%, a 113.284,08 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,1 bilhões.

Na sexta-feira (06), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,82%, a 112.349,61 pontos. Após dados de emprego dos Estados Unidos mostrarem um mercado de trabalho ainda resiliente, reforçando as preocupações de que o Federal Reserve mantenha juros em níveis restritivos por um período prolongado. As curvas de juros lá fora e no Brasil estão ‘abrindo’ e o VIX, índice que mede a volatilidade do mercado, apresenta nova alta, o que se reflete em uma nova correção no mercado de ações. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,78%, a 114.169,63 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,1 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (06), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,36%, cotado a R$ 5,1878 na venda. Após a divulgação de dados de emprego bem mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos que reforçaram a perspectiva de juros mais altos por mais tempo na maior economia do mundo.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (06) cotado a R$ 5,1622, a divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho dos EUA impulsionou o dólar para acima dos 5,20 reais pela manhã, numa forte reação dos investidores aos números, mas à tarde a moeda perdeu força e terminou a sessão em leve baixa no Brasil.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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09/10/2023