Cenário Econômico Nacional – 30/10/2023

Cenário Econômico Nacional – 30/10/2023

Cenário Econômico Nacional – 30/10/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado ajusta para baixo projeções de inflação e crescimento de 2023

Economistas consultados pelo Banco Central reduziram ligeiramente suas perspectivas de inflação e crescimento para este ano, ao mesmo tempo que não realizaram grandes alterações nos prognósticos para 2024.

De acordo com a mais recente pesquisa semanal Focus, publicada na segunda-feira (23) pelo BC, o mercado vê agora alta de 4,65% dos preços ao consumidor brasileiro em 2023, contra taxa de 4,75% estimada no boletim anterior.

Esse é o segundo ajuste consecutivo para baixo nessa projeção, depois que o IBGE informou mais cedo neste mês que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou a subir 0,26% em setembro, depois de alta de 0,23% em agosto.

Para o ano que vem, o Focus passou a prever inflação de 3,87%, estimativa quase inalterada frente aos 3,88% da semana passada.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Já em relação à atividade, os economistas reduziram a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano a 2,90%, ante 2,92% anteriormente.

O leve ajuste para baixo veio após um indicador do Banco Central que é considerado um sinalizador do PIB ter mostrado na semana passada que a atividade econômica do Brasil teve contração maior do que a esperada em agosto frente ao mês anterior.

A perspectiva de crescimento de 2024 no Focus permaneceu em 1,50% pela quinta semana consecutiva.

Também não houve mudanças em relação à percepção para a política monetária, com a taxa básica de juros Selic ainda calculada em 11,75% ao final de 2023 e em 9,00% em 2024.

Após dois meses de alta, ‘prévia’ do PIB do Banco Central indica retração de 0,77% na economia em agosto

O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou contração de 0,77% em agosto, na comparação com o mês anterior, informou a instituição.

O resultado foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes.

De acordo com dados do BC, a queda do indicador acontece após dois meses seguidos de alta. O recuo de agosto (-0,77%) também foi o maior desde maio deste ano, quando o tombo foi de 1,85%.

Na comparação com agosto do ano passado, informou o Banco Central, o indicador do nível de atividade registrou crescimento de 1,28%.

No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, o IBC-Br avançou 3,06% e, em 12 meses até agosto, apresentou crescimento de 2,82%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Já o IBC-Br do BC é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE.

53% dos brasileiros acreditam que a economia vai melhorar nos próximos seis meses

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na terça-feira (24) a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira-Economia e População. O material apontou que para 53% da população brasileira acima de 16 anos, a economia do país vai melhorar nos próximos seis meses.

Segundo a CNI, este otimismo sobre o futuro pode estar associado com a percepção de melhora da situação econômica em comparação com períodos passados. Para 45% dos entrevistados, a situação econômica atual está melhor que a situação econômica dos últimos seis meses.

A pesquisa também aponta que 49% dos brasileiros entendem que o nível de preços dos produtos consumidos aumentou nos últimos seis meses e, para 45%, o nível de preços desses produtos aumentará nos próximos seis meses.

Serviços públicos, como educação, saúde, transporte e segurança, foi o problema mais citado pela população quando perguntados sobre qual é o principal problema do Brasil.

Em segundo lugar, os entrevistados indicaram respostas associadas ao mercado de trabalho, como falta de emprego, salários baixos, condições de trabalho, entre outros, foram citados por 28% do total, sendo que, para 17% é o principal problema.

A pobreza e a desigualdade do país foram citadas por 23% das pessoas como o terceiro maior problemas do país.

Na quarta queda seguida, arrecadação do governo recua 0,3% em setembro, para R$ 174,3 bilhões

A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real (depois de descontada a inflação) de 0,34% em setembro deste ano, para R$ 174,31 bilhões, informou a Receita Federal na terça-feira (24).

Esse foi o quarto mês seguido de queda real da arrecadação em 2023. A comparação é feita sempre contra o mesmo mês do ano passado, considerada mais apropriada por especialistas.

Em junho, o recuo havia sido de 3,4% e, em julho, somou 4,2%. Em agosto, a queda foi de 4,1%. Portanto, embora tenha recuado em setembro, o ritmo de redução foi menor do que nos últimos meses.

A Receita Federal tem explicado que a queda dos preços de “commodities”, como petróleo e minério de ferro, tem afetado negativamente a arrecadação neste ano.

O impacto tem ocorrido na arrecadação do Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (empresas) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que mostrou queda de R$ 4,69 bilhões em setembro.

O resultado só não foi pior porque a arrecadação do PIS/Cofins, impostos federais, subiu R$ 2,63 bilhões em setembro. Nesse caso, a Receita tem informado que isso está ligado à elevação dos tributos sobre os combustíveis anunciada pela equipe econômica.

Confiança do consumidor no Brasil tem forte queda em outubro após 4 meses de ganhos

A confiança do consumidor brasileiro teve piora intensa em outubro, interrompendo sequência de quatro meses de ganhos, possível reflexo de uma desaceleração econômica em curso e de temores sobre o mercado de trabalho, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira (25).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV recuou 3,8 pontos em outubro, para 93,2 pontos, menor nível desde junho (92,3).

Em outubro, houve piora tanto nas avaliações sobre o momento presente quanto na percepção em relação aos próximos meses, com o Índice de Situação Atual (ISA) caindo 0,7 ponto, a 82,5 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) cedendo 5,8 pontos, para 100,9 pontos.

Segundo a FGV, o componente do índice geral que mede o otimismo em relação à situação econômica futura foi o que mais influenciou a piora da confiança no mês, com baixa de 6,0 pontos, a 111,2 pontos, mínima desde novembro de 2022 (110,6).

Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre, disse que a calibragem das expectativas passou o ICC da “zona de otimismo” para a “zona de neutralidade”, o que “pode estar relacionado com a desaceleração dos setores econômicos, e talvez uma preocupação com a continuidade da resiliência do mercado de trabalho”.

Ela afirmou ainda que “o resultado negativo se apresenta disseminado em todas as variáveis, classes de renda e capitais, o que acende um sinal de alerta”.

Após um desempenho surpreendentemente forte da economia brasileira nos dois primeiros trimestres, a expectativa é de que dados econômicos da metade até o final do ano mostrem desaceleração da atividade, conforme o país sente os efeitos defasados da política monetária apertada do Banco Central.

Pesquisa Quaest: 33% acham que a economia melhorou nos últimos 12 meses; 32% sentem que piorou

Para 33% dos entrevistados, a economia do Brasil melhorou nos últimos 12 meses, conforme a pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (25).

Para outros 33%, a economia ficou do mesmo jeito. Outros 32% acham que piorou. Não sabe ou não respondeu são 2%.

Foram ouvidas 2.000 pessoas, pessoalmente, entre os dias 19 e 22 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é 95%.

De acordo com 50% das pessoas, a economia vai melhorar nos próximos 12 meses.

Já para 28%, vai piorar. E são 18% os que acham que ficará do mesmo jeito.

A inflação irá aumentar para 47% das pessoas. São 16% os que consideram que a questão irá diminuir e 30% os que acham que ficará igual está. Não sabe ou não respondeu são 7%.

Dívida pública federal cai 3,02% em setembro, para R$ 6,076 trilhões

A dívida pública federal caiu 3,02% em setembro ante agosto, para 6,076 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional.

No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou 5,834 trilhões de reais, com queda de 3,22%, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu 241,8 bilhões de reais, após crescer 1,82%.

Conforme o Tesouro, do total da dívida pública federal no final de setembro, 26,4% correspondiam a títulos prefixados, 30,8% a títulos vinculados a índices de preços, 38,6% a papeis com taxas flutuantes e 4,2% a papeis cambiais.

Em setembro, a queda de 3,02% deveu-se, conforme o Tesouro, “ao resgate líquido, no valor de 244,20 bilhões de reais, neutralizado, parcialmente, pela apropriação positiva de juros, no valor de 54,68 bilhões de reais”.

O órgão informou ainda que a reserva de liquidez da dívida pública, uma espécie de “colchão” para o pagamento dos compromissos, caiu 20,9% em termos nominais em setembro, para 810,31 bilhões de reais. O valor é suficiente para cobrir pagamentos dos próximos 9,5 meses de vencimentos. Em agosto, o colchão cobria o equivalente a 7,92 meses.

Na comparação com setembro de 2022, a reserva de liquidez cedeu 21,4%.

Apesar dos recuos percentuais em setembro, o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, pontuou durante entrevista coletiva que o fator mais importante na reserva de liquidez é a suficiência em relação aos meses à frente, ou seja, quantos meses a reserva consegue cobrir.

“Passado o pagamento de setembro, quantos meses à frente eu consigo com o caixa de 810 bilhões (de reais)? Este montante alcança um prazo mais longo porque as maturações dos meses à frente não são tão altas assim”, disse Lobarinhas.

Valor da cesta básica cai em todas as regiões em setembro, diz Abras

O valor da cesta básica caiu em todas as regiões do Brasil em setembro, informou a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) na quinta-feira (26). Embora a cesta do Sul seja a mais cara (R$ 804,24), ela registrou a maior queda no período, com -2,19%.

O valor médio da cesta básica brasileira com 35 produtos foi de R$ 705,21 em setembro, uma variação de -1,72% em relação a agosto. É o 5º mês consecutivo em queda.

Leia o valor das cestas por região:

  • Sul — R$ 804,24 (-2,19%);
  • Norte — R$ 787,60 (-0,71%).
  • Sudeste — R$ 708,73 (-1,51%);
  • Centro-Oeste — R$ 657,16 (-1,16%);
  • Nordeste — R$ 643,59 (-1,69%).

“As marcas mudam [por região]. As marcas regionais têm uma participação maior quando comparada com outras marcas. Então leva em consideração os aspectos regionais de todas as regiões do país”, disse Marcio Milan, vice-presidente da Abras, a jornalistas.

A Abras também fez um levantamento da cesta com 12 alimentos básicos (açúcar, arroz, café moído, carne, farinha de mandioca, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, macarrão, óleo de soja e queijo). O valor da cesta caiu de R$ 305 em agosto para R$ 299,10 em setembro.

O consumo dos produtos mais caros, considerados premium, caíram de 20,3% em setembro de 2022 para 18,5% em setembro de 2023. A queda foi acompanhada do aumento da aquisição de itens de baixo e médio preço.

O consumo dos lares brasileiros deve crescer 2,5% em 2023, projeta a Abras. Nos próximos meses, em novembro e dezembro, é esperado que o consumo seja impulsionado pelo pagamento do 13º salário, pela Black Friday e pelas festas de fim de ano.

Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 1,11% em setembro

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou elevação de 1,11% em setembro em relação a agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o instituto, esse é o segundo resultado seguido com variação positiva. No acumulado do ano, o indicador apresenta recuo de 5,43% e, em doze meses, queda de 7,92%.

Considerando apenas setembro, houve alta de preços em 13 das 24 atividades industriais. Em setembro de 2022, o IPP havia sido negativo em 1,89%.

Segundo o IBGE, as maiores altas foram em refino de petróleo e biocombustíveis, com elevação de 8,28%, indústrias extrativas, com elevação de 3,86%, e impressão, que subiu 1,78%. Por outro lado, bebidas perderam 5,09%.

IPCA-15 desacelera alta em outubro com queda de alimentos compensando salto das passagens aéreas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, desacelerou ligeiramente a alta em outubro, com nova deflação dos alimentos compensando em parte o salto pontual nas passagens aéreas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15 avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante o avanço de 0,35% visto em setembro, e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,20%.

De acordo com o IBGE, o resultado deste mês foi bastante influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas, que dispararam 23,75% e tiveram o maior impacto individual no índice geral, de 0,16 ponto percentual.

O grupo Transportes, que engloba o item passagem aérea, avançou 0,78% em outubro, depois de já ter saltado 2,02% em setembro.

Os preços dos combustíveis, no entanto, que haviam pressionado o IPCA-15 para cima no mês anterior, passaram a cair 0,44% em outubro. Houve quedas nos preços da gasolina (-0,56%), do etanol (-0,27%) e do gás veicular (-0,27%), enquanto o óleo diesel subiu (+1,55%).

Economistas do Santander disseram em nota que a leitura foi favorável em termos qualitativos, uma vez que a alta foi puxada principalmente por itens voláteis, enquanto componentes do núcleo da inflação registraram surpresas deflacionárias.

O grupo alimentação e bebidas, por exemplo, cedeu 0,31% e teve impacto de -0,07 ponto percentual no índice geral, marcando o quinto mês consecutivo de baixa.

O subgrupo alimentação no domicílio caiu 0,52%, com forte recuo do leite longa vida (-6,44%), bem como do feijão-carioca (-5,31%), do ovo de galinha (-5,04%) e das carnes (-0,44%).

“A gente continua vendo o grupo de alimentação indo super bem, depois de outra deflação forte em setembro, então é um grupo que continua ajudando muito a trajetória de queda da inflação”, disse Carlos Lopes, economista do BV.

Lula veta tese do marco temporal em lei aprovada pelo Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu vetar parcialmente o projeto de lei (PL) estabelece que os povos indígenas só têm direito às terras que ocupavam ou reivindicavam até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição Federal. Essa tese é conhecida como marco temporal. O anúncio foi feito em coletiva à imprensa pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Jorge Messias (Advocacia Geral da União), no Palácio da Alvorada, residência oficial.

A sanção com vetos será publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) porque é o dia do prazo que o presidente da República tinha para se manifestar.

O Projeto de Lei (PL) 2.903/2023 foi aprovado pelo Congresso Nacional no dia 27 de setembro. Uma semana antes da aprovação no Legislativo, o Supremo Tribunal Federal (STF) tinha invalidado a tese do marco temporal. Os ministros da Corte, entretanto, definiram indenização para ocupantes de boa-fé. Na ocasião, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou que a aprovação do projeto foi para afrontar o STF.

“O presidente Lula, decidiu por vetar o marco temporal, respeitando integralmente a Constituição brasileira, inclusive as decisões recentes do STF sobre constitucionalidade sobre esse tema”, afirmou Padilha.

Questionada sobre a expectativa do movimento indígena, que cobrava um veto total ao PL, a ministra Sônia Guajajara disse que os pontos não vetados não prejudicam a política indigenista. O que ficou ali é o que está em algum dispositivo legal, que não vai alterar em nada ao que já temos garantido na Constituição Federal, e agora na última decisão do STF. Estamos totalmente abertos ao diálogo com o movimento indígena, para esclarecer e construir, como também com o próprio Congresso Nacional.

Entre os artigos mantidos no texto, estão os que, segundo Alexandre Padilha, “reforçam a transparência de todo o processo de estudo, de declaração, de demarcação, que reforçam a participação efetiva de estados e municípios ao longo de todo o processo, que regulamentam o acesso à área indígena, de servidores que estão prestando serviços importantes para essa população. E o início do artigo, que valida a importância de atividades econômicas e produtivas nessa Terra Indígena, desenvolvidas pela comunidade indígena”, afirmou.

As razões e justificativas dos vetos serão informadas no texto a ser publicado no DOU.

Relator deve limitar exceções da reforma antes de fixar teto para o IVA, dizem especialistas

Especialistas consultados pela CNN afirmam que o relator da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM), deve limitar as exceções da reforma tributária antes de fixar um teto para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). O grupo de trabalho do Senado para a matéria sugeriu ao parlamentar uma alíquota máxima de 25%.

Para Luca Salvoni, sócio tributarista do Cascione Advogados, a composição que combina regimes especiais a determinados setores, com isenção ou pagamento de 40% do IVA, e um teto de alíquota padrão pode gerar cenário em que a base de arrecadação é corroída.

“Apenas será possível fixar um teto de alíquota quando ficarem definidas as exceções ao sistema. Do contrário, fixa-se o teto e corrói-se a base, gerando uma arrecadação menor que a esperada”, aponta.

Sócia do Machado Associados, Maria Andréia dos Santos pontua que o Senado e órgãos técnicos do Ministério da Fazenda mantêm entendimentos sobre os dados técnicos da reforma. Por isso, há expectativa de que, se for definida uma alíquota máxima, o valor será fixado a partir dessas informações, o que inclui a quantidade de exceções.

Salvoni afirma que uma reforma engessada e com exceções “coloca o funcionamento da máquina pública em risco”. Mas destaca que os riscos são atenuados pelo prazo de entrada em vigor das mudanças (até 2032). “Será possível implementar correções de rota na fase de adaptação do sistema”.

Um relatório elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a reforma tributária aponta que “não existem motivos técnicos para a manutenção de alíquotas diversas e incentivos para regimes diferenciados”.

Segundo a análise do TCU, isenções e diferenciações nos impostos sobre consumo “não são soluções efetivas como políticas públicas” e só existem até hoje “pela dificuldade política de se corrigir erros de desenho na implementação de IVA mais antigos”.

“Existe um custo muito elevado em termos de crescimento econômico passível de ser medido em termos monetários, pela escolha de um sistema com várias exceções e que não é o mais eficiente possível”, diz o relatório.

Senadores e setor pressionam por tratamento especial para energia elétrica na reforma tributária

Às vésperas de Eduardo Braga (MDB-AM) apresentar seu relatório para a reforma tributária, senadores e o setor pedem tratamento especial para energia elétrica na matéria. O relator deve divulgar uma “primeira versão” de seu texto na terça-feira (24).

Entre as emendas apresentadas ao texto na Casa, há ao menos oito pedidos de parlamentares para que sejam implementadas no Senado mudanças ao texto que favoreçam o setor de alguma maneira.

Uma emenda do senador Alan Rick (União-AC), por exemplo, pede a inclusão de “energia elétrica para todos os fins, inclusive com relação aos custos da atividade envolvidos na cadeia econômica”, no grupo de atividades que pagarão apenas 40% do valor do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

À CNN, o senador afirmou que energia elétrica deve ser considerada um bem essencial, pois é necessária ao funcionamento de hospitais, residências e todos os demais setores da economia. Destacou ainda que o aumento nas tarifas de energia gera um efeito cascata nos demais setores e aumento da inflação.

“Defendo junto aos demais senadores a aprovação de uma emenda à reforma, com o objetivo de concretizar essa proposta”, disse.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia Elétrica (Abrace), o Brasil tem o maior custo residencial de energia elétrica em um ranking comparativo com outros 33 países. Em 2023, as famílias pagarão R$ 119 bilhões; deste montante, aproximadamente 50% representa a fatia dos impostos.

Economista do FGV Ibre, André Braz indica que, no Brasil, o preço da energia elétrica pressiona o bolso das famílias. “A conta de luz compromete 3,5% do orçamento familiar, e é menor do que poucas outras despesas, está no ‘top dez’ das despesas mais expressivas no orçamento”.

Lira está capitaneando negociações para votar PL que taxa fundos offshores, diz relator

O deputado Pedro Paulo (PSD), que é o relator do projeto de lei que taxa fundos offshores, conhecidos como dos super-ricos, e exclusivos, avalia que há “poucas questões que geram algum tipo de questionamento.”

À CNN Rádio, ele afirmou que uma “votação deste tamanho e importância” necessita de reorganização da base.

“É um trabalho da liderança do governo, que está empenhada, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que está capitaneando as negociações para estarmos prontos para votar hoje”, reforçou.

Entre os pontos que ainda estão em aberto, o parlamentar citou a possibilidade de equivaler às alíquotas dos fundos offshore e onshore, além da mudança dos requisitos para a isenção e Imposto de Renda para Fundos de Investimento em cadeias Agroindustriais (Fiagros).

“Acredito que são questões conhecidas, mapeadas pelo governo e que, na minha opinião, são simples de serem resolvidas com acordos políticos”, completou.

O parecer do relator Pedro Paulo estabelece diferentes alíquotas para a tributação do Imposto de Renda.

No caso de offshores, seriam: isenção sobre a parcela anual de rendimentos que não ultrapassem R$ 6 mil; taxação de 15% sobre a parcela anual que exceder R$ 6 mil e não ultrapassar R$ 50 mil; e de 22,5% sobre a parcela anual que superar R$ 50 mil.

Pacheco se diz “alinhado” com a pauta econômica do governo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que está “alinhado” com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pautas econômicas e que elas são as “maiores prioridades do país”. Pacheco se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Nós estamos muito alinhados nesse compromisso de evoluir a pauta econômica no Brasil. Eu considero essa a maior prioridade nacional nesse instante, que é de garantir uma economia de geração de emprego, de contenção da inflação, de redução da taxa de juros, de aumento e crescimento economia do Brasil”, disse a jornalistas.

Neste momento, está no Senado o projeto da reforma tributária e as propostas de taxação das apostas esportivas e on-line –uma das apostas para o aumento de arrecadação. O texto das apostas tramita em regime de urgência constitucional e está em discussão simultaneamente na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e CE (Comissão do Esporte).

Já a reforma tributária está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e o relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), deve ler seu parecer nesta 4ª feira (25.out). A expectativa de Pacheco e do relator é que a reforma seja aprovada ainda na 1ª quinzena de novembro no Senado.

Sobre o PL (projeto de lei) das offshores e dos fundos exclusivos, que ainda tramita na Câmara, Pacheco disse que dará celeridade ao projeto quando ele chegar ao Senado. “Nós vamos ter o mesmo senso de importância desse projeto para o Brasil”, afirmou.

Pesquisa Quaest: 38% avaliam positivamente o governo Lula; gestão é negativa para 29%

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é avaliado como positivo por 38% dos entrevistados, conforme a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (25).

Para 29%, a administração do petista é regular; 29% também consideram a gestão negativa; não sabem ou não responderam são 4%.

Foram ouvidas 2.000 pessoas entre os dias 19 e 22 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é 95%.

Para o público feminino, as ações de Lula são vistas como positiva por 40%; regular por 28%; negativa por 27%. Não sabem ou não responderam são 5%.

Já para os homens, a avaliação fica da seguinte forma: 35% positiva; 30% regular; 32% negativa. Não sabem ou não responderam são 3%.

O trabalho da terceira administração do petista é visto como positivo por 33% das pessoas entre 16 e 34 anos. Para quem tem entre 35 e 59 anos, o número é de 38%. Já para 60 anos ou mais, fica em 45%.

Para quem estudou até o ensino fundamental, o governo é visto como positivo entre 48% dos entrevistados. Com ensino médio completo ou incompleto, são 31%. Ensino superior incompleto ou mais, 30%.

Nas famílias que recebem até dois salários mínimos, a avaliação positiva é de 47%; entre dois e cinco salários mínimos: 34%; e acima de cinco salários mínimos: 28%.

Se disputar vaga no Senado pelo Paraná, Michelle é favorita

A presidente do PL Mulher e ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é favorita para vaga no Senado pelo Paraná, segundo o levantamento do Paraná Pesquisas divulgado na quinta-feira (26).

Nos cenários de possíveis de disputa, a ex-primeira-dama aparece à frente da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT), e da deputada federal Rosângela Moro (União Brasil). Em 2º lugar, está o ex-senador Alvaro Dias (Podemos).

O levantamento especula o cenário eleitoral em caso de haver nova eleição depois de eventual cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Apesar de ser incluída na pesquisa, Michelle Bolsonaro não tem, atualmente, domicílio eleitoral no Paraná.

A pesquisa ouviu 1.556 eleitores do Paraná, com 16 anos ou mais, de 19 a 23 de outubro de 2023. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. O nível de confiança é de 95%.

Leia abaixo alguns dos resultados. Os dados dizem respeito ao cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados pelos aplicadores da pesquisa.

Cenário 1:

  • Michelle Bolsonaro (PL) – 35,7%;
  • Alvaro Dias (Podemos) – 24,4%;
  • Gleisi Hoffmann (PT) – 16,2%;
  • Rosângela Moro (União Brasil) – 7,4%;
  • Ricardo Barros (PP) – 4,9%;
  • Sergio Sousa (MDB) – 1,5%;
  • não sabe/não respondeu – 3,7%;
  • nenhum/branco/nulo – 6,2%.

Cenário 2, sem Rosângela Moro:

  • Michelle Bolsonaro (PL) – 39,3%;
  • Alvaro Dias (Podemos) – 26%;
  • Gleisi Hoffmann (PT) – 16,5%;
  • Ricardo Barros (PP) – 5,3%;
  • Sergio Sousa (MDB) – 1,7%;
  • não sabe/não respondeu – 4,2%;
  • nenhum/branco/nulo – 6,9%.

Cenário 3, sem Rosângela Moro e Alvaro Dias:

  • Michelle Bolsonaro (PL) – 44,3%;
  • Gleisi Hoffmann (PT) – 21,8%;
  • Ricardo Barros (PP) – 11,5%;
  • Sergio Sousa (MDB) – 2,6%;
  • não sabe/não respondeu – 13,8%;
  • nenhum/branco/nulo – 5,9%.

STF é alvo de desagrado porque trabalha no holofote, diz Barroso

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, disse na quinta-feira (26) que a Corte é alvo de desagrado porque trabalha na “frente do holofote”.

“Outro dia alguém disse: ‘esse pessoal [do STF] gosta de holofote’. A gente trabalha na frente do holofote e, portanto, é uma circunstância brasileira que fez com que o Supremo tivesse essa visibilidade e se tornasse alvo muitas vezes do desagrado”, declarou durante o 2º Colóquio Franco-Brasileiro de Direito Constitucional, na Câmara dos Deputados, na quinta-feira (26).

Barroso afirmou que pela abrangência da Constituição, temas variados chegam para análise da Corte. “Na vivência brasileira, quase tudo chega no Supremo, seja político, social, econômico, ético. E a gente julga desde interrupção de feto encefálico até importação de pneus”, falou.

O ministro do STF também destacou que em sua atribuição constitucional o Supremo tem feito parte da “solução” e não do “problema”.

Governo prepara decreto que praticamente dobra IPI de armas de fogo e munição

O Ministério da Fazenda prepara um decreto que praticamente dobra o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide na comercialização de armas de fogo e munições, conforme minuta obtida pela Reuters, justificando que a medida é necessária para gerar aumento de arrecadação e reduzir a criminalidade.

Preparado pela Receita Federal a pedido do ministro da pasta, Fernando Haddad, o decreto eleva de 29,25% para 55% a alíquota sobre revólveres, pistolas, espingardas, carabinas, spray de pimenta e outros equipamentos, além de aumentar o imposto de munições.

O texto, acompanhado das justificativas do ministério, foi encaminhado pela Receita Federal ao secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, na noite de quarta-feira (25). Procurada, a Receita disse que não vai comentar.

O plano prevê edição da medida, que não depende de aval do Congresso, ainda neste mês, com efeito financeiro a partir de março do ano que vem, gerando um incremento de arrecadação de 342,5 milhões de reais em 2024, 377,7 milhões de reais em 2025 e 415,0 milhões de reais em 2026.

A iniciativa se soma a outras ações nessa área do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que tem se posicionado contra medidas que incentivem a venda e o uso de armas no país. No primeiro dia de seu mandato, Lula assinou instrumentos para reorganizar a política de controle de armas, que havia sido flexibilizada pela gestão de seu antecessor Jair Bolsonaro.

No ano passado, Bolsonaro editou um decreto que baixou o IPI de maneira geral e linear em 35%, gerando também uma queda na taxação sobre armas e munições.

Na exposição de motivos do decreto agora preparado pela Fazenda, a pasta argumenta que medidas do governo Bolsonaro facilitaram a obtenção de licenças de colecionadores, atiradores e caçadores, além de ampliar limites para compra de armas.

“O Brasil enfrenta desafios significativos no âmbito da segurança pública, a exemplo dos altos índices de violência e criminalidade. As armas de fogo têm um papel relevante nesse cenário, uma vez que sua utilização contribui diretamente para o aumento do número de homicídios, lesões e outros tipos de violência”, diz o documento, argumentando que a maior parte dos armamentos usados em crimes no país são de origem legal.

Moraes vota para condenar mais 6 réus pelo 8 de Janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou na sexta-feira (27) pela condenação de mais 6 réus do 8 de Janeiro. As penas variam de 14 a 17 anos de prisão, conforme participação na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.

Os réus foram presos em flagrante dentro do Palácio do Planalto. Eles foram denunciados pela PGR (Procuradoria Geral da República) por 5 crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

As defesas negam as acusações e apontam falta de provas.

Os julgamentos foram para o plenário virtual na sexta-feira (27). Os ministros têm até 7 de novembro para registrar seus votos. Até às 5h20 de sexta-feira (27), apenas o voto do relator havia sido publicado.

O STF já condenou 20 pessoas denunciadas pela PGR pelos atos do 8 de Janeiro. As penas variam de 3 a 17 anos de prisão. Outros 200 réus ainda devem ser julgados pela Corte.

Temporada de cruzeiros deve ter impacto de mais de R$ 5 bilhões na economia

Com 195 dias de duração, quase sete meses de navegação, a temporada de cruzeiros 2023/2024 será ainda maior que sua antecessora, com a expectativa de ofertar mais de 877 mil leitos, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil).

O setor espera criar mais de 80 mil empregos no país, além de gerar um impacto de mais de R$ 5 bilhões na economia brasileira, motivado pelos gastos das companhias marítimas, dos cruzeiristas e tripulantes nas cidades de embarque e desembarque e visitadas. Esse movimento beneficia setores como o comércio varejista, despesas com restaurantes, compras, presentes, alimentos e bebidas, além do transporte antes e após a viagem, passeios turísticos, transporte nas cidades visitadas e hospedagem antes ou após o cruzeiro.

De 25 de outubro a 7 de maio, Costa Diadema, Costa Fascinosa, Costa Favolosa, MSC Armonia, MSC Grandiosa, MSC Lirica, MSC Musica, MSC Preziosa e MSC Seaview formam o grupo de nove navios que partirão dos portos de Itajaí (SC), Maceió, Rio de Janeiro, Salvador, Santos (SP), além do estreante Porto de Paranaguá (PR), e percorrerão por 212 roteiros, com 763 escalas.

No total, serão 19 destinos: Angra dos Reis, Balneário Camboriú, Búzios, Cabo Frio, Fortaleza, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Porto Belo, Recife, incluindo Buenos Aires, Montevidéu, Punta del Este e os portos de embarque e desembarque, além da possibilidade de escalas-teste em Penha e em São Francisco do Sul, e do trabalho um pouco mais de longo prazo para viabilizar outras cidades, como Vitória.

Segundo a Clia Brasil, a temporada 2023/2024 também reforça o retorno do Brasil como rota de importantes companhias marítimas internacionais, com 35 navios de longo curso, que farão paradas em 45 destinos localizados em 15 estados brasileiros, como Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Rio Grande do Sul.

“Depois de 2022/2023 se consolidar como a maior dos últimos dez anos, a temporada 2023/2024 com certeza será outro recorde, que irá manter a indústria de cruzeiros em um caminho ascendente, até superarmos os 805 mil cruzeiristas de 2011/2012. Na temporada passada, tivemos 802 mil cruzeiristas”, disse o presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz.

Gradiente contrata Michel Temer para atuar em disputa pela marca iPhone

O ex-presidente Michel Temer passou a integrar a banca de advogados que defende a Gradiente num processo contra a Apple. A ação, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), vai definir quem é o dono da marca iPhone no Brasil. No momento, o placar é de 4 a 2 para a empresa norte-americana.

Temer chega na reta final do prazo para que os integrantes da Corte declarem voto no Plenário Virtual. O julgamento termina nesta segunda-feira (23), às 23h59. Faltam votar os ministros Carmen Lúcia, Nunes Marques e André Mendonça.

Se houver pedido de vista, o processo ganha fôlego de, pelo menos, 90 dias. Também existe a possibilidade de pedido de destaque, em que a ação passará a ser julgada no Plenário físico. O que pode resultar, por exemplo, na mudança de voto por parte de algum ministro.

Essa não é a primeira vez que o ex-presidente Michel Temer advoga para empresas de tecnologia. Recentemente atuou para a Google nas discussões sobre o projeto de lei das fake news no Congresso.

O embate entre as fabricantes Gradiente e Apple teve início mais de uma década antes de o caso ser judicializado. Em 2000, a Gradiente solicitou o registro da marca “Gradiente iPhone” ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). No entanto, o processo só foi finalizado em 2008.

Nesse meio tempo, em 2007, a Apple lançou o primeiro iPhone nos Estados Unidos. No ano seguinte, os aparelhos começaram a ser vendidos no Brasil.

Usando essa cronologia, a Apple conseguiu anular o registro que a Gradiente havia obtido no INPI. Foi quando o tema chegou ao Judiciário. Até o momento, nas duas instâncias em que o processo foi julgado, a Apple venceu.

Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental mostra empresas mais sólidas e com maior atuação em território nacional

Nos últimos dois anos houve um aumento da pauta climática e o crescimento de negócios com atuação fora do Sudeste. Essas foram algumas das conclusões do Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental.

O estudo, conduzido pela Pipe.Social e pelo Quintessa, é feito a cada a cada dois anos desde 2017 e mostra o perfil do empreendedor e dos negócios no país. Nesta quarta edição do levantamento, 1.011 negócios de impacto e mais de 11 mil empreendedores participaram.

Os números mostraram que a maior parte das empresas (58%) ainda tem sede na região Sudeste. No entanto, o impacto gerado por elas está presente em âmbito nacional. A operação destas empresas é de 59% no Sudeste; 37%, no Nordeste; 37%, no Sul; 30%, no Centro-Oeste; e 28%, no Norte.

Sobre o tempo no mercado, as firmas que têm de 2 a 5 anos correspondem a 31% do total pesquisado. Já 29% têm de 5 a 10 anos; 15% desses negócios têm mais de 10 anos, mostrando a maturidade do ecossistema. Outro dado relevante é que 84% dos negócios estão formalizados: 41% são Sociedade LTDA.

“É interessante notar uma tendência: alguns negócios com maior tempo de atuação do mercado geraram spin-offs, lançamento de uma solução que se transforma em um negócio separado, a partir de uma empresa já existente. Em tecnologias verdes, por exemplo, algumas soluções para a agricultura ou para a gestão de resíduos desenvolveram braços de atuação para acolher o aquecimento do mercado de carbono”, analisa Mariana Fonseca, uma das coordenadoras do mapeamento, acrescentando que 84% dos negócios têm fins lucrativos.

17% das micro e pequenas indústrias adotam planejamento de longo prazo, diz pesquisa

Dentre as micro e pequenas indústrias, 17% do total adotam estratégias de longo prazo, priorizando a estabilidade e investimentos de longo alcance, de acordo com a 9ª Rodada da Pesquisa Datafolha contratada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) sobre o Grau de Planejamento nas Micro e Pequenas Indústrias.

O instituto ouviu 707 empresas de 11 a 30 de setembro, sendo 333 nas regiões metropolitanas do país e 374 no interior dos Estados.

Segundo a pesquisa, 45% das empresas disseram que adotam estratégias de curto prazo, com foco em manter a estabilidade financeira do dia a dia, especialmente as microindústrias, representando 47% desse grupo.

A abordagem reflete a necessidade de lidar com desafios imediatos.

O Datafolha também indica que 50% das pequenas empresas optam por estratégias de médio prazo, bem acima da média geral de 34% entre as micro e pequenas indústrias, buscando investimentos para resultados a seis meses.

Segundo o presidente do Simpi, Joseph Couri, isso indica uma visão mais ampla do futuro, visando crescimento e expansão.

Essa diversidade de estratégias, segundo ele, reflete a adaptação necessária em um cenário econômico incerto. “A predominância do curto prazo destaca a busca por sobrevivência imediata, enquanto o médio e longo prazo demonstram um compromisso com o crescimento.”

Setor de cartões deve chegar a R$ 3,6 trilhões em transações em 2023, diz Abecs

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Giancarlo Greco, disse que o setor de cartões deve chegar a R$ 3,6 trilhões em transações neste ano. Ele atribuiu o crescimento dos cartões no País na última década às mudanças regulatórias capitaneadas pelo Banco Central.

“Esperamos chegar a R$ 3,6 trilhões nesse próximo trimestre acumulado no ano”, disse ele durante a abertura de evento da Abecs, realizado em Brasília para comemorar os dez anos da lei 12.865, que criou as instituições de pagamento.

A legislação abriu espaço para o aumento da competição no setor de cartões: as instituições de pagamento são a figura regulatória em que se enquadra a maior parte das fintechs mais conhecidas pelo mercado, surgidas justamente ao longo dos últimos dez anos.

“Ela vem consagrar o setor no seu aspecto de evolução competitiva e mitigação de risco sistêmico que não tinha”, disse Greco.

Mercado halal no Brasil movimenta entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões por ano

O mercado halal movimenta entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões por ano no Brasil, sobretudo com a exportação de proteína animal, disse o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, durante o Global Halal Brazil Business Forum, realizado em São Paulo. Além disso, cerca de 30% das exportações de proteínas animais com certificação halal do Brasil destinam-se aos países muçulmanos.

No mundo, os muçulmanos somam perto de 2 bilhões – um quarto da população do planeta, e movimentam, só no segmento de alimentos, US$ 1,2 trilhão por ano no mundo, complementou Chohfi, em nota divulgada hoje pela Câmara Árabe-Brasileira. “Até 2050, acredita-se que perfaçam 30% dos habitantes da Terra, devendo demandar muito mais alimentos, medicamentos, cosméticos, entre vários outros produtos”, complementou.

Em 2022, o Brasil exportou US$ 23,41 bilhões em alimentos e bebidas para os 57 países de maioria muçulmana da Organização da Conferência Islâmica. Esses embarques fizeram do País o maior fornecedor de gêneros alimentícios ao mundo muçulmano e representaram um desempenho 41% superior em relação ao ano anterior.

País teve recorde de 5,196 milhões de empresas privadas em atividade em 2021, mostra IBGE

O Brasil registrou um recorde de 5,196 milhões de entidades empresariais formais em 2021. Em dois anos de pandemia, houve abertura líquida de mais de 512 mil empresas privadas no País. Os dados são do levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2021, divulgados na quinta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi o terceiro ano seguido de saldos positivos na abertura de empresas, depois de cinco anos consecutivos de extermínio de companhias.

Segundo o IBGE, o bom desempenho pode ter influência de diferentes fatores, entre eles os incentivos do governo a empresas e manutenção de empregos durante a crise sanitária, e a mudança recente na metodologia de cálculo do levantamento do IBGE, que tem como base o Cadastro Central de Empresas (Cempre), e passou a incorporar também as informações do eSocial, num processo de substituição gradativa dos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

Outro elemento que pode ter influenciado o resultado é o chamado empreendedorismo por necessidade, movimento de abertura de CNPJs por trabalhadores que perderam seus empregos ou que precisaram complementar a renda da família.

“Isso a gente vai ver principalmente nas empresas de pequeno porte. O crescimento acelerado fora do comum nas empresas de pequeno porte, que não contratam trabalhadores, significa que pode haver ali indicativo de empreendedorismo por necessidade”, diz Thiego Ferreira, gerente da pesquisa do IBGE.

O retrato apresentado pela pesquisa considerando o porte da empresa mostra que o recorde foi puxado justamente pela abertura de CNPJs sem pessoal ocupado assalariado, ou seja, sem funcionários contratados. Esse universo de empreendedores alcançou um ápice de 2,748 milhões em 2021. Em três anos de crescimento, o País ganhou mais de 728 mil entidades empresariais desse porte, sendo 439 mil delas abertas nos dois anos de pandemia (2020 e 2021).

No grupo de empresas com 1 a 9 trabalhadores assalariados, havia 1,976 milhão de empresas ativas, 71 mil a mais que no ano anterior, mas ainda aquém do recorde de quase 2 milhões alcançado em 2015.

Na faixa que empregava 10 ou mais funcionários assalariados, havia pouco mais de 472 mil empresas ativas, quase 29 mil a mais do que em 2020, mas ainda abaixo do auge, de cerca de 489 mil companhias existentes, em 2014.

Multiplan tem lucro líquido de R$ 263,4 milhões no 3º trimestre, alta de 41,5%

A Multiplan, dona de uma rede com 20 shopping centers, teve lucro líquido de R$ 263,4 milhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 41,5% ante o mesmo período do ano passado, conforme balanço publicado.

A melhora do resultado foi puxada pelo aumento das receitas com aluguéis de lojistas, estacionamentos e vendas de imóveis.

“O forte desempenho operacional impulsionou o resultado da companhia. Essas melhorias geraram aumento de receitas, redução de despesas, maiores margens e novos recordes”, descreveu a administração na sua apresentação de resultados.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 406,3 milhões, crescimento de 21,9% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda cresceu 6,2 pontos porcentuais, para 79,4%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado chegou a R$ 327,7 milhões, avanço de 27,3%, enquanto a margem FFO teve um aumento de 7,5 pontos porcentuais, para 64,0%.

Os dados no critério ajustado excluem o efeito das despesas com remuneração baseada em ações. Sem isso, o Ebitda aumentou 21,1%, para R$ 390,8 milhões, e o FFO cresceu 26,5%, para R$ 312,4 milhões.

A Multiplan destacou que FFO, Ebitda e lucro atingiram os valores mais elevados já reportados para um terceiro trimestre.

A receita líquida totalizou R$ 511,7 milhões, alta de 12,3%. A receita com locação de espaços nos shoppings cresceu 4,0%, para R$ 394,0 milhões, com reajuste nos valores dos aluguéis e alta da ocupação. A receita de estacionamentos aumentou 14,9%, chegando a R$ 73,4 milhões, devido ao aumento no fluxo de carros e, principalmente, a subida no valor das tarifas.

Além disso, o faturamento com venda de imóveis subiu 69%, para R$ 28,6 milhões. Outro ponto importante foi o crescimento de 62,4% na receita de serviços, para R$ 48,7 milhões, devido à subida das taxas de administração dos shoppings. As despesas gerais e administrativas da Multiplan subiram 12,7%, para R$ 45,1 milhões.

SELIC

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse na segunda-feira (23) que a observação da curva de juros futuros brasileira mostra que agentes de mercado retiraram pontos de corte da taxa básica de juros até 2024 devido à piora do cenário externo.

Em evento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o diretor ponderou que o boletim Focus, que capta a percepção de economistas para indicadores econômicos, tem apresentado “menos revisões” de projeções para ano que vem.“Quando eu olho para a curva juros, que é aquela que os traders apostam, hoje ela fechou em aproximadamente 10,47% ao final de 2024. Essa curva chegou a estar abaixo de 9%. Então, foram retirados muitos pontos de corte da taxa de juros até 2024 pelos agentes de mercado em função dessa piora do cenário internacional”, disse.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (30), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,30% na primeira prévia de outubro, vindo de uma queda de 0,50% na mesma leitura de setembro e de uma alta de 0,37% no encerramento daquele mês, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (30), a projeção para o IGP-M ficou em -3,51%, ante -3,56% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A prévia da inflação oficial no mês de outubro ficou em 0,21%, abaixo da taxa de setembro, que foi 0,35%. O resultado divulgado na quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 23,75% e representam 0,16 ponto percentual (p.p.) do índice.

No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) soma 3,96%. No acumulado de 12 meses foi de 5,05%, acima dos 5% registrados em setembro.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (30), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,63%, ante 4,65% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A economia deve crescer 2,90% este ano, redução ante os 2,92%. As estimativas para o crescimento da economia foram mantidas a 1,50% para 2024; a 1,90% em 2025; e a 2% em 2026.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (30), a projeção para o PIB ficou em 2,89%, ante 2,90% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (23), o Ibovespa fechou em queda, uma vez que o alívio nos rendimentos dos Treasuries foi ofuscado pelo tombo de Petrobras, após decisões do Conselho de Administração desencadearem preocupações sobre os dividendos extraordinários e a governança da companhia. O índice Ibovespa teve queda de 0,33%, a 112.784,52 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,1 bilhões.

Na terça-feira (24), o Ibovespa fechou em alta, quebrando uma série de cinco pregões de baixa, com as ações da Vale respondendo pelo principal suporte na esteira do avanço dos futuros do minério de ferro na China. O índice Ibovespa teve alta de 1,03%, a 113.948,17 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,8 bilhões.

Na quarta-feira (25), o Ibovespa fechou em queda, pressionado pela trajetória negativa em Wall Street e avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, enquanto WEG desabou 10% após receita abaixo do esperado no terceiro trimestre. O índice Ibovespa teve queda de 0,82%, a 112.829,97 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,8 bilhões.

Na quinta-feira (26), o Ibovespa fechou em alta, em sessão de ajustes apoiados pelo alívio na curva futura de juros e com Vale fornecendo um apoio adicional após anúncio de dividendos e recompra de ações, enquanto Petrobras figurou entre as poucas quedas, pressionada pelo declínio do petróleo no exterior. O índice Ibovespa teve alta de 1,73 %, a 114.776,86 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,5 bilhões.

Na sexta-feira (27), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,089%, a 114.878,95 pontos. Em meio a uma batelada de notícias corporativas no Brasil, incluindo os balanços de Vale, Suzano e Usiminas, bem como números de produção da Petrobras e de entregas da Embraer. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,29%, a 113.301,35 pontos. O volume financeiro somou R$ 23 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (27), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,81%, cotado a R$ 4,9499 na venda. Depois que dados de inflação norte-americanos em linha com o esperado e um resultado fiscal acima das expectativas do governo central do Brasil impulsionaram o apetite por risco dos investidores.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (27) cotado a R$ 5,0131, na esteira de comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a meta de resultado primário zero em 2024 dificilmente será alcançada pelo governo.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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30/10/2023