Cenário Econômico Nacional – 13/11/2023

Cenário Econômico Nacional – 13/11/2023

Cenário Econômico Nacional – 13/11/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado ajusta projeção de inflação de 2024

Economistas consultados pelo Banco Central ajustaram marginalmente sua projeção de inflação para o ano que vem, mostrou na segunda-feira (06) uma pesquisa Focus sem grandes alterações frente à sondagem da semana passada.

De acordo com o mais recente levantamento semanal do BC, o mercado vê agora alta de 3,91% dos preços ao consumidor brasileiro em 2024, contra taxa de 3,90% estimada no boletim anterior.

Para 2023, o Focus manteve inalterada a expectativa de inflação de 4,63%. Para 2024 e 2025 a conta também sendo de uma inflação de 3,5%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Não houve mudanças em relação à percepção para a política monetária, com a taxa básica de juros Selic ainda calculada em 11,75% ao final de 2023 e em 9,25% em 2024.

Já em relação à atividade, os economistas continuaram com a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,89% este ano e 1,50% em 2024.

Brasil registra déficit em conta corrente de US$ 1,375 bilhão em setembro, diz Banco Central

O Brasil teve déficit em transações correntes de 1,375 bilhão de dólares em setembro, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 1,92% do Produto Interno Bruto, informou o Banco Central na segunda-feira (06).

A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de um saldo negativo de 1,4 bilhão de dólares em setembro.

No mesmo mês do ano anterior, o país apresentou déficit em transações correntes de 6,940 bilhões de dólares.

Em setembro, os investimentos diretos no país alcançaram 3,752 bilhões de dólares, contra 4,9 bilhões de dólares projetados na pesquisa e 9,628 bilhões em setembro de 2022.

No mês, houve ingressos líquidos de 3,4 bilhões de dólares em participação no capital e de 368 milhões em operações intercompanhia.

Em setembro, a conta de renda primária apresentou déficit de 5,468 bilhões de dólares, ante rombo de 6,288 bilhões no mesmo período de 2022. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram 3,4 bilhões de dólares, ante 5,1 bilhões em setembro de 2022.

A balança comercial teve superávit de 7,212 bilhões de dólares, contra 2,059 bilhões de dólares em setembro do ano passado. As exportações de bens totalizaram 28,7 bilhões de dólares, redução de 5,2% na comparação interanual, enquanto as importações de bens diminuíram 23,8%, totalizando 21,5 bilhões de dólares.

Já o rombo na conta de serviços ficou em 3,279 bilhões de dólares, contra déficit de 3,088 bilhões em setembro do ano anterior.

Em ata, Copom reforça ritmo de cortes e preocupação com o fiscal

Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorreu na semana passada e decidiu por um corte de meio ponto percentual na taxa de juros Selic, para 12,25% ao ano, reforça que o ritmo de reduções deve seguir o mesmo nas próximas reuniões, além de demonstrar preocupação com a situação fiscal.

“Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, destacou o documento.

“Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, completa.

A ata mencionou a desaceleração do crescimento da atividade doméstica, mas ponderou riscos como um El Niño forte, variações no petróleo e afirmou que a incerteza fiscal prejudica o andamento da ancoragem das expectativas. Assim, o Comitê reafirmou a importância da firme persecução dessas metas.

“As expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação. O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”.

Segundo o Comitê, ainda há um longo caminho a ser percorrido, apesar do progresso relevante em diminuir a inflação, o que exigiria serenidade e moderação na condução da política monetária.

Estoque de crédito no Brasil avança 0,8% em setembro, diz Banco Central

As concessões de empréstimos pelo sistema financeiro no Brasil recuaram 1,5% em setembro na comparação com o mês anterior, informou o Banco Central na terça-feira (07), com o estoque total de crédito em alta de 0,8% no período, a 5,576 trilhões de reais.

De acordo com o BC, o aumento no estoque de crédito resultou dos incrementos mensais de 1,6% na carteira de crédito para pessoas jurídicas, com total de 2,2 trilhões reais, e de 0,3% na carteira para pessoas físicas, com total de 3,4 trilhões de reais.

No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, subiram 2,1% em relação ao mês anterior. Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve recuo de 20,2% no período.

Por sua vez, a inadimplência no segmento de recursos livres permaneceu em 4,9% em setembro pelo quarto mês seguido.

Já as taxas bancárias médias tiveram queda em setembro. Os juros cobrados pelas instituições financeiras no crédito livre ficaram em 43,3%, um recuo de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Nos recursos direcionados, houve também queda de 0,2 ponto no mês, a 11,1%.

O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, foi a 32,0 pontos percentuais, ante 32,3 pontos em agosto.

Juros do cartão de crédito rotativo ficam em 441,1% em setembro

A taxa de juros do cartão de crédito rotativo foi de 441,1% em setembro, informou o Banco Central. Em agosto, a taxa estava em 445,5%.

O consumidor cai no rotativo toda vez que opta por pagar uma parte da fatura do cartão de crédito, em vez de efetuar o pagamento integral. Com isso, o restante dos valores devidos é cobrado na fatura seguinte com juros. Caso a situação se repita, juros são cobrados sobre juros, aumentando a dívida.

A taxa do parcelado do cartão de crédito também caiu. Saiu de 194,6% em agosto para 193,8% em setembro. Com isso, a taxa de juros total do cartão de crédito variou de 101,5% para 101,4% no período.

Já a taxa de juros cobrada sobre o cheque especial subiu para 134,4% em setembro. Em agosto, estava em 131,6%.

Devido às altas taxas de juros, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou que a o crédito rotativo deve acabar. A proposta foi incluída no projeto de lei do Desenrola, aprovado pelo Senado no início de outubro.

A proposta aprovada estabelece que os bancos apresentem, em até 90 dias depois da promulgação da lei, uma proposta para a redução dos juros do rotativo do cartão de crédito ao CMN (Conselho Monetário Nacional). Se o setor não apresentar uma proposta nesse prazo, os juros serão estabelecidos em no máximo 100% do valor do principal da dívida.

Setor público tem déficit primário maior que o esperado em setembro

O setor público consolidado frustrou expectativas de economistas e apresentou um déficit primário bem acima do esperado em setembro, de acordo com dados divulgados na quarta-feira (08) pelo Banco Central, evidenciando os desafios do governo na frente fiscal.

O rombo das contas públicas ficou em 18,071 bilhões de reais em setembro. O dado contrasta com o superávit de 10,746 bilhões registrado no mesmo mês de 2022 e também com a projeção de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo positivo de 4,26 bilhões de reais.

No acumulado em 12 meses até setembro, o déficit primário equivale a 0,97% do PIB.

A divulgação dos dados acontece em meio a discussões no governo sobre possível alteração da meta fiscal do próximo ano, após o presidente Luiz Inácio da Silva ter afirmado, em entrevista no final de outubro, que o objetivo de déficit zero para 2024 dificilmente será cumprido dada a sua resistência em cortar despesas.

Conforme a Reuters noticiou na terça-feira (07), a decisão do governo foi de não propor ao Congresso por ora uma mudança na meta para dar tempo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de negociar a aprovação de medidas que ampliam a arrecadação.

Os dados do BC mostraram que as despesas do setor público com juros também aumentaram na comparação com o mesmo mês do ano passado, de 71,4 bilhões de reais para 81,7 bilhões de reais, e o país registrou em setembro um déficit nominal de 99,8 bilhões de reais, acima do rombo de 64,8 bilhões de reais esperado por economistas.

IGP-DI acelera alta a 0,51% em outubro com inflação maior no atacado e no varejo, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,51% em outubro, acelerando ante elevação de 0,45% no mês anterior, com maior pressão tanto para o produtor quando para o consumidor, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,31%, e levou o índice a reduzir a queda acumulada em 12 meses para 4,27%, baixa menos intensa nessa base de comparação desde abril (-2,57%).

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, passou a subir 0,57% em outubro, ante 0,51% no mês anterior.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, as commodities bovinos (de -6,22% para 8,33%) e cana-de-açúcar (de -0,14% para 2,30%) responderam por parte importante do resultado do IPA.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, acelerou a alta para 0,45% no mês passado, de 0,27% em setembro.

“No IPC, o setor de serviços predominou, com destaques para os aumentos nas passagens aéreas (de 8,46% para 24,87%) e no condomínio residencial (de 0,22% para 0,79%)”, disse Braz.

A expectativa de analistas é de que, após um período de queda dos preços, a inflação volte em patamares mais elevados no Brasil até o final de 2023, com atenção especial ao aumento dos preços de serviços, sobretudo diante de um mercado de trabalho aquecido e da resiliência que a economia vem apresentando.

O BC iniciou em agosto um ciclo de redução da taxa básica de juros que levou a Selic a 12,25%, com três cortes seguidos de 0,5 ponto percentual.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,20% em outubro, ante 0,34% no mês anterior, informou a FGV.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Banco Central não vê risco relevante para estabilidade financeira, mas destaca efeito de juros altos e cenário externo arisco

O Banco Central não vê riscos relevantes para a estabilidade financeira, num cenário de capitalização, liquidez e provisões adequadas, mas destacou em um relatório semestral os efeitos dos juros altos sobre o crédito, bem como um “grau de incerteza elevado” no ambiente internacional.

Em seu Relatório de Estabilidade Financeira, publicado nesta quinta-feira, o BC disse considerar que “não há risco relevante para a estabilidade financeira”, com testes de estresse de capital e de liquidez demonstrando “robustez” do sistema bancário.

“A expectativa é positiva para os próximos trimestres em razão da qualidade das novas concessões, da redução das estimativas de perdas com crédito e da gradual flexibilização monetária”, avaliou a autarquia no documento, enfatizando que o sistema bancário permanece com liquidez confortável, enquanto a base de capital segue sólida e a estrutura de capital está mais homogênea entre os segmentos de credores.

Segundo o BC, o mercado financeiro também percebe um sistema financeiro resiliente, já que “agentes do mercado financeiro reduziram suas percepções de risco, principalmente em relação aos riscos fiscais e ao cenário internacional”.

No entanto, permanece um “elevado grau de incerteza sobre as perspectivas de crescimento da economia global”, alertou a autoridade monetária, chamando a atenção também para o risco de que os bancos centrais das principais economias elevem ainda mais os juros ou mantenham suas taxas em patamares mais altos por mais tempo.

Além disso, no cenário doméstico, “o financiamento à economia real permaneceu desacelerando, em linha com o ciclo de política monetária e com a percepção de risco de crédito”, disse o BC.

“O contexto de elevado endividamento continua se manifestando na materialização de risco de crédito. A inadimplência e a carteira considerada de maior risco permanecem aumentando no crédito para micro e pequenas empresas, e, em menor grau, no crédito às famílias”, acrescentou a autarquia no documento.

Correntistas ainda não sacaram R$ 7,33 bilhões do sistema de “dinheiro esquecido”

Os correntistas ainda não sacaram R$ 7,33 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de agosto, divulgou o Banco Central (BC).

Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 5,16 bilhões, de um total de R$ 12,49 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com 2 meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de setembro 16.548.665 correntistas haviam resgatado valores. Isso representa apenas 28,65% do total de 57.764.704 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro do ano passado.

Entre os que já retiraram valores, 15.777.618 são pessoas físicas e 771.047 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 38.252.616 são pessoas físicas e 2.963.423 são pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,43% dos beneficiários.

Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 24,92% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,9% dos clientes. Só 1,75% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. O BC informou que em março foram resgatados R$ 505 milhões esquecidos.

Em agosto, foram retirados R$ 264 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 210 milhões.

IPCA sobe 0,24% em outubro, diz IBGE

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,24% no mês de outubro, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa consensual era de 0,29%. Em setembro de 2023, o IPCA foi de 0,26%.

O indicador acumula elevação de 3,75% neste ano. Considerando os últimos 12 meses, a inflação passa de 5,19% para 4,82%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços avaliados pelo instituto registraram variação positiva no mês passado. A alta foi de 0,35% em transportes e de 0,31% para alimentação e bebidas. A única retração foi do grupo comunicação, com baixa de 0,19%.

A alimentação no domicílio apresentou acréscimo de 0,27%, mudando a tendência após quatro diminuições seguidas. Enquanto isso, a alimentação fora do domicílio acelerou a alta e subiu 0,42%.

As passagens aéreas pesaram no grupo transportes, com disparada de 23,70%. Esse foi o subitem com a maior contribuição individual em outubro, segundo o instituto. Por outro lado, combustíveis apresentaram queda, incluindo gasolina, etanol e gás veicular. Apenas o óleo diesel teve valorização nos preços no mês de outubro.

Haddad debaterá subvenções do ICMS com deputados, diz Lira

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse na segunda-feira (06) não haver acordo entre os deputados sobre a proposta do governo que muda as regras de subvenção para investimentos no ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para grandes empresas. Declarou que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) participará de reunião de líderes para tratar do tema com os congressistas.

“O que propus ao ministro Haddad é que ele possa ir a uma reunião com o colégio de líderes como fez na transição, como fez no arcabouço e como foi na reforma tributária, numa parceria franca de quem gere os destinos da economia e de quem vota as matérias para que isso se consolide, para explicar de fato a proposta”, disse.

Deu a declaração durante o evento Macro Day 2023, promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo. Lira não detalhou quando Haddad deve participar da reunião com os líderes partidários. Segundo ele, a proposta enfrenta “resistências” de congressistas e empresários, em especial das regiões Sudeste, Sul e Nordeste.

“Essa discussão não está consolidada, não é um tema que eu considero dos mais fáceis. Mas, vamos fazer o que sempre fizemos: ouvir, conversar, dialogar, convencer ou ser convencido”, declarou.

O texto foi encaminhado ao Congresso originalmente como medida provisória (MP 1.185/2023), mas foi reenviado pelo governo como projeto de lei com urgência constitucional. Passará a trancar a pauta a partir de 9 de dezembro.

O governo, entretanto, defende a votação da MP para que, se aprovada, as novas regras passem a valer já em 1º de janeiro. Pelo projeto, as mudanças passariam a valer somente a partir de 1º de abril, o que diminuiria o impacto esperado de arrecadação em 2024 em cerca de R$ 9 bilhões.

Se aprovado, no próximo ano a previsão de impacto é R$ 26,3 bilhões, segundo o projeto enviado pelo Executivo. Antes, na proposta orçamentária, a estimativa era de R$ 35,3 bilhões, considerando a aprovação da medida provisória. As MPs precisam ser analisadas por comissões mistas, formadas por deputados e senadores. Lira é contra esse formato.

“O fato de ser uma medida provisória ou projeto de lei nesse momento é irrelevante porque nós não temos ainda acordo de mérito”, disse Lira.

Não vou permitir que me coloquem em uma caixinha, diz Pacheco

O presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rebateu na segunda-feira (06) as críticas de que tem acenado ao bolsonarismo em alguns temas visando sua sucessão na presidência da Casa Alta e as eleições de 2026.

“Assim como dei voz e vez para a oposição ao governo Bolsonaro, agora faço isso. Não vou permitir que me coloquem em uma caixinha”, disse Pacheco no evento “BTG Pactual – Macro Day 2023“, promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.

O congressista participou remotamente porque ficou em Brasília no feriado e na segunda-feira (06) para angariar votos para a reforma tributária. Confirmou que a proposta será votada nesta semana na Casa Alta.

O presidente do Senado disse que fica “incomodado” quando é criticado por pautar e defender pautas que visam mudar o STF. Respondia a uma pergunta que citou as críticas que a presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), fez a ele.

“No parlamento talvez eu tenha sido o que mais defendeu o STF nesses momentos de crise. Me incomoda muito as críticas de quem às vezes fala sem ter a menor noção do que está falando”, disse.

De acordo com Pacheco, as pautas em discussão no Senado sobre limitar decisões monocráticas e mandato fixo para ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) são um “aprimoramento”.

Lula diz que vai garantir estabilidade fiscal, política e social para atrair investimentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que seu governo vai garantir que o Brasil tenha estabilidade política, social, jurídica e fiscal para que o país atraia investimentos internacionais e tenha crescimento econômico.

“Vamos garantir tudo isso para que possamos atrair mais investimentos de outros países”, disse o presidente na abertura do Brazil Investment Forum (BIF), em Brasília.

“Nós queremos garantir para vocês a possibilidade de colocarem a inteligência empresarial de vocês para o Brasil crescer, para que a gente possa chegar, em vez de 600 e poucos bilhões de dólares, por que a gente não estabelece uma meta de chegar em uma meta de 1 trilhão de dólares (de comércio exterior) e vamos buscar isso?”, disse.

Lula voltou a dizer que o Brasil quer atrair investimentos estrangeiros, mas reforçou que o governo não venderá ativos, e ressaltou que os bancos públicos voltaram a fazer empréstimos de longo prazo com juros baixos.

“BNDES vai voltar a ser o banco de investimento, de desenvolvimento, que foi. Para isso que ele foi criado, para que a gente possa restabelecer a nossa habilidade de emprestar dinheiro a juro baixo e de longo prazo, para que a indústria brasileira se transforme em uma indústria competitiva”, defendeu o presidente.

Em um evento voltado especialmente para empresários, Lula rechaçou a ideia de diminuição do Estado e defendeu que o governo precisa ser um indutor de investimentos.

“Eu quero que vocês aprendam que a gente não precisa diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada. É importante a gente saber que o Estado, se ele não se meter a ser empresário, mas se ele se colocar como indutor do desenvolvimento de um país, a gente pode ter um Estado fazendo investimento sadio para que a gente possa crescer”, afirmou.

Braga faz ajustes no relatório da reforma tributária e inclui novos benefícios fiscais

O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), acatou emendas de parlamentares e fez ajustes em seu parecer sobre o tema, que irá a votação na terça-feira (07) na Comissão de Constituição e Justiça (CJJ) da Casa, incluindo no texto novos benefícios fiscais.

O parecer também incorpora um instrumento para premiar os governos regionais que arrecadarem mais.

“O mecanismo proposto cria um fator de ajuste, de forma que os entes que aumentarem sua arrecadação ao longo do tempo, comparativamente aos demais, receberão uma parcela maior do montante a ser redistribuído”, disse Braga no relatório.

O parecer também permite que benefícios fiscais já existentes para o setor automotivo sejam estendidos a projetos relacionados à produção de veículos movidos a álcool.

“Com essas alterações, estendemos o escopo dos benefícios à indústria automobilística de forma a viabilizar a expansão dessa importante atividade, impulsionando a economia nas regiões mais carentes do País”, diz o documento.

Em entrevista a jornalistas, ele afirmou ter feito um ajuste no trecho que prorroga o regime tributário automotivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, estabelecendo compromissos de investimento para o período após o fim do benefício a essas companhias.

No relatório, Braga apontou ter incluído Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos no rol de serviços com alíquota zerada do imposto sobre consumo.

Ele também acrescentou a compra de medicamentos e dispositivos médicos pela administração pública e por entidades de assistência social sem fins lucrativos na alíquota zero.

Ainda em relação às exceções da reforma, o relator informou que decidiu “preservar a atual isenção na compra de automóveis por pessoas com deficiência ou no espectro autista, bem como por taxistas”.

Braga também acatou sugestão para que o mecanismo de “cashback”, que retornará parte do tributo pago por pessoas de baixa renda, tenha validade também para o gás de cozinha, equiparando o modelo ao que será dado para energia elétrica e parte da cesta básica.

Paulinho da Força deve assumir vaga de deputado na Câmara

O ex-deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) deve assumir uma vaga na Câmara dos Deputados depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassar o mandato do deputado federal Marcelo Lima (PSB-SP) por infidelidade partidária. Ainda cabe recurso no próprio TSE e no STF (Supremo Tribunal Federal).

Marcelo foi eleito em 2022 pelo Solidariedade e mudou de partido em fevereiro deste ano. Com a mudança, o Solidariedade entrou com uma ação na Justiça Eleitoral alegando que ele foi eleito valendo-se da estrutura financeira e política da sigla. Paulinho da Força é o 1º suplente na fila para ocupar a vaga na Câmara. Ele recebeu 64.137 votos nas eleições de 2022, ou 0,27% do total do eleitorado de São Paulo. Já o agora pessebista teve 110.430 votos (0,46%).

Em nota divulgada depois do julgamento, o Solidariedade deu como certa a posse de Paulinho da Força e disse que a solenidade está prevista os próximos dias. A sigla afirmou que esse será o 5º mandato “consecutivo” do deputado.

Nas redes sociais, Paulinho da Força, que é dirigente da Força Sindical e vice-presidente nacional do Solidariedade, comemorou a decisão do TSE. “Recebo essa notícia com muita gratidão e a certeza de que essa é uma vitória da classe trabalhadora e de todos que lutam por um Brasil mais justo”, escreveu em seu perfil no Instagram.

O Solidariedade diz que Marcelo Lima saiu do partido em fevereiro deste ano sem apresentar justificativa, mesmo tendo disputado as eleições de 2022 enquanto usava a estrutura financeira e política da sigla. Por esse motivo, o partido entrou com uma ação no TSE alegando “infidelidade partidária” e exigiu a restituição da vaga.

Lira diz que TCU não pode renovar concessões de energia

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista a jornalistas, que o TCU (Tribunal de Contas da União) extrapola suas funções ao participar da renovação de concessões de distribuição de energia elétrica.

Lira se referiu à análise de processos de renovação. O governo mandou ao tribunal em 15 de setembro proposta estabelecendo critérios para empresas de distribuição manterem os serviços atuais.

O presidente da Câmara afirmou que as renovações de concessões estão avançando em sistemas de câmara de conciliação do tribunal e que isso “está chamando a atenção do Congresso”.

Ele afirmou que o TCU não tem essa atribuição e “está avançando o sinal”. Esse tipo de atuação precisaria, segundo Lira, ser estabelecido por lei. “Onde está escrito que o TCU virou órgão conciliador?”, disse.

“Algumas decisões de lá [TCU] têm muita chance de ser revistas ou anuladas. Essas coisas precisam ter segurança jurídica. Você não pode estar renovando concessão com câmara de conciliação”, disse Lira. Afirmou ter alertado o TCU sobre isso.

O presidente da Câmara disse que a função de estabelecer regras sobre o tema é do Legislativo. Também apontou desvio de funções nas agências reguladoras.

“A gente já tem as inseguranças jurídicas, todas propostas pelas agências. Tem que arrumar um jeito de resolver essa questão”, disse. Na avaliação de Lira, as agências estão “em crise”.

Brasil prepara tributação mínima de 15% sobre lucro de multinacionais, diz secretária de Haddad

Às vésperas de assumir a presidência do G20, o Brasil está se preparando para adotar uma tributação mínima de 15% sobre o lucro de empresas multinacionais, iniciativa que integra agenda do grupo para combater a evasão fiscal numa economia cada vez mais global e digital, disse a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.

“O que eu posso dizer é que a Receita (Federal) já está se organizando para a implementação dessa tributação mínima sobre as multinacionais,” afirmou ela em entrevista à Reuters.

Procurada, a Receita não se manifestou.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que publicou em outubro um manual sobre o tema em parceria com o G20, então sob a presidência da Índia, defende que grandes multinacionais arquem com uma taxa mínima de 15% sobre seus lucros em todas as jurisdições onde operam, cortando assim os incentivos para que remetam ganhos para países onde usufruem de vantagens tributárias.

Nas contas da OCDE, o imposto global mínimo, que já começou a ser implementado em países como Coreia do Sul e Japão, poderá levantar até 200 bilhões de dólares em receitas adicionais anualmente.

Ministro Benedito Gonçalves deixa o TSE

O ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), deixa o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na quinta-feira (09). A vaga será ocupada pela também ministra do STJ, Isabel Gallotti.

A saída de Gonçalves da Corte Eleitoral não se trata de uma aposentadoria. As vagas no tribunal são rotativas. Mesmo saindo do tribunal, continuará como magistrado no STJ.

A composição do TSE é determinada pela Constituição Federal. A Corte Eleitoral é formada por, no mínimo, 7 ministros. São eles:

  • 3 do STF (Supremo Tribunal Federal);
  • 2 do STJ; e
  • 2 advogados indicados pelo STF e nomeados pelo presidente da República.

O tempo de exercício dos ministros do TSE é de 2 anos (biênio). Depois de completar o período, devem deixar o posto para que outros ocupem as vagas.

Benedito foi empossado como ministro substituto do TSE em 26 de novembro de 2019. Só recebeu o título de ministro efetivo em 9 de novembro de 2021.

Atualmente, Gallotti é a ministra substituta do TSE. O cargo dela será ocupado pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, também do STJ.

Ministro Zanin pede vista e adia julgamento no STF sobre correção do FGTS

O ministro Cristiano Zanin pediu vista e adiou mais uma vez o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação que questiona se é constitucional a atual forma de correção do saldo das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O processo foi incluído pelo presidente do STF e relator da ação, Luís Roberto Barroso, como o primeiro item da pauta desta quinta. Contudo, nos últimos dias o governo e partes interessadas vinham pressionado ministros do STF a dar mais tempo em busca de uma solução alternativa para o caso.

A ação discute se deve permanecer o rendimento do FGTS em 3% mais a Taxa Referencial (hoje em 0,15%) ao ano ou se ele será substituído por outro fator de correção.

O julgamento começou em 20 de abril, quando Barroso defendeu em seu voto que os valores do fundo sejam remunerados com rendimento no mínimo igual ao da caderneta de poupança. Na ocasião, ele foi acompanhado pelo ministro André Mendonça.

O ministro Nunes Marques pediu vista na época e o julgamento foi remarcado para voltar na quinta-feira (09).

Congresso aprova R$ 15,2 bilhões para compensar Estados e municípios por perdas na arrecadação

O Congresso Nacional aprovou em sessão conjunta um projeto de lei que abre crédito especial no Orçamento Fiscal da União no valor de 15,2 bilhões de reais, destinados à compensação de Estados e municípios por perdas na arrecadação do ICMS e por redução nos repasses dos fundos de Participação dos Estados (FPM) e dos Municípios (FPM).

Do total, 8,7 bilhões de reais serão usados para viabilizar a compensação das perdas de arrecadação de Estados e Distrito Federal por perdas decorrentes da redução da arrecadação do ICMS durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Outros 6,3 bilhões de reais servirão para permitir a transferência temporária de recursos pela União a Estados, DF e municípios, para compensar impactos financeiros pela redução dos valores transferidos aos Fundos de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e dos Municípios (FPM).

Para possibilitar essas compensações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei complementar que antecipa recomposições a Estados e municípios por queda na arrecadação do ICMS e prevê o repasse de recursos aos entes federativos por perdas nos fundos de Participação dos Estados (FPM) e dos Municípios (FPM).

O crédito especial aprovado pelo Congresso serve justamente para operacionalizar essa antecipação.

Setor de serviços do Brasil volta a território de expansão em outubro com recuperação da demanda

O setor de serviços brasileiro se recuperou para território de expansão em outubro, após ter contraído no mês anterior, com os empresários relatando retomada da demanda, mostrou uma pesquisa privada na segunda-feira (06).

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da S&P Global para o Brasil subiu a 51,0 no mês passado, contra 48,7 em setembro, quando havia registrado a primeira contração em sete meses.

Segundo a pesquisa, o ritmo de alta outubro foi o mais acelerado desde junho, consistente com um “ritmo de expansão moderado”.

A marca de 50 separa expansão de retração da atividade.

Os participantes da pesquisa citaram em outubro conquistas de novos negócios, com a taxa de crescimento desse componente marcando o resultado mais forte desde junho, ficando acima da média de longo prazo. Houve ainda melhora da demanda, o que os empresários apontaram como fator por trás da expansão das vendas.

“A melhoria na demanda por serviços sugeriu que o consumo privado e os investimentos em negócios mostraram sinais de resiliência”, disse Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.

Por outro lado, o aumento das vendas exerceu pressão sobre a capacidade de alguns provedores de serviços, de forma que os negócios pendentes subiram pela primeira vez desde maio de 2022. Isso por sua vez, levou algumas empresas a aumentar o quadro de funcionários. Para o setor como um todo, no entanto, o ritmo de expansão do emprego foi “modesto”.

Além disso, os custos dos insumos aumentaram em outubro à taxa mais acelerada desde junho, com os participantes da pesquisa citando custos mais elevados de materiais, devido às contas de energia, alimentos, combustíveis, seguros e água, e mão de obra.

Esse aumento foi repassado pelos provedores de serviços, que elevaram seus próprios preços no início do quarto trimestre, com a taxa de inflação registrando o ritmo mais acelerado desde junho e ficando acima de sua média de longo prazo.

“Esta é uma tendência preocupante pois, caso se mantenha, poderá levar o Banco Central a suspender os cortes nas taxas de juros em um momento em que despesas e investimentos poderiam receber um incentivo com novas reduções”, disse Lima sobre as pressões inflacionárias observadas na sondagem de outubro.

Pequenos negócios respondem por 71% dos empregos criados até setembro

Micro e pequenas empresas responderam por 1,1 milhão (ou 71%) do total de 1,5 milhão de novos empregos formais gerados entre janeiro e setembro de 2023 no Brasil. Os meses de agosto e setembro foram os que apresentaram saldo mais positivo, registrando respectivamente 219.330 e 211.764 novas contratações com carteira assinada.

Os números constam do relatório divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Segundo o Sebrae, das mais de 211 mil vagas geradas no mês de setembro, 147.173 foram em micro e pequenas empresas (69,5% do total). Das cerca de 219 mil vagas celetistas geradas em agosto, 160.899 foram pequenos negócios, o que corresponde a 73,17% do total de postos criados no mês.

Empresas de médio e grande portes geraram, no acumulado do ano, 307,9 mil novas vagas, número que corresponde a 19,2% dos cerca de 1,5 milhão novos empregos gerados entre janeiro e setembro de 2023.

Na avaliação do presidente do Sebrae, Décio Lima, esses números positivos refletem a retomada da prosperidade do país.

“A geração de empregos garante que o Brasil se torne novamente o país da empregabilidade, permitindo que o brasileiro volte a consumir e gerar renda”, disse ele ao ressaltar que a economia do país “se fortalece” com um PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país) em expansão, com o superávit da balança comercial, e com a inflação controlada.

“O empreendedorismo é um dos caminhos para o país resgatar a dignidade e a inclusão social”, complementa Décio Lima.

Empresa responsável pela marca de laticínios Shefa reverte falência e retoma recuperação judicial

Três meses após ter a quebra decretada, a Agropecuária Tuiuti S/A, empresa arrendatária da marca de laticínios Shefa, vai retomar o processo de recuperação judicial. A decisão é do ministro Raul Araújo, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que não extinguiu a falência, mas a suspendeu até o julgamento do recurso.

A falência foi decretada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) após uma decisão de primeira instância, em julho deste ano. Naquela época, a marca, que tem fábrica em Amparo (SP), estava em recuperação judicial por alegar um endividamento de R$ 222,5 milhões.

Entre os motivos que levaram à falência está a afirmação de que a empresa cometeu atos inequívocos com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação da parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro. Porém, esses atos não foram comprovados.

O ministro ressalta que a sentença anterior afirmava que os fatos apurados pelo Ministério Público de São Paulo ainda estavam sob discussão judicial e eram objeto de ação penal sem instrução iniciada. Assim, o decreto de falência sem comprovação das denúncias pode ter sido precipitado.

Dessa forma, a Agropecuária Tuiuti deverá agora retomar o plano de recuperação judicial, dando continuidade às obrigações que foram aprovadas em 2018 por uma assembleia geral de credores.

Investimentos estrangeiros recuam cerca de 40% até setembro, para US$ 41,6 bilhões

Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira recuaram cerca de 40% nos nove primeiros meses deste ano, segundo informações divulgadas pelo Banco Central.

Os estrangeiros trouxeram US$ 41,63 bilhões em investimentos na parcial de 2023, contra US$ 68,83 bilhões no mesmo período do ano passado.

O ingresso registrado na parcial deste ano também é o menor desde 2020, quando foi registrada a entrada de US$ 31,22 bilhões no país entre janeiro e setembro. A série histórica do Banco Central para este indicador tem início em 1995.

Somente em setembro, ainda de acordo com a instituição, os investimentos diretos no país totalizaram US$ 3,75 bilhões, contra US$ 9,63 bilhões no mesmo mês de 2022.

A queda no ingresso de investimentos estrangeiros diretos, neste ano, acontece em meio a um cenário de forte desaceleração da economia mundial. Para conter a inflação, os bancos centrais têm elevado os juros pelo mundo – com reflexos no nível de atividade.

No Brasil, porém, o cenário é de estabilidade no PIB. Após uma alta de 5% em 2021, o PIB brasileiro teve crescimento de 2,9% no ano passado. A projeção do mercado financeiro para esse ano é de uma taxa semelhante de expansão.

Vendas no varejo sobem 0,6% em setembro, aponta IBGE

O volume de vendas do comércio varejista apresentou elevação de 0,6% no mês de setembro contra agosto, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o indicador havia recuado 0,2%. Na comparação com setembro do ano passado, o volume de vendas cresceu 3,3%. No acumulado deste ano, o indicador registra acréscimo de 1,8%.

Três dos oito grupamentos pesquisados registraram altas em setembro, entre eles móveis e eletrodomésticos, com variação positiva de 2,1%, hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 1,6%, além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, e de perfumaria, que apresentou acréscimo de 0,4%.

Considerando o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o impulso foi de 0,2% na série com ajuste sazonal. Sem ajuste, o varejo ampliado apresentou expansão de 2,9%. No ano, os ganhos foram de 2,4% e, em doze meses, de 1,6%.

Produção de veículos caiu 4,4% em outubro, diz Anfavea

A produção de veículos automotores caiu 4,4% em outubro em comparação ao mês anterior. Foram 199.758 unidades produzidas no mês ante 208.889 em setembro. Em relação ao mesmo período do ano passado, a produção recuou 3,1%. Os dados são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Já as exportações de veículos produzidos no Brasil aumentaram 14% em relação a setembro. Foram exportadas 31.276 unidades em outubro, 3.836 a mais do que o registrado no mês anterior. Em comparação a outubro de 2022, o número de exportações diminuiu 26,9%.

Entre as categorias de veículos listadas pela Anfavea, os carros apresentaram o maior recuo na produção. Foram fabricados 149.725 automóveis em outubro, 6,1% a menos do que setembro, quando foram produzidos 159.503.

Por outro lado, as exportações de carros aumentaram 27% ante o mês anterior. Apesar do crescimento, o volume de automóveis enviados ao exterior teve uma retração de 29,9% em comparação ao mesmo período de 2022.

Entre os veículos comerciais leves, a produção recuou 4,7% em outubro. As montadoras produziram 37.457 unidades no mês. Já as exportações diminuíram 22,7% em comparação a setembro, mas ficaram 1,2% acima do exportado em outubro do ano passado.

A fabricação de caminhões foi a que apresentou o maior crescimento em outubro. Foram produzidos 10,5 mil veículos de transporte de cargas, 27,5% a mais do que a produção de setembro. A exportação também aumentou em 21,1%.

Em relação às comparações com outubro de 2022, os dados recuaram. A produção de caminhões caiu 32,8%, enquanto as exportações diminuíram 38,7% no período.

A produção de ônibus cresceu em outubro. As montadoras fabricaram 2.098 unidades no mês passado, 12,5% superior a setembro. As exportações da categoria recuaram 11,3% no comparativo com o mês anterior.

2 em 5 trabalhadores remotos trocariam de emprego caso fosse presencial, diz pesquisa

O fim do home-office ou trabalho híbrido, entre presencial e virtual, faria 43% dos trabalhadores se demitirem e buscarem novas oportunidades de emprego. Os dados são de uma pesquisa exclusiva encomendada pelo Grupo QuintoAndar.

A possibilidade de ser obrigado a trabalhar exclusivamente em regime presencial desagrada 2 em cada 5 trabalhadores totalmente remotos ou híbridos, porém de um perfil específico: aqueles na faixa dos 35 a 44 anos.

Já entre os mais jovens, na faixa dos 18 a 24 anos, o percentual que tomaria essa decisão é de 39%, segundo o levantamento.

A pesquisa apontou que 60% dos entrevistados trabalham pelo menos um dia fora do escritório, sendo que a proporção dos funcionários híbridos é maior do que aqueles em regime totalmente remoto.

O levantamento foi realizado via questionário com 1.914 homens e mulheres com 18 anos ou mais, de todas as classes sociais, nas 27 capitais do Brasil.

O interesse por trabalho home office se releva superior aos outros regimes de trabalho no decorrer deste ano, segundo dados do Google Trends.

Apagão em São Paulo causou queda de 6,5% no faturamento do varejo

O apagão que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo, entre a última sexta-feira (03) e terça-feira (07), foi responsável pela queda de 6,4% no faturamento do varejo, quando comparado com o mesmo período do ano passado. É o que mostra o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).

O levantamento considerou as datas de 3 a 7 de novembro deste ano e 4 a 8 de novembro de 2022. Segundo o índice, a falta de energia afetou principalmente o sábado, dia tradicionalmente forte para o comércio, com retração de 14%.

Conforme o fornecimento de energia era reestabelecido, ainda no domingo, o desempenho do setor apresentou melhora, no entanto, também foram registradas perdas. No domingo (5), segunda-feira (6) e terça-feira (7) houve queda no faturamento de 7%, 6,8% e 5,5%, respectivamente.

O setor mais afetado durante os cinco dias de apagão foi o de Bares e Restaurantes, com queda de 13,7% no faturamento. Na sequência, estão Drogarias e Farmácias, com queda de 10,9%, Vestuário (9,4%) e Móveis, Eletro e Departamentos (9%). O segmento de Supermercados e Hipermercados foi um dos menos afetados, com retração de 0,4%.

“O apagão foi um evento que trouxe impacto severo para o comércio paulistano. Prejudicou as vendas de sexta a terça e atingiu diferentes setores. No caso da sexta-feira, não fosse o blecaute, é possível supor que o resultado seria bastante positivo por causa de eventos extraordinários na cidade, como a Fórmula 1”, diz Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.

SELIC

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite de quinta-feira (09) que os cortes da taxa básica Selic pelo Banco Central “começaram tarde” e que a meta do governo de resultado primário zero prevista para 2024 é “pragmática”.

Durante evento do Itaú BBA, Haddad pontuou que o processo de cortes da Selic, iniciado em agosto, poderia ter começado nas duas reuniões anteriores, em maio e junho, em um ritmo de 0,25 ponto percentual de redução. Ele destacou que, como isso não ocorreu, a economia ainda não sentiu os efeitos totais do ciclo de corte dos juros. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

Após registrar queda de abril a agosto, o índice conhecido como a inflação do aluguel voltou a subir acumulando taxa de -4,46% no ano e -4,57% no acumulado de 12 meses.

O IGP-M é usado como base para reajuste da maior parte dos contratos de aluguéis e o acumulado dos 12 meses anteriores ao aniversário do contrato irá definir qual será o percentual de reajuste.

Nos últimos meses, por conta da deflação, os aluguéis que fizeram aniversário em maio, junho, julho, agosto e setembro não sofreram reajuste. O mesmo deve ocorrer com os contratos com vencimento em novembro, já que o acumulado dos 12 meses anteriores ainda segue negativo.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), a projeção para o IGP-M ficou em -3,55%, ante -3,55% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na terça-feira (07), indicou que a projeção para o IPCA de 2024, horizonte prioritário do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,6% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, é levemente superior aos 3,5% estimados no Copom anterior, em setembro, e segue acima do centro da meta de 3,0%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,59%, ante 4,63% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A Moody’s elevou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, de 2,3% para 3,0%, e em 2024, de 1,5% para 2,0%, com a revisão impulsionada “pelo desempenho descomunal de seu setor agrícola no primeiro trimestre e crescimento sólido nos setores de serviços e industrial no segundo trimestre”. Para 2025, a expectativa de crescimento também é de 2%.

A agência de avaliação de risco de crédito avalia que o Banco Central do País deverá seguir afrouxando gradualmente sua política monetária restritiva, em meio ao alívio das pressões inflacionárias, mas alerta que as taxas de juros reais deverão seguir elevadas no próximo ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), a projeção para o PIB ficou em 2,89%, ante 2,89% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (06), o Ibovespa fechou em alta, a quarta consecutiva, com ações de empresas de alimentos entre os destaques positivo, incluindo uma disparada da BRF, enquanto os papéis de CVC Brasil figuraram entre as maiores baixas em sessão de ajustes após balanço. O índice Ibovespa teve alta de 0,29%, a 118.498,48 pontos. O volume financeiro somou R$ 16,3 bilhões.

Na terça-feira (07), o Ibovespa fechou em alta, favorecido pelo alívio na curva futura de juros em meio a uma certa melhora na percepção de risco fiscal do país, enquanto Itaú Unibanco avançou quase 3% após resultado no terceiro trimestre, em sessão cheia de balanços sob os holofotes. O índice Ibovespa teve alta de 0,71%, a 119.268,06 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,3 bilhões.

Na quarta-feira (08), o Ibovespa fechou em queda, em dia marcado por movimentos de realização de lucros e forte queda das ações da Petrobras, com agentes financeiros também analisando uma série de balanços corporativos. O índice Ibovespa teve queda de 0,08%, a 119.176,67 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,6 bilhões.

Na quinta-feira (09), o Ibovespa fechou em queda, em dia marcado por uma bateria de balanços corporativos, com as ações de Minerva, Casas Bahia e Banco do Brasil entre os destaques de baixa após divulgarem seus resultados. O índice Ibovespa teve queda de 0,12%, a 119.034,14 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,1 bilhões.

Na sexta-feira (10), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,90%, a 120.103,15 pontos. Puxado principalmente pelas ações da Vale após alta dos futuros do minério de ferro, em movimento endossado pelo alívio na curva futura de juros, enquanto agentes financeiros repercutiam uma bateria de balanços, entre eles os de Petrobras e Bradesco. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,29%, a 120.568,14 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,6 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (10), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,36%, cotado a R$ 4,9220 na venda. Com investidores reagindo positivamente a dados de inflação do Brasil abaixo do esperado, embora comentários da véspera mais agressivos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, limitassem os ganhos da divisa brasileira.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (10) cotado a R$ 4,9145, em um dia marcado pela divulgação de novos dados favoráveis de inflação no Brasil e pela queda da moeda norte-americana ante várias outras divisas no exterior, em movimento que ficou mais claro durante a tarde.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo | Poder360

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
13/11/2023