Cenário Econômico Nacional – 21/11/2023

Cenário Econômico Nacional – 21/11/2023

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Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas reduzem projeção do IPCA para 2023, mas elevam de 2024

Economistas reduziram as projeções de inflação para este ano, mas elevaram as de 2024, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (13).

Os economistas consultados pelo BC reduziram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 de 4,63% para 4,59%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, subiram de 3,91% para 3,92%, e as de 2025 foram mantidas em 3,50%.

Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros deste ano em 11,75%. As projeções para 2024 ficaram em 9,25% e as para 2025 em 8,75%.

Os economistas também não mudaram as expectativas do crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, em 2,89%.

Para 2024, as projeções do PIB foram mantidas em 1,50%, enquanto para 2025 subiram de 1,90% para 1,93%.

Fitch classifica título sustentável do Brasil com nota de risco “BB”

A agência de classificação de risco Fitch deu na terça-feira (14) nota de risco “BB” aos títulos sustentáveis do Brasil emitidos pelo governo, em linha com a nota de crédito soberano do país.

A primeira emissão de títulos públicos sustentáveis feita pelo Brasil no mercado, com prazo de sete anos, vencendo em 2031, levantou 2 bilhões de dólares na segunda-feira (13), com remuneração dos papéis ficando em 6,50% ao ano, segundo o Tesouro Nacional.

De acordo com a Fitch, sua avaliação desses títulos está sujeita a melhorar ou piorar de acordo com eventuais mudanças na nota de crédito mais ampla do país.

Em julho deste ano, a Fitch elevou o “rating” brasileiro em um degrau, a “BB”, de “BB-“, atribuindo a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado. A perspectiva da nota de crédito do país é “estável” atualmente.

IVA padrão pode ficar próximo de 25% com efeitos sobre sonegação

O secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, afirmou em entrevista à CNN que a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) pode ficar próxima de 25%, a depender dos efeitos das novas normas sobre a sonegação.

Atualmente, com o atual sistema de impostos, a tributação sobre o consumo é estimada em 34,4%.

“Isso é uma possibilidade [alíquotas próximas de 25%], eu não descartaria. Vai depender da regulamentação do Imposto Seletivo, dos regimes específicos, da delimitação das alíquotas reduzidas e principalmente dos efeitos sobre a sonegação. Eu não descartaria a possibilidade de ficar próxima de 25%”, disse.

Segundo Appy, os efeitos da reforma sobre a sonegação serão conhecidos na prática somente quando o sistema estiver operando. Ele destaca, contudo, que a Fazenda já trabalha para construir os modelos de cobrança do novo tributo com foco no combate da inadimplência.

A alíquota padrão ainda não está definida, mas cálculos do Ministério da Fazenda indicam que, com as mudanças implementadas pelo Senado no texto, poderia ficar próxima de 27,5%.

Appy destaca que os senadores, ao mesmo tempo em que inseriram exceções que elevaram a alíquota em relação à calculada para o texto da Câmara, também fizeram alterações que a reduz. Um exemplo é a realocação de parte dos transportes de passageiros, que saiu do grupo com desconto de 60% do IVA e agora terá um regime diferenciado.

Também podem diminuir a alíquota, de acordo com o secretário, a limitação dos itens da Cesta Básica que terão isenção e a previsão de que o imposto seletivo (IS) vai taxar em 1% a extração de petróleo e minerais.

Em termos gerais, para Appy, o texto que sai do Senado é “muito positivo”, com ganhos de simplificação e eliminação de distorções que levam o Brasil a tributar exportações e investimentos e travam o crescimento. Crítico das exceções, diz vê-las como “o custo político da reforma”.

Pix completa 3 anos com mais de R$ 29 trilhões movimentados, aponta Banco Central

Cada vez mais comum na vida dos brasileiros, o Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, faz 3 anos na quinta-feira (16) com mais de 155,8 milhões de usuários cadastrados e R$ 29,7 trilhões movimentado.

Desde 16 de novembro de 2020 até 31 de outubro de 2023, foram realizadas 66,5 bilhões de transações Pix, segundo o BC.

Este sistema permite transferências bancárias gratuitas e, atualmente, qualquer serviço ou produto no Brasil pode ser pago via Pix, amplamente aceito no comércio.

No dia 6 de setembro houve um recorde de transações pelo Pix em um único dia, com 152,7 milhões de transferências registradas. O volume financeiro transferido foi de R$ 76,1 milhões.

O recorde anterior, registrado em 4 de agosto, era de 142,4 milhões de transações.

Em agosto, foi listado um novo recorde de novas chaves Pix castradas para pessoas físicas, com 619 milhões. Para pessoas jurídicas, o BC registrou 650 milhões de cadastros.

A maior transação por Pix feita no Brasil, segundo o BC, aconteceu em dezembro de 2022, quando foi movimentado R$ 1,2 bilhão.

A modalidade Pix Saque e Pix Troco também atingiram novos patamares. De acordo com os dados do BC, em agosto foram registradas 919 mil transações correspondentes a R$ 177,1 milhões.

Os formatos, implementados em 29 de novembro de 2021, permitem que todos os clientes consigam sacar dinheiro ou receber os valores em espécie de um ponto de venda qualquer, como uma loja de bairro, uma padaria ou um supermercado.

IBC-Br: Índice de atividade econômica brasileira recua 0,06% em setembro

O Índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,06% em setembro. No trimestre, a retração foi de 0,64%, indicando queda semelhante para a economia brasileira.

A expectativa consensual era de que o indicador subiria 0,20% no mês de setembro. Em agosto, o índice perdeu 0,81%, em dado revisado contra queda de 0,77% informada anteriormente.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador subiu 0,32% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 2,50%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados do PIB no terceiro trimestre em 5 de dezembro.

Economistas já esperavam uma desaceleração da economia brasileira em relação ao primeiro semestre, quando a atividade agrícola demonstrou robustez e o mercado de trabalho seguiu resiliente, assim como o setor de serviços.

A política monetária restritiva, ainda que com início do ciclo de cortes na taxa Selic, segue pesando, assim como um cenário mundial mais adverso, com juros elevados nos Estados Unidos e conflitos no Oriente Médio.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, avalia que o IBC-Br está em linha com o desempenho negativo do setor de serviços e com o PMI composto abaixo de 50, decepcionando o consenso de mercado.

O indicador reforça a visão de que o PIB ficou estagnado no trimestre anterior. “Temos uma projeção de queda de 0,2% no PIB do 3T23, vejo algum viés baixista para a projeção. Acredito que agora chega a parte difícil do ciclo, tenho a percepção de que o 4T23 vai ser pior do que o 3T23, adicionando um risco à nossa projeção para o crescimento de 2023. Por enquanto, seguimos com 3%, mas um 2,8% parece provável também”, destaca.

Ninguém tem o monopólio da representação do povo, afirma Barroso

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou na segunda-feira (13) que nenhuma instituição ou poder público detém o “monopólio” da representação plural do eleitorado brasileiro. Com base nisso, ele declarou que as tensões entre os Três Poderes fazem parte da dinâmica democrática, mas que podem incomodar especialmente governos autoritários, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Em uma democracia, ninguém pode reivindicar o monopólio da representação do povo, que é um conceito plural. Inclui progressistas, liberais, conservadores. Ninguém é dono do Estado, ele é um condomínio em que todos participam igualmente”, afirmou o ministro durante o seminário “O Papel do Supremo nas Democracias”, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Barroso declarou que o fato de o STF existir para limitar os poderes Executivo e Legislativo incomoda principalmente governos com perfil “populista autoritário”. Em seguida, mencionou uma série de ataques sofridos pela Suprema Corte durante a gestão de Bolsonaro, entre eles pedidos de impeachment de ministros, ameaças de descumprimento de decisões judiciais e alegações de fraude eleitoral.

“Trabalho com fatos e opiniões. Tudo que relato são fatos objetivos, sem nenhum vestígio de opinião pessoal”, adicionou Barroso, que se definiu como “ator institucional”, e não “ator político”.

O ministro ainda mencionou outros episódios em que, segundo ele, a Suprema Corte foi essencial para a proteção e manutenção da democracia no país. Relembrou a aprovação da instalação da CPI da Covid no Congresso Nacional, depois de dizer que poucos países no mundo erraram tanto como o Brasil no tratamento da pandemia.

“O Supremo é fruto ainda de algum grau de desconhecimento, da crença de que ele tem uma atuação ‘ativista’. […] Com frequência, as pessoas chamam de ‘ativista’ as decisões [do STF] que não gostam. Geralmente, o que elas não gostam mesmo é da Constituição, ou, eventualmente, da democracia”, disse.

Para Barroso, o pensamento conservador no Brasil e no restante do mundo foi capitalizado pela extrema-direita, o que dá aos partidos de centro o dever de “recuperar” as pessoas atraídas para esse espectro político.

Lula decide acelerar escolha de novo PGR e indicação pode sair esta semana, dizem fontes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu acelerar a indicação e deve escolher nesta semana o nome do novo procurador-geral da República ao cargo, segundo três fontes ouvidas pela Reuters, após a chefe interina do Ministério Público Federal, Elizeta Ramos, ter feito nomeações internas para o órgão que desagradaram o Palácio do Planalto.

Inicialmente, segundo uma fonte palaciana, Lula avaliava indicar o novo PGR apenas em dezembro, juntamente com o nome do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, ele reviu sua posição e quer definir logo o processo após escolhas recentes de Elizeta para cargos internos do órgão.

As tratativas de Lula e seus interlocutores diretos sobre a sucessão na PGR ocorrem há pelo menos três meses e não tinham ganhado tração mesmo com o fim do mandato do então procurador-geral Augusto Aras, em 26 de setembro.

A disputa para o cargo, conforme três fontes, uma palaciana e duas do MPF, está principalmente entre os subprocuradores-gerais Paulo Gonet, atual vice-procurador-geral eleitoral; Antonio Carlos Bigonha, ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores (ANPR); e Aurélio Virgílio Rios, nome que apareceu por último na corrida.

Paulo Gonet, que atuou no processo que levou à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contaria com apoio nos bastidores dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, também presidente do TSE.

Ex-presidente da associação da categoria, Bigonha tem ligações com petistas históricos como o ex-presidente do partido José Genoino, enquanto Aurélio Rios, o último do trio a conversar com Lula, conta com apoio de ex-procuradores-gerais. Uma das fontes disse que Rios também tem laços com a esquerda, mas seria um nome de diálogo fácil com todos os setores.

Revisão da meta fiscal será avaliada no “momento certo”, diz Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que a área econômica do governo ainda não tem uma posição concreta sobre a eventual mudança da meta fiscal de 2024 e que o tema será ponderado no “momento certo” a depender da articulação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no Congresso Nacional.

“A gente (a área econômica do governo) não discutiu ainda essa possibilidade de mudança de meta ou não, mas temos esse prazo até sexta-feira (17) ou até segunda-feira (20) com a possibilidade de ser estendida”, afirmou Tebet em entrevista a jornalistas no Ministério da Fazenda após uma reunião com o chefe da pasta, Fernando Haddad, e a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estendeu, na segunda-feira, o prazo final para a apresentação de emendas à LDO. Os parlamentares poderão propor ajustes no texto até às 16h de sexta-feira. Anteriormente o prazo era até a quinta-feira (16).

“Cada parlamentar tem o direito não só de colocar uma meta de -1% ou -0,75%, mas até de falar ‘nós queremos um superávit de 0,25%'”, disse Tebet. A ministra destacou que a boa comunicação entre os membros da área econômica e o relator da LDO de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), deve ajudar na discussão sobre o tema.

Diante da dificuldade em aprovar no Congresso algumas medidas voltadas para o aumento da arrecadação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes do governo têm defendido uma revisão da atual meta fiscal de déficit zero para 2024, o que resultou em uma disputa interna no governo.

A Reuters noticiou que, por ora, a decisão do governo é não propor modificações à LDO e aguardar o avanço de medidas propostas por Haddad para aumentar a arrecadação.

Contra Dino, oposição no Senado sinaliza caminho mais fácil para Jorge Messias no STF

Ao menos três senadores de oposição sinalizaram nos últimos dias para as lideranças do governo no Congresso Nacional que, para evitar uma indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), eles garantem uma aprovação mais fácil para o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, em uma eventual indicação dele para o posto.

A sinalização foi dada em meio à expectativa com relação à indicação de um nome para o lugar da ministra Rosa Weber, que deixou a Corte em setembro.

A movimentação se intensificou depois das notícias de que a mulher de um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas, Luciane Barbosa Farias, esteve em duas audiências no MJSP com secretários de Dino.

Os parlamentares de oposição também dizem que Dino tem um perfil beligerante, o que seria um ponto que pesaria contra a sua indicação. Além disso, a avaliação desses senadores é de que Messias tende a ser mais conciliador, eles citam também o fato de o AGU ser evangélico.

Parlamentares petistas, favoráveis a Jorge Messias, tem aproveitado o desgaste para aumentar a campanha pelo advogado-geral da União.

O nome do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, surge como uma terceira opção para a vaga, mas a avaliação da oposição é que hoje a disputa está mais fechada entre Dino e Messias.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não sinalizou quando deve fazer a indicação. Depois da escolha do presidente, o nome terá que ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Posteriormente, a indicação será votada no plenário da casa, onde precisa ter maioria dos votos para ser aprovado.

Governo Lula avalia reação em caso de vitória de Milei, dizem fontes

O governo avalia a melhor maneira de se posicionar em caso de uma vitória do candidato ultralibertário Javier Milei nas eleições argentinas de domingo (19).

A tendência é de que o presidente Lula (PT) não cumpra a tradição de telefonar a Milei para lhe parabenizar e opte por uma manifestação via redes sociais e por uma nota oficial do Itamaraty.

O motivo é que o próprio Milei disse não ter interesse em conversar com Lula, o que faz com que auxiliares do presidente defendam que não faz sentido o presidente procurar alguém que já declarou que não deseja ser procurado por ele, o que não significa que o governo brasileiro não vá se pronunciar em caso de vitória de Milei.

A ideia predominante hoje é que o presidente se manifeste em suas redes sociais parabenizando os argentinos pela eleição e que respeita o resultado eleitoral. Conjuntamente, o Itamaraty também deverá divulgar uma nota oficial.

No caso de vitória do candidato governista Sergio Massa, já é certo que o presidente Lula deverá telefonar diretamente a ele.

Setor de eletrônicos deve lucrar R$ 15 bilhões na Black Friday, diz associação

O setor de eletrônicos deve lucrar R$ 15,5 bilhões durante a Black Friday, prevista para 24 de novembro deste ano. É o que mostra pesquisa da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), encomendada ao Instituto Datafolha.

O levantamento indica que o brasileiro deve gastar, em média, R$ 1.380 em compras na data. Além disso, 33% dos consumidores disseram que pretendem gastar mais neste ano, 22% acreditam que manterão o mesmo valor e 28% planejam gastar menos.

Quanto ao perfil dos consumidores, os jovens até 34 anos têm maior intenção de compra:

  • 18 a 24 anos – pretendem gastar R$ 1.529; e
  • 25 a 34 anos – querem gastar R$ R$ 1.498.

Em relação à classe social dos consumidores, 56% da A e B pretendem gastar, em média, R$ 1.608. Já 52% da classe C pretende desembolsar R$ 1.403 nas compras.

A pesquisa também separou a intenção conforme gênero:

  • homens – 50% planejam gastar acima da média nacional, de R$1.465; e
  • mulheres – 49% querem gastar até R$ 1.298.

As regiões Norte e Nordeste lideram as intenções de compra de produtos e serviço, representando 51% e 50%, respectivamente. No entanto, apresentam valores abaixo da média nacional:

  • Norte – R$ 1.348;
  • Nordeste – R$ 1.358;
  • Sul – R$ 1.411;
  • Sudeste – R$ 1.399; e
  • Centro-Oeste – R$ 1.321.

A maior parte dos consumidores ouvidos pelo levantamento demonstraram preferência pelas compras em lojas físicas: 55%. Os que pretendem comprar em plataformas on-line representam 47%. Só 3% dos consultados não soube responder.

Lojas físicas também lideram nas intenções de compras de mulheres (57%) e homens (53%).

Magazine Luiza registra lucro líquido de R$ 331,2 milhões no 3° trimestre com créditos tributários

O Magazine Luiza registrou lucro líquido de R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 190,9 milhões no mesmo período do ano anterior, em resultado impulsionado pelo reconhecimento de créditos tributários, disse a varejista.

Em média, os analistas esperavam prejuízo líquido de R$ 154,1 milhões, com base em dados da LSEG.

O Magazine Luiza afirmou, em relatório de resultados, que reconheceu no trimestre crédito tributários, referentes a períodos anteriores a 2022, de R$ 688,7 milhões, incluindo principal e atualização monetária.

Na versão ajustada, que desconsidera eventos não recorrentes como os créditos tributários, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 143,4 milhões, uma perda 15,7% menor do que a vista um ano antes.

Em paralelo, o Magazine Luiza anunciou na segunda-feira que identificou incorreções em lançamentos contábeis de bonificações a fornecedores, levando à reapresentação de suas demonstrações financeiras.

A medida reflete uma redução acumulada no patrimônio líquido de R$ 829,5 milhões de reais sobre o valor do fim de junho deste ano, líquido de impostos e sem impacto no fluxo de caixa, segundo a empresa.

Setor de serviços do Brasil frustra expectativas e fecha setembro com queda, indicando perda de ritmo

O Brasil registrou queda no volume de serviços em setembro, e o setor termina o terceiro trimestre frustrando as expectativas com a segunda queda mensal e indicando perda de ritmo.

O volume de serviços contraiu 0,3% em setembro na comparação com agosto e teve queda de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto, o setor registrou retração de 1,3%, numa revisão par abaixo de queda de 0,9% informada antes, e assim acumula uma perda de 1,6% nesses dois meses, eliminando parte do ganho de 2,2% do resultado somado de maio a julho, de acordo com o IBGE.

Os dados de setembro foram bem piores do que as expectativas de economistas em pesquisa da Reuters de altas de 0,3% na base mensal e de 0,5% na anual.

Ainda assim, o setor de serviços termina o terceiro trimestre com alta de 0,1% em relação aos três meses anteriores, depois de ganho de 0,3% no segundo trimestre e queda de 0,8% no primeiro.

“A dinâmica dos últimos meses e a performance dos indicadores antecedentes, principalmente a confiança dos empresários do setor, sugerem que a perda de ímpeto deve continuar nos próximos meses”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

Os serviços estão 10,8% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 2,6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em dezembro de 2022.

“Os serviços estão em redução de ritmo”, destacou Rodrigo Lobo, analista da pesquisa. “Setembro foi o terceiro mês de menor receita oriunda de prestação de serviços no ano, na frente apenas de janeiro e abril”.

O setor de serviços vem mostrando resultados mistos ao longo do ano. De um lado favorecem um mercado de trabalho aquecido e estímulos fiscais, mas de outro ainda pesam os juros elevados, o que inibe o consumo, apesar de o Banco Central estar flexibilizando a política monetária.

Americanas não vai vender ativos a qualquer preço, diz presidente após divulgação de balanço

O presidente-executivo da Americanas, Leonardo Coelho, afirmou na quinta-feira (16) que a empresa não vai vender as redes Uni.co e Natural da Terra a qualquer preço no esforço para reestruturar suas operações, após o que chamou de fraude contábil que somou um valor de cerca de R$ 25 bilhões.

“Uni.co e HNT (Hortifruti Natural da Terra) não serão venda de liquidação. Se acharmos preço certo, vamos estudar, caso contrário, elas usufruem de todo pacote de transformação da Americanas”, disse Coelho, em conferência para analistas.

Por outro lado, a companhia, por ora, não trabalha com uma venda da fintech Ame, disse o executivo, uma vez que a unidade é parte da conexão entre as lojas físicas e vendas online do grupo no plano de recuperação.

Coelho disse ainda que a Americanas vai estudar com seus assessores jurídicos como e quando poderá buscar ressarcimento da fraude que forçou a empresa a fazer pedido de recuperação judicial no início deste ano.

Após consecutivos adiamentos, a Americanas divulgou seu primeiro balanço desde o início do processo de recuperação judicial.

A divulgação compila os números da empresa referentes ao ano de 2022, quando a Americanas teve prejuízo de R$ 12,912 bilhões, ante perda de R$ 6,237 bilhões em 2021, segundo o resultado revisado.

A dívida líquida do grupo estava em R$ 26,287 bilhões, salto de 85% em um ano.

Juro alto, crédito restrito e menor confiança: o que explica o aumento de empresas em recuperação judicial no país

Uma lista de grandes nomes do mundo corporativo deu entrada em pedidos de recuperação judicial em 2023. São nomes como Americanas, Grupo Petrópolis, Light, 123 Milhas e Grupo M5 (dona da marca de roupas M.Officer), que recorreram à Justiça para travar dívidas e garantir a solvência da operação.

Na leitura de especialistas ouvidos pelo g1, o número de empresas em recuperação judicial não só aumentou neste ano como deve continuar crescendo pelo menos até o ano que vem.

Dados da RGF Consultoria mostram que 3.872 companhias encerraram o terceiro trimestre deste ano em recuperação judicial, um aumento de 1,3% em comparação ao registrado nos três meses anteriores, de 3.823.

No total, 131 novas empresas entraram em recuperação judicial entre julho e setembro. Enquanto isso, apenas 79 delas saíram do processo, sendo que:

  • 45 retornaram à operação normal;
  • 23 foram incorporadas ou encerradas sem pendências;
  • 11 faliram.

O levantamento, compilado pelo Monitor RGF, avaliou mais de 2,1 milhões de empresas da base de cadastro de CNPJs do governo, que são matrizes de companhias ativas de pequeno, médio e grande portes. A pesquisa exclui os Microempreendedores individuais (MEIs).

Um número maior de companhias tem enfrentado dificuldades desde o ano passado, ainda em um reflexo dos impactos da pandemia de Covid-19. Em especial, pesam o menor acesso ao crédito e as altas taxas de juros praticadas no Brasil. É o que especialistas chamam de impacto econômico pós-pandêmico.

Para os especialistas consultados pelo g1, o cenário à frente não é animador. Isso porque apesar de o BC ter iniciado o ciclo de cortes de juros, as taxas continuam em patamares elevados, enquanto muitas empresas seguem com dificuldade de manter a operação. A estimativa, dizem eles, é que mais empresas importantes entrem em recuperação judicial pelo menos até metade do ano que vem.

SELIC

Segundo Boletim Focus divulgado na segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC), a estimativa para a taxa de juros, a Selic, segue em 11,75% ao final deste ano.

De acordo com a pesquisa, para 2024, o mercado espera que a taxa de juros termine em 9,25%, mesma projeção da semana anterior. Já para 2025, a expetativa é de que a Selic chegue a 8,75%, mesma projeção da semana anterior, e em 2026, 8,50%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (20), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,27% na primeira prévia de novembro, vindo de deflação de 0,30% na mesma leitura de outubro e de alta de 0,50% no encerramento do mês, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (20), a projeção para o IGP-M ficou em -3,55%, ante -3,55% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A Pesquisa Focus encerrada pelo Banco Central junto a 150 instituições financeiras, consultorias e institutos de pesquisa confirmou a expectativa do mercado financeiro de que a tendência da inflação oficial (IPCA) vai fechar o ano dentro do teto da meta (3,25%+1,50% de tolerância=4,75%). Na mediana da pesquisa divulgada, o IPCA caiu de 4,63% na semana anterior para 4,59% (e a previsão foi confirmada nas respostas dos últimos cinco dias úteis, que ficou em 4,60%).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (20), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,55%, ante 4,59% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 seguiu em 2,89%, contra 2,92% há um mês. Considerando apenas as 37 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,84% para 2,89%.

Para 2024, o Relatório Focus também trouxe manutenção da estimativa de crescimento do PIB, que continuou em 1,50% na semana, mesmo nível de um mês atrás. Considerando as 36 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,50% para 1,53%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (20), a projeção para o PIB ficou em 2,85%, ante 2,89% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, em pregão marcado por ajustes, bem como expectativas para uma nova bateria de resultados corporativos após o fechamento e dados de inflação nos Estados Unidos na terça-feira (14). O índice Ibovespa teve queda de 0,13%, a 120.410,17 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,9 bilhões.

Na terça-feira (14), o Ibovespa fechou em alta, renovando máximas desde agosto de 2021, após dados de inflação nos Estados Unidos apoiarem apostas de que o Banco Central norte-americano pode ter encerrado o ciclo de alta de juros. O índice Ibovespa teve alta de 2,31%, a 123.197,33 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,4 bilhões.

Na quarta-feira (15), feriado, sem operações na bolsa.

Na quinta-feira (16), o Ibovespa fechou em alta, registrando máximas desde o final de julho de 2021, com as ações de consumo entre as maiores altas, enquanto petrolíferas figuraram na ponta negativa na esteira do tombo do petróleo no exterior. O índice Ibovespa teve alta de 1,2%, a 124.639,24 pontos. O volume financeiro somou R$ 53,1 bilhões.

Na sexta-feira (17), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,15%, a 124.828,01 pontos. Após ultrapassar os 125 mil pontos pela primeira vez desde meados de 2021, com o último pregão da semana marcado por vencimento de opções sobre ações e um cenário externo favorável a risco. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,11%, a 124.773,21 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,8 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (17), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,48%, cotado a R$ 4,8935 na venda. Com importadores e outros agentes do mercado aproveitando as cotações mais baixas para comprar a moeda norte-americana. A alta do dólar ante o real no fim da manhã contrastava com o cenário visto no exterior, onde a divisa dos EUA se mantinha em baixa ante a maior parte das divisas de países emergentes e exportadores de commodities.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (17) cotado a R$ 4,9059, importadores e outros participantes do mercado de câmbio aproveitaram as cotações mais baixas, após os recuos recentes, para comprar dólares, o que fez a moeda norte-americana à vista fechar em alta firme ante o real, a despeito do recuo visto no exterior.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo | Poder360

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