Cenário Econômico Nacional – 02/01/2024

Cenário Econômico Nacional – 02/01/2024

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Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado passa a ver Selic mais baixa em 2024, a 9%

Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver a taxa básica de juros mais baixa em 2024 ao mesmo tempo em que reduziram as perspectivas para a inflação, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na terça-feira (26).

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa agora é de que a Selic termine 2024 a 9,0%, depois de sete semanas calculando a taxa a 9,25% no final do período.

A Selic encerra 2023 a 11,75% depois de o Banco Central ter promovido o quarto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual no início deste mês, afirmando que sua diretoria antevê cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.

Em relação à inflação, os especialistas reduziram pela terceira vez seguida a projeção para a alta do IPCA este ano, calculada agora em 4,46%, de 4,49% antes, portanto abaixo do teto da meta.

Para 2024 o ajuste foi de 0,02 ponto percentual para baixo, a 3,91%, enquanto que para os dois anos seguintes os especialistas consultados continuam vendo inflação de 3,5%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento para este ano segue em 2,92%, e para 2024 subiu 0,01 ponto, a 1,52%.

Confiança do consumidor no Brasil melhora em dezembro após 2 quedas seguidas, mostra FGV

Os consumidores brasileiros encerram 2023 com melhora da confiança depois de dois meses de quedas, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas divulgados.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve alta de 0,7 ponto em dezembro, para 93,7 pontos, em movimento influenciado por uma reavaliação das perspectivas para os próximos meses, apesar da insatisfação em relação ao momento atual.

“A melhora das perspectivas ocorre principalmente nas famílias de menor poder aquisitivo, que voltam a enxergar a possibilidade de melhora no mercado de trabalho e continuidade de queda da inflação em 2024”, explicou Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE

“Apesar da recente deterioração, o ano encerra com saldo positivo, mas ainda abaixo do nível de 100 pontos, indicando ainda um grande caminho pela frente”, completou.

Os dados da FGV mostraram que o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,5 pontos, alcançando 103,3 pontos após três quedas consecutivas. No entanto, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu pelo terceiro mês consecutivo, em 1,7 ponto, para 80,4 pontos.

Governo confirma reajuste do salário mínimo de 2024 para R$1.412

O governo federal confirmou na quarta-feira (27) o valor do salário mínimo de 2024 em 1.412 reais mensais a partir de 1º de janeiro, um reajuste de 6,97% em relação aos 1.320 reais atuais.

A correção inclui a inflação dos 12 meses encerrados em novembro, 3,85%, somado a um ganho real de 3%, que é o equivalente ao aumento do Produto Interno Bruno (PIB) em 2022. O cálculo leva em conta a lei de reajuste do salário mínimo, enviada pelo governo ao Congresso e aprovada em agosto.

O texto retomou a política de ganho real que era adotada no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas havia sido revista no governo de Jair Bolsonaro, que passou a repassar apenas a variação da inflação. A alegação era de que o ganho real onerava os cofres públicos, já que boa parte dos pagamentos da Previdência Social é de um salário mínimo.

A previsão inicial do governo federal, enviada no Orçamento da União ao Congresso, era de que o salário mínimo chegasse a 1.421 reais. No entanto, a diminuição da inflação fez com que o reajuste final ficasse um pouco abaixo do previsto.

Dívida pública federal sobe 2,48% em novembro, para R$ 6,325 trilhões

A dívida pública federal subiu 2,48% em novembro ante outubro, para 6,325 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional na quarta-feira (27).

No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou 6,075 trilhões de reais, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu 250 bilhões de reais.

De acordo com o Tesouro, a elevação de 153,11 bilhões de reais no estoque da dívida é explicada por uma emissão líquida de 109,26 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 43,84 bilhões de reais.

Segundo o órgão, novembro foi marcado por uma forte melhora nos mercados, com bolsas em alta e juros em queda no mundo, o que levou a uma queda de risco no Brasil e da curva de juros futuros do país.

O custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses caiu de 10,86% ao ano em outubro para 10,65% no mês passado.

Em relação às novas emissões de títulos da dívida interna, o custo médio caiu ligeiramente, indo de 11,8% para 11,7% ao ano.

No período, houve recuo no prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 4,04 anos, ante 4,09 anos registrados em outubro.

Em relação ao colchão de liquidez para pagamento da dívida pública, houve uma elevação de 11,43% em novembro, a 908,9 bilhões de reais. O montante é suficiente para quitar 8,34 meses de vencimentos de títulos, em outubro, estava em 8,70 meses.

IPCA-15 acelera em dezembro com alta de 0,40%, acima do esperado

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia do indicador usado como referência para a meta de inflação do Banco Central, subiu 0,40% em dezembro, após alta de 0,33% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,27% para o período.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 4,72%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (4,84%), mas também acima dos 4,59% esperados por economistas, segundo pesquisa Reuters.

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta, com o maior impacto vindo do grupo Transportes, que sofreu alta de 0,77% mesmo com a queda dos preços dos combustíveis, sob pressão das passagens aéreas, que dispararam 9,02%.

Outros destaques de alta foram Alimentação e bebidas (0,54%) e Habitação (0,48%).

Os preços foram coletados no período de 15 de novembro a 14 de dezembro.

Congresso Nacional aprova Orçamento de 2024 com fundo eleitoral turbinado

O Congresso Nacional aprovou o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, após acordo ter permitido um corte menor no montante destinado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Na votação do texto, que segue agora para sanção presidencial, parlamentares tentaram reduzir o valor do fundo eleitoral, mas não houve apoio e o montante repassado ficará em 4,9 bilhões de reais.

O projeto aprovado mantém a previsão de que o Executivo terá um déficit primário zero em 2024, conforme previsto pelo governo ao aprovar o novo arcabouço fiscal. O objetivo ainda é visto com ceticismo por agentes do mercado.

No total, o Orçamento de 2024 terá 53,1 bilhões de reais em emendas parlamentares, recursos do Orçamento reservados para parlamentares indicarem a execução de obras e projetos.

Pelo texto, o governo terá uma despesa primária total de 2,061 trilhões de reais no próximo ano, valor que considera uma alta real de 1,7% em relação ao Orçamento de 2023, percentual equivalente a 34,4 bilhões de reais.

Durante a tramitação da proposta nesta semana, o texto chegou a prever uma redução de quase um terço nas verbas previstas para o PAC, mas houve uma recomposição parcial. Com a mudança, o corte caiu de 17 bilhões de reais para 6,3 bilhões de reais, liberando para o programa 54 bilhões de reais.

Como parâmetros, o projeto da lei orçamentária prevê que o salário mínimo ficará em 1.412 reais em 2024, mas o valor poderá sofrer alteração até que seja efetivado no próximo ano.

Parlamentares tem férias de 40 dias e só retornam ao Congresso em 2 de fevereiro

Os deputados federais e senadores entraram em recesso parlamentar no último sábado (23) e vão ficar longe do Congresso até o dia 1ª de fevereiro de 2024. Esse é o segundo período de “férias” do Legislativo e completa os 55 dias anuais previstos pela Constituição. A primeira parte ocorreu no meio do ano, entre 18 e 31 de julho.

O período de recesso, no entanto, nem sempre significa uma folga. Os parlamentares ficam afastados dos espaços físicos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, mas muitos utilizam esse tempo para estreitar laços com as bases eleitorais.

O Congresso, por sua vez, não fica vazio nas “férias de verão”. No período de interrupção das atividades parlamentares, uma comissão de sete senadores e 16 deputados funciona para representar as duas Casas, fiscalizar o Poder Executivo, exercer atribuições de caráter urgente e zelar pelas prerrogativas e competências do Legislativo.

Em caso de necessidade de apreciação de algum projeto importante para o país, o recesso pode ser interrompido. Atualmente, devido aos mecanismos adotados na pandemia de covid-19, há como fazer essa movimentação de forma virtual.

Até agora, as duas Casas têm apenas alguns compromissos marcados para 2024.

Governo deve fechar 2023 com déficit primário de R$ 125 bilhões, diz secretário do Tesouro

O governo central, que reúne as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, deve fechar 2023 com déficit primário acumulado em 12 meses de aproximadamente 125 bilhões de reais, disse nesta quarta-feira o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

Em entrevista para comentar dados fiscais, o secretário destacou que a tendência é que o resultado mensal de dezembro fique próximo a um rombo de 10 bilhões de reais. O número oficial será divulgado pelo Tesouro apenas no fim de janeiro.

De acordo com Ceron, esse déficit acumulado do ano, se confirmado, ficará em cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar que ficou mais alto por conta do impacto da aprovação de uma lei que ampliou repasses do governo federal a Estados e municípios neste ano.

Ele avaliou o provável resultado de 2023 como positivo, justificando que sem a transferência adicional a Estados e municípios, o déficit ficaria em cerca de 1% do PIB, patamar que era tratado como alvo pela equipe econômica.

Em relação às perspectivas para 2024, Ceron afirmou que as contas do governo devem contar com a ajuda de um repasse da Caixa Econômica Federal ao Tesouro em valor de até 14 bilhões de reais, relativos a depósitos judiciais. O pagamento seria feito neste ano, mas atrasou e ficará para os próximos meses.

Outro fator é um ganho previsto de 20 bilhões de reais após uma mudança de regras sobre a tributação de transações comerciais entre empresas do mesmo grupo econômico que operam em diferentes países.

Segundo ele, em nenhum dos dois casos essa receita adicional está prevista na Lei Orçamentária. Isso significa que o incremento da arrecadação tende a melhorar o resultado fiscal de 2024, quando o governo tenta zerar o rombo nas contas públicas.

Ceron também disse que o atraso na implementação de medidas neste ano pode empurrar ganhos para 2024, citando como exemplo as mudanças nas regras do Conselho Administrativo De Recursos Fiscais (Carf), que levaram meses até serem aprovadas.

Lula confirma nomeações de Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira à diretoria do Banco Central

Decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmaram as nomeações de Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira para comporem a diretoria do Banco Central, conforme edição do Diário Oficial da União.

De acordo com o ato, os dois ocuparão os novos postos a partir de 1º de janeiro e, portanto, farão parte da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2024, no fim de janeiro, quando o BC deve fazer um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, que iria a 11,25% ao ano. Os dois terão mandato até dezembro de 2027.

Indicados no fim de outubro, os nomes foram aprovados pelo Senado em dezembro. Com a formalização, o Copom passará a ter quatro membros nomeados pelo governo Lula, de um total de nove.

Picchetti, que é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) substituirá Fernanda Guardado à frente da diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos. Teixeira, servidor de carreira do BC, assumirá a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta no lugar de Maurício Moura.

O Diário Oficial da União desta quarta-feira também traz nomeações para cargos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Governo irá ao STF contra lei do marco temporal, diz AGU

O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que o governo irá recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela inconstitucionalidade da lei que institui o marco temporal para demarcação de terras indígenas. A norma foi promulgada pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Conforme o Valor Econômico, Messias afirmou que o governo ainda não decidiu se vai apresentar uma ação no STF para questionar a aprovação do projeto ou apenas se manifestar em processos que chegarão à Corte. “O importante é que nossa posição é firme pela inconstitucionalidade”, declarou.

Depois da promulgação, o PL (Partido Liberal), o PP (Partido Progressista) e o Republicanos entraram com uma ação no STF para garantir a eficácia do marco temporal. Pela tese, os indígenas só têm direito às terras que estavam em sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 14 de dezembro, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que validou o marco. Em setembro, antes da decisão dos congressistas, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Corte foi considerada pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.

Na ação encaminhada ao Supremo, os partidos alegam que o Congresso exerceu sua competência legislativa ao validar o marco temporal. “Em cenário de discordância republicana entre poderes acerca de determinado conteúdo normativo, a última palavra em um regime democrático, sempre deve ser do Poder Legislativo, verdadeira casa da democracia”, argumentaram os partidos.

O ministro do STF Gilmar Mendes foi sorteado eletronicamente para relatar a ação. Não há prazo para decisão.

Com tributária, pequeno negócio poderá pagar imposto separadamente

Promulgada, a reforma tributária do consumo pode motivar empresas que atualmente estão no Simples Nacional a adotar um sistema de tributação híbrido, no qual alguns tributos serão recolhidos separadamente. O motivo: manter a competitividade no mercado.

Pequenos negócios que optarem pelo sistema híbrido poderão ganhar “descontos” dos impostos cobrados na etapa anterior de produção. Funciona como uma espécie de cashback. Em termos técnicos, é chamado de “crédito tributário”.

Os pequenos negócios que não aderirem ao sistema híbrido podem entrar em desvantagem. O sistema crédito tributário tende a baratear o produto e dar mais transparência ao consumidor.

A cobrança do imposto deixará de ser cumulativa ao longo da cadeia de produção no modelo do IVA. Evita-se assim um “efeito cascata” na tributação. A análise é de Guilherme Mercês, diretor de Economia e Inovação da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

O especialista afirma que o efeito cumulativo é uma das principais inseguranças tributárias que há no modelo atual de tributação do Brasil.

Empresas que prestam serviços diretos a pessoas físicas e têm a maior parte do gasto ligada à pessoal tendem a se beneficiar ao continuar no Simples Nacional por causa de alíquotas reduzidas aplicadas à atividade e das facilidades administrativas proporcionadas pelo regime.

Simpi/Datafolha: maioria das micro e pequenas indústrias desconhece cartão de crédito do BNDES

No segmento das micro e pequenas indústrias, um dos que mais encontram dificuldades para acessar financiamentos, apenas 5% das pequenas empresas e 1% das micro utilizam o Cartão BNDES, canal criado pelo governo federal emprestar recursos ao segmento. É o que mostra a 10ª edição da pesquisa “Panorama da Micro e Pequena Indústria” encomendada ao Datafolha pelo Simpi, entidade que reúne as empresas destes dois portes.

“A baixa adesão ao Cartão BNDES ressalta a necessidade urgente de medidas que incentivem seu uso, considerando os potenciais benefícios para o crescimento e desenvolvimento das micro e pequenas indústrias em todo o país”, pontua o presidente do Simpi, Joseph Couri.

Os resultados da pesquisa, de acordo com Couri, apontam para uma lacuna significativa no entendimento e utilização do Cartão BNDES. Apenas 16% dos entrevistados afirmaram conhecer bem o produto, enquanto 48% disseram ter conhecimento, porém, de forma superficial.

“A penetração do cartão nas micro e pequenas indústrias é alarmantemente baixa, com apenas 1% de utilização efetiva”, lamenta o executivo.

Para Couri, os dados revelam uma clara desconexão entre o potencial do Cartão BNDES e sua efetiva adoção pelas micro e pequenas indústrias. “É crucial que as instituições promovam uma divulgação mais eficaz e esclarecedora sobre os benefícios desse instrumento para o setor”, sugere o presidente do Simpi.

Ainda, segundo a pesquisa, 98% das empresas que conhecem o Cartão BNDES não o utilizam atualmente. Na região Nordeste, nenhuma empresa utiliza o Cartão, enquanto na região Centro-Oeste/Norte, apenas 3% o utilizam.

“Observa-se uma diferença significativa entre pequenas e micro indústrias, sendo 5% de utilização entre as pequenas em comparação com 1% entre as micro indústrias. Uma ampla maioria de 87% das empresas nunca utilizou o Cartão BNDES no passado”, afirma o presidente do Simpi.

O Datafolha mostra ainda que, independentemente do acesso ao cartão, 26% avaliam que as condições de crédito oferecidas são muito adequadas, enquanto 29% consideram ser um pouco adequadas.

Exportações de produtos de defesa sobem e se aproximam do recorde

No primeiro ano do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve um aumento na venda de produtos bélicos para o exterior. O país exportou US$ 1,47 bilhão (aproximadamente R$ 7,1 bilhões). É 19% a mais que no 1º ano do governo de Jair Bolsonaro (PL) e 127% a mais que no último.

Ainda assim, o valor não ultrapassou o recorde de vendas, registrado em 2021. Naquele ano, o país exportou US$ 1,71 bilhão. Mas as vendas arrefeceram no ano seguinte e voltaram a crescer logo depois.

‘’A exportação da BID [Base Industrial de Defesa] brasileira em 2023 representa muito mais do que números expressivos. Significa geração de empregos, diretos e indiretos, de toda uma cadeia muito importante para a economia brasileira’’, disse o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, ao Poder360.

Dentre os principais motivos para o aumento em 2023 estão o acirramento dos conflitos na Europa e no Oriente Médio e o aumento na meta de gastos militares dos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para 2% do orçamento. Há 11 países abaixo desse piso que estão ampliando as compras dentre os 31 associados.

Um dos itens mais procurados do Brasil por esses países é a aeronave da Embraer KC-390. É um cargueiro com capacidade para carregar até 26 toneladas de itens para as Forças Armadas.

Mas não se trata só de produtos da Embraer. Segundo o presidente do Condefesa (Conselho Temático da Indústria de Defesa), da CNI, Mario Cezar de Aguiar, a lista de itens exportados é ampla, e tem como principais produtos munições, sistemas de artilharia, aeronaves e blindados.

Os principais importadores de produtos de defesa do Brasil são os Estados Unidos e países europeus. Mas, segundo Mario Cezar, há interesse crescente dos países vizinhos, Oriente Médio, Ásia e África.

Nordeste vence queda de braço e consegue estender incentivos à indústria automotiva até 2032

Em uma das principais disputas na votação decisiva da reforma tributária, os estados do Nordeste e do Centro-Oeste conseguiram estender incentivos tributários para a indústria automotiva até 2032.

Hoje os incentivos são válidos até 2025 e custam em torno de R$ 5 bilhões por ano. Os governadores do Sul e do Sudeste eram fortemente contrários. Nesta semana, eles chegaram a assinar uma carta conjunta pedindo o fim dos benefícios.

A prorrogação foi objeto de um destaque ao texto principal da reforma. O destaque acabou sendo aprovado por 341 votos a favor e 153 contrários.

Na votação inicial da reforma pela Câmara, em julho, os estados do Nordeste e do Centro-Oeste perderam por apenas um voto. Na ocasião, o texto em análise estendia os incentivos apenas para fabricantes de veículos elétricos ou híbridos, caso da chinesa BYD, que está se instalando na Bahia.

Durante a tramitação no Senado, essa prorrogação foi reinserida no texto. Só que o benefício, além de ter sido estendido para 2032, passou a contemplar também veículos com motor a combustão, produzidos, por exemplo, pela fábrica da Stellantis em Pernambuco. O estado de Goiás também abriga montadoras que se beneficiam dos incentivos.

Brasil bate recorde de produção de óleo e gás em novembro, atingindo 4,698 mi BOE/d, aponta ANP

A produção de petróleo e gás natural bateu novo recorde no Brasil em novembro, atingindo 4,698 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), sendo 3,678 milhões de barris diários de petróleo e 162,1 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O último recorde de produção havia sido registrado em setembro deste ano, quando atingiu 4,666 milhões de boe/d, segundo a agência.

A região do pré-sal foi responsável por 76,3% da produção, com total de 3,585 milhões de boe/d, sendo 2,825 milhões de b/d de petróleo e 120,8 milhões de m3/d.

Em novembro, a Petrobras, principal produtora do País, registrou alta de 4,4% na produção total, para 3,041 milhões de boe/d, com 2,365 milhões de b/d de petróleo e 101,3 milhões de m3/d de gás natural.

SELIC

A ata da penúltima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2023, que recuou de 12,75% para 12,25%, teve como destaque a mensagem de cautela nos próximos passos da política monetária.

O Copom, ainda assim, anunciou que os juros básicos da economia devem seguir diminuindo em um ritmo de 0,50 ponto percentual, a depender da dinâmica inflacionária.

A autoridade monetária sinalizou, na avaliação de economistas, que deve avaliar a magnitude dos cortes na segunda reunião de 2024, prevista para acontecer nos dias 19 e 20 de março.

De acordo com o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, a ata da reunião do Copom indica uma disposição em manter o atual ritmo de flexibilização de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.

Apesar disso, de acordo com Mesquita, no texto, há a inclusão de vários acenos na direção de um menor espaço para corte de juros, além de incluir a preocupação com expectativas de inflação desancoradas, perspectiva de desinflação, possível fraqueza do real e deterioração fiscal.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma variação de 0,74% em dezembro, demonstrando um aumento em relação ao mês anterior, quando apresentou uma alta de 0,59%. De janeiro a dezembro de 2023, o índice acumulou queda de 3,18%. Em dezembro de 2022, o índice tinha registrado uma alta de 0,45% e acumulava uma alta de 5,45% nos 12 meses anteriores.

“Em 2023, o IGP-M registrou queda de 3,18%. Considerando o período de janeiro a dezembro, esta foi a menor taxa registrada pelo índice desde o início de sua série histórica. O IPA, índice que exerce a maior influência sobre o IGP-M, também registrou a menor taxa de variação de sua série histórica para os doze meses findos em dezembro, -5,60%. Ainda no índice ao produtor, os itens que mais contribuíram para a queda da taxa do indicador em 2023 foram: soja (-21,92%), milho (-30,02%) e óleo Diesel (-16,57%). O IPC fechou 2023 com alta de 3,40%. No âmbito do consumidor, as maiores influências partiram dos itens: gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%)”, afirmou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), a projeção para o IGP-M ficou em -3,36%, ante -3,36% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,40% nos preços em dezembro, informou na quinta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15 teve um aumento de 0,07 ponto percentual (p.p.) em relação a novembro, quando a alta foi de 0,33%. Em dezembro de 2022, o IPCA-15 foi de 0,52%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 4,46%, ante 4,46% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse que está mais otimista com o crescimento da economia brasileira no ano que vem do que a própria projeção mais recente apresentada pela autoridade monetária, de expansão de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto). “Tenho um viés mais otimista do que projeção de 1,7%”, disse durante entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, lembrando que o número é calculado por técnicos da autarquia. A conversa exibida na madrugada de quinta-feira (28), foi gravada no dia 21 de dezembro.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), a projeção para o PIB ficou em 2,92%, ante 2,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (25), sem operações na bolsa devido ao Natal.

Na terça-feira (26), o Ibovespa fechou em alta, apoiado principalmente por Petrobras e Vale, e diante de novos ganhos em Wall Street com expectativas de corte de juros nos Estados Unidos já em março. O índice Ibovespa teve alta de 0,62%, a 133.581,54 pontos. O volume financeiro somou R$ 11,5 bilhões.

Na quarta-feira (27), o Ibovespa fechou em alta, chegando aos 134 mil pontos e renovando máximas históricas, em pregão marcado por baixa liquidez e recuo nos Treasuries de dez anos. O índice Ibovespa teve alta de 0,49%, a 134.193,72 pontos. O volume financeiro somou R$ 14 bilhões.

Na quinta-feira (28), o Ibovespa fechou em queda, em movimento que teve como principal suporte o alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, diante da visão de que o Federal Reserve encerrou o ciclo de aperto monetário na maior economia do mundo e deve começar a reduzir os juros em 2024. O índice Ibovespa teve queda de 0,01%, a 134.185,24 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,2 bilhões.

Na sexta-feira (29), sem operações na bolsa.

O dólar comercial encerrou a quinta-feira (28) cotado a R$ 4,8525, o dólar à vista encerrou o ano de 2023 com baixa de 8,08% frente ao real, a maior queda anual desde o tombo de 17,5% visto em 2016.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo | Poder360

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