Cenário Econômico Nacional – 08/01/2024

Cenário Econômico Nacional – 08/01/2024

Cenário Econômico Nacional – 08/01/2024 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Taxa de desemprego no Brasil cai a 7,5% no trimestre até novembro, menor patamar desde 2015

A taxa de desemprego no Brasil caiu nos três meses encerrados em novembro para 7,5%, marcando o patamar mais baixo para qualquer trimestre móvel desde o início de 2015, com novo recorde no número de pessoas ocupadas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado visto nos três meses até novembro veio em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de taxa de desocupação de 7,5%, e igualou o patamar visto no trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

Considerando apenas trimestres encerrados em novembro, a leitura foi a mais baixa desde 2014 (6,6%).

Nos três meses imediatamente anteriores, período de junho a agosto deste ano, o desemprego no Brasil estava em 7,8%, segundo a série histórica do IBGE.

“A melhora tem a ver com renda e crédito: juros menores, inflação mais baixa, crédito melhorando… Isso tudo ajuda o mercado de trabalho”, disse a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.

Depois de ter ficado em 13,75% por cerca de um ano, a taxa Selic finalmente começou a ser reduzida no terceiro trimestre deste ano, e, após quatro reduções seguidas de 0,50 ponto percentual pelo Banco Central, os juros básicos encerrarão o ano em 11,75%.

Condições monetárias mais frouxas tendem a reduzir o aperto do crédito para a população e, consequentemente, impulsionar a economia, embora haja uma defasagem temporal entre as decisões de política monetária e seu efeito prático.

De qualquer forma, o atual ciclo do BC jogará a favor do mercado de trabalho daqui para frente, segundo Beringuy.

“Em 2024 o mercado vai operar em um ambiente de juros menores, com mais gente trabalhando, e isso impulsiona e retroalimenta o mercado de trabalho. O crédito mais barato ajuda o consumo das famílias e, de quebra, alavanca o mercado de trabalho com mais produção, mais vendas e mais consumo”, disse ela.

Economistas reduzem projeção da inflação em 2024

Os economistas consultados pelo BC reduziram a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 de 3,91% para 3,90%. As estimativas para 2025 foram mantidas em 3,50%, iguais às de 2026.

Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros Selic em 2024 em 9%, enquanto a de 2025 continua em 8,50%, igual em 2026.

Os economistas mantiveram as projeções do crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 em 1,52% e as para 2025 e 2026 seguem em 2%.

Bancos melhoram previsão de crescimento do crédito em 2024, mostra pesquisa Febraban

Bancos brasileiros preveem uma expansão de 8,5% na carteira de crédito total em 2024, mostrou pesquisa da Febraban, o que representa uma melhora em relação à expectativa anterior de crescimento de 8,3%.

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, apurou melhora tanto no prognóstico na carteira livre como na direcionada.

No caso da carteira livre, a projeção subiu de 8,2% para 8,4%, enquanto para a direcionada, avançou de 8,5% para 8,6%.

De acordo com a Febraban, ambos as estimativas foram beneficiadas pela queda das taxas de juros e perspectiva de melhora dos índices de inadimplência, que devem levar a uma aceleração do crédito neste ano.

Esta edição da pesquisa reflete entrevistas com 18 bancos entre 20 e 22 de dezembro.

Para 2023, as previsões apontam crescimento de 6,9% na carteira total, menos do que os 7,4% estimados na edição de novembro. A perspectiva de alta para a carteira livre passou de 6,1% para 5,2%. Mas na direcionada, subiu de 8,8% para 9,5%.

“O mercado de crédito registrou uma desaceleração razoável em 2023, movimento esperado diante da política monetária contracionista, aumento da inadimplência e eventos negativos no setor corporativo no início do ano”, afirmou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Ele ressaltou que o mais importante é que as expectativas são mais positivas para 2024, quando o crédito deve voltar a acelerar, sustentado pela queda de juros e melhora dos índices de inadimplência.

De acordo com Sardenberg, isso deve beneficiar especialmente o crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico.

Contas externas têm saldo negativo de US$ 1,6 bilhão em novembro

As contas externas do país tiveram saldo negativo em novembro de 2023, chegando a US$ 1,553 bilhão, informou o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2022, o déficit foi de US$ 1,674 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

É o menor déficit nas transações correntes para o mês de novembro desde 2016. Naquele ano, o resultado negativo foi de US$ 879 milhões.

A diferença na comparação interanual é resultado do superávit comercial, que aumentou R$ 2 bilhões, contribuindo para a melhora do resultado. Em sentido contrário, houve aumento nos déficits em serviços, de US$ 921 milhões, renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas), US$ 640 milhões, e renda secundária, US$ 322 milhões.

Em 12 meses encerrados em novembro, o déficit em transações correntes foi US$ 33,655 bilhões, 1,56% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 33,776 bilhões (1,59% do PIB) no mês anterior, outubro de 2023, e déficit de US$ 49,906 bilhões (2,59% do PIB) no período equivalente terminado em novembro de 2022.

Já no acumulado de janeiro a novembro de 2023, o déficit foi US$ 22,200 bilhões, contra saldo negativo de US$ 42,165 bilhões nos 11 meses de 2022.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, as transações correntes têm um cenário bastante robusto, com déficits decrescentes e baixos, principalmente em razão dos resultados positivos da balança comercial.

As exportações de bens totalizaram US$ 28,104 bilhões em novembro do ano passado, redução de 1% em relação a igual mês de 2022. As importações somaram US$ 21,431 bilhões, queda de 9,6% na comparação com novembro de 2022. Com esses resultados, a balança comercial fechou com o superávit de US$ 6,673 bilhões em novembro, ante saldo positivo de US$ 4,669 bilhões em novembro de 2022.

É o maior superávit comercial para o mês de novembro da série histórica do BC, iniciada em 1995. O déficit na conta de serviços – viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros – somou US$ 3,552 bilhões em novembro, ante os US$ 2,631 bilhões em igual mês de 2022. Houve redução no déficit em transporte e viagens e aumento em aluguel de equipamentos.

Dívida pública bruta sobe a 73,8% do PIB em novembro, mostra Banco Central

A dívida bruta do Brasil registrou ligeira alta em novembro, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (05) pelo Banco Central.

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou novembro em 73,8%, contra 73,7% no mês anterior, sob impacto dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,5 p.p.).

Já a dívida líquida foi a 59,5%, de 59,2%, refletindo os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,4 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,3 p.p.), da valorização cambial de 2,4% no mês (aumento de 0,3 p.p.), do ajuste de paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (redução de 0,3 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.).

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 75,0% para a dívida bruta e de 60,4% para a líquida.

Em novembro, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 37,27 bilhões de reais, pior do que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 34,5 bilhões de reais.

O desempenho mostra que o governo central teve déficit de 38,923 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de 1,996 bilhão de reais e as estatais tiveram saldo negativo de 343 milhões de reais, mostraram os dados do Banco Central.

Nos 12 meses encerrados em novembro, o setor público consolidado foi deficitário em 131,4 bilhões de reais, equivalente a 1,22% do PIB.

Governo publica MP com medidas para buscar déficit zero em 2024

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou a medida provisória anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o objetivo de manter o déficit zero nas contas públicas no ano que vem.

As medidas foram anunciadas após derrotas no Congresso, como a derrubada do veto à desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, neste mês, que pesaram nas contas públicas, ameaçando o previsto na Lei Orçamentária Anual recentemente aprovada, de déficit fiscal zero, quando há equilíbrio entre receita e gastos públicos.

São três medidas principais: a reoneração da folha de pagamentos das empresas; a revisão do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse); e a limitação de compensações de créditos tributários obtidos pelas empresas na Justiça.

“Essas medidas de hoje são reavaliações de projetos que não deram certo. Estamos repondo uma perda de arrecadação para cumprir os objetivos do marco fiscal”, afirmou Haddad em coletiva de imprensa na quinta-feira (28). “Estamos botando ordem no orçamento”, reiterou o ministro da Fazenda.

A MP tem validade imediata, mas prevê que alguns pontos devem entrar em vigor apenas em 90 dias, em abril do ano que vem, atendendo a regras da legislação tributária.

Uma das propostas mais controversas da MP publicada nesta sexta diz respeito a uma reoneração gradual da folha de pagamentos. A medida substitui uma lei aprovada no Congresso que desonerava a folha de 17 setores da economia. Trechos da lei chegaram a ser vetados por Lula, mas teve o veto derrubado pelos parlamentares.

A MP prevê que, no lugar da desoneração, deve haver uma reoneração gradual pelos próximos quatro anos da contribuição patronal sobre a folha. Pelos cálculos da Fazenda, o objetivo é recuperar R$ 6 bilhões em arrecadação já no ano que vem.

Entidades entregam a Pacheco parecer que questiona legalidade de medida que revoga desoneração

Representantes dos setores afetados pela revogação da política de desoneração da folha de pagamentos enviaram ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um ofício no qual apontam inconstitucionalidade da medida provisória publicada pelo governo. Eles pedem que Pacheco devolva a MP ao Executivo sem levá-la à apreciação dos parlamentares.

A medida provisória revoga a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia como aprovada pelo Congresso e promulgada no último dia 28 de dezembro. No lugar, a MP estabelece a volta da contribuição patronal sobre os salários de forma escalonada até 2027.

A política de desoneração da folha foi adotada em 2011 e substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre os salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. O benefício perderia a validade no fim deste ano e, por iniciativa do Congresso, havia sido prorrogado até 2027.

O tema teve a tramitação na Câmara e no Senado concluída no fim de outubro. Em novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a proposta, mas em 14 de dezembro o veto foi levado à votação e derrubado pelo Congresso.

As associações empresariais alegam que a MP está sendo usada como “uma forma de segundo veto não previsto na Constituição Federal”.

“A medida provisória tem como finalidade promover ato do Poder Executivo com efeitos de lei por conta da demora do processo legislativo, em situação de relevância e urgência, e não para revisar uma lei que acaba de ser construída dentro do rito correto e ampla discussão”, afirma o texto, ao qual o Estadão teve acesso.

“Caso o Congresso Nacional acate tal situação, isso poderia resultar em ampla insegurança jurídica, pelo uso de MPs em diversas outras situações nos mais diversos temas, esvaziando a competência do Poder Legislativo”, acrescenta o texto.

Lula supera Bolsonaro e paga quase R$ 22 bilhões em emendas a parlamentares em 2023

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pagou 21,95 bilhões de reais em emendas parlamentares ao longo do primeiro ano do seu terceiro mandato, uma alta de quase 30% em relação ao último ano de gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo dados do Portal da Transparência consultados pela Reuters.

A alta no repasse das emendas em 2023 é ainda mais expressiva, quase quatro vezes, se comparada com o primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019, quando foram pagos 6,04 bilhões de reais com esse tipo de rubrica orçamentária. A conta usa valores nominais.

Não houve um único ano do mandato de Bolsonaro em que foram repassados mais recursos de emendas do que por Lula no ano passado, mostram os dados do governo. Essas verbas são destinadas para que parlamentares possam contratar obras e serviços: em 2021, o repasse foi de 15,9 bilhões de reais e, em 2020, de 17,6 bilhões de reais.

Com a liberação de emendas, Lula conseguiu avançar com sua agenda no Congresso em seu primeiro ano de governo, aprovando medidas para tentar zerar o déficit em 2024 e a proposta de emenda à Constituição da reforma tributária.

O presidente se comprometeu no final de 2023 a pagar no total 35,3 bilhões de reais em emendas parlamentares, o chamado empenho. O valor é quase 40% superior ao do último ano da gestão Bolsonaro, em que ele empenhou cerca de 25,5 bilhões de reais.

O valor do empenho de Lula no primeiro ano só foi superado por Bolsonaro em 2020, ano da pandemia no Brasil, quando Bolsonaro comprometeu-se a repassar aos parlamentares 37,5 bilhões de reais. No entanto, o valor repassado totalizou 17,6 bilhões de reais naquele ano.

Apesar de recesso, Congresso tem primeiras propostas protocoladas em 2024

Apesar de estar de recesso, o Congresso Nacional já conta com as primeiras propostas protocoladas em 2024. As atividades no Parlamento voltam oficialmente em fevereiro.

Na Câmara dos Deputados, a primeira iniciativa do ano é um projeto de lei enviado pelo governo federal.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), entregou o projeto que promove incentivos para a modernização de equipamentos e maquinário da indústria brasileira.

A renúncia fiscal decorrente da chamada depreciação acelerada será de até R$ 1,7 bilhão em 2024. O mesmo valor máximo deverá ser aplicado em 2025.

O projeto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último sábado (30) e inserido no sistema do Congresso. A análise pelos parlamentares começará pela Câmara dos Deputados.

No Senado, aparece como primeiro projeto de lei de 2024 uma proposta do senador Laércio Oliveira (PP-SE). O texto busca incentivar a cumprimento de um percentual mínimo de compra de alimentos da agricultura familiar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Ainda chegaram ao Congresso Nacional os vetos do presidente Lula à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) referente a este ano e ao projeto que regulamenta e taxa o mercado de apostas esportivas online no Brasil.

Os vetos podem ser mantidos ou derrubados em sessão conjunta do Congresso Nacional. Não há, no entanto, data para essas análises acontecerem.

MP junto ao TCU faz representação contrária a vetos de Lula ao Orçamento

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) fez, nesta quinta-feira (4), uma representação contrária a vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A pedido do Ministério do Planejamento e Orçamento, o presidente vetou o artigo que previa o estabelecimento de um cronograma obrigatório para pagamento de despesas sobre emendas individuais e de bancada estadual.

Segundo documento, assinado pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado, o veto pode ter acontecido por objetivos políticos.

“Não é inoportuno trazer à memória o velho ‘toma lá, dá cá’, arma utilizada por vários governos quando existe necessidade de aprovação de projetos de seu interesse”, declarou o procurador.

“Essa prática, a muito empregada como moeda de troca para a obtenção de apoio junto ao Congresso Nacional, poderia ser minimizada com o estabelecimento do

calendário objeto do veto presidencial”, prosseguiu.

O documento também critica o veto ao dispositivo que previa o pagamento integral, até 30 de junho de 2024, das emendas parlamentares transferidas na modalidade fundo a fundo para entes (saúde e assistência social).

O presidente justificou o veto pelo fato de que a determinação aumentaria a “rigidez na gestão orçamentária e financeira e dificultar a gestão das finanças públicas”.

Para o procurador, é correto o estabelecimento de um calendário para o empenho destas emendas.

“A despeito das alegadas dificuldades na gestão das finanças públicas, se é compulsória a liberação dessas emendas parlamentares, nada mais correto do que o estabelecimento de um calendário para que ocorra o empenho dos respectivos recursos”, concluiu.

A CNN entrou em contato com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal sobre a representação e aguarda resposta.

Confiança de serviços cai em dezembro a menor nível em nove meses

A confiança do setor de serviços do Brasil caiu em dezembro refletindo uma piora da avaliação dos empresários do setor sobre o futuro, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 2,4 pontos, para 92,0 pontos, menor nível desde março.

O Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, teve variação negativa de 0,2 ponto, para 96,9 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, caiu 4,8 pontos, para 87,2 pontos, menor nível desde janeiro (85,5 pontos).

Indústria brasileira fecha ano em contração com queda nas vendas em dezembro, segundo PMI

A indústria brasileira encerrou 2023 com queda nas vendas e aumento das pressões sobre os custos, aprofundando a retração em dezembro, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Os dados divulgados na terça-feira (02) pela S&P Global mostram que o PMI do setor industrial brasileiro caiu a 48,4 em dezembro, de 49,4 em novembro, indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Foi o quarto mês seguido em território contracionista, com a taxa mais baixa desde julho, uma vez que a retração no volume de novos pedidos ganhou ritmo e provocou outra redução na produção.

“O setor industrial do Brasil enfrentou um fim de 2023 desafiador… As incertezas políticas e econômicas, bem como as taxas de juros elevadas, pesaram sobre o desempenho do setor durante a maior parte de 2023″, destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Os pedidos às fábricas continuaram caindo em dezembro, pelo quarto mês seguido e no ritmo mais forte desde junho, com os participantes da pesquisa destacando uma diminuição da demanda.

As vendas ao exterior chegaram ao 22º mês seguido de queda, segundo a pesquisa, por conta de problemas econômicos nos países vizinhos, demanda global fraca e dificuldades de precificação competitiva nos mercados externos.

Os produtores brasileiros ainda indicaram que em dezembro houve intensificação das pressões sobre os custos, com os preços de insumos aumentando pelo segundo mês consecutivo e pela taxa mais forte desde fevereiro, sendo o destaque as commodities agrícolas.

Apesar disso, houve redução nos preços de venda pela oitava vez em nove meses, diante de pedidos de descontos feitos pelos clientes, esforços para estimular as vendas e preços mais baixos pagos pelas matérias-primas nos últimos meses.

Do lado positivo, os dados de dezembro apontaram melhora na confiança nos negócios, dadas as expectativas de uma recuperação na demanda, desenvolvimento de novos produtos, investimento planejado em infraestrutura e previsões de melhores condições de mercado.

Indústria têxtil vê reação tímida em 2024 e defende taxação de compras internacionais

A indústria têxtil começa o ano com previsões de desempenho conservadoras, enquanto fecha as contas de 2023, quando o setor alega ter sido fortemente prejudicado pela onda de importações nas plataformas de comércio eletrônico. A concorrência com produtos importados tornou-se a principal preocupação das fábricas de vestuário, levando a indústria a levantar a bandeira da taxação até mesmo das pequenas encomendas em sites usados pela concorrência estrangeira, como Shein, AliExpress e Shopee.

A previsão da Abit, entidade que representa a indústria têxtil, é de reação tímida em 2024, com crescimento entre 0,5% e 0,9% da produção, depois do tombo do ano passado. As últimas estatísticas, feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e relativas a outubro, mostram queda em 12 meses de 8,4% nas vendas de tecidos, vestuário e calçados. Na produção, houve, em igual período, recuo de 9,3% nas fábricas de confecção de artigos de vestuário e acessórios.

Diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel diz que o reforço nos programas sociais, a recuperação do emprego e a inflação mais comportada não ajudaram o suficiente diante dos estragos causados pelas importações de roupas. “O ano passado não terminou bem, havia uma expectativa melhor”, comenta o executivo, apontando também o efeito negativo dos juros altos, ainda que em menor intensidade porque o setor não é tão dependente de crédito.

Ele diz que, em 2024, a melhora no desempenho vai depender da isonomia tributária com as plataformas internacionais de e-commerce. Essa reivindicação foi em parte atendida com o lançamento em agosto do programa Remessa Conforme, pelo qual impostos sobre as importações passaram a ser cobrados antes da chegada da mercadoria ao consumidor.

O programa mudou a regra anterior que deixava a porta aberta à sonegação, pois os tributos eram cobrados apenas após a chegada dos produtos no Brasil, sendo que a Receita Federal não era previamente informada das encomendas. No entanto, pequenas encomendas em sites internacionais, num limite de US$ 50, ficaram isentas do imposto federal.

Fecomercio-SP comemora regulamentação de teto do rotativo e manutenção do parcelado sem juros

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) comemorou a regulamentação do teto de juros do crédito rotativo, que entra em vigor. A entidade celebrou ainda a manutenção do parcelado sem juros, instrumento que acabou incluído nas discussões sobre o rotativo ao longo do ano passado.

“Nos últimos meses, a Fecomercio-SP apresentou ao Banco Central diversas propostas no sentido de contribuir com a redução do endividamento e inadimplência no país, argumentando que alterações na modalidade sem juros não solucionariam o problema e poderiam desestimular o consumo, acarretando impactos negativos à economia”, diz a entidade, em nota.

De acordo com a Fecomercio, é “evidente” que a inadimplência está mais associada às taxas que vinham sendo praticadas no rotativo do que ao parcelamento de compras sem juros. “Além disso, são infundadas as alegações de que os elevados juros no crédito rotativo são consequência do parcelamento sem juros.”

Durante o debate, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) argumentou que o crédito rotativo subsidia o parcelado sem juros, e que por isso, para reduzir os juros do rotativo, seria necessário restringir o parcelamento. O comércio foi um dos setores que se colocaram contra essa argumentação, e a Fecomercio aderiu a um movimento lançado por entidades em defesa do parcelado, o Parcelo Sim.

Na nota de hoje, a entidade afirma que o parcelado tem um papel “fundamental”, tanto pelo benefício econômico para os consumidores quanto pela promoção do acesso ao consumo.

Apesar de os bancos terem proposto formalmente que o parcelado fosse restrito, o Conselho Monetário Nacional (CMN) apenas regulamentou o teto dos juros estabelecido pelo Congresso na lei do Desenrola. O limite é de 100%, o que significa que o consumidor não pode pagar ao banco mais do que o dobro da dívida original.

Setor portuário movimentou 1,18 bilhões de toneladas até novembro de 2023

O setor portuário brasileiro registrou uma movimentação de 1.186.434.015 toneladas de cargas de janeiro a novembro de 2023. O montante representa um crescimento de 6,36% no comparativo com o mesmo período de 2022. Os dados são da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

A expectativa do Ministério de Portos e Aeroportos é que os portos brasileiros batam o recorde histórico de movimentação de cargas, registrado em 2022, quando foram movimentadas 1.219.388.435 de toneladas.

Para superar esse resultado, o setor precisa registrar uma movimentação de 33 milhões de toneladas em dezembro. Em 2022, o desempenho no último mês do ano foi de 103 milhões de toneladas.

Em novembro de 2023, o país movimentou 105,7 milhões de toneladas. O número representou um crescimento de 10,21% em relação ao mesmo período de 2022. Esse foi o 2º maior aumento em comparação ao ano anterior, atrás só de março (10,68%).

Entre os portos organizados brasileiros, o Porto de Santos lidera o ranking de movimentação de cargas.

O porto localizado no litoral paulista movimentou 124 milhões de toneladas entre janeiro e novembro de 2023, o equivalente a 30,1% do total nesse tipo de instalação.

Em seguida estão os portos de Paranaguá, no Paraná, e de Itaqui, no Rio de Janeiro. Essas instalações movimentaram 52,8 e 50,8 milhões de toneladas, respectivamente.

SELIC

Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver a inflação mais baixa em 2024, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na terça-feira (02).

O levantamento ainda manteve a expectativa de que a Selic termine 2024 a 9,0%. A taxa básica de juros encerra 2023 a 11,75% depois de o Banco Central ter promovido o quarto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual no início de dezembro, afirmando que sua diretoria antevê cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (08), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma variação de 0,74% em dezembro de 2023, demonstrando um aumento em relação ao mês anterior, quando apresentou uma alta de 0,59%.

De janeiro a dezembro de 2023, o índice acumulou queda de 3,18%. Em dezembro de 2022, o índice tinha registrado uma alta de 0,45% e acumulava uma alta de 5,45% nos 12 meses anteriores.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (08), a projeção para o IGP-M ficou em -3,36%, ante -3,36% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A expectativa para a inflação anual ficou praticamente estável no Boletim Focus divulgado na terça-feira (02). A projeção para 2023 seguiu em 4,46%. Um mês antes, a mediana era de 4,54%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção mudou levemente, de 3,91% para 3,90%. Há um mês, estava em 3,92 %.

Considerando as 100 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 também permaneceu em 4,45%. Para 2024, a projeção de alta seguiu em 3,90%, considerando uma centena de atualizações no período.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (08), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 4,47%, ante 4,46% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Banco Central (BC) divulgou na terça-feira (02) o primeiro Boletim Focus do ano. Na publicação, o mercado manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 em 2,92% e para esse ano em 1,52%.

Considerando apenas as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 também seguiu em 2,92%.

Há um mês, as projeções eram mais baixas, de 2,8% para 2023 e 1,5% em 2024.

Em relação a 2025, a mediana seguiu em 2%, ante 1,9% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2% pela 21ª semana seguida.

O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB deste ano de 3,2% para 3%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (08), a projeção para o PIB ficou em 2,92%, ante 2,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (01), sem operações na bolsa devido ao Ano Novo.

Na terça-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, com ajustes endossados por um ambiente externo desfavorável, em meio a ponderações relacionadas aos juros dos Estados Unidos, enquanto Petrobras fechou em alta, resistindo à piora dos preços do petróleo no exterior. O índice Ibovespa teve queda de 1,11%, a 132.696,63 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,7 bilhões.

Na quarta-feira (03), o Ibovespa fechou em alta, apoiado por papéis da Petrobras, que acompanharam a valorização do petróleo no exterior, em dia marcado pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve. O índice Ibovespa teve alta de 0,1 %, a 132.833,95 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,3 bilhões.

Na quinta-feira (04), o Ibovespa fechou em queda, quase perdendo o patamar dos 131 mil pontos no pior momento, com movimento de realização de lucros, em meio à um pregão volátil em Wall Street após divulgação de dados mostrando um mercado de trabalho resiliente nos Estados Unidos. O índice Ibovespa teve queda de 1,21%, a 131.225,91 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,6 bilhões.

Na sexta-feira (05), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,29%, a 131.612,88 pontos. Indo para a faixa dos 131 mil pontos. A alta é amparada principalmente nas ações da Petrobras, que avançam seguindo a valorização de até 2,00% do petróleo no exterior. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,61%, a 132.022,92 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,47 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (05), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,83%, cotado a R$ 4,8673 na venda. Imediatamente após a divulgação de um relatório forte de emprego dos Estados Unidos, mas a moeda logo perdeu fôlego e passou a cair depois de atingir a maior cotação intradiária em quase 20 dias, acelerando essas perdas na esteira de dados fracos sobre o setor de serviços norte-americano.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (05) cotado a R$ 4,8718, numa sessão em que dados fracos do setor de serviços norte-americano ofuscaram números fortes do aguardado relatório “payroll”, sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo | Poder360

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08/01/2024